sábado, 31 de dezembro de 2022

E se a senhora não tivesse ido para o Governo?

 

Se a senhora Secretária de Estado, que nem “aqueceu o lugar”, que antes de o ser, recebeu uma graúda indemnização de uma empresa em tremendas dificuldades, a ser , erroneamente,  suportada pelos nossos impostos,  não tivesse ido para o Governo, isto saber-se-ia?
Teria dado “
este disse que disse e a tão necessária, apesar de já tardia, auto-demissão de um ministro”?
E evidentemente da própria,que por certo não deveria ter , nunca ido para o governo. 
Nem sido convidada, nem ter aceite.
E o problema estará na disparidade de indemnizações dadas “
só” pela TAP? A quem as deu? Ter ido parar ao governo?
Se não, tudo/
todas/ todos continuariam o mesmo percurso?
E porquê e para quê, foi a TAP nacionalizad
a?
E porquê e para quê a C
EO teria que ser francesa, antes brasileiro, não há cá ninguém capaz para aquele cargo?
E quantas indemnizações semelhantes terão havido?
E o que vai s
er feito com esta TAP, que não se justifica ser nossaser pública?
E as disparidades salariais em tantos 
locais - hoje e agora- de trabalho originam discrepâncias no dia a dia e evidente nestas situações,  vai-se pensar nisso?

Ou deixemos a próxima bronca rebentar que nunca, 
nunca e só neste governo,  nem no só governo...

Ou não ou não

A. Küttner

Estranha forma de socialismo


É suposto que um governo socialista combata e não fomente as desigualdades sociais.
Ora um governo socialista que permite que um gestor público receba de indemnização o mesmo que recebe um trabalhador, por cinquenta anos de trabalho (não é engano) está sim a aumentar as desigualdades.
De salientar que Alexandra Reis ainda queria mais; queria o equivalente a cento e quarenta e cinco anos  de um trabalhador.
Também há que ter em conta que a Srª nem sequer ficou desempregada, foi trabalhar para o mesmo patrão noutro local.
O pior disto tudo é que é LEGAL
Quintino Silva

Da multiplicidade de pragas chinesas

 

Estão na origem duma desgraça que depressa avassalou o mundo inteiro; viram os investigadores ocidentais criar e desenvolver antídotos para combater a praga que não conseguiram dominar na sua terra, apesar de brutais confinamentos, porque a vacina da sua autosuficiência não foi suficientemente eficaz, nem, ao que parece, bastante para todos, apesar de também a terem exportado; e também não foram capazes de a melhorar tanto quanto era preciso para as subsequentes variantes em que o “bicho” se foi transmutando.

 

Entretanto, mal habituados a poder despejar para países mais distraídos todo o tipo de bugigangas pouco mais que inúteis, embora também baratas, criando problemas de vária ordem nas geografias onde os direitos dos trabalhadores são levados mais a sério, vão fazendo queixa se algumas barreiras lhes aparecem, querendo ter caminho livre para tudo, ao mesmo tempo que não regateiam os seus sorrisos mais cínicos para os inimigos da paz, como o autocrata russo e o outro da Coreia do Norte, que vêm cometendo as maiores ignomínias.

 

Vendo-se impotentes para resolver o sério problema da pandemia, não podendo mais manter encerrados tantos milhões de almas, tomaram a temerária decisão de abrir as comportas, e seja o que Buda, ou outro qualquer deus lá do sítio quiserem; e o mundo livre vê-se cada vez mais impotente para enfrentar tanta praga chinesa...

 

Amândio G. Martins

 

 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Do legal imoral

 

DA IMORALIDADE LEGAL

 

Dizem-nos que por muito escandalosas

Grotescas e completamente imorais

Muitas negociatas nebulosas

Não podem ser acusadas de ilegais...

 

E as pessoas ficam receosas

De querer desemplumar esses pardais

A quem não faltam armas poderosas

Para confundir tudo nos tribunais.

 

Os que não podem mesmo ser escudados

Por famosos “tubarões” advogados

Que enredam na lei a magistratura;

 

Preferem decidir fingir de morto

Por muito que o que vejam seja torto

Para não ter de enfrentar tanta agrura...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

nos 80 anos de ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA

Em 2022 comemorou-se os 80 anos de Adriano Correia de Oliveira, que nasceu a 9 de Abril de 1942, na cidade do Porto, embora passados alguns meses os pais se tenham mudado para Avintes, no vizinho concelho de Vila Nova de Gaia. Também são 40 anos desde a sua morte, a16 de Outubro de 1982.

Em 1959, Adriano vai para Coimbra, depois de completar a escola primária em Avintes e o liceu no Porto.

Em Coimbra, alem dos estudos inicia também a sua actividade musical, envolvimento na vida associativa estudantil e política. Em 1960, filia-se no Partido Comunista Português.

A partir de 1963 grava canções de intervenção e passa a ser referenciado como opositor à ditadura fascista pela polícia política (pide). Em Março de 1974 participa no primeiro encontro da música portuguesa, no Coliseu de Lisboa, juntamente com outros cantores de intervenção, como José Afonso, Manuel Freire, José Barata Moura e outros.

A partir do 25 de Abril de 1974, anda por todo o País onde além das canções leva igualmente a mensagem do PCP. Em 1976 faz parte da comissão organizadora da primeira Festa do Avante. Esteve sempre com os ideais e conquistas do 25 de Abril e na luta por uma sociedade mais justa.




 

O pior do Brasil

 

A insistência das hordas bolsonaristas em actos susceptíveis de complicar a tomada de posse do presidente eleito, desinformadas e manipuladas pela demoníaca seita iurdista, acampando junto de unidades militares ou virando para o espaço os telefones celulares, esperando que extraterrestes se juntassem àquela corja para transformar o Brasil num inferno, vem dando ao mundo uma imagem bem confrangedora do seu desenvolvimento intelectual, que, como o do seu "patrono", ficou umas boas polegadas abaixo do nível do macaco.

 

Querendo subvertidas as regras da democracia, que estabelece que será eleito aquele que tiver mais um voto que o seu opositor, como primeiro ponto, havendo depois outras nuances na correlação de forças que for estabelecida para a governabilidade, esta gentalha encasquetou que Lula da Silva nunca poderia vencer o seu ídolo, mesmo que nem um só inquérito prévio à opinião pública o tivesse dado vencedor, tais as barbaridades que cometeu e a que deu cobertura no seu desgraçado mandato presidencial...

 

 

Amândio G. Martins

Paz, justiça e vingança


Não certamente por espírito natalício, cada vez mais se sentem vozes dispersas a entoar preces de apelo à paz na Ucrânia. Os ímpetos vêm de origens que, não há muito, seriam altamente improváveis. Do Ocidente, sobretudo dos EUA, que sabem que as guerras actuais não são só de atirar carne para canhão, e que, por isso, “custam os olhos da cara”, e do Oriente, aqui predominando a China e a Índia, por razões igualmente prosaicas, ciosas que são dos seus interesses comezinhos ligados ao comércio e à saúde das suas próprias economias. A Oeste (e também a Leste), nada de novo…

Se a ideia de paz é inatacável a todos os títulos, excepto para os que muito ganham com a sua ausência, outros conceitos que lhe possam vir “agarrados”, como o da justiça, permitem leituras menos esclarecidas. Vejo com muita frequência quem pugne pela justiça, pensando apenas em vingança. Sem se dar conta de que são coisas muito diferentes.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

O CHEGA QUEIXA-SE O PSD QUEIXA-SE

 

Queixinhas,  para terem tempo de antena e por não terem nada que propor , passaram a ser, tanto o Chega como o PSD.
O Chega que nunca quer nada, até por nunca ter nada para de facto querer, que não estar do contra, usa a redacção, o texto da eutanásia,  ou seja a forma e nunca o conteúdo,  para se queixar ao Presidente da Assembleia da República.
O PSD com um chefe que não foi reeleito assim há tão pouco tempo , para ainda não ter feito nada de nada, quer sempre,  só por que sim, estar contra o Governo,  contra  o PM, contra o partido maioritário.
E,  queixa-se ao Presidente da República,  que é indispensável uma resposta ao que alguém, para não ser esquecido e justificar-se pelo que fez, não fez, ou nem fez bem quando em funções num Organismo público,  escreveu recentemente em livro lançado , cheio de militantes desse mesmo PSD.
E grande parte da comunicação social,   tão demasiado igual, sem agenda  que não o dia a dia, propaga repetidamente, estas queixinhas, estes ataques,  este, estar do contra.
E o PSD, o ainda, maior partido da oposição, que faz tempo que vem escorregando  declaradamente para a direita  , vai tendo cada vez mais, pontos de total coincidência com a extrema-direita .
Esta é a única táctica que o Chega conhece,  mas ao que parece o PSD também a segue,  com todas as consequências nefastas ao país , que daí poderão advir

Ou não ou não ou não ou não ou

A. Küttner

SANTUÁRIO DA LAPA

 


Na serra da Lapa e na localidade com o mesmo nome, freguesia de Quintela, concelho de Sernancelhe, distrito de Viseu, situa-se o Santuário de Nossa Senhora da Lapa.

Segundo a lenda, no século XV uma pastorinha muda, com cerca de 12 anos, terá encontrado entre as fendas uma imagem da Virgem, que aí terá sido escondida por religiosas que teriam fugido a uma perseguição quinhentos anos antes.

A devoção e carinho da menina à Virgem estará na origem do milagre da recuperação da sua fala.

A divulgação do milagre levou a uma crescente afluência de peregrinos o que levou à colocação da imagem da Virgem numa gruta e construindo a seu lado uma ermida.

No século XVI, a Lapa foi confiada aos Padres da Companhia de Jesus do Colégio de Coimbra. Estes construíram o actual santuário mantendo a penedia no seu interior. No século XVII foi iniciada a construção do Colégio da Lapa, adjacente ao santuário.

A actividade missionária dos padres jesuítas levou a devoção a Nossa Senhora da Lapa por todo o lado em Portugal e no mundo, como o Brasil e Índia.

A Senhora da Lapa e Santiago de Compostela chegaram a ser os dois santuários mais importantes da Península Ibérica. A romaria e festa da Senhora da Lapa, realiza-se a 15 de Agosto.

Na localidade da Lapa, uma aldeia com centro histórico, além do santuário, são dignos de registo o pelourinho, a antiga cadeia restaurada e recuperada para museu e na serra a nascente do rio Vouga.




Dos enganos da festa

 

PRIVILÉGIOS

 

Uns fazem compras se estão deprimidos

Outros deprimem ao fazer as compras

Por não poder equilibrar as contas

Mesmo que só para os bens mais precisos.

 

São poucos os que compram divertidos

Tendo quem por eles segure as pontas

Deixando fazer as coisas mais tontas

Só para poderem estar entretidos.

 

Para uns gozarem o tempo todo

Trabalha a grande parte com denodo

Toda a vida sem justa recompensa;

 

São os que sobrevivem em tormento

Que asseguram sempre o contentamento

A quem os recompensa com ofensa...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

António, um Mega incomum

Sempre que desaparece fisicamente mulher ou homem de Cultura, como António Mega Ferreira, ficamos comovidos pelo sentimento de perca, neste caso, de um Mega multicultural e polifacetado. Podemos não estar na sua órbita política, já que foi um indefectível do militar de óculos escuros, mentor do 25 de Novembro/75 e apoiante de Mário Só-ares no lançamento da sua última candidatura divisionista à presidência, que abriu a porta de Belém a Cavaco, o pior presidente da II República... por dois mandatos. Jornalista, escritor, poeta, biógrafo, ensaísta, tradutor, homem do Teatro, gestor cultural, melómano e senhor Expo-98, deixa obra e, quem deixa lastro - não morre! Conheci-o como apresentador do noticiário da RTP2 e ainda ninguém teve a performance de Mega Ferreira. Dotado duma enorme cultura de palco, que começou na música, a sua prestimosa e última gestão foi como,presidente da Associação da Orquestra Metropolitana de Lisboa, catapultando-a para voos mais elevados. A imprensa foi uma das suas casas e causas, pois seu pai cultivou-lhe o gosto pelas letras e pela liberdade! No tempo da ditadura, foi jornalista num dos baluartes da oposição - Comércio do Funchal, dirigido pelo saudoso, Vicente Jorge Silva. Mega teve uma particular e quase original sensibilidade: amava a obra de outros escritores. Italiano por adopção, prezava a Itália, logo a seguir à sua iluminada e amorosa Lisboa. Lidava com as palavras como se fossem estrelas que amaravam na sua inspiração, intelecto e na sua fluente pena. Autor de dezenas de livros, é dotado duma capacidade extraordinária de obreiro das letras, capaz de se espantar e causar espanto. Disse quando cá estava: 'Gostaria de ser recordado como escritor!' Por isto e tudo o mais que não cabe nesta singela homenagem, esteja lá onde estiver é com elementar justiça, que já foi entronizado - Ministro da Cultura. Gratidão ao Mega incomum. Até à Eternidade!

O Reino Unido e a Ucrânia

 EXPRESSO 23.12.2022AUGUSTO KÜTTNER,


O fim do império britânico está a causar demasiadas mazelas no que poderia ser o Reino Unido. A passagem de império a país circunscrito a um só espaço é sempre muito complicado. O império austríaco passou por isso, e demorou muito a bem adaptar-se ao que hoje é a Áustria. O Reino Unido não está a conseguir, e tem “fugas em frente” constantes, e com péssimos resultados, ainda não todos visíveis. O ‘Brexit’ foi o primeiro desastre, num tempo em que “small is not beautiful”, e as ilhas britânicas andam à deriva, dado não serem Europa, não serem América, serem só algo ‘ali’ a meio do Atlântico. Depois, os chefes de Governo são umas figuras “engraçadas e até folclóricas”, mas incapazes, e o Reino Unido vai-se afundando. E para desviar a atenção externa, mas essencialmente interna do caminho desastroso que estão a seguir, alimentam a guerra na Ucrânia, fornecendo armamento. E em simultâneo despacham pessoas, imigrantes para o Ruanda, podendo estar a condenar essas pessoas a situações incontroláveis e horríveis no país de onde saíram, até por não terem lá futuro. E esta ilusão de alimentar a guerra na Ucrânia em vez de fazer tudo para haver paz, não é benéfico para a população ucraniana, não é construtivo para a Ucrânia, não vai travar o czar Putin, e não vai fazer voltar o Reino Unido a ser uma potência mundial. Reino Unido com o sistema de saúde a cair, com faltas generalizadas nos mais diversos sectores, com um rei que por descendência foi para o lugar da mãe, que foi a última verdadeira representante da monarquia inglesa.

AUGUSTO KÜTTNER

Urge falar, escrever e denunciar sobre o que se passa no Irão

A guerra da Rússia na Ucrânia, quase faz secar prementes notícias noutras geografias. É o caso do Irão. Ouvimos, vemos e lemos, o que se está a passar (e a exterminar) no Irão e não podemos esquecer nem ignorar. Lá, uma teocracia fascista ditatorial dirigida por aiatolás, que através do fundamentalismo religioso agem como se estivessem no século XVI têm as mãos e a consciência manchadas de sangue! De louvar a valentia heróica das mulheres iranianas que lutam na rua, sujeitas a serem encarceradas e condenadas sem o mínimo de decência da justiça, contra a tirania da norma religiosa assassina! Já há mais de 450 mortes, mais de 20 000 presos e várias execuções, depois de simulacros processos judiciais, estando iranianos(as) no corredor da morte à espera de execução(!). Também por enforcamento medieval. Estudiosos afirmam que isto não é religião - é uma exponenciada barbárie. As instâncias internacionais e as democracias ocidentais têm obrigação, dever e direito de tudo fazerem para denunciar e parar as matanças inqualificáveis! Os matadores da Humanidade serão julgados pelo Tribunal Internacional de Haia, mais tarde ou mais cedo. Oxalá!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

 O QUE NÃO FALTA É DINHEIRO



O que se passa na TAP não é nada que escandalize o comum dos nossos cidadãos. O povo é sereno, obediente e agradecido.
Jà nos sacou (a todos nós), mais de três mil e duzentos milhões de euros.
Não escandalizou aquela tentativa da compra de 50 viaturas de luxo para uso de administradores e diretores, nem a tentativa de distribuição de prémios aos mesmos pelo reconhecimento da sua eficiência (!!!), e agora, a indemnização obscena de 500 mil euros a uma administradora que transitou dali para outro organismo público.
E eu pergunto: indemnização de quê? Porquê?
E vem-me à lembrança aquela piada do Juca Chaves sobre o hipopótamo:
                                  - "o hipopótamo é um animal que rí muito; alimenta-se de excrementos de outros animais e tem uma aproximação à sua fêmea uma vez por ano. Ora, um animal que só faz amor uma vez por ano e come merda, rí de quê?".

Quem não rí mas sorrí, com aquele ar de vencedor, é o nosso Rei Sol: "Vão ser mais 4 anos. Habituem-se"
Nada o perturba. Nem a TAP; nem os Pavilhôes Transfronteiriços; nem as Golas Anti-fumo, nada...

No meu tempo de juventude tresloucada, a "malta" frequentava a Adega da Mula. Por vezes juntava-se a nós - com agrado de ambas as partes - o senhor Araújo fotógrafo. Um beirão radicado cá na terra hà tempo suficiente para absorver as "calinadas" dos nortenhos. Homem de bom gosto no trajar, de copo numa mão e charuto na outra. Um dia, dirigindo-se a um dos nossos, atacou: "é preciso ter quilhões, menino, é preciso ter quilhões".



José Valdigem
                                     

 QUE RICA PRENDA DE NATAL…


A senhora secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, teve uma rica prenda de Natal. Nem mais nem menos: meio milhão.

Como administradora da TAP, segundo o que o próprio PR, ontem em declarações à comunicação social, conseguiu apurar, por decisão desta empresa, o mandato que era de 4 anos, foi rescindido ao fim de 2. De maneira que, foi indemnizada em 500 mil euros.

Mas a senhora não foi para o desemprego! Foi para presidente da NAV. Outra empresa do ramo da aviação civil e também com participação do Estado. Depois, António Costa foi lá buscá-la e, na última remodelação governamental, colocou-a nas funções acima referidas.

Disse ainda Marcelo, que embora a decisão possa ser legal, admite que “faça muita impressão às pessoas”.

E dizemos nós, que apesar de vivermos num país já com 3 milhões de pobres, muitos deles, mesmo a trabalhar, e onde as instituições de solidariedade social, não têm mãos a medir nem meios para acorrerem a cada vez mais solicitações, ainda não nos apercebemos que faça assim “tanta impressão às pessoas”.

Já dizia o falecido almirante Pinheiro de Azevedo, “O Povo é Sereno!”

Francisco Ramalho


Assim vamos encolhendo...

 

NATALIDADE

 

Como querem que nasçam mais crianças

Se aos que as desejam faltam recursos

Para enfrentar os elevados custos

Tirando-lhes dos sonhos as esperanças...

 

Se não melhorarem as circunstâncias

Que permitam dar apoios mais justos

Quem tiver filhos vai ter mais desgostos

Não tendo suficientes poupanças.

 

Para promover a natalidade

Devem apoiar a maternidade

Com os meios que forem necessários;

 

Obrigando aos encargos os casais

Onde os rendimentos não dão para mais

Como não seremos deficitários...

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 25 de dezembro de 2022

Um Jesus Menino estrambótico

 

DE ALBERTO CAEIRO/FERNANDO PESSOA

 

“Num meio-dia de fim de primavera

Tive um sonho como uma fotografia.

Vi Jesus Cristo descer à terra.

 

Veio pela encosta de um monte,

Tornado outra vez menino,

A correr e a rolar-se pela erva

E a arrancar flores para as deitar fora

E a rir de modo a ouvir-se de longe.

 

Tinha fugido do céu.

Era nosso demais para fingir

De seguda pessoa da trindade.

No céu era tudo falso, tudo em desacordo

Com flores e árvores e pedras.

No céu tinha que estar sempre sério

E de vez em quando de se tornar outra vez homem

E subir para a cruz, e estar sempre a morrer

Com uma coroa toda à roda de espinhos

E os pés espetados por um prego com cabeça,

E até com um trapo à roda da cintura

Como os pretos das ilustrações.

Nem sequer o deixavam ter pai e mãe

Como as outras crianças.

O seu pai era duas pessoas -

Um velho chamado José, que era carpinteiro,

E que não era pai dele;

E o outro pai era uma pomba estúpida,

A única pomba feia do mundo

Porque não era do mundo nem era pomba.

E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.

Não era mulher: era uma mala

Em que ele tinha vindo do céu.

E queriam que ele, que só nascera de mãe,

E nunca tivera pai para amar com respeito,

Pregasse a bondade e a justiça!

 

Um dia que Deus estava a dormir

E o Espírito Santo andava a voar,

Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.

Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.

Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.

Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz

E deixou-o pregado na cruz que há no céu

E serve de modelo às outras.

Depois fugiu para o sol

E desceu pelo primeiro raio que apanhou.

 

Hoje vive na minha aldeia comigo.

É uma criança bonita de riso e natural.

Limpa o nariz ao braço direito,

Chapinha nas poças de água,

Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.

Atira pedras aos burros

Rouba a fruta dos pomares

E foge a chorar e a gritar dos cães .

E, porque sabe que elas não gostam

E que toda a gente acha graça,

Corre atrás das raparigas

Que vão em ranchos pelas estradas

Com as bilhas às cabeças

E levanta-lhes as saias.

(...)

Diz-me muito mal de Deus.

Diz que ele é um velho estúpido e doente,

Sempre a escarrar no chão

E a dizer indecências.

A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.

E o Espírito Santo coça-se com o bico

E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.

Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.

Diz-me que Deus não percebe nada das coisas que criou –

“Se é que ele as criou, do que duvido” –

Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,

Mas os seres não cantam nada.

Se cantassem seriam cantores.

Os seres existem e mais nada,

E por isso se chamam seres.

E depois, cansado de dizer mal de Deus,

O menino Jesus adormece nos meus braços

E eu levo-o ao colo para casa.”

 

NOTA - Transcrito parcialmente por Amândio G. Martins

 

sábado, 24 de dezembro de 2022

AINDA ODEMIRA


A dedilhar pela net veio-me ao ecrã do computador uma entrevista a Miguel Sousa Tavares que, comentando Odemira, falou de um pormenor que, a ser verdade, é abjecto. Que os proprietários empregadores se apropriavam de uma parte dos cerca de 15 mil euros que estes imigrantes asiáticos pagavam para serem colocados a trabalhar nestes postos de trabalho alentejanos. A descontar com trabalho, claro. Custa a crer, de tão medieval que é o esquema, mas a verdade é que, quando ainda jovem, li os romances de Jorge Amado e, salvo erro, Ferreira de Castro, me revoltei com a denúncia que estes escritores fizeram de esquemas de semi-escravidão semelhantes no interior brasileiro. Desta feita com cantinas ou lojas onde os trabalhadores, mercê do isolamento em que estavam, tinham de comprar o seu sustento a crédito e, como não ganhavam o suficiente, ficavam indefinidamente presos a uma dívida que nunca se extinguia. O mesmo se terá passado nas nossas colónias, com diferentes matizes mas seguindo o mesmo diabólico raciocínio.

Enfim, eu que caminho por aquele litoral alentejano desde miúdo e assisti ao advento e crescimento daquelas estufas, nunca imaginei que dentro daquelas altas vedações e portões fechados iria germinar um ambiente tão doentio que permitisse semelhantes relações de trabalho, se é que se pode chamar a isto relacionamento laboral.

Mas não são só estes "empresários" agrícolas que beneficiam do estado de necessidade destas pessoas. Em paralelo, floresce um "mercado" de arrendamento, em que os habitantes locais, proprietários de pardieiros que até há pouco tempo estavam ao abandono, espreitaram esta oportunidade de negócio, fazendo contratos de aluguer draconianos com as mesmas pessoas.

Do meu passado familiar chegaram-me ecos destas situações, quando uma parte dos meus antepassados transmontanos, cavadores descalços quase todos, tiveram de fazer as malas e emigrar para o Brasil primeiro e mais tarde para os "bidonville" da Europa.

O ambiente histórico e económico pode mudar, mas a natureza humana não muda nunca, e por isso nos vemos a cada passo confrontados com estes episódios de miséria moral. Resta-me a esperança que a sua denúncia tenha aplacado a voragem e insensibilidade com que estes e outros imigrantes são tratados.


Determinação

 

VOLODYMYR ZELENSKY

 

Escolhido democraticamente

Para timoneiro dum grande país

Decidiu que não dobraria a cerviz

Perante o seu vizinho prepotente.

 

Que logo se revelou descontente

Tão inusitada era a directriz

Mas o vício de lá meter o nariz

Tinha de acabar dalí para a frente.

 

Mostrando-se corajoso e valente

Ganhou o respeito de toda a gente

Que conhece o valor da liberdade;

 

Não tendo faltado quem o ajude

Só quer que mantenham essa atitude

Que corresponderá com dignidade...

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Finalmente juntar Urgências na Capital

 Finalmente é possível fazer em Lisboa, ou no mínimo tentar,  hoje, o que já se faz no Porto há anos, nas Urgências dos Hospitais públicos, ou seja, juntar serviços.

Claro que não está a ser fácil,  Lisboa é Lisboa e o Porto é o Porto, um pouco parte do resto do país. Logo, Lisboa reage.
Ainda há uma grande distância entre a primeira e a segunda cidade do país,  embora se tente disfarçar.
E no Porto funciona, à noite não há Urgências repetidas, não há médicos, enfermeiros,  auxiliares em  emergência,  em mais que um local em simultâneo.
Os Profissionais não são ilimitados, o dinheiro é finito,  o SNS tem que se adaptar às circunstâncias sem perder qualidade,  bem pelo contrário.
Se olharmos a Europa,  países mais desenvolvidos também estão a ter graves problemas nos seus serviços de saúde.
Há mais exigências e mais doenças tratáveis.
Um um acesso mais vasto a mais e melhores cuidados de saúde,  o que implica fazer economias de escala, escolhas, opções,  para haver uma maior abrangência,  dentro das possibilidades.
Com mais organização,  menos chefias, menos dispersão de pessoas e meios.
Não é possível haver um hospital na nossa rua, mas é possível na nossa localidade ou o mais próximo possível.

Ou não ou não ou não

Augusto Küttner

Força, ZELENSKY

 

A bandidagem putinesca, na busca permanente de ganhar as graças do que lhes vai garantindo vida regalada, porque aqueles que lhe desagradam, por pouco que seja, acabam sofrendo estranhos e fatais acidentes, não dá descanso à sua torpe imaginação, de que resultam as mais repugnantes performances.

 

Simulando tirar da caixa dos pedidos das crianças, vi um dia destes uma daquelas alimárias que povoam o simulacro de Parlamento russo fingir estar a ler uma carta dum menino ucraniano, que pedia ao Pai Natal que lhe mandasse um míssil para o seu prédio, respondendo da forma elevada que caracteriza aquela corja: “Fica descansado, menino ucraniano, que vais ter o teu míssil”; depois de todos rirem alarvemente, rematou dizendo que foi uma brincadeira.

 

Eleito democraticamente para presidir à grande nação ucraniana, Zelensky depressa demonstrou não admitir ingerências que atrofiassem a independência e desenvolvimento do seu país, determinado a livrar-se dos lacaios de Moscovo que infestavam as mais diversas administrações, minando e sabotando tudo. Discursando agora perante os representantes do povo americano, a quem foi requisitar mais ajuda, deixou claro que não anda a pedir esmola, mas apoio para defender não só a liberdade da sua pátria, mas também a dos seus vizinhos que se libertaram do jugo russo e, no fundo, a de todo o mundo livre, acrescentando que o próprio povo russo será livre quando conseguir limpar da mente o tenebroso Kremlin...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

 CONTRA O OBSCURANTISMO


O regime medieval-fascista do Irão liderado pelo ayatola Ali Khamenei (aliado de Putin), já matou mais de 500 pessoas que se manifestavam em diversas cidades daquele país, por protestarem contra o assassinato da jovem ativista Mahsa Amini poe esta se ter apresentado em público com o hijab indevidamente colocado.

Enquanto regimes como este tiverem apoio de países influentes, toda a ajuda direcionada ao enfraquecimento dos mesmos, é necessária e benvinda.


José Valdigem



 A MACABRA PRENDA DE NATAL


O Ocidente assistiu ontem à noite, a uma medíocre farsa transmitida da capital do império. Os dois principais protagonistas, foram o democrata que ilegaliza (11 partidos) e cala quem não lhe obedece, que promove nazis e faz a guerra (15 mil mortos no Donbass), que não cumpre acordos (Minsk) para acabar com a mesma, e a quem o outro principal protagonista, os seus falcões e vassalos da Europa, trazem ao colo.

Com elogios mútuos de democratas e amantes da paz, o imperador assegurou ao “democrata” a sua prenda de Natal. Para não se preocupar que não lhe faltarão as armas que reclama, incluindo agora os caríssimos e tristemente famosos, misseis patriot.

Portanto, veremos as cenas dos próximos degradantes capítulos, também com a total cobertura e bênção da omnipresente máquina mediática do império e da vassala UE, para manipular e adormecer a plebe e fazer a guerra contra ela.

Francisco Ramalho

Anestesiados

 

CANSAÇO

 

O criador não domina a criação

E assusta o rumo que as coisas levam

Perante os prepotentes que desprezam

Qualquer proposta que mostre a salvação.

 

Sempre ouvimos que as coisas são o que são

Mas vendo como tudo atropelam

A indiferença que no mal revelam

Será sempre curta a nossa indignação.

 

Dizem-nos que o pior terá passado

Imaginamos tudo sossegado

Mas o pior estará para chegar;

 

Dominados pela grandiloquência

Demonstramos enorme paciência

Enquanto não param de nos aldrabar.

 

Amândio G. Martins

 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Lugar de Marcelo gera inveja e desespero

 

JORNAL DE NOTÍCIAS. 20.12.2022Augusto Küttner


Haja algum bom senso, haja a capacidade de pensar, e essencialmente por nós, haja clareza.


E não nos deixarmos levar pelas várias personagens que andam a destilar os seus ódios pessoais ou até íntimos sobre o Presidente da República,  Marcelo Rebelo de Sousa.


Marcelo Rebelo de Sousa, hoje, é exactamente a mesma Pessoa que foi no primeiro dia do primeiro mandato em Belém.


Exactamente o mesmo, só que, como todos nós, com mais uns anos em cima.


E aquilo que diz o Presidente é que sempre assim foi, e esperamos que sempre assim seja, até ao fim, como Presidente e como Pessoa.


Senão deixaria de ser genuíno.


Uma unanimidade tão unânime nos ataques ao Presidente da República - que envolve Chega, BE, Ilustres do PSD,  IL, perdedora em eleições Presidenciais, e mais meia dúzia de jornalistas – é sinal de que algo vai mal, mas não com Marcelo.


Tanta unanimidade só na Federação Russa ou na China, e talvez Correia do Norte.


Isto sabe a inveja, em muitos casos.


A desespero em outros, entre quem não vislumbram hipótese de chegar ao Poder.


Mas também haverá ódios , lá saberão os próprios porquê.


Marcelo , sendo a Pessoa eleita democraticamente para Chefe de Estado, tem feito o que deve ser feito e muito bem, quer na busca de proximidade com a População, quer Institucionalmente,  quer a representar o País em todo o lado.


Marcelo está cada vez mais solitário?


Claro que sim, o Presidente é só um. Sozinho. Que confia pouco


E se calhar terá razão para isso, porque será que recebeu uma bala pelo correio , com ameaças?

Augusto Küttner

 A NATUREZA BEM NOS AVISA


Há muito que os cientistas nos avisam que os efeitos das alterações climáticas caracterizam-se por excessos; chuvas torrenciais, secas, ciclones, subida do nível dos oceanos devido ao degelo. Também nos dizem, e está mais que provado, que a origem das AC, é o aumento da temperatura global provocado pela emissão de gases com efeito de estufa, devido à combustão dos mais diversos materiais. Nomeadamente, combustíveis fósseis; carvão, gás natural, petróleo e os incêndios florestais.

Portanto, estamos todos bem avisados. Decisores políticos e população em geral. Os primeiros, claro, mais bem avisados ainda. Têm toda a informação, ou deviam tê-la. No entanto, são estes, representando interesses dos principais donos dos empórios dos combustíveis e da agro-industria com a queima de florestas para plantações intensivas e pastagens para fácil e barata criação de gado, os principais responsáveis pelo lamentável estado a que chegou o planeta, e pelos referidos efeitos dos excessos do clima, como estamos agora a ter um exemplo com as atuais cheias, depois de um longo período de seca.

A continuarmos assim, é a vida no planeta que está em causa.

A ganância de uma minoria, a sede de lucro e de poder, as guerras, como a da Ucrânia com a ex chanceler Ângela Merkel recentemente a confessar que os acordos de Minsk, que podiam ter acabado com ela e evitado a invasão, foram protelados para que a Ucrânia ganha-se tempo e se fortalecesse. Ou seja, para a armarem até aos dentes. Esta guerra, fomentada pelos EUA e pela UE, para além de outros graves efeitos, contribui também para agravar o clima. O embargo imposto ao gás e ao petróleo russos, substituídos por outros de proveniências mais distantes e mais caros, por exemplo, dos EUA. Por isso, já alguns importantes países da UE, recorrem ao carvão e ao nuclear.

Vejamos o nosso caso. Os meios de drenagem, comprovadamente necessários, das águas em Lisboa e noutras cidades e vilas, foram feitos? Todos os cursos de água, rios, ribeiros, valas, sobretudo as margens, são limpas com regularidade? Assim como sarjetas e outros sumidouros? A população é sensibilizada desde os bancos da escola e pela comunicação social de que não deve atirar lixo para onde calha? Lembram-se das máscaras por todo o lado, até nas praias?

E depois, a participação cívica a outros níveis. Por exemplo, propostas, sugestões, denúncias, críticas, aplausos, feitos nas Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais, são vulgares? Qual a percentagem da população que nelas participa? É ínfima.

Portanto, os decisores políticos são os principais responsáveis. Mas não são eleitos? Não são sistemática, repetida e maioritariamente eleitos os dos dois habituais partidos, PS e PSD? Agora, como se sabe, já com sucedâneos até mais populistas e demagógicos.

Conclusão, em graus bem diferentes, a grande maioria é culpada pelos danos que estamos a causar à Natureza que tão bem e duramente nos avisa. À nossa casa comum. E não temos outra para viver!

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal "O Setubalense"


BOAS FESTAS!




Fantasmagorias

 

CONTROVÉRSIA

 

Se o teu corpo já não suporta a vida

Sobrevives em grande sofrimento

Devem aceitar sem constrangimento

Que queiras antecipar a partida.

 

Não há homicida nem suicida

De nada te vale esperar mais tempo

Se vives insuportável tormento

Que te valha no fim a medicina.

 

Quem não concordar não tem que fazê-lo

Não se compreendendo o seu apelo

Para que tal não seja autorizado;

 

Sendo as regras para todos claras

Protegidas de serem violadas

Deixem quem quiser partir descansado...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

A eutanásia é também uma questão de vida...

A direita e a extrema desta manipularam e inocularam um sentimento de pavor, sobretudo às pessoas antigas, com um cartaz indigno: «não matem os velhinhos»(!). Achamos miserável quem usa a poderosa arma do medo, que mata!, como espingarda política. Eis-nos, perante um embrutecimento estupidificante carregado de demagogia e mensagem falsa. A eutanásia é uma questão que se prende com o direito à vida ou como a pessoa deseja viver, e neste caso, quando a dor é insuportável, a morte medicamente assistida acontecerá por decisão do próprio, após escrutínio minucioso e no limite, sustentado pela psiquiatria, se for preciso. É um imperativo também moral que cada pessoa tenha liberdade de escolha e decisão e, por isso é que o referendo não pode nem deve auscultar a liberdade de consciência e a dignidade de cada ser! Os cuidados paliativos não produzem efeito, quando a dor nem é derrotada com o uso do mais poderoso analgésico nem mesmo com a morfina... minha mãe, há mais de 27 anos, sendo este número o tempo que leva esta discussão(!), numa fase agónica, terminal e de lucidez, perguntou-me: ''Quando acabo?''. Fazia-lhe sentido ter sido - eutanasiada. Os detractores da eutanásia, por convicção ideológica ou teológica, será que têm de ter um caso familiar semelhante ao de minha querida mãe?...

domingo, 18 de dezembro de 2022

Gaveta de Reformas de António Correia de Campos


Este excelente Livro, mais um, de António Correia de Campos, devendo ser de leitura de

todos, será essencial, para os Profissionais de Saúde.

Onde podem e devem ir saber o que foi feito na Saúde no País, o muito que se perdeu, o

bastante que ficou, e, tanto que ainda há por fazer.

Para aguçar a leitura pelo Profissionais de Saúde, e não só, algumas frases soltas de

GAVETA DE REFORMAS de ANTÓNIO CORREIA DE CAMPOS.

Por certo, haverá situações que deverão ser feitas de forma diversas das propostas por

ANTÓNIO CORREIA DE CAMPOS, mas por certo muito, muito há que aproveitar, planear,

fazer

E:

"Cada governante deve fazer o que julga ser o melhor, desde que tal resulte de estudo

suficiente, preparação cuidada, avaliação antecipada dos movimentos de parceiros e

opositores, coragem e persistência. O resto fica para a pequena história. "

...

"Em 2006 e 2007 foi possível controlar a despesa farmacêutica nas farmácias de venda ao

público e nos hospitais, permitindo que novas e mais dispendiosas terapêuticas fossem

ensaiadas e acolhidas no SNS. "

...

"Na lufa-lufa da escolha dos ministros e do desenho da lei orgânica dos governos , escasseia

quase sempre o tempo para uniões de serviços com importância e valor estratégico. Dada a

pressão do tempo, tende-se a deixar tudo como está. "

...

"Os recursos humanos são sempre o problema mais importante dos sistemas de saúde. "

...

"Poucas vezes são os recursos humanos da saúde tratados com a importância de que se

revestem. "

...

"O SNS na sua gestão de pessoal sofre a concorrência desigual do sector privado no desnível

de condições salariais e de trabalho..."

...

"A atracção por um lugar no sector privado ou no estrangeiro tem acompanhado e por seu

turno influenciado a lenta deterioração do SNS..."

...

"Com o desenvolvimento rápido do sector privado dos últimos vinte anos, apoiado pela

concentração da procura dos beneficiários da ADSE , observa-se grave perda de capacidade

e até qualidade do sector público. "

...

"A criação, ou recuperação em novos formatos, de um sistema que permita aos médicos

dedicarem-se inteiramente ao SNS, sem terem necessidade de angariar a vida fora dele,

parece ser questão essencial a resolver. "

....

."..pode levar 12 anos a executar, três legislaturas completas.."

...

"A carreira de medicina familiar, apesar de pouco apetecida , preencheu um enorme vazio e

soube ganhar o seu espaço. "

...

"Nos países nórdicos, nomeadamente na Suécia, o modelo de tempo total é dominante no

sector hospitalar, como nos contam os médicos portugueses que por lá exercem."


...

"Não haverá medidas únicas para uma crise de múltiplas causas."

...

"O mais importante reside nos recursos humanos, sobretudo no exercício da profissão

médica no sector hospitalar público. "

...

"Também parece insuficiente o actual incentivo facultado aos médicos que acumulam funções

hospitalares com lugares de carreira universitária "

...

"Recomenda-se a criação de uma equipa com sede na ACSS para funcionar durante os

quatro anos da legislatura, cabendo aos governos seguintes a sua continuidade ou

remodelação. Esta equipa deve cumprir a finalidade de exercer a coordenação nacional e

estar ligada a serviços técnicos regionais..."

...

"A nível internacional, assume-se que a melhoria da eficiência dos sistemas de saúde está

associada, entre outros, à redução da utilização desnecessária dos cuidados hospitalares..."

...

"Para,além dos internamentos evitáveis, importa ainda considerar a utilização excessiva dos

serviços de urgência, nomeadamente daqueles episódios frequentes e que poderiam ser

evitados, ou ter tido uma resposta nos cuidados primários. "

...

"As leis de bases e estatutos nada reformam, apenas confirmam situações já construídas."

...

"As grandes reformas da Saúde em Portugal foram realizadas sem leis de bases ou fora

delas."

...

"A política de saúde deveria incentivar medidas promotoras da responsabilidade social,

individual e colectiva, nomeadamente apoiando voluntários, cuidadores informais e dadores

benévolos."

...

"... o novo Estatuto do SNS está um diploma que confirma ou adianta políticas correctas mas

gera incertezas, sendo a maior delas a potencial redundância orgânica dos instrumentos de

administração do SNS "

...

"A combinação público- privado continua a ser em todos os países um tema forte de debate

político. "

...

"Quanto mais fragilizado o SNS, mais e melhores recursos humanos se disponibilizam a

migrar para o privado ."

...

"O debate público sobre esta matéria tem sido pouco esclarecedor. "

...

"O SNS está longe de vir a desaparecer, mas infelizmente bem perto de uma crise grave,

necessitando de atenção exigente e imediata. "

. ..

"A reforma do SNS parece apavorar as Finanças, mas nem sequer é dispendiosa se for bem

planeada e melhor executada."

...

"O mundo ideal onde o SNS dispunha de todas ...capacidades deixou de existir. "

...

"Muito trabalho temos pela frente para criar o bom exemplo, a fábula educativa, e evitar o

fracasso!."


A ler cuidadosamente o Livro a GAVETA DE REFORMAS de ANTÓNIO CORREIA DE

CAMPOS, e a aproveitar o que de útil e necessário tem, essencialmente pelos e para os

Profissionais de Saúde, mas para toda a população, todos nós que precisamos de ter

SAÚDE.

Augusto Küttner

Da náusea

 

O líder daquela repugnante gente a quem alguma esquerda aventureira ajudou a chegar ao Parlamento, permitiu-se reprovar o gesto do presidente da nossa Casa da Democracia, por este ter pedido perdão pelos actos hediondos cometidos por alguns militares comandados por chefes indignos.

 

Arengava a desprezível figura que era Moçambique que deveria pedir perdão pelos militares portugueses mortos na luta com que tentaram travar a independência daquele território colonizado; e se é verdade que, vindo de tais elementos, já nada surpreende, nem por isso o nojo que causam é menor...

 

Amândio G. Martins

sábado, 17 de dezembro de 2022

PAZ, BOAS FESTAS, BOM 2023


 Para todos os companheiros de A VOZ DA GIRAFA e suas famílias. Iguais votos para todos os que noa visitam.

Gorjetas

 

Naquele tempo em que diariamente almoçava em restaurantes, quando o serviço fosse prestado por empregados, não me custava nada deixar uns trocados, e quando me parecesse insignificante o próprio troco, acrescentava mais alguma coisa, mais ou menos de cordo com a simpatia como era acolhido, sem nunca me sentir obrigado a fazê-lo, muito menos meter dinheiro naquelas caixinhas que nalguns estabelecimentos aparecem na época de Natal.

 

E parece-me inqualificável que os empregados dependam daquilo, ou tenham que entregar as gorjetas ao patrão, no caso de terem vencimento legal, como soube que acontecia nalguns casos, que tinha dificuldade em compreender, a menos que o objectivo fosse distribuír a soma por todos no fim do dia.

 

Mas o que vi ontem numa televisão espanhola só não me surpreendeu muito por vir da dirigente do Partido Popular, Isabel Diaz Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, que lançou uma campanha de Natal dirigida à população que tivesse intenção de comemorar as festas em estabelecimentos hoteleiros, pedindo que deixassem “propina” para os empregados, para que eles pudessem comprar alguma coisa extra que o seu parco orçamento não permitisse...

 

Amândio G. Martins