quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ORIGEM E EVOLUÇÃO DO HOMEM

     

     Outrora, alimentava-se a ilusão de que a Terra fosse o centro do sistema planetário. Copérnico e outros astrônomos provaram o contrário, demonstrando que nosso planeta é apenas um corpúsculo, como tantos outros, a girar em torno de um dos bilhões de sóis de nossa galáxia. Era o fim do geocentrismo tão adorado pelos terráqueos orgulhosos e fanaticamente defendido pelo Tribunal da Inquisição, que perseguia tenazmente os novos pensadores, com os mais infames processos.

     Nos meados do século 19, a ciência, através de Charles Darwin, revelou que o corpo do homem descende do macaco. Foi outro grande golpe no orgulho humano. Se o “santo” ofício inquisitorial ainda estivesse vigorando, certamente o cientista britânico teria sido condenado à fogueira.

     Mais tarde, é um religioso e antropólogo  francês, o padre jesuíta Pierre Treilhard de Chardin, falecido em 1955, que vem confirmar a revelação de Darwin, ao descobrir, em escavações próximas a Pequim, um esqueleto humano – o “Sinanthropus” (ou Homo Pekinensis) – que ficou considerado como elo de ligação entre os primatas e o corpo humano.

     Segundo Chardin, em seu livro “O Fenômeno Humano” duramente combatido pelos teólogos de todas as igrejas cristãs, o homem inicia na matéria bruta (hilosfera), passa ao estágio vital (biosfera), atinge a etapa da inteligência (noosfera) e culmina no ápice da razão (logosfera), que é o encontro com sua essência espiritual.

     Antes disso, outro insigne pensador francês, Leon Denis, discípulo de Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, autor de “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, já havia proclamado, em palavras poéticas que o “ser dormita nas pedras, respira nos vegetais, sonha no animal e raciocina no homem”.

     De acordo com a visão espírita, o ser primitivamente simples e ignorante criado por Deus, mas com toda a potencialidade evolutiva, é o espírito, o sopro divino, que estagia na rigidez de um corpo mineral; experimenta a sensibilidade na vestimenta de estrutura vegetal; movimenta-se na forma animal e desperta-se, intelectualmente, na indumentária hominal.

     O emérito filósofo brasileiro e cientista Huberto Rohden, de quem tive a honra de ser aluno, falecido em 1981, que se tornou um livre pensador cristão depois de haver deixado a batina de religioso jesuíta e sacerdote secular, com formação nos mais avançados centros culturais da Europa, onde conviveu com o sábio cientista jesuíta Aluísio Gatterer e, mais tarde, nos Estados Unidos, com Alberto Einstein, esclarece que criação é início e evolução é continuação; daí o seu entendimento exposto no livro póstumo “Experiência Cósmica”, de que “não houve descontinuidade entre o último elo da cadeia animal e o primeiro elo da cadeia hominal” na corrente existencial; e, assim sendo, o corpo que revestiu o ser criado por Deus se formou e evoluiu no seio da natureza, sem qualquer componente extraordinário ou sobrenatural.

     Para o professor Rohden, o ser humano veio através do animal, não do animal sem se confundir com este, tal como a água flui dentro do cano, mas não é cano e tampouco é causada por este, porquanto sua origem é a fonte.

     Não se pode, pois, confundir corpo com espírito. Este último é um ser, e aquele, um ter. Em outras palavras somos um espírito e temos um corpo. Este é um veículo pelo qual aquele se manifesta. Eis aqui a resposta adequada para a antiga indagação da filosofia espiritualista do Oriente – “O que sou eu? – transposta para a filosofia ocidental na sentença de Sócrates —“Conheça-te a ti mesmo”.

     A conhecida história da criação do homem, conforme a Gênese de Moisés no antigo testamento da Bíblia, é uma bela alegoria e por isso não pode ser interpretada ao pé da letra, a ponto de entender que o corpo humano tenha sido fruto de uma formação especial, afastada do encadeamento natural das coisas.

     O símbolo que ali se vê—a criação do homem por força do sopro de Deus no pó da terra — significa que o princípio criador, ao introduzir o espírito (sopro) na matéria (pó) fez surgir o homem após um longo processo evolutivo, e da essência vital do homem, simbolizada na “costela”, criou-se a mulher.    

     Não houve, jamais, uma criação extraordinária do organismo humano. Este veio do pó da terra (mineral, vegetal, animal), no qual Deus lançou, à sua imagem e semelhança, a semente criadora do ser (o sopro divino), que vai aperfeiçoando, infinitamente, pelos séculos e milênios em sucessivas manifestações existenciais.

     Não vale o argumento de que, se assim fosse, os animais já teriam desaparecido, porquanto já haveriam todos se tornado homens. Ora, é preciso compreender que a Terra é um planeta de pequena evolução moral e intelectual, daí a existência de muito espírito pouco evolvido a transitar pelos animais, que, por enquanto, são necessários para auxiliar a humanidade rude e orgulhosa, que, lamentavelmente, além de maltratá-los e lhes explorar o suor, ainda continua comendo sua carne, após matá-los cruelmente. Aliás, isso não deve causar espanto, pois, até pouco tempo, os nossos irmãos negros eram considerados sem almas e submetidos a uma bárbara escravidão.

     Concluindo, é de se reconhecer que o preconceito e sobretudo o orgulho humano tantas vezes ferido pelas revelações científicas movem alguns setores religiosos e um grande número de pessoas no sentido errado da rejeição da verdade da evolução das formas corpóreas, como também, talvez um dia irão conduzi-los à não aceitação da existência de outras humanidades mais desenvolvidas que a nossa, noutros planetas, quando a própria ciência revelar tal realidade, afrontando a ilusória crendice de que homem da Terra seja o único ser inteligente do Universo.   Os grandes sábios e o próprio Cristo nunca duvidaram da existência de outras humanidades. “No reino de meu Pai há muitas moradas”.

     Tenhamos, portanto, olhos para ver e ouvidos para escutar. Ao contrário, ficamos na situação do sapo que morava num poço, o único por ele conhecido e ao ver outro sapo que ali chegou falando da grandeza do mar, chamou-o de mentiroso, dizendo não existir mais água do que aquelas da cisterna. Essa fábula está no livro de Huberto Rohden — “De Alma para Alma”.

     Transcrevo aqui um sonetinho publicado no meu livro de poemas “Crepúsculo Vivo” — com versos de seis sílabas bem rimados nos tercetos e, em branco, ou com rimas  toantes nas quadras.

No insondável abismo

do amor universal,

o senhor do universo,

criando sem cessar,

 

derrama pelo espaço

em multicoloridas

formas elementais

os átomos da vida.

 

Pedra... Planta... Animal...

Homem e anjo imortal

na aura de um serafim.

 

Eis a grande escalada

na eterna caminhada

em busca do sem fim

Precavidos

 

Ena, tanto “folhelho”!...

 

 

Não sei se foi só porque não tiveram tempo de o gastar, ou se foi mesmo o começo de uma tendência, mas a verdade é que os números desmentem que os portugueses não são poupadores, como durante muito tempo se propagou, embora seja verdade que há-de haver de tudo, e seja preciso descontar o efeito perverso que isso teve na economia em geral; é que 188 mil milhões de euros é mesmo muito dinheiro, que a distribuír pelo mítico número de 10 milhões de portugueses dá muito cacau, mesmo que seja preciso separar os que realmente comem a galinha dos que só lhe vêem os ossos .

 

Transcrevo do JN: “O ano 2020 foi de crise, mas para muitas famílias foi também um ano para poupar; os depósitos bancários e os certificados de aforro e do tesouro engordaram para valores máximos, embora seja preciso destacar o efeito das moratórias de crédito; ao não pagarem as prestações, as famílias ficaram com esse dinheiro nas suas contas, engrossando o volume global dos depósitos”...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

A RTP faz serviço público? Como disse?


Através das entrevistas que a RTP1/3 fizeram às/aos candidatas/os 
presidenciais a mediocridade do entrevistador foi patente: Usou 
(e abusou) de dualidade de critério. Teve uma vincada agressividade
para com Marisa Matias, Ana Gomes e João Ferreira. Este, o mais bem
preparado, quase não teve oportunidade de completar o seu raciocínio
descritivo. O entrevistador roçou a inconveniência ao interromper abrupta
e constantemente as tentativas de resposta de Marisa, Ana e Ferreira... 
Com o candidato, Marcelo Rebelo de Sousa foi um doce... alterou do dia
para a noite o, até então, registo(!). Deixou-o falar até espraiar...
Esta reverência do jornalista fica-lhe mal. Já não basta este
candidato estar permanentemente em campanha eleitoral através 
da televisão... Por culpa do pivot, o debate político, as ideias e as propostas
para o país (quase) estiveram afastadas, em detrimento dos casos
mediáticos. A soma destas quatro candidaturas perfaz duas horas
de emissão em horário nobre e, arrisco em dizer que, nem meia hora
foi aproveitada para se apostar no foco: Como resolver a gravíssima
situação pandémica, social, política, económica e cultural que atravessamos.
Também por tudo isto, a abstenção atingirá um novo recorde...
Com Marcelo, a RTP1/3 não fez serviço público, prestou um competente
serviço à candidatura da direita. «Bravo»!

                                                         Vítor Colaço Santos 

Estúpida rivalidade

 

Que raio de coisa!...

 

 

Mais um inquérito rigoroso e urgente, como é costume ouvir-se nestes casos, para esclarecer uma situação que nunca deveria acontecer, que é uma estúpida rivalidade entre forças policiais; li no JN que a PSP de Évora bloqueou uma viatura escoltada pela GNR, que transportava vacinas contra a covid com destino a vários hospitais, porque estes militares não têm "jurisdição" para actuar nos meios urbanos, e este é apenas mais um episódio caricato dos vários que, com frequência e nas mais diversas situações, a Comunicação Social costuma relatar.

 

Ora isto, à vista do cidadão comum, não tem ponta por onde se lhe pegue, além de que transmite à gente a triste imagem de descabidos “ciumes” em que se envolvem vezes de mais aquelas polícias, tanto mais que, no caso concreto agora vindo a público, aos militares da guarda tinha sido confiada uma tarefa bem definida, que nada tinha a ver com policiamento urbano; que o ministro chame os respectivos comandos e ponha de uma vez por todas termo às tristes cenas é o mínimo que se espera...

 

 

Amândio G. Martins

AMAR A TODOS, SEM DISTINÇÃO

 Nada mudou. Continuamos sentados e encantados a olhar as mulheres no café. No entanto, este mundo não deixa de ser um imenso negócio que se está marimbando para todos nós. O dinheiro é um verdadeiro Espírito Santo, mais precioso do que o sangue. Como Céline, receio sentir-me vazio, não ter qualquer razão para existir. Já me senti bem próximo de nem sequer existir. Quando me deixam de falar das coisas próximas afundo-me no tédio, na catástrofe da alma. Por vezes, as distracções, e só elas, conseguem impedir-nos de morrer. Passo por isso nas minhas grandes depressões. Agora, felizmente, estou vivo e confiante. Pronto para o combate. Ainda que os controleiros e os vendilhões nos digam que não estamos cá para pensar, mas para executar os movimentos ordenados, ainda que rejeitem as imaginações férteis e nos queiram converter em chimpanzés, ainda que digam que há quem pense por nós, não aceitemos.

A verdadeira juventude, a única, é amar a todos, sem distinção. Só isso é verdadeiro, só isso é jovem e novo.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A PRESENÇA DE ESPERANÇA EM 2021: CONTRASTA COM A AUSÊNCIA DE SAUDADE DE 2020

UMA MENSAGEM  PARA ESTE FENOMENAL GRUPO PORTUGUÊS QUE ACOLHEU ESTE BRASILEIRO (GOIANO), QUE GOSTA DE “TIRAR UM DEDO DE PROSA”, COMO SE DIZ NO BRASIL. ESTENDO  ESTA MODESTA MENSAGEM  A TODOS OUTROS GRUPOS QUE TENHO A HONRA DE PARTICIPAR.     

 

no centenário de BERNARDO SANTARENO

O escritor e dramaturgo Bernardo Santareno, pseudónimo literário do médico António Martinho do Rosário, nasceu a 19 de Novembro de 1920, em Santarém e morreu a 29 de Agosto de 1980, em Lisboa. A sua obra literária ficou marcada pela experiência que viveu, como médico, em duas campanhas, nos navios da frota bacalhoeira. Dessa vivência entre pescadores, resultaria a temática duma das suas obras mais importantes, «O Lugre» e também «Nos Mares do Fim do Mundo». Foi com o 25 de Abril de 1974 e com a liberdade de expressão alcançada, que Bernardo Santareno se viu livre da censura e proibições do fascismo, expressando na sua escrita abertamente a luta por uma sociedade mais justa. As suas peças teatrais são de conteúdo claramente político e de preocupação e intervenção social, como em «O Judeu», «O Inferno», «A Traição do Padre Martinho», «A Promessa», «O Crime da Aldeia Velha». No entanto essa característica apareceu muito mais vincada após o 25 de Abril, nas suas obras «Os Marginais e a Revolução», «Três Quadros de Revista», «Português, Escritor, 45 Anos de Idade» e na sua última peça «O Punho», concluída no ano do seu falecimento (1980). Foram organizadas Comemorações Nacionais do Centenário de Bernardo Santareno, com patrocínios da Presidência da República, Assembleia da República, Governo (embora o Ministério da Cultura se tenha limitado a atribuir um subsídio de 5 mil euros!) e outras entidades e personalidades. Comemorações coordenadas por Fernanda Lapa, directora artística da Escola de Mulheres (falecida em Agosto de 2020), com várias actividades programadas para 2020 e 2021 e que naturalmente não deixaram de ser afectafas pela pandemia. O PCP no dia 19 de Novembro, promoveu em Lisboa, no seu Centro de Trabalho Vitória, uma sessão pública comemorativa do centenário. Lamentavelmente os responsáveis pela programação dos nossos teatros nacionais, têm estado desinteressados das peças do grande dramaturgo português que foi Bernardo Santareno. A sua última peça «O Punho», que aborda o tema da reforma agrária, só 40 anos depois conhece a sua primeira representação, no ano do centenário de Bernardo Santareno, através da Escola de Mulheres – Oficina de Teatro Clube Estefânia, em Lisboa, que a estreou recentemente, no último trabalho de encenação de Fernanda Lapa.

A China é... "exemplar"!

 A China reduziu a idade mínima de responsabilidade criminal ( isso mesmo!) para 12 anos! Já era de uns " adultissimos" 14 anos mas era um "elevado" limite etário para os "chinocas" de m.... Fico a saber que tenho dois netos a seis meses de serem, se lá vivessem, dois eventuais criminosos.... Bravo!

Fernando Cardoso Rodrigues 

Na TAP afinal há dinheiro...

 

Nas empresas por onde passei, como trabalhador da base,
as reestruturações implicaram sempre perdas salariais e
despedimentos para os funcionários a par de grossas 
vantagens para as administrações.
Para não fugir a esta iníqua e decadente regra, na TAP ocorre
o mesmo. Em nome duma reestruturação, largas centenas de
trabalhadores serão despedidos, (mais outro tanto de mão-de-obra
indirecta), enquanto o seu CEO viu o vencimento ser (quase) duplicado(!),
com a generosa agravante desta alteração ter efeitos retroactivos
desde meados de Setembro. Despedem-se e reduzem-se salários aos
demais funcionários da empresa porque é preciso ''reduzir custos'', já
que não há dinheiro... Mentira!, afinal há dinheiro para um aumento 
pornográfico de quase 17,500 euros mensais para o referido e uma 
executiva da TAP passará dum ordenado de 14 mil para 25 mil euros(!).
O Estado (leia-se governo) injecta milhões e milhões de euros na empresa,
permitindo e até dando aval a esta vergonhosa e revoltante contradição.
Este não é um governo - é uma lástima de desgoverno!

Vítor Colaço Santos 

Retrocesso

 

Um ministério para deseducar...

 

 

Haver um país europeu, ainda por cima pertencendo à comunidade dos 27, com um ministro da Educação que pretende acabar com todos os avanços positivos que a Europa e parte do mundo já em larga medida conseguiu -  e a que ele chama decadência e depravação - devia ser razão suficiente para colocá-lo no “index”, passe a expressão deslocada; mas a Polónia parece estar-se borrifando para isso, não demonstrando nenhum receio do opróbrio do mundo civilizado, porque o que tem verificado é que todas as ameaças de penalizações não passam de “bla bla bla”.

 

Assim, só olham para a União Europeia para receber benefícios materiais, que os valores que a Europa representa não os representa a eles; afirmando sem papas na língua que os seus planos são para o bem dos polacos, Czarnek, assim se chama a figura, não “passa cartão” à comunidade académica – que o classifica como xenófobo, homofóbico e fundamentalista religioso -  que lhe desmascara bujardas como esta: “Devemos deixar de ouvir essa idiotice sobre os chamados direitos humanos ou a chamada igualdade”!

 

 

Amândio G. Martins

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

ENQUANTO ISTO LÁ NO NORTE DAS AMÉRICAS

 

      O cartunista Jorge Braga em sua charge publicada hoje (28/12/2020), no jornal “O Popular” de Goiânia, Goiás, Brasil, espelhando fielmente a atual situação política dos Estados Unidos da América.


ODE A JIM MORRISON

 Jim. Tu és a palavra certa. A pedra exacta. E eu devo mandar foder tudo. Como tu, aos 27, em Paris. E é só rock n' roll e a gente gosta. E é só cacau e a gente gasta.

Merda para as convenções e para os patrões! Merda para o equilíbrio, para a rotina, para a normalidade. Liberdade! Liberdade cor de mulher. Jim. Rimbaud. Rock is not dead. Até podem fazer macaquices na electrónica, provocar-me, ameaçar-me, internarem-me num hospício, porem a polícia atrás de mim. Eu não cedo. Eu não vou morrer. Eu vou abusar sempre, António. Em busca do ritmo, da tribo, do palco. Eu nunca vou acabar. Eu sou o caos e a harmonia. A luz e as trevas. O rock e o roll.
Eu sou a merda que faço, a merda que me fazem. A estrela e o eclipse. A morte e a celebração. A ausência e a presença. O whisky e a cerveja. A união.
Eu sou a noite que alucina, o dia que principia. Eu sou esse rapaz que traz a guerra e a paz...que faz a merda e o ouro...que parte o corpo e o copo...que leva o soco e dá a cara...que se mascara de santo...que sobe no canto...
Venho de anjos loucos, de reis malditos...maldição em directo...fama...alma...palco...imagem...televisão...
E depois acabar como um mendigo, como um Cristo Ébrio aos pontapés pela rua...atrás da lua, enamorado dela...ninfa do mar nas rochas...iluminações...velas...tochas...andores...amores...flores...cores...coros celestiais...por mim dentro.

Bestas ao quadrado

 

Escasseiam as palavras para tamanha vileza!...

 

 

Xenofobia e racismo numa instituição de ensino superior prestigiada, como é a Universidade do Porto, parecia-me a última coisa que se poderia esperar; infelizmente, desde há tempos para cá, são frequentes os episódios canalhas, como agora mais uma vez os descreve o JN, deixando a ideia de que o pseudo-macho português não suporta que as lindas brasileiras que aí estudam o metam na ordem, quando se lhes dirige com a cabeça cheia de bosta, como se deduz de uma das muitas mensagens inaceitáveis postadas no “Instagram”: “Antes, as brasileiras da FEUP eram um regalo para os olhos; agora são uma cambada de feministas que querem pénis português e não o admitem” !

 

Parece que, finalmente, a Reitoria se mexe e o assunto já está no MP, porque não basta o reitor dizer que “são crimes públicos lamentáveis, sem cabimento na academia, que condenamos com veemência”; assim como também é intolerável que haja professores no grupo animalesco, que até diminuem as notas a quem escrever em “brasileiro”, uma prática claramente danosa, mas que o sindicato respectivo desvaloriza, escudando-se no facto de não ter queixas oficiais...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 27 de dezembro de 2020

O homem, o rapaz, e o burro, as cassandras e as vacinas

 

Se o homem ia a cavalo e o rapaz a pé, uns diziam: vergonha.
Vergonha diziam outros se o rapaz ia a cavalo e o homem a pé.
Pior disseram quando o homem e o rapaz montaram os dois no burro.
Lembrei-me desta história a propósito das vacinas 
Ainda nem sequer elas estavam aprovadas e já as cassandras (comentadores) vaticinavam o caos.
Vi até um comentador (Lobo Xavier) que estava agastado, por ter de ir para  o centro de saúde misturar-se com a plebe.
Perguntava ele porque não punham já as vacinas na farmácia? 
A esta sei eu responder; se pusessem as vacinas nas farmácias a prioridade não ia ser a faixa etária, mas sim a faixa EURÀRIA 
Mais depressa chegava a vacina aos netos de Lobo Xavier do que aos avós dos meus netos.
Que o governo faça o que tem a fazer e deixe de ouvir as cassandras tal como na história do burro. o homem fez.

Quintino Silva 

Tino de Rans fora dos debates!

 Soube há momentos que a RTP, SIC e TVI, por critérios que ainda desconheço, excluiram o cidadão e candidato à Presidência da República, Vitorino Silva ( mais conhecido por Tino de Rans), dos debates televisivos que antecedem a eleição para aquele cargo. Lamentável e nada democrático!

Fernando Cardoso Rodrigues

Trindade Coelho

 

Parábola dos Sete Vimes...

 

 

“Era uma vez um pai que tinha sete filhos. Quando estava para morrer, chamou-os todos sete e disse-lhes assim:

Filhos, já sei que não posso durar muito; mas antes de morrer, quero que cada um de vós me vá buscar um vime seco e mo traga aqui.

-Eu também ? – perguntou o mais pequeno, que só tinha quatro anos. O mais velho tinha vinte e cinco, e era o rapaz mais valente da freguesia.

-Tu também – respondeu o pai ao mais pequeno.

Saíram os sete filhos e daí a pouco voltaram, trazendo cada um seu vime seco.

O pai pegou no vime que trouxe o filho mais velho e entregou-o ao mais novinho, dizendo-lhe:

-Parte este vime.

O pequeno partiu o vime, e não lhe custou nada a partir.

Depois o pai entregou outro vime ao mesmo filho mais novo, e disse-lhe:

-Agora parte também esse.

O pequeno partiu-o; e partiu, um a um, todos os outros. Partido o último, o pai disse outra vez aos filhos.

-Agora ide por outro vime e trazei-mo. Os filhos tornaram a saír, e daí a pouco estavam outra vez ao pé do pai, cada um com o seu vime.

-Agora dai-mos cá – disse o pai. E dos vimes todos fez um feixe, atando-os com um vincelho. E voltando-se para o filho mais velho, disse-lhe assim:

-Toma este feixe, e parte-o!

O filho empregou quanta força tinha, mas não foi capaz de partir o feixe.

-Não podes? – perguntou ele ao filho.

-Não, meu pai, não posso.

-E algum de vós será capaz de o partir? Experimentai.

E não foi nenhum capaz de o partir, nem todos juntos.

O pai disse-lhes então:

Meus filhos, o mais pequenino de vós partiu sem lhe custar nada todos os vimes, enquanto os partiu um por um, e o mais velho de vós não pôde pertí-los todos juntos; nem vós, todos juntos, fostes capazes de partir o feixe. Pois bem, lembrai-vos disto e do que vos vou dizer: enquanto vós todos estiverdes unidos, como irmãos que sois, ninguém zombará de vós, nem vos fará mal. Mas logo que vos separeis, facilmente sereis vencidos.

Acabou de dizer isto e morreu – e os filhos foram muito felizes, porque viveram sempre em boa irmandade, ajudando-se uns aos outros; e como não houve forças que os desunissem, também não houve forças que os vencessem”.

 

 

Transcrito por Amândio G. Martins