sexta-feira, 31 de agosto de 2018


Maus auspícios para o Brasil...


O Brasil aproxima-se de um teste decisivo para o seu futuro e para a democracia, que enfrenta o seu maior desafio desde 1985; depois de terem conseguido, pelos mais repugnantes métodos, encarcerar a única figura que lhes podia fazer frente e com a qual o Brasil viveu os mais prósperos anos da sua história moderna, as forças mais retrógradas e sinistras preparam-se para fazer regredir o país aos tempos negros que decorreram entre 1964 e 1985.
 
Jair Balsonaro, ex-militar formado naqueles  tempos de má memória, não se inibe de elogiar a época em que, em nome da lei e da ordem, que são os slogans com que este tipo de gente se propõe alcançar o poder, se levaram a extremos o desrespeito pela lei, pela ordem e pelos direitos humanos.

Admirador confesso de gente como Trump e o filipino Duterte, não hesita em defender os seus métodos e faz afirmações tão reveladores do seu carácter como estas: “Se vir na rua dois homens a beijar-se corro com eles a soco; se tivesse um filho gay preferia vê-lo morrer atropelado; sou um capitão do exército, fui formado para matar.

A Time dedica 6 páginas à situação no Brasil e ao perigo Balsonaro; os jornais do país, tendo em conta o que dele bem conhecem, chamam-lhe o “Trump dos trópicos”, tal a admiração que vem revelando pelo norte-americano, sbscrevendo as suas mais polémicas decisões na diplomacia, no comércio e no ambiente...


Amândio G. Martins

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A QUEM POSSA INTERESSAR

Com o marulhar das ondas gravado do olhar enfrentei o dia.
Precisava daquela paz que só o mar oferece, da doçura firme da onda a lamber a orla da praia, da brisa serena a beijar-me a pele.
Não tinha nada disso mas imaginei e imaginando vivi tão plenamente como se tivesse. Ouvi as gaivotas no seu grito faminto, a areia a chiar debaixo dos pés, os passos lentos, o horizonte brilhante, o mar de prata e neste quase paraíso imaginado agarrei o dia e fui com ele.
Quando o cansaço me invade, fecho os olhos e qual criança em dia de saudade, crio estes cenários e deixo-os entranhar-se nos sentidos como carícias.
Ninguém sabe, porque ninguém vê e eu também não falo, mas só eu sei o bem que me faz esta pequena manobra de diversão, quando o cansaço me invade.
Hoje foi o mar, mas outras vezes é um campo de trigo alentejano a ondular na planície, ou uma floresta encantada de cores e aromas delicados.
Porque partilho isto hoje convosco ?
Ora, partilho porque acho que alguns de vós como eu, ficarão gratos por estas dicas para vencer o cansaço.
Haverá sempre quem ache uma tolice e eu respeito, mas comigo resulta… por isso aqui fica, para quem quiser experimentar.
Bastam uns minutos…
Tenham um dia feliz 
©Graça Costa

Dois textos:


1 - Engana-me que eu gosto e até pago para ver

Com o título acima queremos escrever um pouco sobre o que os jornais e meios audiovisuais trouxeram a lume, acerca da hipotética fraude, manipulação do consumo acima do indicado por parte dos construtores de automóveis.
Mas, sem sermos defesa do diabo, a culpa também é – e muito – dos utilizadores das viaturas postas à disposição de qualquer utilizador, o qual por vezes é mais boçal na sua utilização do que o nossos antepassado homem das cavernas.
E mais adiantamos, tais boçais utilizadores estão-se marimbando pelo aquecimento global, bem como com o custo dos combustíveis.
Entram na sua maquineta e zás, prego a fundo, sem se importarem com mais nada.
Tais anormais não sabem que a partir das duas mil rotações do motor o consumo dispara para altos consumos.
A grande maioria dos utilizadores nem sequer tem categoria para dirigir um simples carro de bois.
Assim, não mais escrevemos, porque quem também igual faz não lê estas linhas.

2 - Papa Francisco e os abusos sexuais no seio da Igreja

As acusações têm sido mais que muitas. E Francisco, publicamente, tem pedido perdão.
Todavia, a parte mais conservadora da Igreja tenta a todo o custo calar ou até eliminar a sua conciliadora voz.
Por sua vez, os que são contra a Igreja, não pelo bem que tem feito no decorrer dos séculos, mas tão-somente pelos crimes agora divulgados por muitos dos homens que a servem, vêm agora a terreiro agredi-la, sem sequer se separar o trigo do joio.

José Amaral



O pulular dos "ismos" nefastos

Estão por todo o lado, os "ovos de serpente". Quando não, répteis já bem crescidinhos. Totalitários todos, uns fascistas, outros não. Hipócritas uns, desabridamente consequentes outros. Todos iguais nos fins que perseguem e tentam prosseguir. Organizados ou caudilhos, todos. Desde "cordeiros (as) vestidos (as) de lobo", até "travestis" políticos, com "dois sistemas" à "la carte" pelo meio, há de tudo. "Cavalos de Tróia", pois claro, lá estão. Orban, Salvini, Maduro, Aung San, China, Trump, Putin, agora. Como, antes, Mussolini, Hitler, Salazar, Franco, Estaline, Pol Pot. Marine Le Pen, pois claro, embora esta (ainda) em fase "proto". Mas a França (ainda) é o local " das Luzes"...
Todos eles são "istas" de qualquer coisa nefasta, agora atenção.... todos eles sem aspas! Para que não haja tentativas de os separa em "bons e maus" como, lamentavelmente, se vai vendo em vários escritos, até aqui no blogue.

Fernando Cardoso Rodrigues

“Lazos Amarillos”...


Inventaram na Catalunha um novo desporto, que consiste em pôr e tirar laços amarelos,  símbolo dos independentistas, que os deixam em tudo quando seja gradeamento ou varanda onde possam amarrá-los; já houve violência, mas a mais recente cena de “quita y pon” teve por protagonistas a menina Inés Arrimadas e o seu chefe Albert Rivera, do partido “Ciudadanos”.

A graça disto, desta vez, é que enquanto aqueles dois políticos da Direita espanhola iam desapertando e jogando fora os laços, vinha atrás um grupo de catalães que, pacíficamente, voltava o colocá-los no mesmo lugar.

E esta insistência dos partidos direitistas contra os laços, que os políticos e cidadãos em geral que lutam pela independência até usam na lapela, só contribui para lhes dar ainda mais relevância e visibilidade; de facto, segundo também dizem alguns comentadores, davam uma melhor prova de inteligência deixando de implicar com aqueles símbolos, com o que eu também concordo, quanto mais não seja porque o amarelo é a minha cor preferida...


Amândio G. Martins

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Os Caramelos

Vão perdoar-me a história que, ainda por cima, penso, já contei em qualquer lugar, senão aqui. Mas com ela, e com as lágrimas nos olhos da saudade que sinto, transfiro para o papel a minha homenagem ao meu irmão Quim, que faleceu no passado domingo e me deixou "preso" numa ilha, sem possibilidade  de dele me despedir ( "destesto ilhas!").
Corriam os anos 80 e, aquando do "boom" das rádios regionais, as minhas duas filhas gémeas então  com 15/16 anos, juntamente com a prima (filha do Quim), mais velha um ano, decidiram fazer um programa em que falariam sobre as crianças (!). Qual seria o título? Imediatamente, nas três, surgiu "Os Caramelos" que era  exactamente o epíteto com que o tio/pai Quim as mimoseava no conjunto. Posteriormente um jornal local, de Guimarães, trazia um artigo elogioso para o conteúdo do programa, titulado como " Só as crianças compreendem as crianças" que, orgulhosamente, recortei e guardei, muito embora (maldita "anarquia" minha...) não saiba onde é que o tenho...
Foram dois dos "caramelos" que o acompanharam  na despedida, já que a mim me restou a mágoa e o "nonsense" de ter sol e mar para olhar mas não os ver porque só pensava no Homem doce que, no liceu e com muito orgulho meu, me "reduzia" a ser "somente".... o "irmão do Quintó"...

Fernando Cardoso Rodrigues

Siddharta Gautama grotescamente ofendido...


Raramente o Nobel da Paz dos últimos tempos se tem percebido muito bem, mas aquele atribuído à política birmanesa Aung San Suu Kyi, só por que os militares a mantinham em prisão domiciliária, revelou-se mesmo uma coisa absurda; de facto, o que a mim me parece é que aquele prémio lhe serviu mais para dourar a gaiola em que vivia – ou mudar de uma gaiola para outra melhor – do que para fazer justiça a uma figura que realmente tivesse pergaminhos na luta pela paz.
 
 E o silêncio da senhora perante o massacre de que foi vítima a minoria Rohingya no seu país - só por que não é "budista" -  talvez porque não passa mesmo de figura decorativa daquele regime, revela que usou a simpatia do mundo apenas para se dar bem.

No seu livro “O Prémio”, Irving Wallace escalpeliza os meandros e as peripécias por detrás da atribuição dos Nobel, de que transcrevo algumas linhas:

“Enquanto olhava o conteúdo do livro à sua frente, a expressão do conde Bertil Jacobsson tornou-se de súbito carregada. Percorreu com os olhos a lista dos telegramas a enviar aos nomeados e verificou que faltava um, só depois se recordando que a Comissão Norueguesa informara a Fundação Nobel de que, tal como já acontecera muitas vezes, decidira não atribuír o Prémio da Paz”.

“Todos os anos, nos meses de novembro e dezembro, há muita gente em todo o mundo que procura nos jornais notícias acerca do Prémio Nobel. São pessoas que acreditam que os laureados, tal como os outorgantes,  são uma espécie de semideuses e que a ordem para atribuíção de tal recompensa vem lá do alto; mas os premiados, embora haja entre eles alguns verdadeiros génios, não passam de seres humanos”...


Amândio G. Martins



Apague-se a Memória


O Valle de los Caídos é um monumento erigido à memória dos mortos na Guerra Civil espanhola. Franco morreu 36 anos depois da vitória fascista, numa cama de hospital, motivo pelo qual não se percebe a razão de se encontrar sepultado naquele memorial. Foi construído com recurso a muito trabalho forçado de milhares de presos políticos e outros, durante quase vinte anos, em condições duríssimas, tendo em vista que as técnicas de construção da época não beneficiavam do desenvolvimento tecnológico, nem das condições de segurança de hoje, sobretudo nos trabalhos de escavação.

Com ou sem exumação, nunca conseguiremos retirar Franco da História. Ele está lá, infelizmente, e pelas piores razões. Que alguns o queiram manter na Memória encomiástica, glorificando os inimigos da democracia, só revela a sua própria ideologia. Mas os regimes democráticos jamais deverão homenagear ditadores, demonstrando saber distinguir entre o que é História e o que é Memória. 

Expresso - 01.09.2018

Só não as sente quem não quer...

As alterações climáticas determinam fenómenos extremos, com o aquecimento a subir, os gases
dos combustíveis fósseis a alargar - de facto! - o buraco do ozono, têm provocado catástrofes mortíferas, cíclicas e medonhas. Os EUA, são assolados com fogo e fúria. A imprensa revela que as chamas na Califórnia, há muito a lavrar, só serão extintas em Setembro(!). As furiosas cheias deixam um rasto de miséria. Pela voz amaneirada e conteúdo errático, do seu presidente, que não assinou o Acordo Climático de Paris, parece uma ironia da Mãe natureza… As ignições também são provocadas pelo sobreaquecimento.
   Quando os incêndios não se conseguem combater e apagar de início, geram-se situações graves. Um bombeiro de Monchique detalhou e confirmou. Quais as soluções? A prevenção global! O abandono do interior e a litoralização do País, não pode continuar, no domínio do combate ao fogo. Urge o ordenamento (em marcha) do território. Repovoamento incentivado às populações, apoiadas com serviços públicos, para que haja coesão territorial. Aceiros
entre herdades para o combate musculado. Reflorestação baseada num paradigma, onde o
pinheiro bravo e menos ainda o eucalipto combustível, não sejam dominantes. Apostar nas árvores ‘bombeiras’ que também são rentáveis e por aí fora.
   O Presidente do Conselho Nacional do Ambiente, o sábio climatólogo, Filipe Duarte Santos, disse ao Expresso: ‘’ A problemática da mudança do clima é para a maioria das pessoas difusa,
complexa e afectada por grandes incertezas. Por outro lado existe e promove-se a percepção
errónea de que a solução por meio de uma transição energética é prejudicial ao crescimento
económico dos países e à prosperidade das pessoas’’. Notável. Subscrevo.

                                                                                           Vítor Colaço Santos

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Uma injustiça da MARCA

O conhecido jornal desportivo espanhol cometeu, no passado dia 16, uma verdadeira injustiça... para não lhe chamar outra coisa. Pela pena do jornalista Enrique Medina, encheu uma página sobre o Mónaco, o clube e não o Principado. Título: "De Príncipes a Reyes". Falava da política actual de compras e vendas de jogadores, em que sobressai o fazer novos talentos e depois vendê-los "bem vendidos"  aos outros. Vários nomes citou nessa obra, desde o presidente até a inúmeros jogadores, com valores e considerações elogiosas. Imaginam quem não mereceu nem uma palavrinha, nem sequer a citação do nome? Esse mesmo, o artífice principal de execução, Leonardo Jardim, o treinador português que tão bem tem trabalhado! "Españolitos dum caraças"!... Eu não sou muito de me "doer" com nacionalismos bacocos mas... doeu!

Fernando Cardoso Rodrigues

A velhice é bonita?

Resultado de imagem para imagem da velhice

- Quem me dera chegar à vossa idade e estar como vocês estão!
Ou: - A velhice é muito bonita, não acham? Interrogam ou corroboram outras pessoas.
Estes generosos e míopes aconchegos eufemistas deixam-nos bastante angustiados, por não ser verdade o que se afirma.
Todo este rosário de afirmações não sentidas é muito pior do que conteúdo do provérbio ‘com palavras e bolos se enganam os tolos’.
No nosso modo de ver, a velhice nunca será bonita, pois ela encerra o fim do viço, e em que tudo foi belo e agora se desmoronou.
Assim, após o crepitar incessante da quente labareda, só restam as cinzas, em que qualquer luminoso dia se tornará sempre na mais escura das noites.
Faça-se um périplo pelas urgências dos hospitais ou então pelos lares da derradeira idade, e aquilate-se da decrepitude acelerada do corpo humano.
José Amaral 

Simone e a sede de  saber...


“Enquanto aguardava ser colocada numa escola de província, ia gozando Paris. Tinha acabado com quase todas as relações que me aborreciam: tias, primos, amigos de infância. Quando almoçava com os meus pais evitávamos as discussões e tínhamos poucos assuntos de conversa; ignoravam praticamente tudo da minha vida. O meu pai estava zangado por eu ainda não me ter colocado; quando os amigos lhe perguntavam por mim, respondia com desgosto: “Anda na borga lá por Paris”.

É verdade que me divertia o mais que podia; aceitava encontros e saía com qualquer um, por assim dizer. As noites passavam-se a vociferar contra a estupidez humana, a podridão da sociedade, a arte e a literatura em moda. Alguém sugeriu alugarmos a Torre Eiffel para lá escrevermos, em letras de fogo, a palavra “Merde”. Outro desejava inundar a Terra de petróleo e chegar-lhe fogo.

Eu não me metia nestas imprecações mas gostava do fumo, do tilintar dos copos, do rumor das vozes exaltadas, enquanto o silêncio descia sobre Paris. Uma noite, quando o café fechou, todo o grupo se dirigiu ao Sphinx e eu segui-o. Devido a Toulouse Lautrec e a Van Gogh, imaginava os bordéis como lugares de alta poesia; não fiquei decepcionada. A decoração, de um mau gosto ainda mais gritante do que o interior do Sacré-Coeur, a iluminação, as mulheres seminuas tornavam-no bem mais interessante do que as pinturas idiotas e as barracas de feira tão caras a Rimbaud..

Nunca me embebedava; o meu estômago não era muito forte, com pouca coisa me punha mal-disposta. Mas não era preciso o álcool para me embriagar; ia da surpresa à maravilha, do prazer à grande festa. Tudo me divertia, tudo me enriquecia. Tinha tantas coisas a aprender que uma qualquer me podia instruír.

Sartre interessava-se pela psicologia dos místicos e eu mergulhava nas obras de Catherine Emmerich, de Santa Angèle, de Foligno. Quis conhecer Marx e Engels e lancei-me a “O Capital”. Saí-me bastante mal; não via diferença entre o marxismo e as filosofias a que estava habituada e, de facto, não aprendi quase nada. Apesar disso, a teoria da mais-valia foi uma revelação para mim, tão espantosa como o cogito cartesiano, como a crítica kantiana do espaço e do tempo”.

Nota-Apontamento do livro anexo.


Amândio G. Martins

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Dar (a)braços à Serra de Monchique

A serra de Monchique foi atingida violentamente numa significativa área pelo fogo, em 2003. Agora, o inferno das chamas voltou (quase) a destrui-la. Estive numa zona, denominada Picota
a dar (a)braços. Salvaram-se, que visse, duas ou três habitações. Numa destas, o proprietário
heroicamente ficou a salvar a habitação, a horta e as árvores de fruto. «A Proteção Civil e a GNR mal conhecem este campo», disse-me. A imagem a preto e cinza comove e arrepia. A serra tem água em profusão. É riquíssima em minerais e o seu tecido arbóreo era constituído por 73% de eucaliptos!… Nada se aprendeu com 2003. Relatos dizem que durante o fogo estes projectaram  chamas para lá dos 100 metros!… As empresas de celulose que têm enormes áreas de eucaliptal, não ardem, porque têm sapadores florestais e a ciência ao seu serviço. Pudera!
   Os governantes devem aqui fazer uma aprendizagem através dos seus braços, neste cenário dantesco, para ficarem com uma imagem. Assim, jamais poderiam ter afirmado que o resultado do combate, apesar de não ter havido mortes, foi «um sucesso»(!). A solidariedade activa foi e é uma constante. Das empresas e da sociedade civil. «Não volto a plantar eucaliptos!», disse um serrano. Esta decisão está a expandir-se. «Este fogo foi organizado», alvitrou outro. ‘Por quem?’, perguntei. «A serra é farta em minérios. Também de Lítio, que é o que está a dar…». ‘Há fins escondidos?’ - «Está à vista!…». A comoção tomou-me.
    Urge constituir uma Agência Europeia contra os fogos, para acções concertadas e musculadas contra o inferno do fogo matador. Já!
   Os serranos merecem todo o apoio, para se reerguerem, bem como à sua grande Casa - a Serra de Monchique!


                  Vítor Colaço Santos

Muda alguma coisa com mulheres a liderar?


A escarpa da Arrábida





-(DN.madª)


A escarpa da Arrábida

27 AGO 2018 / 02:00 H.








    Não. Não vou escrever sobre a Selminho do Moreira, presidente da C.MPorto, mas da construção de dois prédios, noutra escarpa, na Arrábida, em que ele é especialista a aprovar projectos de construção polémicos, que põe os nervos em franja dos portuenses. Talvez o presidente da autarquia tenha treino bastante, para tais polémicas, devido à sua proximidade com o clube maior e mais tripeiro do norte, e daí decorra a sua disponibilidade e preparação, para dar o seu aval ao licenciamento de um hotel e um edifício de boas dimensões, mas de princípios e regras urbanísticas deploráveis, que chocam os residentes. Pelo menos os que gostam de ver as pontes sobre o rio Douro à solta, a correr, e não esmagado e abafado entre margens, pelo betão. O projecto, ao que parece já não tem volta a dar, e os protestos e movimentos organizados de cidadãos e da população que se lhe opõe, já não vão a tempo de fazer mossa e travar tal desígnio, mas pelos menos têm o condão de gritar e fazer ouvir a sua condenação. A polémica instalada remonta há menos tempo que a do prédio Coutinho em Viana do Castelo. Mas se o edifício no Minho ainda está de pé, e nem para o deitar abaixo há homens com os instrumentos no sítio, já na escarpa da Arrábida, a coisa vai mesmo por-se em pé, haja o que houver, e goste quem gostar. Em Portugal, quando se entra para governar qualquer pedacinho de terra, sai-se mais rico, do que quando se entra. Assim vai Moreira e os seus sequazes, que se agarram à mira do lucro que a especulação e o lugar que ocupam, permitem. Haja pedra partida que já só falta assentá-la no sítio aprovado e violador da paisagem já pouco oxigenada;*

    -*(publ.tb.in PÚBLICO-29.08)









    OUTRAS NOTÍCIAS


    MUNDO

    Três mortos em Jacksonville, incluindo o atirador de 24 anos que já foi identificado

    PAÍS

    Temperaturas máximas no continente descem 7 a 8 graus na terça-feira

    PAÍS

    Mais de 40 concelhos de oito distritos em risco máximo de incêndio
















    “Realpolitik”


    Do prof. Ricardo Reis, no caderno “Dinheiro Vivo, transcrevo algumas observações que explicam muita coisa do que pode ser o sucesso dessa figura rocambolesca que ensombra o mundo, mas agrada a tantos americanos, chamado Trump:

    “Mais uma semana, mais uma sucessão de episódios grotescos vindos da administração Trump, cuja opinião nos Estados Unidos não podia ser pior mas, nas sondagens sobre intenção de voto, Trump teria boas hipóteses de ser reeleito se as eleições fossem agora.

    E isto acontece porque as pessoas podem insurgir-se por qualquer coisa nas redes sociais, mas quando chega a altura de votar só querem saber dos seus estritos interesses no curto prazo, por muito detestáveis que Trump e as suas políticas sejam.

    Assim, para uma minoria de pessoas, o aborto é a questão mais premente e Trump nomeou dois juízes para o Supremo Tribunal que poderão mudar a interpretação jurídica para voltar a ser proibido o aborto; Trump pode ser um adúltero, um mentiroso e um crápula, mas para quem está há tanto tempo a lutar pelo regresso a um certo passado vale a pena fechar os olhos.

    Para outra minoria, o Estado e as suas intrusões na liberdade individual são a maior ameaça à sociedade, sendo a política ambiental o maior exemplo da tirania imposta por regulações múltiplas e pesadas; com Trump, o departamento do ambiente nos USA  está praticamente fechado, as regras não são aplicadas, os infractores não são punidos e os regulamentos vão sendo eliminados.

    Há uma minoria racista, misógina, que odeia certo moralismo e nada lhes é mais doloroso que ver o sítio onde cresceram tão diferente do que já foi; gostavam de poder dizer que odeiam que o mundo à sua volta já não seja composto por famílias heterosexuais brancas a ver basebol e a comer churrasco, sendo Trump  um ídolo para estas pessoas porque diz o que lhe apetece sem querer saber a quem ofende”. E é assim que, somando várias minorias, por mais horroroso e desprezível que o homem seja, pode vir a ter outra maioria”...


    Amândio G. Martins


    domingo, 26 de agosto de 2018

    As músicas que passam nas nossas rádios

    Já todos nos apercebemos que as nossas estações de rádio "passam" maioritariamente música estrangeira, preterindo a nossa, de autores e cantores nacionais.
    E quando optam pela música portuguesa,  muitas vezes é a chamada música "pimba", de conteúdo duvidoso, e que acaba por influenciar negativamente aquelas pessoas, com ausência de sentido crítico não lhes dá para alcançar o que lhe estão a impingir.
    Os cantores e autores nacionais queixam-se, mas isso é o que menos incomoda quem está na posição de decidir o que deve o não "passar" nas rádios.
    Os ouvintes não discutem nada, não contestam nada, e a maioria não percebe as letras das canções estrangeiras, mas está tão habituado, que já não acha estranho, quer esteja em casa, na oficina, em viagem ou em qualquer outra actividade.
    Curioso que, a este nível, quando nos começamos a aproximar de Espanha, apercebemos-nos que estamos mesmo lá - eles, como se costuma dizer, não brincam em serviço.
    Olá Companheiros

    De volta aos trabalhos, recomendo:

    - A Entrevista Que Nunca Fiz, do João Quadros, hoje ao Duarte Lima, na Notícias Magazine, do JN.
    - A Marisqueira Aki d"El Mar, na Nazaré. Informação provávelmente destempada para alguns, é verdade, mas que poderá ser útil para outros que ainda irão passar pela nossa belíssima vila piscatória. É "a marisqueira". Vale a pena. Dei nota máxima no TripAdvisor.

    Não recomendo:

    As Festas de N. S. das Dores, aqui na minha terra. Barulho ensurdecedor com décibeis muito acima do permitido, até muito depois do horário permitido. Chamei as autoridades policiais, nicles. A "canção" mais reproduzida nos altifalantes, com sotaque brasileiro, tinha este refrão: "eu quero mais é que se fôda". A minha tia Inês garante que viu sair sangue, do peito massacrado de Nossa Senhora!
    Fugi para Norte. Fui à Festa Labrega, de Bordons, ali às portas de Sanxenxo. Está-se a tornar um hábito. Não porque eu seja fã de romarias, mas porque ali, encontro sempre amizades que me são queridas.

    P.S. - Ontem, ao passar pela Ribeira de Gaia, na praceta da Sandeman, ouço, bem audível, a mesma "canção". Nem quis acreditar. Estamos fritos.

    José Valdigem

    Post de Verão


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    Incompreensível impunidade...


    Ao bracarense “Tone Batata”, apesar de bêbado como um barril, apeteceu-lhe pegar no  “mercês” e ir para a estrada ziguezaguear do que resultou, em contramão, atropelar mortalmente um jovem finalista universitário que tentava ganhar uns tostões entregando pizas porta a porta.

    E foi desta forma que um bêbado qualquer, completamente inútil e perigoso para a sociedade, assassinou o promissor João Silva, de 23 anos, prestes a concluír mestrado de engenharia industrial e computadores, com toda a vida pela frente para dedicar aos seus e ao país.

    Desgraçadamente, são demasiado frequentes as notícias deste teor, inúmeros os casos de “Tones Batatas” que não só atropelam e fogem sem prestar auxílio às vítimas como tudo fazem para esconder as provas do crime; e quando são identificados, como foi agora o caso, é-lhes aplicado o anedótico “termo de identidade e residência”, sem qualquer inibição de conduzir e podendo, portanto, continuar a matar!


    Amândio G. Martins


    Um mãos largas


    Do que publicamente se conhece sobre Paulo Macedo, ninguém dirá que o homem é perdulário. Na Direcção Geral dos Impostos e, depois, no Ministério da Saúde, ficou conhecido por ser pressuroso em arrecadar e não gastar. Já na CGD, não foi peco em subir comissões a cobrar aos clientes, deslastrar funcionários, e eliminar balcões a eito, criando sérias dificuldades a alguma população, sobretudo a mais desfavorecida e do interior. Por isso, talvez surpreenda a liberalidade que agora tomou, resolvendo atribuir prémios a alguns trabalhadores, com base nos lucros obtidos. Será que apenas pretendeu “apagar” a greve com uma “chuva” de dinheiro? Provavelmente, só se limitou a seguir o exemplo do Império Britânico para dominar o mundo com poucos recursos, isto é, dividir para reinar.

    JN - 13.09.2018 (título alterado para "Na Caixa, Macedo tenta dividir para mandar")

    sábado, 25 de agosto de 2018

    Sobre os ‘índios da meia praia’

    A imagem pode conter: céu, casa, nuvem e atividades ao ar livre
    Costumo tomar notas sobre situações que observo, leio e vejo, para depois formular e escrever a minha modesta opinião.
    Normalmente, escrevo tais rascunhos no papel que mais tenha à mão. Às vezes já passou a ocasião de algo escrever sobre tal assunto, ou até já não sei precisamente pegar no fio à meada.
    Todavia, como já mais do que uma vez, vi um excerto do que já tinha visto no programa televisivo ‘linha da frente’, pelo que volto à carga, sem saber agora como está tal processo de legalização, o qual há muito já deveria estar mais que legalizado.
    Falo e escrevo sobre o ilegalizado Bairro 25 de Abril, dos ‘índios da meia praia’, em Lagos, sem que os seus habitantes – avós, pais e filhos -, segundo constatei no referido programa televisivo, tenham uma escritura das suas pobres habitações, mesmo usando o usucapião, dado que clandestinas as casas e o bairro não são, assim deduzi.
    Quantas revoluções serão precisas para que se legalize o Bairro 25 de Abril?

    José Amaral

    A FIGURINHA E OS PAROLOS




    Abriu telejornais, noticiários radiofónicos, foi primeira página de jornais e ainda continua a alimentar tudo o que é revista cor de rosa. Trata-se da transferência do século no mundo televisivo cá do burgo. Um milhão, é quanto a senhora vai embolsar. Mas, afinal, o que é que a protagonista tão badalada tem assim tanto de especial? Como toda a gente sabe, nada! Zero! Então e quem a contratou é parvo? Quer esbanjar dinheiro? Evidentemente que não! E, com certeza, fez um bom investimento. Só quem não conhece este povo, fica assim tão admirado, como se vê e ouve por aí. Guerra Junqueiro, que o/nos conheceu bem, disse: “ Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”.
    Voltemos à figurinha em causa, que, tanto de especial, efetivamente, repetimos, nada tem! Mas, claro, sempre tem qualquer coisa! Um palminho de cara? Sim! Mas, longe de fazer parar o trânsito, e há tantos até bem mais sedutores por aí! O que efetivamente tem de especial, é o seu permanente riso e gritinhos histéricos. O suficiente, para conseguir audiências brutais. Para colocar milhões de parolos/as embevecidos frente aos écrans. Confirma-se assim, (e há tantos mais exemplos) que o arguto autor de “Pátria”, continua a ter carradas de razão.
    Francisco Ramalho
    Corroios, 24 de Agosto de 2018


    Eh! gentinha ruím...


    Aparecem com demasiada frequência notícias de armadilhas montadas nas matas de acessos e passagens públicas, por onde costumam circular ciclistas e motociclistas adeptos do corta-mato, com a diabólica intenção de lhes causar graves danos, sem que me lembre que tenham sido identificados e aplicados aos seus autores os correctivos merecidos.

    E é fácil perceber a gravidade desses actos se nos imaginarmos a fazer um passeio de bicicleta pelas veredas de um parque florestal e, de repente, depararmos com um cabo de aço atravessado à nossa frente, ao nível do pescoço; e se o meio de transporte for uma motoreta, então as consequências podem mesmo ser gravíssimas.

    Trata-se de casos recorrentes, têm acontecido em espaços abertos, em caminhos e veredas de acesso livre, não podendo os proprietários bloquear as passagens, muito menos com a má-fé que os casos conhecidos revelam; e dou comigo a pensar que espécie de gente é esta, que bárbaras mentes produzirão ideias destas...


    Amândio G. Martins


    Cristina, não vais levar a mal (Roquivários, anos 80)


    Há muito pouco tempo, não tinha qualquer ideia de quem era Cristina Ferreira. Ignorava completamente que fosse uma badaladíssima apresentadora de TV e empresária de grande sucesso. Nem sequer me passava pela cabeça que algum dia poderia perder alguns minutos a falar sobre ela. Eis senão quando, ela invade-me a casa, através de jornais e informação radiofónica. Última hora: a senhora vai da TVI para a SIC. E então?, perguntava-me eu. Já não bastavam os toques sineiros quando um futebolista muda de clube? Agora, também os entertainers televisivos têm direito a espaço nobre, em jornais de referência, escalpelizando as suas deambulações profissionais? Que a senhora vá ganhar rios de dinheiro, pouco me importa, tanto mais que o seu contrato será feito com uma entidade privada, e desde que não se esqueçam, ambos, de pagar os correspondentes impostos, quotizações e contribuições. Verdadeiramente, o espanto foi a notícia em si, não a mudança de patrão nem o salário que, certamente, a SIC saberá multiplicar em receitas. Que sigam em paz, de preferência em silêncio respeitoso para com os mais necessitados.

    sexta-feira, 24 de agosto de 2018

    AGOSTO

    Para mim, Agosto é o principal mês de férias. Quando éramos crianças era o tempo de estarmos todos na Praia em Paço de Arcos onde vivi até assentar arraiais em Algés. Havia quem começasse a época de praia no mês de Julho e quem a partir da primeira quinzena de Setembro começasse a regressar às suas casas.
    Hoje, passado tanto tempo, e como não saímos da nossa zona para fazer férias, Agosto é o mês de termos estacionamento onde moramos, os transportes menos cheios para irmos por exemplo até à Amadora (o que não acontece quando nos deslocamos à Capital), alguns restaurantes e lojas fechadas para férias e algumas associações a funcionarem a meio gás. 
    Mas com menos afazeres temos mais tempo para digerirmos as notícias que a comunicação social vai dando. Apesar das grandes noticias que o desemprego está a baixar, que o PIB está muito melhor, que a dividida vai desacelerando e mais umas coisas que nos querem fazer acreditar, continuamos a conhecer muitos desempregados de longa duração que estão na casa dos cinquenta anos e até alguns com boas qualificações académicas que não encontram emprego estável.
    Neste mês temos tempo para nos debruçarmos sobre as noticias da insatisfação dos médicos, dos enfermeiros, dos professores, dos policias, das forças armadas, do pessoal das cantinas… Há falta de elementos em todas estas áreas sobrecarregando os horários dos que estão a desempenhar funções, nunca mais são corrigidas as contagens dos anos de serviço e mais atropelos que a comunicação social vai suavemente aflorando. Há greves nalguns sectores, há manifestações à porta de algumas entidades… O grave problema dos fogos no início deste mês de Agosto tem esbatido um pouco esta insatisfação de um número apreciável de trabalhadores portugueses.
    Apesar de tempo de férias, tem havido algumas reuniões mas sempre sem conclusões, sem resolução dos problemas expostos, não se sentindo que o Governo esteja minimamente interessado em resolver estas gritantes injustiças mesmo quando confrontado – por exemplo - com demissões de equipas médicas verdadeiros suportes da saúde dos portugueses.  Na área da nossa polícia o silêncio dos governantes perante a falta de efectivos, as carreiras e os horários, pode colocar em risco a segurança das nossas terras, de muitos portugueses e até perturbar a boa imagem de país seguro que temos estado a dar por esse mundo fora.
    E afinal muitas das reclamações são de tal modo conhecidas e sentidas pelos portugueses e quando expostas pela classe reclamante são acompanhadas de detalhadas propostas de resolução que basta que da parte do governo haja gente devidamente habilitada para que as negociações encontrem o fim desejado. Será que Setembro nos trará boas noticias para todos nós? 

    Maria Clotilde Moreira 

    Jornal Costa do Sol - 22 a 28 de Agosto de 2018

    Não há comboios na linha do Oeste

    Não há comboios na linha do Oeste
    A Oeste faltam comboios,
    Mas ainda existem linhas;
    Falta que eles andem nelas,
    Mas quando? Não adivinhas.

    Decisão pouco equilibrada...


    O estourar dos foguetes é a primeira coisa que se ouve quando se anunciam festas e romarias; e na zona do país onde vivo e de onde sou natural, onde as ditas se multiplicam, romaria sem foguetes é questão que nem se põe, tão enraizada está nos costumes essa tonitruante demonstração, pelo que a lei que mediu tudo por igual constitui uma prova de força desnecessária.

    Não apreciando nem um pouco essas descargas de “trovoada seca”, a proibição total ao uso de material pirotécnico não me parece fazer sentido; de facto, atribuír o mesmo grau de perigosidade a uma festividade no alto de uma ermida, rodeada de mato por todos os lados, e às festas da Senhora D´Agonia, onde fez escola um tipo de fogo artístico que se desencadeia em mecanismo específico em cima da água parece-me desajustado.

    Nem colhe a ideia de que, abrindo excepções, ninguém mais respeitaria regra nenhuma; é que há situações tão distintas que deveriam ter sido contempladas, não se entendendo que seja medido tudo pela mesma bitola, privando injustamente os apreciadores daquela arte e causando prejuízos difíceis de compensar aos profissionais do ramo...


    Amândio G. Martins

    quinta-feira, 23 de agosto de 2018

    Sobre a Pátria – uma opinião

    Resultado de imagem para imagem sobre a pátria

    Uma pátria não se constrói com fracos, com neutros ou com faunos de igual espécie, pois deles nunca rezará a história milenar dos povos.
    A pátria é feita e cimentada por gentes de hercúlea força, com têmpera dos melhores aços e com força inquebrantável do povo que a edifica.
    Bendita, pois, e glorificada seja a casa comum de todos nós, que já foi o chão e o lar sagrado dos nossos egrégios avós.
    E seja também o ninho dos vindouros, continuadores da senda vivificadora dos seus queridos antepassados.
    José Amaral 

    Quem responsabilizar...


    A Califórnia, diz-se na Time, é um complexo e exemplar caso de fogos selvagens, tendo o Departamento de florestas e protecção de incêndios concluído que doze dos mais devastadores fogos ali verificados se deveram ao contacto das árvores com os cabos de alta tensão que por lá atravessam, mas a empresa de electricidade não assume qualquer responsabilidade, o que leva o governador Jerry Brown a propor novas leis.
     
    A problemática das alterações climáticas já leva décadas de conversa, clamando os pequenos países em desenvolvimento  para que os grandes poluidores paguem por isso; mas os tribunais, nos casos que lhes chegam, têm-se mostrado cépticos, por não estarem habilitados por leis claras que lhes permitam tomar decisões.

    E nos casos em que pessoas individuais mais evoluídas se têm aventurado por conta própria a pedir responsabilidades às entidades poluidoras, não lhes tem sido dada outra resposta que não seja que tudo e todos por todo o globo emitimos CO2 e outros poluentes com efeito-estufa, diluindo assim a questão de quem deve ser responsabilizado pelos custos das mudanças climáticas, que é colocada no final do texto anexo...

    Nota-para se poder ler melhor o texto que transpus basta dar um clique em cima.


    Amândio G. Martins

    quarta-feira, 22 de agosto de 2018

    Foge cão se não vais pró Panteão

    Era o que escreveria Almeida Garrett se fosse vivo acerca da banalização da entrada no Panteão.
    Tal honra só devia ser  concedida pela geração posterior depois de análise ponderada e desapaixonada.
    Agora o que estamos a assistir é do tipo " eu também quero"
    Deixaram entrar a Amália agora queremos o Zeca Afonso.
    Deixamos entrar o Mário Soares se deixarem entrar o Sá Carneiro.
    Não banalizem as honrarias, porque segundo familiares que tenho emigrados isto já está a ser motivo de chacota  por essa Europa fora.
    Quintino Silva 


    Marcados...


    Ainda mais que em Portugal, a Espanha é um dos países europeus onde mais se atenta contra a dignidade e autodeterminação das mulheres, com uma alta taxa de violações e assassinatos; e continua a ser notícia no país vizinho o tristemente famoso caso “La manada”, crime de uns quantos patifes que violaram  em conjunto uma rapariga, filmaram o acto e tentaram fazer crer que foi ela quem os assediou.

    A leve pena aplicada ao bando e a sua libertação pouco depois causou viva revolta e alarme social, mas a incessante divulgação das fotos da corja pelas televisões fez com que agora sejam facilmente reconhecidos por onde quer que andem, o que não lhes deixa um minuto de sossego.

    E foi o que agora aconteceu quando, a convite de um amigo, funcionário da autarquia de Palomares del Rio, Sevilha, dois deles foram almoçar ao polidesportivo local e banhar-se na piscina; reconhecidos por alguns frequentadores, correram o risco de lhes acontecer uma “coisinha má”, não fosse a pronta intervenção das autoridades.

    É assim quando a Justiça não cumpre a obrigação de punir devidamente os criminosos, deixando-os à solta para desassossego dos cidadãos e potenciando primitivos actos de “justiça” popular...


    Amândio G. Martins



    terça-feira, 21 de agosto de 2018

    TERRA DA MELANCOLIA




    Terra da melancolia
    Rasas planícies de mágoa
    Branca dolência tardia
    Terra da melancolia
    Tanto calor, pouca água

    Mourisca forma de estar 
    Depressiva porventura
    O tempo teima em passar 
    No espaço há tanta fartura

    Quem por lá passa não sabe 
    Das coisas de quem lá vive
    À espera que a dor se acabe 
    Terra dum pai que não tive

    Terra da melancolia
    Rasas planícies de mágoa
    Branca dolência tardia
    Terra da melancolia
    Tanto calor, pouca água


    Ao largo velhos sentados 
    Aos novos ninguém os vê
    Partiram para outros lados 
    Vão voltar de quando em vez

    Às vezes, sou mais um estranho 
    Vagueando ao Deus-dará
    Outras vezes sou daqueles 
    Que nunca saem de lá

    Terra da melancolia
    Rasas planícies de mágoa
    Branca dolência tardia
    Terra da melancolia
    Tanto calor, pouca água

    Ainda que lento o dia 
    A noite nunca se atrasa
    Branca dolência tardia 
    Terra da melancolia
    Do cante e da minha casa

    Letra e música: Duarte

    Um dos mais belos poemas sobre o Alentejo.
    Oiçam o seu autor interpretá-lo acompanhado pelo grupo Cantares de Évora. Simplesmente divinal.