domingo, 31 de janeiro de 2021

ABANDONEI O REBANHO

 Eu era um rapaz puro, tímido. Aos 17 anos libertei-me. Aos 19, li, pela primeira vez, o "Assim Falava Zaratustra" de Nietzsche e isso deu-me a volta à cabeça, juntamente com o Jim Morrison e os Doors e com o "Apocalypse Now" do Coppola, que já vinham de trás. Tudo quanto era economia, finança, números, dinheiro, vida burguesa, capitalismo, vida "normal", foi posto em causa. Tornei-me outro, apesar das patadas, apesar das depressões. E hoje, aos 52 anos, continuo a dizer que não entro em rebanhos, que não entro na viagem em que os vejo embarcados, que, acima de tudo, prezo o amor e a liberdade. Por outro lado, vejo a vida como um experimento permanente, amo o gozo, a criação e a sabedoria e não suporto as lavagens ao cérebro nem a imbecilidade.

Belos gestores


Até prova em contrário, é necessário adquirir-se imunidade de grupo ao novo coronavírus, para a qual só existem duas maneiras: pela vacinação, ou pela contaminação natural. Esta última tem o inconveniente de, em grande parte dos casos, exigir demorados cuidados médicos, o que pode levar à ruptura do SNS. Há que dar, então, prioridade absoluta à vacinação.
Adivinhava-se que, não havendo com a prontidão desejável as doses necessárias, se assistisse à erupção de tensões entre pessoas, grupos, e até países ou regiões. Portugal beneficia de pertencer à UE, um bloco poderoso, o que lhe confere vantagens nas negociações para a aquisição das vacinas.
Mas a UE dissipa alegremente a sua capacidade negocial. Dominada pelos eternos tecnocratas da finança, com um olho na vacina e o outro no défice, acabou por descurar aquilo que parecia fundamental desde que o problema apareceu: o tempo. Enredada nas suas intrincáveis burocracias, demorou mais meses que os outros (UK, EUA, Israel) a chegar a acordos que, analisados à lupa, não lhe dão grande força executória. Pior, fartou-se de marralhar no preço, e até conseguiu metade que alguns outros. Agora, aflita, tem um preço fabuloso… mas não tem mercadoria! Só não sei a quem devemos endereçar os parabéns por tão eficaz gestão.

Público - 01.02.2021

Das palavras estéreis

 

Desacreditando a demagogia

 

 

Nada logramos por passe de magia

Que a vida plena não é nada assim

Mas a labuta permanente e sem fim

A desacreditar a demagogia.

 

Recusa televisão que atrofia

E discurso de político ruím

Não te deixes usar como trampolim

Nem ser comparado a mercadoria.

 

Não creias no que venha de bandeja

Em poeta aguerrido que troveja

Mas não compreende a alma da gente;

 

Das perlengas ao balcão do botequim

Não brotarão flores em nenhum jardim

Nem germinará nenhuma semente!...

 

 

Amândio G. Martins

sábado, 30 de janeiro de 2021

Porque tiveram de ir 3 doentes para a Madeira?


Então não haveria por aí um hospital privado para os receber?
Haver havia, só que os hospitais privados têm boas instalações, bons equipamentos, mas têm poucos médicos.
A maioria do serviço nos hospitais privados é feita por médicos reformados,médicos desenfiados e folgados do SNS e também por independentes avençados.
Qualquer hospital privado só se pode comprometer com serviços que possam ser feitos pelos profissionais que pertencem aos seus quadros.
Não podem, nem devem pedir aos reformados que fiquem agora 24 horas a tratar de doentes covide,
Não podem agora contar com os médicos desenfiados que conseguiam estar em dois hospitais ao mesmo tempo.
Também não podem contar agora com médicos que o bastonário dizia estarem exaustos, mas ainda tinham força para ir para a clínica privada depois da exaustão.

Muito menos podem contar com os independentes avençados que além dos seus consultórios têm compromissos variados.

Quintino Silva 

Rescaldo das presidenciais

 

Os candidatos presidenciais que se apresentaram às 
eleições, à excepção de Marcelo R. de Sousa, nunca 
tiveram tanta visibilidade mediática como este. Nem 
por sombras... Na primeira eleição já tinha «sido eleito»! 
Nunca lhe dei aval e assim nunca foi nem é o meu presidente. 
A dita direita democrática está em apuros e o CDS em 
auto-implosão. O populismo «bom» de Marcelo vai balizar 
André Ventura... Como exemplo, nos EUA, o «bom» populismo 
de Obama ajudou a surgir o inqualificável, Donald Trump. 
O governo e o PS vão continuar a apoiar o reeleito presidente,
mas este vai-lhes apertar o cerco, ao dizer que quer uma 
alternativa consistente à situação política actual... para pôr o seu 
PSD no arco da velha governação. Marcelo é o representante 
máximo do falido e gasto bloco central de interesses...
   A esquerda perde porque não apresentou programa prospectivo 
e virou-se para a social democracia. A Constituição não pode 
nem deve servir como base de sustentação duma candidatura 
política. O preparado e informado, João Ferreira usou e 'abusou' da
Constituição da República Portuguesa ao sustentar-se (só) nesta para
dar vida à sua candidatura. 
   O sucesso, desde há muito, de André Ventura e do Chega tem 
significativamente que ver com a exagerada cobertura que lhe 
foi dada pela comunicação social. O tempo de antena e a 
cobertura na imprensa foi incomparavelmente maior, em 
comparação com o BE e o PCP com muito maior número de deputados...
   Não esqueçamos: Foi o PSD e Passos Coelho que pariram Ventura!

Vítor Colaço Santos 
   

ARTAUD

 De acordo com Antonin Artaud, a revolução comunista ignora o mundo interior do pensamento. O materialismo de Marx e Lenine ignora a poética do pensamento. De facto, exclusivamente preocupados com questões políticas, sociais e económicas, os revolucionários esquecem o mais íntimo de nós. Ora, o conhecimento poético é interno. A poesia é aquela força mágica interna que fornece um caminho à vida, permitindo agir sobre ela. Exige-se, pois, uma revolução total.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

DENZEL WASHINGTON


Como ator, tem lugar assegurado no Top-10 da História do Cinema (a opinião é minha, claro). Mesmo que ainda lhe falte a fase da veterania, que, quase sempre, acrescenta ainda mais qualidade.

Em VEDAÇÕES (Fences, no original), para além de ator, é realizador. De destacar também a atuação magistral de VIOLA DAVIS como atriz secundária.

Para ver, ou rever, hoje no Fox-Life às 22,20h. Uma boa ajuda para contrariar os malefícios provenientes da "confinagem".


José Valdigem

O JUÍZO FINAL

 Estranhas mensagens tenho recebido. Será para me assustar? Não conseguem. Estou forte. Estou convicto. Acredito mesmo que esta merda vai rebentar. Apesar da obediência. Apesar do controle. O caos está instalado. O mundo arde. A música arde. Led Zeppelin, "Dazed and Confused". Os poderes tremem. Mesmo os cães dos computadores. É o Apocalipse. O Juízo Final. Jesus está aqui. Deus está aqui. Vai salvar os justos.

O CHE E O HOMEM NOVO

 Para Ernesto Che Guevara, a tarefa suprema e última da revolução é criar um homem novo, um homem comunista, a negação dialéctica do indivíduo da sociedade capitalista, transformado em homem-mercadoria alienado e em homem lobo do homem. Como na sociedade mercantil reina a lei da selva, só o fracasso de uns permite o sucesso de outros.

De acordo com o Che, a sociedade no seu todo deve tornar-se uma escola gigantesca onde impere a auto-educação das populações. Os grandes problemas da Humanidade devem ser considerados problemas pessoais. Daí o internacionalismo. O amor pela Humanidade de Che Guevara não corresponde ao amor do cristianismo. Admite o recurso à luta armada e ao destruir para construir de Bakunine. Não podemos dar a outra face aos cães do capitalismo, do fascismo, do controle e dos computadores. A liberdade implica a abolição da "livre concorrência", da competição e de todas as formas de alienação.

NA LUZ

 É madrugada. A mente voltou a abrir-se. Sem recurso a drogas nem álcool. E ainda há 3 dias me sentia deprimido. O cérebro humano é realmente qualquer coisa de extraordinário. Agora estou na luz. Crio. Não sou sequer racional. Deliro. Alucino. Deus e Satã escrevem por mim. Não tenho historiazecas de meia-tigela para contar. Não sou convidado para conferências ou vídeo-conferências. Sou mesmo maldito. Não parece mas sou. Agora cavalgo o apocalipse. Os mortos e os doentes da pandemia. A crise, a miséria e as falências. As alterações climáticas. O Reino e a Revolução que hão-de vir. Márcia. Isabel. Goreti. Amo-vos como um louco. Um louco divino. Como Parsifal demando o Santo Graal. Não vou ficar por aqui.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

“Minudências”


Não é que o assunto não seja importante. Contudo, constatar que as pessoas se digladiam em torno de apurar quem de facto contribuiu para o surpreendente resultado da extrema-direita nas últimas eleições, parece-me tão útil quanto saber se foi o Snoopy ou o Pluto a trazer as pulgas para a minha cama. Interessa-me, acima de tudo, agir para neutralizar a ameaça dessas pulgas e, se possível, erradicá-las de uma vez por todas das minhas cercanias. 

Devemos priorizar saber quem tem as culpas, ou a eliminação do mal? Inclino-me a aceitar o conselho de André Lamas Leite, nas páginas do PÚBLICO de 26 de Janeiro: “Factos, nível argumentativo alto, evocação dos tempos do Estado Novo, serão as armas ao nosso dispor para que um oportunista sem qualquer rumo para o país se não transforme numa inevitabilidade de um governo à direita.” Irei mais longe, com a citação de Calvão da Silva (vice-reitor da Universidade de Coimbra), na edição do PÚBLICO do dia seguinte, ao identificar os objetivos a assumir: “combater as desigualdades económicas, sociais e territoriais; travar a globalização desregulada; contrariar o recuo demográfico; e responder ao desafio digital.” Façam isso e o Ventura fica a falar sozinho.



P.S.: Insulto (Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, Lda., 1952): acto ou palavra ofensiva; injúria; afronta; ofensa; agravo; ultraje.


Somos, ou não, pessoas inteligentes e educadas? Desde quando, para se defender alguma “dama”, é necessário utilizar atoardas e suposições, levantar a voz ou birrar argumentos? De uma forma ou de outra, entre essas, vai-se perdendo razão. Digo eu! 


quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O AMOR É LIBERDADE

 Quando és simplesmente amor, tu partilhas esse amor com qualquer pessoa que se aproxime de ti. O amor é liberdade. Não possuis nem és possuído. O amor não é uma prisão. Pelo contrário, deve tornar o amado cada vez mais livre, dá asas e abre o céu. O amor é a solução.

   Outra vez o Prédio Coutinho! O que é um "Mamarracho"?

                 

                 É isto?



                   Ou é isto?



José Valdigem 

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

 

PRÁTICAS E SILÊNCIOS PERTURBADORES


Tal como se previa, reforçando até os resultados em relação à primeira eleição, Marcelo, mantêm-se em Belém. Como já aqui dissemos, do mal o menos. Agora, do mal o mais, é o resultado do homem que, mentindo, prometeu na campanha eleitoral, livrar Portugal de 47 anos de socialismo . Mentindo, porque o problema não é o socialismo, mas a falta dele. Mesmo assim, capitalizando justas desilusões, conseguiu resultados talvez impensáveis até em regiões como a nossa. É preocupante e vem reforçar o que adiante abordamos.

O século passado ficou marcado pelos dois maiores conflitos da história da humanidade. O segundo então, com o holocausto, com o assassínio em massa, de milhões de seres humanos, homens, mulheres e crianças, ceifados à metralhadora e enterrados em valas comuns, ou gaseados e queimados em fornos crematórios, atingiu o inimaginável. O ser humano desceu aos patamares mais baixos e abomináveis. Mas esses seres humanos, nomeadamente os seus mentores, o seu principal mentor, têm nomes! Têm uma ideologia: o nazi-fascismo. Agora, 75 anos depois, qual fénix tenebrosa, renasce das cinzas e, como se sabe, já com preocupante expressão. E também tem nomes: VOX, Frente Nacional, Liga do Norte. E não só em Espanha, França, Itália. Aqui, Chama-se CHEGA. E mais para Leste, na Hungria, na Polónia ou na Ucrânia, ainda é pior. Aí, já desfilam em plena via pública de suástica na manga, de mão estendida, e até já fazem parte do poder.

Por tudo isso e muito mais, um grupo de países onde, por razões mais que evidentes devido ao alto preço que pagou com as atrocidades da besta nazi-fascista, se inclui a Rússia, apresentou no passado dia 16 de Dezembro uma resolução na Assembleia Geral das Nações Unidas, que visa combater a glorificação do nazismo, do neonazismo e de outras práticas que contribuam para estimular formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias relacionadas. Apelando também a que todos os Estados-membros da ONU, aprovem legislação nesse sentido, e ainda contra o revisionismo histórico sobre a Segunda Guerra Mundial.

Portanto, um acontecimento de grande relevância na mais importante instância Internacional. No entanto, seria interessante saber quantos dos estimados leitores, quantos dos portugueses, foram informados sobre tal acontecimento. Bem poucos, com certeza. Uma vergonha para quem manda na comunicação social dominante. Outra vergonha, foi o sentido de voto de alguns países, onde, infelizmente, se encontra o nosso.

O documento foi aprovado com os votos de 130 países, 51 abstiveram-se e 2 votaram contra.

Votaram contra, os EUA e a Ucrânia. A justificação dos primeiros, é que a Primeira Emenda constitucional norte-americana, protege a liberdade de expressão. Veja-se até onde vai a liberdade de expressão para os que se arvoram em paladinos da democracia e dos direitos humanos. A segunda, com certeza, por já ter essa gente no poder. As 51 abstenções, foram de países membros da UE e da NATO.

Francisco Ramalho


Publicado na edição de hoje, do jornal "O Setubalense"









Marcelo e Costa são quase siameses

 

Este governo tem sido o querubim 

de Marcelo Rebelo de Sousa. Este 
António Costa são velhos amigos. 
É o mestre e o aluno, respectivamente.
Na política não há lugar nem pode haver 
amiguismos. Aquele, há algum tempo, 
disse que faria o possível e o impossível 
para manter o governo em funções. 
De futuro, de facto, não vai ser assim... 
presidente vai querer colocar na 
agenda prioritária política os desígnios
da direita e colocar o seu PSD a
governamentalizar. O 'casamento',
até agora, entre os dois granjeou a 
«Marselfie» da direita a vitória nas 
presidenciais. O PS não tem um pingo
de decência em se proclamar de esquerda... 
e ter ajudado a eleger um presidente da
direita. Não joga a bota com a perdigota,
sendo também batota política. A direcção do PS 
é tão de esquerda, quanto o Salazar foi democrata!

Vítor Colaço Santos 

VENTURA, O PEQUENO HITLER

 Os 12% alcançados por André Ventura nas eleições presidenciais são altamente preocupantes. O fascismo, o racismo, a xenofobia e a estupidez avançam mesmo em Portugal. O discurso contra os ciganos, contra os negros, contra os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, a arrogância contra a esquerda, a mal-criadice, ganham cada vez mais adeptos entre fachos, ignorantes e imbecis. Ventura é um pequeno Hitler, na linha de Trump, Bolsonaro, Salvini ou Marine Le Pen. Deve ser combatido sem tréguas. Rui Rio ou um sucessor como Passos Coelho podem abrir-lhe as portas do poder, com a cumplicidade de Marcelo. Não permitamos, camaradas. 25 de Abril, sempre! Fascismo nunca mais!

Quem ganhou e quem perdeu?

 

Não restam dúvidas que houve dois ganhadores nestas eleições.
Para a PR ganhou Marcelo como já se previa.
Para eleições futuras ganhou André Ventura, como também já se previa.
Agora falta saber quem perdeu o que Ventura ganhou..
Isso só se saberá ao certo quando voltar a haver eleições legislativas, mas parece-me que o CDS vai ser engolido. Quanto ao PSD se não disser ao chega que já chega, também é capaz de dar um grande contributo ao "mestre" André.
Achei um piadão Rui Rio dizer que o PS perdeu, porque não tinha candidato?!
Então não foi António Costa o primeiro apoiante de Marcelo?
Também achei muita piada ao «CHICÂO» que celebrou vitória.
PSD e CDS nas ultimas eleições tiveram 32% juntos. É de crer que daqui sairam muitos votos para o André, logo a meu ver o PS contribuiu mais para a vitória de Marcelo do que a direita junta.
E o resto é conversa p'ra boi dormir.

Quintino Silva

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Presidenciais

 

A direita dita democrática deixou que se normalizasse
e até se conluiou com a extrema direita, como no caso do
PSD. O líder deste, Rui Rio está numa camisa de onze varas
porque sabe que só tem chance de formar governo (como o
fez nos Açores), se o Chega xenófobo, racista e anticonstitucional
quiser(!). O CDS foi brando com a extrema direita e saiu
canibalizado. A vitória de Marcelo R. de Sousa, já cognominado 
de «Marselfie», não espanta. Além do líder do PS ter-lhe dado 
apoio(!), há anos que anda em campanha. Durante a campanha
eleitoral misturou as funções de presidente com as de candidato(!).
João Ferreira (informado) e Marisa Matias (solidária), com votações 
fracas, apesar dos seus construtivos discursos, denotam fraca
aproximação ao Povo. A perca eleitoral de Ferreira(PCP), para o
candidato protofascista, André Ventura no Alentejo é uma 
calamidade política. Parece que os maus palhaços é que ganham...
As candidaturas de Ferreira, Marisa e Ana Gomes, caso se apresentassem
às urnas unidas, outros resultados melhores obteriam. Uma vez mais: 
esquerda dividida, direita vitoriosa. «Marselfie» é (muito) mais do mesmo...

Vítor Colaço Santos

 

PÚBLICO 25.01.2021 (Augusto K. de Magalhães)

 

Vitória de Marcelo

 

Convém, agora que Marcelo Rebelo de Sousa ganha e muito bem, por si, saber valorizar quem tem o mérito.

Foi a grande maioria da população que quis que a Presidência da República continuasse, e, merecidamente, entregue a Marcelo Rebelo de Sousa.

O PSD e o CDS tiveram demasiadas hesitações em apoiar o “recandidato” porque, na sua opinião, dava cobertura aberta e exagerada a um Governo de esquerda.

Logo, o mérito é do próprio Marcelo Rebelo de Sousa e de quem nele votou.

Marcelo é reeleito com um percentagem superior à obtida por um grande Presidente, Jorge Sampaio, e de um muito menos bom, Cavaco Silva.

Há ainda que felicitar todos aqueles que tão bem organizaram as eleições deste dia 24 de Janeiro. Governo, câmaras, juntas e todas e todos que estiveram nas mesas de voto.

Augusto K. de Magalhães, Porto

domingo, 24 de janeiro de 2021

A pandemia parou o elevador social

 Antes da pandemia o elevador social já solavancava e agora

avariou de vez, por via do malquisto vírus. Não tínhamos 
que estar condenados a este fatalismo. Nos bairros sociais
assistimos a uma maior degradação das famílias pobres.
Regredimos alguns anos e quebrar este ciclo de pobreza
demorará. A pobreza extrema fragiliza ao ponto de que quem 
precisa para comer não pede por uma questão de dignidade...
Urge criar condições para que os filhos dos pobres tenham a
mesma igualdade de oportunidades a par de outras classes 
sociais mais desafogadas. O assistencialismo mata a fome, mas
não pode ser só pela via de estender a mão à caridade, que os
pobres levantarão a cabeça. É imperioso pôr estes concidadãos
a serem úteis à sociedade através da ocupação laboral. 
E, também, não nos esqueçamos dos imigrantes, sobretudo vindos
de países , que são exteriores à União Europeia e que são os mais
vulneráveis em todos os aspectos. Têm salários miseráveis, uma taxa
de desemprego enorme, vivendo numa pobreza latente. Ninguém 
pode ficar para trás!
Ao contrário do que diz o protofascista, André Ventura, a contribuição
líquida dos imigrantes para a Segurança Social foi, em 2019 de
995,5 milhões de euros. O bode expiatório daquele é uma mentira e
a xenofobia é um vírus mortal! 

                                                      Vítor Colaço Santos 
 

O Bom Cigano

 

Levantando-se um deputado da nação, experimentou a República, dizendo: Pátria, que faremos para ter uma vida abundante?

Respondeu-lhe a Pátria: O que está escrito na nossa Constituição? Como a interpretas tu?

Respondeu ele: “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.”

Replicou-lhe a Pátria: respondeste bem; faz isso, e terás uma nação próspera.

Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou à Pátria: E o que é a dignidade da pessoa humana e uma sociedade livre, justa e solidária?

Prosseguindo a Pátria, disse: Um português descia do Porto para Lisboa, e caiu nas mãos de apedrejadores e assaltantes, que depois de o despirem e espancarem, fugiram, deixando-o meio morto.

Por coincidência descia por aquele caminho um religioso; quando o viu, passou de longe.

Do mesmo modo também um militante de um partido, chegando ao lugar e vendo-o, passou de longe.

Um cigano, porém, que regressava de uma feira, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve compaixão dele.

Chegando-se, rasgou as melhores roupas e atou-lhe as feridas, deitando nelas pomada cicatrizante e antiséticos e, pondo-o na sua carrinha, levou-o para um hospital privado por não haver camas no Serviço Nacional de Saúde e pediu que o tratassem.

No dia seguinte tirou o ordenado de dois meses, deixou-os na recepção e disse: Tratem-no e quando precisarem de mais, informem-me que eu pago.

Qual destes três cidadãos te parece saber o que é a dignidade da pessoa humana?

Respondeu o deputado da nação: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe a Pátria: Agora vai e faz o mesmo.