Eu era um rapaz puro, tímido. Aos 17 anos libertei-me. Aos 19, li, pela primeira vez, o "Assim Falava Zaratustra" de Nietzsche e isso deu-me a volta à cabeça, juntamente com o Jim Morrison e os Doors e com o "Apocalypse Now" do Coppola, que já vinham de trás. Tudo quanto era economia, finança, números, dinheiro, vida burguesa, capitalismo, vida "normal", foi posto em causa. Tornei-me outro, apesar das patadas, apesar das depressões. E hoje, aos 52 anos, continuo a dizer que não entro em rebanhos, que não entro na viagem em que os vejo embarcados, que, acima de tudo, prezo o amor e a liberdade. Por outro lado, vejo a vida como um experimento permanente, amo o gozo, a criação e a sabedoria e não suporto as lavagens ao cérebro nem a imbecilidade.
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
domingo, 31 de janeiro de 2021
Belos gestores
Das palavras estéreis
Desacreditando a demagogia
Nada logramos por passe de magia
Que a vida plena não é nada assim
Mas a labuta permanente e sem fim
A desacreditar a demagogia.
Recusa televisão que atrofia
E discurso de político ruím
Não te deixes usar como trampolim
Nem ser comparado a mercadoria.
Não creias no que venha de bandeja
Em poeta aguerrido que troveja
Mas não compreende a alma da gente;
Das perlengas ao balcão do botequim
Não brotarão flores em nenhum jardim
Nem germinará nenhuma semente!...
Amândio G. Martins
sábado, 30 de janeiro de 2021
Porque tiveram de ir 3 doentes para a Madeira?
Rescaldo das presidenciais
ARTAUD
De acordo com Antonin Artaud, a revolução comunista ignora o mundo interior do pensamento. O materialismo de Marx e Lenine ignora a poética do pensamento. De facto, exclusivamente preocupados com questões políticas, sociais e económicas, os revolucionários esquecem o mais íntimo de nós. Ora, o conhecimento poético é interno. A poesia é aquela força mágica interna que fornece um caminho à vida, permitindo agir sobre ela. Exige-se, pois, uma revolução total.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
DENZEL WASHINGTON
Como ator, tem lugar assegurado no Top-10 da História do Cinema (a opinião é minha, claro). Mesmo que ainda lhe falte a fase da veterania, que, quase sempre, acrescenta ainda mais qualidade.
Em VEDAÇÕES (Fences, no original), para além de ator, é realizador. De destacar também a atuação magistral de VIOLA DAVIS como atriz secundária.
Para ver, ou rever, hoje no Fox-Life às 22,20h. Uma boa ajuda para contrariar os malefícios provenientes da "confinagem".
José Valdigem
O JUÍZO FINAL
Estranhas mensagens tenho recebido. Será para me assustar? Não conseguem. Estou forte. Estou convicto. Acredito mesmo que esta merda vai rebentar. Apesar da obediência. Apesar do controle. O caos está instalado. O mundo arde. A música arde. Led Zeppelin, "Dazed and Confused". Os poderes tremem. Mesmo os cães dos computadores. É o Apocalipse. O Juízo Final. Jesus está aqui. Deus está aqui. Vai salvar os justos.
O CHE E O HOMEM NOVO
Para Ernesto Che Guevara, a tarefa suprema e última da revolução é criar um homem novo, um homem comunista, a negação dialéctica do indivíduo da sociedade capitalista, transformado em homem-mercadoria alienado e em homem lobo do homem. Como na sociedade mercantil reina a lei da selva, só o fracasso de uns permite o sucesso de outros.
NA LUZ
É madrugada. A mente voltou a abrir-se. Sem recurso a drogas nem álcool. E ainda há 3 dias me sentia deprimido. O cérebro humano é realmente qualquer coisa de extraordinário. Agora estou na luz. Crio. Não sou sequer racional. Deliro. Alucino. Deus e Satã escrevem por mim. Não tenho historiazecas de meia-tigela para contar. Não sou convidado para conferências ou vídeo-conferências. Sou mesmo maldito. Não parece mas sou. Agora cavalgo o apocalipse. Os mortos e os doentes da pandemia. A crise, a miséria e as falências. As alterações climáticas. O Reino e a Revolução que hão-de vir. Márcia. Isabel. Goreti. Amo-vos como um louco. Um louco divino. Como Parsifal demando o Santo Graal. Não vou ficar por aqui.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
“Minudências”
Não é que o assunto não seja importante. Contudo, constatar que as pessoas se digladiam em torno de apurar quem de facto contribuiu para o surpreendente resultado da extrema-direita nas últimas eleições, parece-me tão útil quanto saber se foi o Snoopy ou o Pluto a trazer as pulgas para a minha cama. Interessa-me, acima de tudo, agir para neutralizar a ameaça dessas pulgas e, se possível, erradicá-las de uma vez por todas das minhas cercanias.
Devemos priorizar saber quem tem as culpas, ou a eliminação do mal? Inclino-me a aceitar o conselho de André Lamas Leite, nas páginas do PÚBLICO de 26 de Janeiro: “Factos, nível argumentativo alto, evocação dos tempos do Estado Novo, serão as armas ao nosso dispor para que um oportunista sem qualquer rumo para o país se não transforme numa inevitabilidade de um governo à direita.” Irei mais longe, com a citação de Calvão da Silva (vice-reitor da Universidade de Coimbra), na edição do PÚBLICO do dia seguinte, ao identificar os objetivos a assumir: “combater as desigualdades económicas, sociais e territoriais; travar a globalização desregulada; contrariar o recuo demográfico; e responder ao desafio digital.” Façam isso e o Ventura fica a falar sozinho.
P.S.: Insulto (Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, Lda., 1952): acto ou palavra ofensiva; injúria; afronta; ofensa; agravo; ultraje.
Somos, ou não, pessoas inteligentes e educadas? Desde quando, para se defender alguma “dama”, é necessário utilizar atoardas e suposições, levantar a voz ou birrar argumentos? De uma forma ou de outra, entre essas, vai-se perdendo razão. Digo eu!
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
O AMOR É LIBERDADE
Quando és simplesmente amor, tu partilhas esse amor com qualquer pessoa que se aproxime de ti. O amor é liberdade. Não possuis nem és possuído. O amor não é uma prisão. Pelo contrário, deve tornar o amado cada vez mais livre, dá asas e abre o céu. O amor é a solução.
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
PRÁTICAS E SILÊNCIOS PERTURBADORES
Tal como se previa, reforçando até os resultados em relação à primeira eleição, Marcelo, mantêm-se em Belém. Como já aqui dissemos, do mal o menos. Agora, do mal o mais, é o resultado do homem que, mentindo, prometeu na campanha eleitoral, livrar Portugal de 47 anos de socialismo . Mentindo, porque o problema não é o socialismo, mas a falta dele. Mesmo assim, capitalizando justas desilusões, conseguiu resultados talvez impensáveis até em regiões como a nossa. É preocupante e vem reforçar o que adiante abordamos.
O século passado ficou marcado pelos dois maiores conflitos da história da humanidade. O segundo então, com o holocausto, com o assassínio em massa, de milhões de seres humanos, homens, mulheres e crianças, ceifados à metralhadora e enterrados em valas comuns, ou gaseados e queimados em fornos crematórios, atingiu o inimaginável. O ser humano desceu aos patamares mais baixos e abomináveis. Mas esses seres humanos, nomeadamente os seus mentores, o seu principal mentor, têm nomes! Têm uma ideologia: o nazi-fascismo. Agora, 75 anos depois, qual fénix tenebrosa, renasce das cinzas e, como se sabe, já com preocupante expressão. E também tem nomes: VOX, Frente Nacional, Liga do Norte. E não só em Espanha, França, Itália. Aqui, Chama-se CHEGA. E mais para Leste, na Hungria, na Polónia ou na Ucrânia, ainda é pior. Aí, já desfilam em plena via pública de suástica na manga, de mão estendida, e até já fazem parte do poder.
Por tudo isso e muito mais, um grupo de países onde, por razões mais que evidentes devido ao alto preço que pagou com as atrocidades da besta nazi-fascista, se inclui a Rússia, apresentou no passado dia 16 de Dezembro uma resolução na Assembleia Geral das Nações Unidas, que visa combater a glorificação do nazismo, do neonazismo e de outras práticas que contribuam para estimular formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias relacionadas. Apelando também a que todos os Estados-membros da ONU, aprovem legislação nesse sentido, e ainda contra o revisionismo histórico sobre a Segunda Guerra Mundial.
Portanto, um acontecimento de grande relevância na mais importante instância Internacional. No entanto, seria interessante saber quantos dos estimados leitores, quantos dos portugueses, foram informados sobre tal acontecimento. Bem poucos, com certeza. Uma vergonha para quem manda na comunicação social dominante. Outra vergonha, foi o sentido de voto de alguns países, onde, infelizmente, se encontra o nosso.
O documento foi aprovado com os votos de 130 países, 51 abstiveram-se e 2 votaram contra.
Votaram contra, os EUA e a Ucrânia. A justificação dos primeiros, é que a Primeira Emenda constitucional norte-americana, protege a liberdade de expressão. Veja-se até onde vai a liberdade de expressão para os que se arvoram em paladinos da democracia e dos direitos humanos. A segunda, com certeza, por já ter essa gente no poder. As 51 abstenções, foram de países membros da UE e da NATO.
Francisco Ramalho
Publicado na edição de hoje, do jornal "O Setubalense"
Marcelo e Costa são quase siameses
Este governo tem sido o querubim
VENTURA, O PEQUENO HITLER
Os 12% alcançados por André Ventura nas eleições presidenciais são altamente preocupantes. O fascismo, o racismo, a xenofobia e a estupidez avançam mesmo em Portugal. O discurso contra os ciganos, contra os negros, contra os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, a arrogância contra a esquerda, a mal-criadice, ganham cada vez mais adeptos entre fachos, ignorantes e imbecis. Ventura é um pequeno Hitler, na linha de Trump, Bolsonaro, Salvini ou Marine Le Pen. Deve ser combatido sem tréguas. Rui Rio ou um sucessor como Passos Coelho podem abrir-lhe as portas do poder, com a cumplicidade de Marcelo. Não permitamos, camaradas. 25 de Abril, sempre! Fascismo nunca mais!
Quem ganhou e quem perdeu?
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
Presidenciais
PÚBLICO 25.01.2021 (Augusto K. de Magalhães)
Vitória de Marcelo
Convém,
agora que Marcelo Rebelo de Sousa ganha e muito bem, por si, saber valorizar
quem tem o mérito.
Foi a grande
maioria da população que quis que a Presidência da República continuasse, e,
merecidamente, entregue a Marcelo Rebelo de Sousa.
O PSD e o
CDS tiveram demasiadas hesitações em apoiar o “recandidato” porque, na sua
opinião, dava cobertura aberta e exagerada a um Governo de esquerda.
Logo, o
mérito é do próprio Marcelo Rebelo de Sousa e de quem nele votou.
Marcelo é
reeleito com um percentagem superior à obtida por um grande Presidente, Jorge
Sampaio, e de um muito menos bom, Cavaco Silva.
Há ainda que
felicitar todos aqueles que tão bem organizaram as eleições deste dia 24 de
Janeiro. Governo, câmaras, juntas e todas e todos que estiveram nas mesas de
voto.
Augusto K. de Magalhães, Porto
domingo, 24 de janeiro de 2021
A pandemia parou o elevador social
Antes da pandemia o elevador social já solavancava e agora
O Bom Cigano
Levantando-se um deputado da nação, experimentou a República,
dizendo: Pátria, que faremos para ter uma vida abundante?
Respondeu-lhe a Pátria: O que está escrito na nossa
Constituição? Como a interpretas tu?
Respondeu ele: “Portugal é uma República soberana, baseada na
dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de
uma sociedade livre, justa e solidária.”
Replicou-lhe a Pátria: respondeste bem; faz isso, e terás
uma nação próspera.
Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou à Pátria: E o
que é a dignidade da pessoa humana e uma sociedade livre, justa e solidária?
Prosseguindo a Pátria, disse: Um português descia do Porto para
Lisboa, e caiu nas mãos de apedrejadores e assaltantes, que depois de o
despirem e espancarem, fugiram, deixando-o meio morto.
Por coincidência descia por aquele caminho um religioso; quando
o viu, passou de longe.
Do mesmo modo também um militante de um partido, chegando ao
lugar e vendo-o, passou de longe.
Um cigano, porém, que regressava de uma feira, aproximou-se
do homem e, vendo-o, teve compaixão dele.
Chegando-se, rasgou as melhores roupas e atou-lhe as feridas,
deitando nelas pomada cicatrizante e antiséticos e, pondo-o na sua carrinha,
levou-o para um hospital privado por não haver camas no Serviço Nacional de
Saúde e pediu que o tratassem.
No dia seguinte tirou o ordenado de dois meses, deixou-os na
recepção e disse: Tratem-no e quando precisarem de mais, informem-me que eu pago.
Qual destes três cidadãos te parece saber o que é a dignidade
da pessoa humana?
Respondeu o deputado da nação: Aquele que usou de misericórdia
para com ele. Disse-lhe a Pátria: Agora vai e faz o mesmo.