Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
NUNCA TRABALHEM!
"Nunca trabalhem" e "trabalhadores de todo o mundo, diverti-vos!", são máximas do Maio de 68 e do movimento surrealista que põem em causa toda a lógica do funcionamento da sociedade mercantil. Ou então "trabalha-se melhor dormindo, formai comités de sonho". Deste modo se goza com a lei do cálculo e da eficácia: "Aspiro a ser eu, a caminhar sem entraves, a afirmar-me só na minha liberdade". Apela-se à abolição do dinheiro. Toda uma lógica cruel, ridícula e imbecil é desmontada com palavras de ordem e apelos à acção.
OS "SUSPEITOS" DO COSTUME
Já
se trata de um clássico. Um clássico vergonhoso, hipócrita e
criminoso. Primeiro foram as armas de destruição massiva de Saddam
Hussein. Lembram-se? Foi o pretexto para destruírem o Iraque. Depois
classificaram Slobodan Milosevic como o carniceiro dos Balcãs e
retalharam a Jugoslávia, vindo agora o próprio tribunal criado por
eles, os “suspeitos” do costume, para julgar os “responsáveis” pelos crimes de guerra nos Balcãs, dizer que afinal o homem estava inocente,
depois de “estranhamente” ter morrido na prisão. A seguir,
diabolizaram Kadafi e arrasaram um dos estados africanos mais
desenvolvidos, a Líbia. E agora é a Síria.
O
denominador comum, é que estes países tinham ( a Síria ainda tem)
governos que não lhes obedeciam, têm grande interesse estratégico,
e são ricos em combustíveis.
Vem
esta minha introdução a propósito do relatório da Comissão dos
Negócios Estrangeiros do parlamento britânico divulgado a 14 do
passado mês, que diz que Cameron e Sarkozy mentiram. E que,
portanto, a intervenção da NATO que assassinou Kadafi e milhares de
compatriotas seus e destruiu aquele país,seja eufemisticamente
considerada um “erro”. Ou seja, um crime injustificado. Convém
lembrar que no caso da Líbia, para além dos “suspeitos” do
costume, que são os EUA e os seus aliados com destaque para a União
Europeia e o braço armado de todos, a NATO, participaram em força a
França e a Inglaterra. Mas também molharam a sopa, a Dinamarca,
Bélgica, Itália, Noruega, Qatar, Emiratos Árabes Unidos, Espanha e
Turquia.
Evidentemente
que tudo isto já se sabia há muito tempo! Não pela gigantesca
máquina mediática que dominam. Essa, serve para domesticar e
alienar as massas. Prepará-las para as suas guerras de domínio e
rapina. Que, com Trump ou Hillary, vão continuar, até que os povos
o impeçam. É um imperativo moral denunciá-las.
Francisco
Ramalho
Corroios,
30 de Setembro de 2016
Publicado hoje, 8/10 no JN
Publicado hoje, 8/10 no JN
A 30 DE SETEMBRO DE1970 - É anunciado o processo de reconversão habitacional da quinta do Marquês de Abrantes, em Lisboa
O Diário de Notícias de 30 de Setembro de 1970 anuncia,
na primeira página, a construção de casas de rendas económicas na Quinta do
Marquês de Abrantes, em Marvila (Lisboa), para substituir barracas precárias
ali existentes, as quais, por terem sido construídas à revelia das estruturas
camarárias não possuíam redes de esgotos, originando péssimas condições de vida
aos seus moradores: Para dar início a este projecto habitacional, o Presidente
da República outorgaria, no dia seguinte, a escritura de compra da referida
quinta pelo valor de 11200 contos.
Volvidos mais de 46 anos sobre esta efeméride as barracas foram erradicadas mas continuam a existir, ainda, espaços à espera de iniciativas imobiliárias. Apresento em cima ao centro, a imagem de um projecto de construção de 41 fogos nesta zona, em terrenos cedidos pela Câmara Municipal de Lisboa a uma cooperativa habitacional.
Volvidos mais de 46 anos sobre esta efeméride as barracas foram erradicadas mas continuam a existir, ainda, espaços à espera de iniciativas imobiliárias. Apresento em cima ao centro, a imagem de um projecto de construção de 41 fogos nesta zona, em terrenos cedidos pela Câmara Municipal de Lisboa a uma cooperativa habitacional.
É só fazer as contas
Em tempos de
discussão sobre a (in)evitabilidade de regressarmos à austeridade, tão em voga
nos partidos da oposição, por, segundo dizem, os actuais rumos serem desastrosos,
vale a pena lembrar António Guterres (também em voga, felizmente pelos melhores
motivos): “é só fazer as contas”. As conclusões do recente estudo da Fundação
Francisco Manuel dos Santos indicam claramente que, sob a influência da troika e da sua austeridade, definhámos,
e não só financeiramente. Nada que admire quem se lembre do aviso feito pelo
governo anterior de que era imperioso empobrecermos. É o que continuam a
querer? Caso regressem ao Poder, só lhes peço que não comecem outra vez pelos mais
pobres, e dêem, desta vez, a primazia aos outros, os que apenas poderão ficar
menos ricos.
Público - 29.09.2016
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
O FRIO MERCADO DE CARPAS
*Cristiane Lisita
As
carpas têm por habitat, em
Portugal, as bacias hidrográficas, salvante à do norte, do rio Douro, cujas
espécies são reduzidas. Alimentam-se de plânctons, que são a base da teia
alimentar aquática, renovando o oxigênio. São peixes audazes e combativos que
buscam, nas águas mais rasas, vegetações ou algo que possa ampará-los na fuga
do frio ou do calor demasiado.
Envoltos
de grandes escamas que ornam o dorso quase esverdeado, vão da cor cinza ao prateado,
excluindo aqui os ornamentais. Pertencem ao imaginário popular, revelado em
algumas lendas. A mais curiosa delas afirma que a carpa pode transformar-se em
um dragão, uma vez que consiga nadar contra as correntezas, na época da desova,
e alcançar o rio Amarelo, o Huang Ho, na China, depois de saltar tantas
corredeiras para atingir o topo da montanha Jishinhan. Em razão desse
fato, as carpas significam determinação, alento, energia ao desvendar o rio, no
subir das quase infindáveis correntezas.
Do
mesmo modo que as corajosas carpas, a classe pobre arrisca-se a viver, pois navegar
é preciso, apesar das tantas torrentes de extrapolações de valores e das agruras.
A classe pobre, como aqueles peixes comuns,
se debate diante da desigualdade social latente, das águas coalhadas de algas
azuis a se decomporem, roubando o oxigênio instigando-os a sucumbir.
Em conformidade com os dados do Instituto
Nacional de Estatística, sendo o último de 2015, pode-se constatar que a população
residente em risco de pobreza e/ou exclusão social, verificados sexo, grupo
etário, condições de vida e rendimento, alcança o patamar de 27,3%, ou seja, a
miséria abrange perto de 1/3 da população. São dois indicadores erigidos com
base na taxa de risco de pobreza após transferências sociais e intensidade laboral
per capita muito reduzida, bem como a
privação material severa do período em questão.
Todos
os anos quando chega o outono, e, depois, o inverno, milhares de cidadãos, desprovidos
de recursos financeiro-materiais, morrem em razão da friagem, e de suas
consequências, a exemplo dos moradores das habitações sociais, destacando-se as
pessoas envelhecidas, e, além disso, aqueles do meio rural, cujas casas não
possuem, comumente, isolamento térmico adequado, e mesmo a falta de condições
para arcar com os custos de uma eficiência energética, uma vez que a taxa de
eletricidade é uma das mais caras dentro da União Europeia. No inverno passado foram
quase 5.600 mortes ultrapassando as expectativas nesse quesito. Faleceram 86 mil pessoas devido ao
frio, verificando informações que abrangem o período de 2000 a 2009.
Assim,
as carpas se lançam no rio na procura pela subsistência, obedecendo às quedas e
planuras, aos acidentes do caminho, para alcançar o Jishinhan. Algumas vezes
transformam-se em dragões a sobrevoar as incógnitas águas sabendo serem heróis
em algum espaço da Terra, por resistir. Como diria a Marquês de Maricá “a
pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida
humana”.
Em muitas ocasiões, as carpas também hão de soçobrar
na própria violência das águas e, igualmente, dos predadores, e, quiçá, dos
pescadores. Acomodou-se a ignorar a indigência, a penúria do outro e a ser omisso. Afinal,
parece que o provérbio chinês estava correto: acostumamos ao mau cheiro do
mercado de peixes.
*Cristiane
Lisita (jornalista, escritora, jurista).
DEVIAM SER JULGADOS NUM TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
Mais um recente relatório do
Parlamento britânico (setembro de 2016), concluiu que a guerra contra a Líbia,
desencadeada em Março de 2011, foi justificada com suposições incorrectas,
nomeadamente com a mentira que o presidente Kaddafi planeava um massacre.
Esta agressão militar à Líbia,
com os bombardeamentos da Nato a matarem milhares de pessoas e obrigando outras
centenas de milhar a fugirem, também favoreceu os objectivos do terrorismo do denominado
estado islâmico e quejandos, e teve como principais responsáveis o presidente
da França (Nicolas Sarkozy), o 1.º ministro da Inglaterra (David Cameron) e a
secretária de estado dos Estados Unidos (Hillary Clinton).
Já em julho último, o relatório
Chilcot (nome do autor sir John Chilcot), com as conclusões do inquérito
realizado na Inglaterra à participação britânica na invasão e guerra no Iraque
entre 2003 e 2009, confirmou que a justificação para tais actos bélicos foi
baseada em mentiras e que não existia qualquer ameaça de armas de destruição
massiva.
O relatório Chilcot contribuiu para responsabilizar Tony
Blair Inglaterra), George Bush (Estados Unidos), José Maria Aznar (Espanha) e
Durão Barroso (Portugal), confirmando o papel criminoso que tiveram, quer nas
mentiras que alegaram para justificar a agressão ao Iraque, quer nos relatórios
que ocultaram sobre as consequências da guerra para o povo iraquiano, no
agravamento da situação na região e no incentivo à acção de grupos terroristas.
Blair, Bush, Aznar, Barroso,
Sarkozy, Cameron e H. Clinton deviam ser julgados por crimes de agressão, de
guerra e contra a humanidade, se a lei do mais forte (EUA) não condicionasse e
seleccionasse a protecção de direitos humanos, acusações e julgamentos no
Tribunal Penal Internacional, reduzindo a quase simbólicas e parciais as suas
funções.
Cigarras lusas
Segundo hoje foi noticiado, os portugueses levantaram, através da rede Multibanco, 500 milhões de euros durante as suas últimas férias no estrangeiro
Este anunciado propósito tornado realidade espelha bem a nossa incultura ancestral de que ‘só o que é de fora e lá fora é que é bom', apesar de sermos uns pés rapados vivendo numa subsidiodependência colectiva.
Estas cigarras, que invadem a estranja em busca daquilo que melhor tinham no lugar de onde saíram, gastam aquilo que lhes fará falta mais tarde.
Resumindo, tanto o povo como quem o governa usam o mesmo sistema, como se eles não fossem feitos da mesma massa, gastando o que têm e o que nunca terão.
Este anunciado propósito tornado realidade espelha bem a nossa incultura ancestral de que ‘só o que é de fora e lá fora é que é bom', apesar de sermos uns pés rapados vivendo numa subsidiodependência colectiva.
Estas cigarras, que invadem a estranja em busca daquilo que melhor tinham no lugar de onde saíram, gastam aquilo que lhes fará falta mais tarde.
Resumindo, tanto o povo como quem o governa usam o mesmo sistema, como se eles não fossem feitos da mesma massa, gastando o que têm e o que nunca terão.
JA
Assim vai o mundo
A actual guerra mundial, que parcelarmente usa partes do globo, tem, agora, o seu epicentro na arrasada cidade síria de Alepo, aonde os martirizados habitantes são dizimados às catadupas.
E o mais grave da criminosa perfídia humana é ter-se chegado há dias a um cessar-fogo que o não foi, para vermos a continuada destruição maciça de uma cidade que foi uma das mais importantes metrópoles sírias.
De um lado, a Rússia, afirma que as suas armas são muito bem-vindas aquelas paragens; do outro lado, os EUA, dizem que as suas máquinas de morte mais não fazem do que amenizar o troar dos canhões. Portanto, tudo inofensivo.
E em que ficamos? A destruição e a morte andam de mãos dadas com os vendilhões e criminosos mundiais, que enriquecem à custa de milhões de cadáveres e destroços, que foram vida e riqueza.
E o mais grave da criminosa perfídia humana é ter-se chegado há dias a um cessar-fogo que o não foi, para vermos a continuada destruição maciça de uma cidade que foi uma das mais importantes metrópoles sírias.
De um lado, a Rússia, afirma que as suas armas são muito bem-vindas aquelas paragens; do outro lado, os EUA, dizem que as suas máquinas de morte mais não fazem do que amenizar o troar dos canhões. Portanto, tudo inofensivo.
E em que ficamos? A destruição e a morte andam de mãos dadas com os vendilhões e criminosos mundiais, que enriquecem à custa de milhões de cadáveres e destroços, que foram vida e riqueza.
JA
ALEPO É O QUÊ?
O mundo anda esquisito e entretanto os donos vão fazendo as regatas
de fim-de-semana nas doces e tépidas águas da hipocrisia, nome que agora se dá
ao mar mediterrâneo.
Findo esse Pilates de caçar velas e fazerem bolinas, juntam-se
no sea club terrace, na marina de
Lampedusa. Tomam uns Dry Martini
equilibrados nos ingredientes e com a respectiva azeitona verde, e rirem-se
entre si, amenamente, sobre as suas aventuras náuticas e outras picardias.
Ultimamente têm ganho os russos, os alemães desde que vendam a
todos os seus barcos, deixam que ganhe qualquer um. Os franceses só se queixam,
gente piegas e cansativa; os ingleses continuam a achar que só eles é que sabem
velejar, os americanos metem água que não acaba.
Na segunda-feira voltam todos aos seus afazeres diplomáticos,
que é a indústria dos impasses, apesar de se odiarem e terem inveja uns dos
outros.
Com tudo isto, Alepo é um nome como outro qualquer e em qualquer
dia, sem que se espere, pode aparecer outro nome novo a soar no ouvido. Vão e
vêm sem importância nenhuma, só um nome bonito e não passa disso. Não diz nada
a ninguém por esse mundo fora a não ser ao milhão e pico de seres que a
habitam, que apesar de um milhão e pico, representam nada se forem a meças de
quantidade com os mais de sete mil milhões de habitantes do planeta.
Uma ninharia de gente que só tem vida num directo televisivo em prime time. E há gente a mais na terra,
há gente redundante a mais. Todos os seres que não conseguem, nem juntos e ao
mesmo tempo, fazer ouvir a sua dor, são redundantes.
Os Hitler e Estaline não morreram, são imortais. São figuras de
estilo, um estilo que nunca vai acabar, e alguém se importa com isso? Alguém
faz alguma coisa para mudar o mundo? Poucos, porque os outros quase todos nós,
o que queremos é uma vida boa, com uma pitada de piedade, e um fruir aditivo do
apagamento total das coisas do mundo, quando acaba o telejornal e começa a
novela da noite.
SABEDORIA E COMPETIÇÃO
O homem sábio é aquele que não se deixa governar nem quer governar os outros. Platão acrescenta que "a única moeda verdadeiramente boa e pela qual convém trocar todas as restantes, é a sabedoria". Ensinar o homem, ensinar todos os homens, eis o máximo desígnio. Émile Zola vê cada escritor "como um criador que tenta, depois de Deus, a criação de uma terra nova". Contudo, eu ouço esta gente referir-se às entradas na faculdade e só ouço falar em médias. Poucos se preocupam com a verdadeira sabedoria. Com a busca do conhecimento. Aliás, vejo pouca gente a puxar realmente pela cabeça. É só o útil. O sentido prático. A competição.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Afinal a educação...
Apesar das inaugurações, da divulgação de estatísticas, dos discursos na comunicação social o início do ano lectivo está a trazer muitas dores de cabeça a pais, professores... Afinal falta pessoal nas escolas não garantindo a segurança dos alunos nem as tarefas de apoio necessárias. A constituição das turmas falhou muitas das expectativas que este ano se esperava que o bom senso iria imperar quanto ao número de alunos por turma e a separação dos anos. Há queixas que os refeitórios abriram sem garantir refeições a todos os alunos inscritos. E afinal bastava a equipa do Ministério ter tido em atenção as várias reclamações antigas e as sugestões que pais, professores, sindicatos e estruturas ligadas à educação têm vindo a oficializar. Temos esperança que o Ministro e a sua equipa consigam rapidamente resolver estas dificuldades.
A 27 DE SETEMBRO DE 1968 - Marcelo Caetano é nomeado Chefe do Governo
A 27 de Setembro de 1968, Marcelo Caetano é nomeado Chefe do
Governo português pelo Presidente da República Américo Tomás. Manter-se-ia
nesse cargo até à tarde de dia 25 de Abril de 1974.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
A quebra do sigilo bancário
A quebra do sigilo bancário, segundo um comentarista
televisivo domingueiro, é uma autêntica devassa da vida privada das pessoas.
Logo, esse comentador de grandes palas e de estatura anã, só
fala do que lhe convém, extensivo aos seus correligionários de grupo que, em
súcia, afirmam que o dinheiro que está nos bancos vai escapulir-se em direcção
aos Panamás papers, Bahamas papers e outros iguais, paraísos infernais, para
onde todos os trafulhas e sugadores de todos os povos isso fazem,
Mais afirmou, tal palrador dominical, que o Estado Fiscal
duvida de todos nós, o que é inqualificável, disse ele.
Só lhe fazemos a seguinte pergunta: será que a polícia só
faz operações stop aos automobilistas referenciados por algum incumprimento legal?
Honestamente, responderá: claro que não! Só são apanhados os
que cometeram alguma infracção.
Então, em que ficamos e qual é a devassa no caso em apreço?
José Amaral
A mansão está à venda
O Engenheiro Geraldo completou o
curso num percurso de enormes dificuldades. Numa casa modesta cresceu e viveu,
na companhia dos pais e dos irmãos, que labutavam, sem horários, para manter
uma vida digna. Geraldo sonhou e conseguiu, após anos de trabalho honesto e poupança,
a casa dos seus sonhos. A casa enorme, com todos os requintes de bem-estar,
jardins, piscina, garagem e apartamento de apoio, é agora o lar desse sonhador
e amigo da família, pois os seus velhos pais também a habitam.
Os sonhos quando passam a realidades,
por vezes, tornam-se demasiado onerosos. A casa, que foi crismada de mansão,
com todas as modernices que a compõem, que ocupou dezenas de operários e
artistas na sua construção, tudo gente honesta a quem o Estado cobrou os
impostos e taxas, já ultrapassa o valor de um milhão de euros e paga às
autoridades um IMI brutal, ou seja uma taxa correspondente. Para manter
“saudável”, prestimosa e útil a mansão, são necessárias reparações de
manutenção e pessoal permanente nos jardins e piscina, na cozinha e na
segurança, tudo dependente do rendimento que o engenheiro aufere na empresa
donde é sócio.
O Governo, sequioso de impostos,
e porque não tem em conta o bem-estar dos cidadãos, resolveu saquear a
propriedade com uma taxa de 5%, sobre o valor estimado em 1.200.000€, de que
resulta um encargo de 60.000€ anuais, mais propriamente 5.000€ mensais. Para
fazer frente ao encargo fiscal, Geraldo despediu o jardineiro, o motorista e
reduziu os serviços externos nos contratos a que estava ligado. O encargo
social do desemprego tem agora mais dois componentes. A empresa, da qual o
engenheiro é administrador, está em dificuldade económica, devido à crise
generalizada do sector e, possivelmente, entrará em processo de falência.
Geraldo é um cidadão honesto, uma
espécie quase rara na sociedade actual, e quer vender a mansão, porque não pode
suportar os encargos com a sua manutenção. Já anunciou a venda em tudo o que é
sítio, mas dado o seu elevado preço, acrescido de IMI, mais brutal imposto
mensal de 5.000€, só um louco a compraria. Sem comprador, sobrecarregada de
impostos vencidos, e com juros e multas acrescidas, a mansão irá degradar-se e,
com o decorrer do tempo, ficará para o Estado.
PASSO A PASSO, A SELECÇÃO DE FUTSAL TEM VINDO A CUMPRIR OS SEUS OBJECTIVOS
Passo a passo, e com os pés bem assentos no chão e ao mesmo tempo com a
chamada “cabecinha”, dos verdadeiros campeões, sabendo o valor individual de
cada jogador da nossa selecção, lá temos vindo a caminhar cautelosamente, para
conquistar um honroso lugar, nesta VIII edição do Campeonato do Mundo de Futsal,
que se está a realizar na Colômbia, desde do dia 10 de Setembro e que terminará
no próximo dia 1 de Outubro. A nossa selecção, (conforme já tinha dado conta no
meu último apontamento sobre este assunto, e nunca será demais voltar a
relembrar os leitores de todo o percurso até ao momento do jogo dos
quartos-de-final frente à selecção do Azerbaijão), que ficou inserida no Grupo
A; conjuntamente com a Colômbia (país anfitrião), tendo na 1ª. jornada
conseguido um empate (1-1); na 2ª. jornada, uma goleada diante do Panamá de
(9-0) e por fim na última e 3ª jornada, de novo mais uma vitória frente ao
Uzbequistão por (5-1), acabando por sair vencedor do respectivo Grupo A, tendo
defrontado nos oitavos-de-final a Costa Rica por (4-0). Passando assim à fase
seguinte desta competição, onde irá encontra hoje domingo, nos
quartos-de-final, a selecção de Azerbaijão.
Esta é quinta participação de Portugal, no campeonato do Mundo de futsal,
depois das suas presenças na IV edição que se realizou na Guatemala mo ano de
2000, onde alcançou a medalha de bronze ao vencer a Rússia por 4-2. Na V edição
realizada em Taiwan no ano de 2004, não tendo passado da 2ª. Fase. No ano de
2008 a sua terceira participação na VI edição realizada no Brasil, não tendo
ultrapassado a 1ª. Fase. E a quarta participação no ano de 2012 na Tailândia.
Agora, nesta sua quinta participação, na Colômbia, em que a participação e
desempenho de todos os jogadores das Quinas, até ao momento, tenha vindo a ser
muito positivo, todos os desportistas e adeptos da modalidade de futsal,
aguardamos com enorme expectativa, para já, que passe este difícil
obstáculo, chamado Azerbaijão e que os comandados do seleccionador Jorge Braz,
consigam com a dedicação e empenho, que têm vindo a demonstrar até ao momento ao
longo desta competição, tendo chegado para já até aos quartos-de-final, e
que consigam uma boa classificação neste campeonato do Mundo de Futsal edição
de 2016, melhor do que na edição da Guatemala em 2000, onde Portugal alcançou a
medalha de bronze.
Assim esperam todos os portugueses.
*******************
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E, na realidade, valeu a pena ter estado acordado até esta hora, 01h45, do início
da madrugada desta segunda-feira dia 26 de Setembro de 2016, para assistir
através do canal da RTP 1, ao jogo dos quartos-de-final desta competição, entre
o Azerbaijão-Portugal, jogo realizado no Coliseo El Pueblo em Cáli, Valle del
Cauca, com a vitória de Portugal por 3-2, de uma equipa mais esclarecedora e mais
bem organizada, passando assim a selecção das Quinas à meia-final, defrontando
no próximo dia 28 de Setembro, no mesmo pavilhão a selecção da Argentina. Como
escrevi no início deste apontamento, a selecção portuguesa, tem vindo passo a
passo a cumprir os seus objectivos, que é a melhor classificação possível, “quiçá”
pelo menos a igualar a medalha de bronze alcançada no ano de 2000 na Guatemala.
Vamos a aguardar. Até ao final desta competição, podemos esperar tudo, mas o melhor será esperar pelo desenrolar dos últimos dois jogos que ainda faltam...para sabermos qual é o prémio que calha a nossa selecção.
(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal RECORD de 27 de Setembro de 2016)
(Texto-opinião, publicado na edição Nrº. 46048 do Diário de Notícias da Madeira de 30 de Setem-(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal RECORD de 27 de Setembro de 2016)
bro de 2016)
domingo, 25 de setembro de 2016
QUE A SELECÇÃO DE PORTUGAL, OBTENHA NA COLÔMBIA, A MELHOR CLASSIFICAÇÃO DE SEMPRE NO MUNDIAL DE FUTSAL
Nesta VIII edição do Campeonato do Mundo de Futsal, que se está a realizar na Colômbia, desde do dia 10 de Setembro e que terminará no próximo dia 1 de Outubro, a selecção nacional de Portugal, que ficou inserida no Grupo A; conjuntamente com a Colômbia (país anfitrião), tendo na 1ª. jornada conseguido um empate (1-1); na 2ª. jornada, uma goleada diante do Panamá de (9-0) e por fim na última e 3ª jornada, de novo mais uma vitória frente ao Uzbequistão por (5-1), acabando por sair vencedor do respectivo Grupo A, tendo defrontado nos oitavos-de-final a Costa Rica por (4-0). Passando assim à fase seguinte desta competição, onde irá encontra hoje domingo, nos quartos-de-final, a selecção de Azerbaijão.
Esta é quinta participação de Portugal, no campeonato do Mundo de futsal, depois das suas presenças na IV edição que se realizou na Guatemala mo ano de 2000, onde alcançou a medalha de bronze ao vencer a Rússia por 4-2. Na V edição realizada em Taiwan no ano de 2004, não tendo passado da 2ª. Fase. No ano de 2008 a sua terceira participação na VI edição realizada no Brasil, não tendo ultrapassado a 1ª. Fase. E a quarta participação no ano de 2012 na Tailâ
Agora, nesta sua quinta participação, na Colômbia, em que a participação e desempenho de todos os jogadores das Quinas, até ao momento, tenha vindo a ser muito positivo, todos os desportistas e adeptos da modalidade de futsal, aguardamos com enorme expectativa, para já, que passe este difícil obstáculo, chamado Azerbaijão e que os comandados do seleccionador Jorge Braz, consigam com a dedicação e empenho, que têm vindo a demonstrar até ao momento ao longo desta competição, tendo chegado para já até aos quartos-de-final, e que consigam uma boa classificação neste campeonato do Mundo de Futsal edição de 2016, melhor do que na edição da Guatemala em 2000, onde Portugal alcançou a medalha de bronze.
Assim esperam todos os portugueses.
MÁRIO DA SILVA JESUS
POESIA DE CHOQUE
Hoje regresso à Poesia de Choque. Presentemente encontro-me a beber cerveja e a ler "Música para Água Ardente" de Charles Bukowski em pleno Candelabro. Uma mulher escreve à minha frente. Atende o telemóvel. Vai embora. O Candelabro está quase às moscas. Em frente, uma farmácia. Entra uma miúda estrangeira. Prova vinho tinto. A velhota espreita à porta. Acabou o Verão, como dizia o meu pai. No Facebook há alguns gajos que me irritam. E bebo. Sobretudo bebo. O álcool alimenta-me, dá-me forças. Aqui no Candelabro sempre me dão umas cervejas de borla. Malta porreira. Mesmo que não se passe nada de relevante. Bom, agora começam a aparecer umas miúdas jeitosas. Umas miúdas que me fazem escrever. O poeta do anarquismo, da boémia e das mulheres. O poeta em silêncio. O poeta doido. O poeta há tantos anos por aqui. No entanto, as pessoas parecem mais distantes. Não se aproximam. Não entram em contacto. Fecham-se em grupos ou isolam-se. Não há comunicação. Há uns anos não era assim. Havia mais espontaneidade. Agora tudo parece mais frio. Os contactos são fugazes. Há muito pouca fraternidade. Há medo até, não sei. Esquizofrenia. As pessoas têm medo umas das outras. Não arriscam. Não se insinuam. Há demasiado artificialismo. Demasiado produtivismo. Dionisos é afastado. A vida está podre. Não morde.
A 25 DE SETEMBRO DE 1952 – Realizou-se em Lisboa duas reuniões internacionais
A 25 de Setembro de 1952, têm inicio, em Lisboa, na Sala
da Biblioteca do SNI – Secretariado Nacional da Informação, com a presença de
todos os delegados da Comissão Regional da Europa da Organização Mundial de
Saúde, a II Reunião daquele Organismo. Simultaneamente no Salão Nobre do
Instituto Nacional de Estatística. Começam os trabalhos do 8.º Congresso do
Instituto Internacional de Finanças Públicas.
Controlados pelo Governo do Estado Novo, os diversos
jornais da época aproveitaram estas duas reuniões internacionais para fazer
passar, juntos dos leitores, a imagem de que a escolha do nosso País para a
realização destes encontros constituía “uma das mais expressivas provas do prestígio
de Portugal no Mundo”. Note-se que uma das reuniões se realizou no Palácio Foz,
onde se encontrava instalado o SNI, órgão responsável pela propaganda política
de António de Oliveira Salazar.
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