sexta-feira, 30 de abril de 2021

no 1.º DE MAIO de 2021, Soneto do Trabalho



No 1.º de Maio de 2021, com fortes motivos para participar e lutar, recordar o Soneto do Trabalho, de José Carlos Ary dos Santos.




 

UMA QUESTÃO DE DIGNIDADE E PATRIOTISMO


Longe de primar pela qualidade, a programação da televisão, mesmo a que mais obrigação tem de o fazer, a pública, no entanto, reconhecemos as exceções. Foi o caso da excelente reportagem que a RTP1 passou na noite do passado dia 15 intitulada “A Invasão da Agricultura Insustentável”, da autoria do jornalista Luís Henrique Pereira, imagem de Pedro Rothes e Carlos Pinota e grafismo de Miguel Castro. Parabéns, portanto, a estes profissionais e ao diretor de informação da estação, António José Teixeira.

Isto sim! É serviço público. Diremos mais,é serviço patriótico.

Já aqui tínhamos abordado este assunto, cuja gravidade, o título da reportagem diz tudo. Trata-se, concretamente, da exploração de culturas agrícolas em regime intensivo e superintensivo, agora já não só no Alentejo, mas como o apurado trabalho mostra, estenderam-se à região da Cova da Beira , Algarve e ao Oeste, Estremadura.

As terras, muitos milhares de hectares, foram/são alugadas ou vendidas a empresas, sobretudo estrangeiras, e destinam-se à produção de azeitona, amêndoa e uva. No litoral alentejano e no Algarve, também produtos hortícolas em estufas e frutas tropicais como o abacate, cuja planta, consome enormes quantidades de um bem que nos tempos que correm, consequência das alterações climáticas, precioso: a água.

Como se pode ver na reportagem(mantém-se on line), toda a vegetação e arvoredo tradicional é arrancado e as novas plantações, para além da muita água que consomem, são tratadas com doses industriais de fertilizantes e pesticidas com vista às maiores produções possíveis.

Os efeitos são devastadores para as outras plantas, para a fauna, para a água do subsolo e de superfície e para os solos que ficam contaminados e mais tarde, esgotados.

Portanto, para estes novos “agricultores”, o que está em causa é pura e simplesmente o lucro. Depois, quando os solos estiverem esgotados e as suas contas bancárias bem recheadas, vão embora, e nós ficamos com um país parcialmente improdutivo, contaminado, desértico.

Outro aspecto imoral, são as miseráveis condições de vida da grande maioria dos trabalhadores contratados, emigrantes de países asiáticos.

Para além da generalidade das organizações ecologistas que se opõem a este crime de lesa-pátria, há muito que o PCP, o PEV e ultimamente o PAN, têm confrontado o Governo na AR sobre esta matéria. O PS e a direita, dão-lhe suporte.

Ouvido o Sr. Ministro do Ambiente, diz que tais culturas ocupam apenas 1/5 das terras com aptidão agrícola do Alentejo. Mas elas,como mostra a reportagem, já se estendem à Beira Baixa ao Algarve e à Estremadura. E mesmo que fosse “apenas” como diz Matos Fernandes, já seriam muitos milhares de hectares. Plantações a perder de vista.

Trata-se de um atentado ecológico que não diz apenas respeito aos habitantes das referidas regiões, mas a todos os portugueses.

A preservação do meio ambiente, da agricultura sustentável, do futuro de Portugal, é também uma questão de dignidade e patriotismo.

Francisco Ramalho

Publicado terça, 27/04, no jornal "O Setubalense"









Que gente é esta...

 

Será que, para o líder do PSD, o concelho da Amadora não merece melhor, para candidato à presidência da Câmara, que uma figura que explicita como objectivo de vida “exterminar o Bloco de Esquerda”, no mais chocante desprezo pelas regras da convivência cívica democrática?

 

Parece ser verdade que, questionado acerca das qualidades daquela “senhora” para desempenhar tão nobre função, Rui Rio terá respondido que se fosse para o Parlamento não a escolheria, mas como é para aquela autarquia, “um calhau basta”...

 

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 29 de abril de 2021

O FASCISMO DO RIO E DA SUZANA

 A fascista dondoca Suzana Garcia, candidata do PSD à Câmara da Amadora, "exige" o extermínio do Bloco de Esquerda. Rui Rio e o PSD aplaudem. Rui Rio e o PSD chegam-se ao Chega e tornam-se fascistas como a dondoca. Esta direita não tem cura. Até mete dó. Até dá vontade de rir. Venha a puta da revolução e venha bem depressa!

BRAGA, MEU AMOR

 

Braga, casa da Goreti.. Pela manhãzinha fui comprar o jornal e fui tomar café ao "Doce Convívio". Agora escrevo. Lá fora as pessoas falam. As árvores frondosas. O jardim. Os pássaros cantam. Tantos anos, tantas histórias nesta casa. Tal como na casa da Rua Nova de Santa Cruz. Tal como na casa da minha avó, também na Rua Nova de Santa Cruz, onde vivia a minha mãe. E o meu pai era director fabril na Cachapuz. Um socialista autêntico, como quase já não há. E eu fui duas vezes candidato a deputado por Braga pelo PSR, uma delas mandatário regional e responsável pela campanha. Fui também radialista na Rádio Clube do Minho com o meu irmão, com o Rui Soares, com o Luís Sousa, com o Paulo Barreto, com o Nuno Xavier, com o Alexandre Praça. Fui colaborador e jornalista do "Correio do Minho", do "Minho" e do "Notícias do Minho", com o Artur Moura, com o Luís Moreira e com o José Carlos Espírito Santo. Publicava poemas, entrevistas, crónicas, reflexões. Publiquei também poemas e outros textos no DN-Jovem do Diário de Notícias. Cantei na banda Ébrios. Ocupei o hipermercado Feira Nova. Colaborei na RTM, também com o Alexandre Praça, mais tarde na Rádio Activa, no Porto. Dizia poemas. Ia às noites, aos bares, aos concertos. Eram os Mão Morta, os Bateau Lavoir, os Rongwrong, os Gnomos, os Espírito Ressacado. Era o Deslize, o Tuaregue, o Honni Soit, o S. Pedro de Este, o Club 84. É a "Brasileira", o "Astória", o "Vianna". É o Jaime Lousa, o Álvaro, o Berto, o João Fernandes, o César, o Zé Né, a Paula, a Paulinha, a Fátima, a Fátima de Vila Verde, a Luísa, a Joana, o Paulo Bonito, o Firmino, o Sebastião Alba, o Jorge Pereira, a Natércia. Eram as noites de poesia. Braga é a minha cidade. Em Braga sinto-me em casa.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

O 1º de Maio: Quem luta por vezes ganha

O 1º de Maio é considerado o Dia Mundial do Trabalho, já que a data tem origem numa greve corajosa e histórica em 1 de Maio de 1886, em Chicago, EUA, onde operárias e operários levaram a cabo uma luta com efeitos positivos, como a redução do horário de trabalho. Festejar e lutar no 1º de Maio na rua é um imperativo nacional para os trabalhadores, agora acossados pelo patronato que, respaldado pela pandemia, tem feito dos empregados material descartável. 

O governo dito socialista é conivente porque além da lei passista/troikista que rege o trabalho, não ter sido alterada desde 2015 com a bênção do PSD, ainda se inclina direitamente para o lado empresarial...

Urge lutar e com todas as cautelas de saúde pública. Ao longo de décadas, após o glorioso 25 de Abril de 1974 até à actualidade, nunca os trabalhadores alcançaram nada em cima da bandeja, ao invés foi através das suas lutas que por vezes ganharam...
Quem não luta perde sempre. Se lutar pelos direitos na Função Pública é difícil, mais se torna na iniciativa privada. Aqui, o trabalho parece que é uma dádiva do patrão, que despede porque sim(!).A oferta é significativamente maior que a procura.
Este 1º de Maio é importantíssimo face à conjuntura de precariedade, exploração, pobreza, desigualdade social, fome e outras iniquidades exponenciadas. No 1º de maio sairei à rua para juntar a minha voz aos milhares de trabalhadores que lutarão contra as assimetrias!
Viva o !º de Maio, sempre!

           Vítor Colaço Santos 

Apostila: Este artigo é uma singela homenagem a todas(os) as(os) Delegadas(os)
                 Sindicais que me acompanharam ao longo dos anos. Bem-Hajam!

terça-feira, 27 de abril de 2021

A CORRUPÇÃO E O PODER POLÍTICO NO BRASIL

Alguém disse certa vez que a corrupção é inerente ao sistema capitalista de governo, eu vou maior longe: ela está alojada onde existe o poder, qualquer que seja o sistema. Quando não praticado por quem o detém, é praticado por pessoas próximas e por familiares. A estatística diz que governos menos corruptos são aqueles em que o chefe de Estado não tem filhos ou os têm menores.

No Brasil a corrupção é sistêmica, está alojada em todos os partidos, sempre aperfeiçoada a cada gestão que se sucede, independe de quem lá estiver. Nem os militares, quando detiveram o poder, conseguiram freá-la; o jeito na época foi joga-la debaixo do tapete e enquadrar as pessoas que a denunciavam como subversivas.

 A bem da verdade, até que os dirigentes militares eram honestos, mas os políticos que viviam à sombra do poder deitaram e rolaram nesta maléfica arte que tanto tem prejudicado o país.

 O povo brasileiro sempre assumiu uma postura otimista em cada novo presidente, sempre usando um termo muito conhecido: “agora o Brasil será passado a limpo”. Em pouco tempo vem a decepção montada na negra realidade do cotidiano: o papel usado para passar a limpo era rascunho. Pessoalmente já convivi com essa mesma ladainha desde que entendo por gente; olha que não sou jovem.

Quem muito retratou isto foi Jorge Amado no romance, Gabriela Cravo e Canela: na cidade de Ilhéus dirigida pelos chamados “coronéis”, afogada nos desmandos e corrupção, se viu diante da figura de um forasteiro que prometia tudo resolver, se ganhasse as eleições.

 Ganhando, já na posse se viu cercado e apoiado pelos antigos coronéis. O ingênuo personagem Nacif indagou a um correligionário do novo dirigente: mas, não está tudo igual? Este então lhe respondeu: “está igual, mas é diferente! ”.

 Espero que as próximas eleições não se enquadrem naquele conhecido conceito, tão afeito aos sociólogos: “A história tem nos ensinado, que os eleitores ou nunca aprendem nada com ela ou a desconhecem, tal são as escolhas que, via de regras, pelo menos no Brasil, tem sido catastróficas”.   

Orivaldo jorge de Araújo

Abril de 2021 

 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Se calhar, o melhor é não se escrever ou falar mais sobre vacinação

 PÚBLICO. Segunda-feira,26 de Abril de 2021. Augusto Küttner


Sendo o tema do momento o covid-19 e implicitamente as vacinas, talvez o melhor seja haver um pacto e deixar-se totalmente escrever, relatar, opinar sobre tudo ou nada que seja relacionado com vacinação.

Há vacinas, não há vacinas, é britânica ou é russa, é boa, é má, faz coágulos, não faz coágulos, estraga-se por não haver corrente no frígico, ou a carrinha que as leva despista-se, há grupos anti-vacinas, não há, primeiro os velhos, primeiro os doentes. Não. Não. Não!

Além das quatro entidades oficiais habilitadas a falar, há os jornalistas, os comentadores e os patetas que se pronunciam sobre o tema.

E, como cada cabeça, sua sentença, parece que estamos em “democracia directa/grega” e de cada um sai uma opinião, como lhe dá mais jeito.

E agora surgiu o novo agendamento, moderno, informatizado.

Mas depois vem alguém dizer que o agendamento esgotou, e depois outro alguém diz que afinal os doentes da Fase 2 - parece que ainda existe - podem ficar fora.


Augusto Küttner

domingo, 25 de abril de 2021

A vacinação contra o covid-19 podia correr melhor

 

PÚBLICO,24 de abril de 2021, Augusto Küttner de Magalhães

 


Saltando os obstáculos da possível guerrilha, entre a União Europeia e o Reino Unido,  quanto à AstraZeneca,  se quiséssemos teríamos conseguido vacinar mais rápida e coerentemente  no nosso país.


Como estas pandemias se podem repetir,  podemos aprender com o que não fizemos, ou fizemos menos bem.


Talvez,  não houvesse necessidade de tantos e tantas a tratar de mesma coisa - Ministério da Saúde,  Direcção-Geral da Saúde, Infarmed e task force…


Talvez, não houvesse necessidade de tantos falarem tanto.  Confunde. Baralha.
E, há plano,  é para ser cumprido.  Se é para ir sendo alterado,  então  não se faz plano. Navega-se à vista.


Não se criam directrizes para não cumprir. 

E se o critério de vacinação começa nos mais velhos até chegar aos mais novos, é para cumprir, ou então não se estabelecem critérios. 

 E no caso de excepções,  justificadas mas pontuais, como não desperdiçar vacinas ou estragar outras, expliquem.


Podia ter corrido melhor.

Devia ter corrido melhor. 

Augusto Küttner de Magalhães

O 25 de Abril tem donos?


Ao arrepio do “politicamente correcto”, Pacheco Pereira veio lembrar-nos, no PÚBLICO, que o “25 de Abril” não foi feito pelos “portugueses”, mas apenas por alguns deles. E tem toda a razão. Para que se realizasse, teria de haver alguns outros portugueses a derrubar. Na altura, a alegria foi tanta, que a ingenuidade e a inexperiência democráticas levaram a pensar-se que era possível o unanimismo, que a Revolução dos Cravos, quase sem vítimas, pertencia a todos. Conhecemos quem, de início, e à cautela, se acomodou à nova ordem, remoendo, lá nos confins do espírito, propósitos de futuro vingativo. Em privado, não escondiam ímpetos revanchistas, aguardando paulatinamente o momento certo para regressar aos poderes. Com o tempo, o enquadramento político de alguns destes agentes também foi conseguido, não faltando quem, nada se identificando com os ideais do 25 de Abril, venha reclamar legitimidade para, como “portugueses”, terem lugar marcado no palco das manifestações.

Talvez tivesse sido um erro táctico da Associação 25 de Abril impedir o Iniciativa Liberal de participar na manifestação. Mas corrigido. De imediato, não tarde de mais. Compreende-se que, da parte daquela Associação, deva existir algum cuidado na selecção dos participantes, sabendo-se que alguns poderão aproveitar-se da proverbial generosidade democrática para se infiltrarem e achincalharem os valores que outros pretendem, apenas, comemorar.


sábado, 24 de abril de 2021

O 25 de Abril não é do capitalismo liberal

 Do 25 de Abril de 1974 pouco sobra e o resultado está à vista. Desde o 25 de Novembro de 1975 até aqui foi um cavalgar nas mudanças que houve a favor da maioria para que tudo regressasse aos passadistas eixos... Os trabalhadores há muito que labutam de borla para os patrões!, através do banco de horas aprovado pelo bloco central - PSD\PS e o aval do moribundo CDS. A escravatura fascista praticada nos campos do Alentejo antes de Abril de 74 é hoje substituída por uma envernizada escravatura mais «democrática» e quem não quer - rua! Porquê? 

Porque sim... A oferta sobrepõe-se à procura. Comentadores do óbvio e políticos de frouxa estirpe fazem-nos crer que a liberdade de expressão é um bem desta democracia escangalhada. Será? É uma liberdade vigiada, sem estímulo por parte dos poderes instituídos para que haja uma prática política de cidadania activa sem amarras nem retaliações... Salgueiro Maia, um dos generosos e heróis militares do pronunciamento militar em 25 de Abril de 1974, tudo deu, e daria a própria vida pela democracia contra a ditadura. Cavaco, enquanto primeiro-ministro, recusou uma pensão pedida pelo Capitão de Abril pelos serviços excepcionais e relevantes prestados ao país devido à sua participação no 25 de Abril. Nunca teve resposta(!). Em contrapartida, o mesmo Cavaco atribuiu pensão a dois ex-inspectores da PIDE, um dos quais autor dos disparos sobre a multidão em frente à sede, nessa manhã de Abril, donde resultaram mortos! Esta gloriosa data também teve na sua génese uma marca anti-capitalista. A IL defensora do liberalismo capitalista quer entrar nas comemorações da efeméride.

A desvergonha desta gente é desprezível. Na política capitalista vale tudo! No 25 de Abril 1974 o Povo saiu à rua. Em 25 de Novembro de 1975 pairou um silêncio sepulcral. 
O 25 de Abril foi do Povo, jamais da burguesia.

         Vítor Colaço Santos 

25 DE ABRIL SEMPRE !


 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Missal Quotidiano e Vesperal

 


Edição de 1958, impressa em Bruges, Bélgica. Mais de duas mil páginas, impressas a preto, em papel de bíblia, douradas. Formato de 10 cm x 17 cm, encadernado, em couro preto, com lombada com inscrições douradas. Gravuras em arte nova. Textos em latim e português, simultaneamente. Quatro marcadores de fitas (vermelha, azul, verde, roxa). O Missal Quotidiano e Vesperal, de Dom Gaspar Lefebvre, beneditino da Abadia de S. André, é considerado um livro importante da Igreja Católica, da primeira metade do século XX. Sendo também um livro que é uma autêntica relíquia como trabalho tipográfico/gráfico.

 SERÁ DESTA?

Há séculos que PS e Pêpêdê andam para decidir se:

- Enriquecimento Ilìcito;

- Enriquecimento Injustificado;

- ou Ocultação de Riqueza, deve, ou não, ser considerado crime. Algo que qualquer mortal sabe de cor e salteado, que roubar pouco, é crime. Roubar muito, não...

Palhaços!


José Valdigem

quinta-feira, 22 de abril de 2021

DA ATUAL GUERRA DAS VACINAS À SEMENTE DA CORRUPÇÃO NO DESCOBRIMENTO DO BRASIL

GRAVURA BASEADA NA CHARGE DE JORGE BRAGA, PUBLICADA NO JORNAL “O POPULAR” DE GOIÂNIA, GOIÁS, BRASIL.

Enquanto isto no encantador país “Covidiolândia”, que já foi conhecido por Brasil, descoberto (na realidade encontrado) pelos portugueses em 22 de abril do ano da graça de 1500, prosseguem as batalhas da chamada: “ A Guerra das Vacinas”. Tendo de um lado o Presidente da República, do outro, o Governador do estado mais rico da federação covidense, prometendo cenas emocionantes no cenário da contenda, alheios às mortes de inúmeros compatriotas.

Nestas virgens terras, quando nunca dantes conhecidas, foi plantada a primeira semente da corrupção, que por aqui muito floresceu, comprovada pela carta do escrivão da esquadra de Cabral, Pero Vaz de Caminha. Nesta carta relatando o descobrimento ao Rei D. MANOEL I, ele solicitou vantagens para o seu genro (tráfico de influência), citando também que, nestas bandas, os nativos andavam com as vergonhas de fora, insinuando a beleza nua das moçoilas deste paraíso tropical. Para os pudicos foi primeiro estímulo ao chamado turismo sexual, hoje muito comum em certas regiões do país. 

 

Nem ao diabo lembraria

 

Embora o futebol de fervor clubístico há muito me não motive para nada, vou seguindo a informação do que vai ocorrendo, e a nada-morta superliga europeia, a que umas quantas luminárias meteram ombros, à margem das organizações oficiais da modalidade, também me pareceu uma coisa completamente estapafúrdia; é que por muito que essas organizações precisem de uma vassourada de alto abaixo, serão estes génios os principais responsáveis da forma como aquilo funciona.

 

De facto, essa “ideia de jerico”, ao que parece nascida no bestunto de Florentino Perez, com o argumento de que só assim salvariam o futebol -  completamente falido, segundo ele -  deve deixar muita gente a perguntar como pode usar um tal argumento quando ele é dos primeiros a inflaccionar o preço por que são pagos tantos jogadores...

 

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 21 de abril de 2021

 

A RASPADINHA E A OPERAÇÃO MARQUÊS


A raspadinha rendeu o ano passado, 1400 milhões de euros. Ou seja, 3,9 milhões por dia. Apesar das receitas, segundo o jornal I, terem descido 16% em relação a 2019.

Sabendo-se que a sua principal clientela são pessoas da classe média baixa e até mais desfavorecidas, e ainda por cima em tempos de pandemia, mesmo assim, é obra! Isto,num país em que quase 60% dos pobres, trabalha, que a grande maioria das pensões de reforma não chegam quase para mandar cantar um cego, e com toda a situação agravada com os devastadores efeitos da pandemia.

É este mesmo país que assistiu, perplexo, ao desenrolar da decisão instrutória sobre a Operação Marquês, em que o juiz Ivo Rosa, reduziu os alegados 189 crimes do processo para 17, e dos 31 atribuídos a José Sócrates por corrupção, a 6 por branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

A última etapa deste caso que já dura há 7 anos, que tem feito correr rios de tinta e muitas horas de emissão nas rádios e televisões, que envolveu ainda muito mais milhões do que a raspadinha, foi a entrevista que o seu principal protagonista, o antigo primeiro ministro, deu à TVI no passado dia 14.

Os 40 minutos que durou, preencheu-os ele, quase na totalidade. Embora não respondendo diretamente às questões constantes no processo que José Alberto Carvalho lhe colocou, mas desmentindo-as, reformulando-as, e respondendo a si próprio.

Os principais temas focados, foram os empréstimos do seu amigo Carlos Santos Silva, a fortuna da sua família, nomeadamente da mãe, e as atuais relações com o seu antigo partido, o PS.

Quanto ao montante dos empréstimos que, como consta no processo, só nos meses de setembro e outubro de 2013, totalizaram 110 mil euros e na totalidade chegaram aos 993 mil, também houve desmentido, mas apenas parcial. Segundo o entrevistado, foram “apenas” 570 mil euros.

Afirmou que o seu avô fez fortuna no comércio de volfrâmio, como consta num almanaque que estava arquivado na Torre do Tombo e que até se ofereceu para o mostrar a José Alberto Carvalho, e que a sua mãe possuía 1 milhão de contos num cofre, fruto de três heranças de que tinha beneficiado. Não disse, nem o entrevistador lhe perguntou, porque preferiu recorrer ao amigo, e não à progenitora.

Em relação à afirmação do seu antigo camarada Fernando Medina, de que o seu comportamento corrompia a política, respondeu que ouviu com suficiente repugnância, mas que Medina é apenas um porta-voz da direção, da liderança, do PS.

Finalmente, dizer que todos estes crimes e a prescrição de tantos deles, são possíveis devido à lei que o permite, cujos principais responsáveis, são os partidos que a fizeram: PS, PSD e CDS. E o principal prejudicado é o povo. Grande parte dele, a fazer contas à vida, revoltado, vê na raspadinha uma possível boia de salvação. Mas depois, embora ainda mais desiludido, com seu voto ou abstendo-se, perpetua o tal sistema que tanta corrupção e vigarices permite beneficiando alguns, e prejudicando-o a ele.

Francisco Ramalho


Publicado ontem no jornal "O Setubalense"









PS, PSD, CDS recusaram sempre leis mais eficazes para combater a corrupção

A recente fase decisória da Operação Marquês gerou interrogações, perplexidades, indignações, preocupações, ligadas a um certo clima de impunidade que tem rodeado os alegados crimes económicos de negócios de milhões aliados à corrupção. Fomentando a convicção que a justiça só age com os mais fracos e ignora os ricos e poderosos. Ou como alguém já disse, o código civil para os ricos e o código penal para os pobres. 
Esta situação cria descrédito no sistema judicial, sendo hipocritamente aproveitada para atacar o regime democrático conquistado com o 25 de Abril, por aqueles que ligados aos ricos e poderosos ainda os pretendem beneficiar mais. Na mesma onda mediática estão noticiadores e comentadores da comunicação social dominante. 
PS, PSD, CDS, têm recusado sempre leis mais eficazes para combater a corrupção e criminalizar o enriquecimento ilícito, confirmando que tal é afinal uma consequência natural do sistema capitalista que defendem, com a submissão do poder político ao poder económico e financeiro e a toda a teia de interesses e promiscuidades que são gerados. 
Dificilmente a situação se alterará, por falta de vontade política, com o Governo/PS, a actual composição da Assembleia da República e os comentários do Presidente Marcelo. Só com uma política diferente, que acabe com mais de 40 anos de política de direita, dando rigoroso cumprimento ao que determina a Constituição da República, de subordinação do poder económico ao poder político, se poderá iniciar um sério caminho de medidas para combater com eficácia a corrupção, a fraude e a criminalidade económica e financeira.

Big brother watching you

 

Já respondi ao “Censos 2021” e fiquei “abismado” com um tal interrogatório, montes de questões em que não se vê qualquer sentido, uma intrusão abusiva na vida do cidadão em aspectos que mesmo o Estado, que não é nosso dono, deveria estar impedido de fazer; agora imagine-se como fica a “privacidade” daqueles que, e não serão tão poucos como isso, terão que recorrer a terceiros para poder dar cumprimento a uma tal imposição legal...

 

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 20 de abril de 2021

Sócrates, Salgado, Granadeiro, Bava & Cia., elite destrutiva e desarrestada

Depois da longa, trabalhosa e difícil investigação de vários magistrados e funcionários judiciais, o juiz Ivo Rosa, em 3 horas e meia, demoliu a acusação do Ministério Público(MP), não ficando pedra sobre pedra. É extraordinário que este megaprocesso na ânsia de somar o maior número de suspeitos e indícios criminosos, pela sua complexidade e volume, não chegue a lado nenhum... 

Compare-se com o caso SarKozi, ex-presidente de França, arguido num processo muito mais pequeno, logo mais fácil de julgar, foi condenado a prisão! Em menos tempo. Sócrates, como primeiro-ministro, não podia aceitar dinheiro e favores de ninguém nem fazer aproximações perigosas... Tinha por obrigação e dever de cumprir escrupulosamente a causa pública e há muito que não o fazia... Um 
Funcionário Público tem deveres e direitos sendo punido caso não cumpra, mas a 
3ª figura do Estado não foi o modelo, porquê? Sócrates, depois dum artigo de opinião (Público) e uma entrevista à TVI, quer fazer transparecer o quê? Um santo? Um desgraçado vítima duma cabala? Um
pobre coitadinho? Um inocente? Tudo o que acerca foi dito, visto e escrito é mentira? Sócrates é um monstro inqualificável, Salgado, Bava, Granadeiro, Bataglia & Cia., a elite destrutiva e desarrestada, não lhe fica atrás. Preparemo-nos para pagar, daqui a décadas com tudo prescrito, chorudas indemnizações a Sócrates e aos seus amicíssimos. Tudo isto é gás para encher o balão do perigoso populismo extremista de direita! Depois, as virgens ofendidas, não se queixem...

                                        Vítor Colaço Santos

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Estranha forma de se destacarem

 

Foi cantor famoso, filho de  pais também famosos, mas cantar já não pode, porque perdeu a voz, segundo o próprio pela vida de excessos que levou – “drogas y sexo a lo bestia” - ;  então descobriu uma forma fácil de se manter na crista da onda, juntando-se ao que há de mais estúpido nos tempos que correm, que são os negacionistas da pandemia coronavírus, afirmando que tudo não passa de uma grande conspiração mundial.

 

Chama-se Miguel Bosé, filho da famosa Lucia Bosé e do também famoso nome  do toureio espanhol Dominguin, de quem diz que Franco se babava por ele e era visita frequente da casa; a mãe morreu há pouco com covid, segundo o relatório médico, mas ele nega a pés juntos que tenha sido por isso, que foi usado como argumento para não deixarem que se aproximasse dela no hospital.

 

Todavia, como o que não “cree en brujas, pero”..., na longa entrevista que deu ao jornalista catalão Jordi Évole, escalpelizada nas suas contradições em dois programas do canal “La Sexta” – questionou-se se seria legítimo, em nome da liberdade de informar, tornar públicos tantos disparates, que podem arrastar outros mentecaptos, lembrando que o “La Vanguardia” não publicou idêntiva entrevista por essa razão -  exigiu, segundo o jornalista, que ele e toda a equipa de gravação apresentasse provas de que não iam contaminados com o vírus, não permitindo que lá entrassem com máscara...

 

 

Amândio G. Martins

domingo, 18 de abril de 2021

O papel do juiz de instrução


Da imensa biblioteca que se produziu sobre o caso Sócrates, retive a importância das funções do juiz de instrução, a “fiscalização” da investigação judicial previamente desenvolvida, para assegurar a sustentabilidade e legalidade das provas ou indícios aduzidos, bem como a protecção dos direitos e garantias individuais dos acusados. 

Perante um “Ticão” como o que temos, inexplicavelmente (?) composto de apenas dois juízes, curiosamente com perfis psicológicos diametralmente opostos, sujeitam-se os cidadãos culpados ou inocentes que lá vão parar aos destinos da cara ou coroa de uma moeda ao ar. Sem sorte, o arguido ficará desgraçadamente seguro de que o juiz de instrução aceitou tudo e mais alguma coisa que o juiz do inquérito se lembrou e foi capaz de colher no seu trabalho persecutório, mesmo que, aqui ou ali, atropelando uns direitos individuais que pensava ter. Com sorte, o mesmo arguido verá os seus direitos e garantias minimamente defendidos, ficando com a certeza de que não se praticaram irregularidades na fase de inquérito. Como eu, até o diabo escolheria o “juiz nº 2”.  


Público - 19.04.2021

sexta-feira, 16 de abril de 2021

O PODER DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL


                                              MARCANTES DATAS DE ABRIL NO PAÍS:

22/04/1500- ESTE PARAÍSO É ENCONTRADO PELOS PORTUGUESES

21/04/1792- PORTUGAL SUFOCA O PRIMEIRO GRANDE MOVIMENTO DE                

               INDEPENDÊNCIA DA COLÔNIA, NA PROVÍNCIA DAS MINAS GERAIS

19/04-ESCOLHIDO PARA SER O DIA DO ÍNDIO

A   rede de televisão CNN mostrou, em recente documentário, uma reunião da maioria dos caciques (chefes de tribos), das inúmeras etnias da Amazônia. Cada uma destas etnias com dialetos próprios e não entendíveis entre si, mas tendo um denominador comum que tem possibilitado um entendimento entre elas, impossível no passado, que é de se comunicarem através da língua portuguesa, comum a todas.

 É a língua do colonizador agregando harmonia entre tribos que no passado viviam em guerra quase permanente. A língua também tem um efeito cultural na manutenção dos dialetos, que são ensinados e registrados para eternidade através da grafia da língua de camões  

O grande político português, Mario Soares, quando percorreu esta região, ficou encantado em encontrar inúmeros povoados ribeirinhos (conhecidos no local como beirantes) ao rio Amazonas com nomes portugueses. Em depoimento ele se mostrou emocionado de ver de perto onde os intrépidos portugueses conseguiram chegar e deixar ao Brasil, como herança, esta unidade geográfica e linguística que encanta a quem se dedica ao seu estudo. Relatando ainda o seu encantamento de ver povos extremamente primitivos falando, mesmo de maneira rudimentar, a língua portuguesa.


A VIOLÊNCIA POLICIAL RACISTA E ASSASSINA

 A violência policial racista e assassina nos Estados Unidos ultrapassou todos os limites. Já não é só caso George Floyd. Tanto sob Joe Biden, como sob Donald Trump, os polícias americanos são cães assassinos à solta, sustentados pelo sistema capitalista. Na Europa a polícia também é uma delícia. Bate a torto e a direito. E Boris Johnson quer limitar ao máximo o direito à manifestação e à indignação. E não é o único. É só controle, castração e vigilância. Controlo também dos pensamentos, das liberdades, dos movimentos. A pandemia dá muito jeito ao Poder. Basta! Libertemo-nos! Destruamos a ditadura!

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Boa Cepa

 

Já foi a outra semana, mas só agora tomei conhecimento, pelo semanário “Alto  Minho”, que se publica em Ponte de Lima, que o senhor Joaquim Barreiros, popular acordeonista minhoto e também conhecido por “Joaquinzinho das bicicletas”, por ter tido uma oficina das ditas, faleceu com a bonita idade de 102 anos, completados em fevereiro pp; este jornal reproduz também a mensagem que o filho, celebérrimo “Quim Barreiros”, publicou nas redes para dar conhecimento do acontecido:

 

“Meus amigos, quero vos comunicar que Deus chamou a jóia mais velhinha que eu tinha, o meu Pai. O meu herói faleceu hoje, dia 7 de abril. Neste momento tão triste, não tenho mais palavras. Muito obrigado”.

 

 

Amândio G. Martins

 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

 RECORDANDO ZECA


NO CÉU CINZENTO SOB O ASTRO MUDO

BATENDO AS ASAS PELA NOITE CALADA

VÊM EM BANDOS COM PÉS DE VELUDO

CHUPAR O SANGUE FRESCO DA MANADA


ELES COMEM TUDO

ELES COMEM TUDO

ELES COMEM TUDO

E NÃO DEIXAM NADA


São insaciáveis. Chafurdam; lambuzam-se; agridem-se; arrotam; peidam-se.

A gamela do Guiness é manifestamente insuficiente para satisfazer a escumalha.

Em Portugal não há corrupção! Estamos muito mais tranquilos...


José Valdigem

terça-feira, 13 de abril de 2021

 

O BRASIL, MOÇAMBIQUE E O FANATISMO RELIGIOSO


O Brasil é um gigante à deriva. E Moçambique, outro grande país irmão, ambos são vítimas do obscurantismo e do fanatismo religiosos.

No Brasil, as confissões evangélicas, nomeadamente a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), deram um decisivo contributo para a eleição de Jair Bolsonaro. O responsável pelo agravamento geral da vida no país, pelo aumento da destruição da Amazónia, com todas as graves consequências regionais e até mundiais, uma vez que se trata do denominado pulmão da Terra. Depois, com ligeireza, ignorância e prepotência como (não) tem tratado a pandemia, é responsável pela morte diária já de 4 mil pessoas e de vários milhões de infetados.

Lula e Dilma Rousseff, não estando livres de reparos, mas num país onde a corrupção é endémica, tiraram milhões de brasileiros da miséria absoluta e projetaram o Brasil como grande potência na cena internacional.

Tal como se prevê, esperemos que o primeiro, ou outro potencial candidato oriundo ou não do PT, mas bem mais digno que o atual, seja eleito, e volte a dar novo rumo àquele gigante de dimensão continental, com mais de 200 milhões de almas.

Moçambique, depois da guerra de libertação e da que opôs a RENAMO à FRELIMO, há quase três anos, uma vasta região, Cabo Delgado, tem sido vítima de outro tipo de guerra. Uma guerra importada, absurda e cruel, imposta pelo criminoso fanatismo religioso islâmico.

Os últimos episódios desta guerra suja, com o assassinato de centenas de pessoas da forma mais hedionda que nem crianças poupa, é uma vergonha universal. A organização da qual estes terroristas fazem parte, reclama-se alinhada com o autodenominado Estado Islâmico que há muito, tais crimes pratica. É absolutamente inaceitável que ainda não tenha sido contido por quem mais meios tem, e se arma em paladino da democracia universal. A tão badalada comunidade internacional(CI). Leia-se, EUA, seus aliados e a NATO.

Só que, o maestro da CI, EUA, tal como fez no Afeganistão que armou e apoiou os Talibãs para derrubarem o Governo revolucionário de Najibullah que tentava arrancar o seu povo ao analfabetismo, ao obscurantismo religioso e ao quase feudalismo, também agora tem feito vista grossa ao EI, ou utilizando-o contra a Síria, pelo facto do Governo deste país, não lhe prestar vassalagem.

Dizer ainda que naquela região, potencialmente muito rica, nomeadamente o seu subsolo, mas madrasta para o seu povo, há cerca de 3 anos que o terror lá se instalou. Agora, de forma mais intensa, violenta e bárbara, provocando centenas de milhar de refugiados. Alguns, não conseguindo sequer sobreviver.

O Governo e o presidente Nyusi, não estão isentos de críticas. É verdade que o país é imenso e os meios não abundarão. Que tentem evitar ingerências, compreende-se. Já não se compreende, terem deixado chegar a situação àquele tão crítico e lamentável estado, sem apelarem ao mais que justificado auxílio. Por exemplo, à ONU, UA (União Africana), Angola, África do Sul, Portugal.

Francisco Ramalho


Publicado hoje em "O Setubalense"


Da insegurança da segurança

 

Segundo as autoridades do Irão, Israel é responsável pelo ataque cibernético que lhes terá avariado a instalação de enriquecimento de urânio; sendo conhecidos cada vez mais casos similares, com os mais diversos objectivos, imagine-se quando este tipo de intrusões for dirigido às chaves dos arsenais atómicos das grandes potências nucleares...



Amândio G. Martins

segunda-feira, 12 de abril de 2021

A viciação de concursos públicos

 

Para validar ou viciar um concurso público são necessárias muitas assinaturas.
Ora se o ministério público quis pronunciar José Sócrates, tinha que pronunciar também todos aqueles que apuseram a sua assinatura nos referidos concursos dizendo que está conforme.
Eu como trabalhei durante 30 anos a dirigir obras públicas, ( sei mais do que a maioria sobre corrupção) fui questionado por amigos, quando esta novela começou, e logo lhe disse que isto não podia, dar em nada .
Então nem sequer o ministro da tutela aparece?
Acontece que eu de leis percebo pouco, e cada vez percebo menos, uma vez que se nos calhar um juiz é de uma maneira, e se nos calhar outro é doutra.
Agora o que parece é que o ministério público, só quiz apanhar um tubarão, mas se tivesse lançado a rede apanhava peixes de toda a espécie e podia ser um berbicacho.
Podia apanhar amigos, conhecidos, corregilinários etc. e também tinha de os grelhar
Depois ainda temos a seguinte questão?
Se o grupo Lena foi beneficiado, alguém foi prejudicado, e nisto os privados não costumam ser meigos com o governo.


Quintino Silva

Sócrates & Cia., a elite ganha sempre

Portugal ficou em choque depois do juiz Ivo Rosa ter decidido quantos crimes iam a julgamento, na Operação Marquês. De quase duas centenas ficaram 17(!). O famoso Ticão, só tem dois juízes, Carlos Alexandre e Ivo Rosa, que estudaram pelos mesmos livros, mas têm posições diferentes sobre o que é o Direito e a Justiça(!), sendo que estas e o último ficam descredibilizados, diminuindo a confiança das populações. Rosa, ao deixar cair os crimes de corrupção, causa enormes embaraços. Ficámos boquiabertos. Porque não foi colocada a questão do enriquecimento ilícito? Não sabe que Sócrates quando saiu do governo ficou rico? Se não, devia! O enriquecimento ilícito é um cordão umbilical da corrupção. O comportamento ético, moral e político do eng. Sócrates é reprovável. Exigia-se que a justiça desse resposta, mas não dá, servindo na perfeição a elite! O populismo desventurado de extrema-direita vai aproveitar cavalgando... O descrédito no sistema é perverso. O cenário judicial que o Ministério Público(MP) construiu, foi teluricamente abalado pelo juiz Rosa. O MP irá contestar e muito bem. Não voto na justiça popular, mas esta justiça dual ficou muito chamuscada. É inaceitável que a corrupção que nos rouba, no limite a vida, não vá a julgamento porque prescreveu... Tudo o que era político ruiu, abrindo-se um precedente gravíssimo. Portugal jamais condenará a corrupção... 'A descredibilização da justiça vai afastar cidadãos da política', disse Marina Costa Lobo ao PÚBLICO. Subscrevo.

          Vítor Colaço Santos

Apostila. Este artigo de opinião também é em homenagem a Joaquim C. Tapadinhas e a José Torres. Torres, ex-causídico, é uma torre fraterna, solidária e altruística. Tapadinhas de idade madura, destapa com mestria, saber político e acutilância todas as mazelas deste capitalismo que mata!

domingo, 11 de abril de 2021

OPERAÇÃO MARQUÊS

 

OPERAÇÃO MARQUÊS, NÃO HÁ CORRUPÇÃO?


O caso que fez correr rios de tinta e onde se falou de muitos milhões, chegou ao fim. Ou seja, a montanha pariu um rato. Embora o Ministério Público vá recorrer...

Ivo, arrasou a Acusação e mandou Sócrates ir em paz repousar tranquilamente numa das suas casinhas de Paris, do Marquês, ou da Ericeira. Quanto aos muitos casos de corrupção que envolviam ainda muitos mais milhões, ficou tudo em águas de bacalhau. Restam apenas casos de branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Coisa pouca ,que o “animal político”, se apressou, evidentemente, também a desmentir. E mais, pondera pedir indemnização ao Estado.

Portanto, o bom povo que esteja preparado para abrir os cordões à paupérrima bolsa!

E assim vamos cantando e rindo, neste reino do centrão, onde o Zé, com seu voto, se encarregará de lhe dar continuidade.

Até quando?

Francisco Ramalho



Enredo de novela mexicana

 

Não faço a menor ideia se o homem é anjo ou demónio, se cometeu ou não os terríveis pecados pelos quais há muito foi sumariamente julgado e condenado na praça pública, que para esse “tribunal” não existem quaisquer regras, muito menos “presunção de inocência”; não sou amigo nem inimigo dele, mas foi o chocante espectáculo da sua detenção, premeditadamente preparado para que tudo quanto fosse audiovisual estivesse presente, precisamente quando vinha a entrar no país, para se apresentar ao MP, que me deu da Justiça a imagem de que não sabe muito bem o que anda a fazer, e não a decisão agora tomada pelo juíz de instrução, que terá escandalizado os justiceiros de rua.

 

Só ouvi o final da leitura e vi alguns dos comentários que se lhe seguiram, de que destaco o daquele Zé Manel “jornalista”, no canal 3 da televisão pública, que me deu a ideia clara que, para aquele tipo de gente, fazer justiça é condenar de qualquer maneira aqueles que querem ver condenados; trata-se do personagem que, como director de um importante jornal, em conluio com o então acessor de imprensa da presidência da República, montou a rocambolesca história das escutas de São Bento a Belém; ambos se cobriram de vergonha e foram demitidos, mas o Zé Manel continuou a perorar, decerto com “aquilo” atravessado, que lhe vai alimentando o ódio contra o ex-primeiro ministro.


Só não me pareceu apropriado o triunfalismo do arguido à saída; de facto,  parece-me que teria sido mais prudente da sua parte remeter-se ao silêncio e recolher imediatamente  a casa para meditar no que ainda falta para se poder considerar livre daquilo, já que a sua imagem pública, social e política, terá ficado danificada para sempre...

 

 

Amândio G. Martins

 

Público Domingo, 11 de Abril de 2021 Augusto K. de Magalhães

 

AstraZeneca e as mudanças etárias

 

Todos sabemos que qualquer medicamento, até ser seguramente aplicável nos humanos, passa por uma série de fases e testes, e que as vacinas anticovid-19 foram desenvolvidas em tempo recorde.

Também sabemos, até por experiência pessoal, que qualquer medicamento tem “contras”, daí virem com uma bula enorme, que, se lermos intensamente, nos faz duvidar do remédio.

 Logo, as vacinas têm contraindicações.

 Mas, ao que parece, os resultados positivos da vacina são definitivamente maiores do que a não vacinação.

Conviria haver algum bom senso na forma pública, política e publicada quanto às contraindicações das vacinas.

 Numa semana, é para tomar, na semana seguinte, não podem tomar maiores de 55 anos, depois já é para tomar por todos, de seguida, só se tiverem mais de 60 anos.

 Isto é a britânica, sendo que as outras vacinas também têm criado situações adversas.

E as consequências deste pára-arranca são muito, muito nefastas.

Augusto K. de Magalhães, Porto

sábado, 10 de abril de 2021

 ESTADO DE SÍTIO


Penso que será difícil identificar alguém que alguma vez na vida, não tenha aderido àquele esquema fraudulento de - por indicação dum funcionário, ou alto-funcionário dum tribunal - "contratar" um cidadão que habitualmente se encontrava ali `a porta, para, a troco duma pequena gratificação, servir de testemunha presencial. 

Sempre foi assim. Desde o tempo da "outra senhora", atravessou o Vinte e Cinco, e não sei se ainda se mantem. São as própias autoridades que nos ensinam a aldrabar. Claramente um vazio de legislação. Para quê, tantos deputados?

Já do que vos falo a seguir, não se trata de défice de legislação, mas sim de competência ou talvez, respeito.

Para revalidar a carta de condução, eu ía ao Balcão do Cidadão, e por 15 euros ficava tudo legalmente resolvido. Agora, o meu Médico de Família ( do Estado) diz que não tem autorização (por causa do Covid) para prescrever o Atestado Médico, indispensável para iniciar o processo. O Governo/Estado, pelo mesmo motivo, protelou a validade das cartas de condução até 30 de Setembro do ano passado. Depois até 31 de Março deste ano e depois até 30 de Junho próximo. Todas as autoridades com quem tenho falado me garantem que se for apanhado a conduzir, levo uma multa pesada. É Kramer contra Kramer...

Procurando solução, o que me aconselham: "vai a um médico privado". "vai a uma escola de condução ". (estão encerradas). Qualquer delas custará 4 ou 5 vezes mais.

José Valdigem







Na política não vale tudo

A dupla política siamesa, ao nível dos campeões da corrupção em Portugal, PSD\PS, com gente graúda, continua impune. Ou melhor (no pior), inimputável. Que se saiba, só Armando Vara está preso. Um exemplo é manifestamente poucochinho...

O público, como dizem os comentadores «tudólogos» endireitados, não está a dormir face a esta criminosa situação. A busca incessante do pão, agora com a pandemia a agravar, não permite a
muitos se abeirarem daquele flagelo e se mobilizarem contra, que no limite - mata! A tralha do partido dito social-democrata, cujo líder fala na necessidade dum «banho de ética» tem que se lhe diga...
É só para os outros. O ex-encarcerado por corrupção, Isaltino Morais, prepara-se para ser candidato à Autarquia de Oeiras pelo PSD(!). Qualquer concidadão que queira candidatar-se a um lugar no Estado tem de ter um registo criminal limpo. Então porque se permite a um cadastrado exercer um posto de chefia nesse mesmo Estado?

O poeta disse: 'O ridículo mata!'. Subscrevo. Quando o modelo não vem de cima... O apregoado moralismo de Rui Rio é uma afronta mais que vergonhosa. É miserável! Em política não vale tudo!

Vítor Colaço Santos 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

O CAOS NAS VACINAS

 Nunca como hoje as desigualdades sociais foram tão gritantes, agravadas pela pandemia. As farmacêuticas e os governos fazem negócio com as vacinas, buscando o máximo lucro e o controlo à custa das populações. Nunca se viu tamanha hipocrisia, veiculada pelos media e respectivos comentaristas. O confusionismo e o alarmismo reinam, alimentando o medo e o pânico. É caso evidente a situação da AstraZeneca. Por outro lado, a grande exploração e a escravização das pessoas prossegue, ao mesmo tempo que o capitalismo da vigilância lava os nossos cérebros através dos media, da Google e do Facebook. A grande crise está aí e as alterações climáticas são uma ameaça de vida ou de morte para o futuro imediato e poucos parecem preocupados com isso. De uma vez por todas, urge tomar consciência. De uma vez por todas, urge a grande revolta.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Terrorismo assassino em Moçambique (II)

O Al-Shabaab, grupo terrorista e fundamentalista islâmico, continua na raiva de tudo queimar, matar, degolar e alvejar cidadãos, até mulheres, velhos e crianças indefesos. A extrema cobardia também lhe está colada à pele. À atenção do Tribunal Penal Internacional. A situação abeira-se da catástrofe humanitária e a ONU prevê que os deslocados, a curto prazo, atingirão um milhão de pessoas. Terrível! Lá, em Cabo Delgado, chão riquíssimo e onde as extractivistas multinacionais estão instaladas, os nossos irmãos moçambicanos ficaram paupérrimos e à beira de morrerem à fome, por via da política de terra queimada dos terroristas. A ajuda internacional só foi ventilada quando as vítimas pertenciam àquelas empresas(!). É urgente o apoio humanitário, pelo menos, traduzido em farinha e tendas. A pandemia agrava a situação... Imprensa e RTP têm dado visibilidade à barbárie. Mas a comunidade internacional ainda não acordou... O presidente de Moçambique tem sido inaceitável face aos acontecimentos, porquanto devia ter pedido ajuda internacional. Não o fez porquê? O conflito tende a alastrar a outras províncias. Comovi-me, vendo imagens na RTP, de centenas de moçambicanos a reclamar comida esfomeados, à frente do governador de Cabo Delgado. Portugal, como ex-colonizador, tem de ser solidário já, com militares. Que diacho, se fazemos boa figura num país vizinho e noutras latitudes, então mais premente se torna apoiar o Povo irmão moçambicano sem abrigo, faminto e sedento de paz. Urge!

Vítor Colaço Santos 

É daquelas imagens que dizem tudo...

 

O sultão da Turquia dignou-se receber dois altos dirigentes da União Europeia – uma senhora e um homem – organização com que anda agastado por não aceitar que as mulheres possam ter os mesmos direitos que os homens, entre outras minudências, regras que lhe seriam exigidas para poder entrar num tão selecto clube, já que o homem até tem procurado a todo o custo reverter alguma coisinha menos má que por lá pudesse existir em matéria de direitos.

 

E o caricato aconteceu: havendo só dois “sillones” para três, os machos alapardaram-se depressa – o “europeu” também, quem diria... – e a senhora ficou em pé, sem saber muito bem onde se acomodar – eu sentar-me-ia no chão... – se calhar porque o anfitrião esperava dela que estivesse ali para lhes servir o tradicional chá, que é para que servem as mulheres naquele sítio, segundo a filosofia do mais maior...

 

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Próxima Geração - Perdida?


A recente polémica em torno da norma-travão causou-me uma estranha sensação de ter vontade de me alinhar contra a interpretação que todos os constitucionalistas deram ao caso. E logo a mim, que me encarniço na defesa dos valores fundamentais, designadamente a Constituição. Sem entrar na discussão de que, pela via das cativações, nunca o Governo esgota a totalidade das despesas orçamentadas, sendo, assim, difícil que a execução das leis que violam aquela norma aumentassem a despesa total, haveria sempre a possibilidade, em “desespero de causa”, de se aprovar um orçamento rectificativo. Necessário seria existir vontade política do Governo para aplicar as leis dos apoios sociais, como, aliás, se fez no passado recente. As “bandeiras” são, como sempre, conter os índices económicos, mesmo numa gravíssima situação de pandemia. Dá que pensar que a Alemanha (bem sabemos que as situações dificilmente são comparáveis), em percentuais relativos ao PIB, apoiou directamente a sua economia mais do dobro de Portugal, e, no apoio à liquidez, “investiu” cerca de quatro vezes mais. Quanto ao défice orçamental, o registado em 2020, em Portugal, pouco passou de metade do registado na zona euro. Bem podemos falar do projecto “Próxima Geração UE”, mas receio que, para “consumo interno”, lhe tenhamos de chamar “Perdida”.

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia


Público - 08.04.2021