segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Maiorias absolutas já foram experienciadas...

 

 O tacticismo político do PS/António Costa, com a prestimosa ajuda do presidente Marcelo e o voto útil(?), resultou numa vitória para aquele e uma derrota, com estrondo, para este. O seu PSD, acaba por ser derrotado furando as contas do bloco central de interesses e aponta a porta de saída, para Rui Rio. A batalha campal, das fações, não tardará. 

A maioria absoluta do PS dar-lhe-á o poder absoluto... com riscos sérios, desde a má relação com o escrutínio democrático, até à tentação de abuso do poder, passando pela permeabilidade face aos interesses económicos. As leis laborais, os apoios sociais, a sangria do orçamento do SNS para a medicina privada e o seu gradual depauperamento, a Justiça, a instrução pública, a pobreza e a Cultura ficarão arranhadas com este absolutismo. A lei do quero, posso e mando aí está...

As experienciadas maiorias absolutas com Cavaco/Sócrates tiveram efeitos nefastos, sobretudo no sector público em geral, no mundo do trabalho, em obras faraónicas, nos interesses da finança e por aí adiante.
Afigurasse-nos que, com esta nova e absoluta configuração política no Parlamento, o Povo nada ganhará!

Vítor Colaço Santos

"Vingança" on the rocks"

 

É ambivalente o sentimento que agora me anima: Contente por ver a Esquerda aventureira levar no “pêlo”, mas triste porque o seu nefasto aventureirismo estendeu ao monstro da extrema-direita uma larga passadeira, descendo mais uns degraus a caminho da mais completa irrelevância. Mas colhem do que semearam, carregando agora na consciência o pesado fardo de lhes poder ser assacada a grande responsabilidade de terem multiplicado por muitos o crescimento daquele monstro.

 

Mas é gente que não aprende; o ideólogo-mor do Bloco já em tempos não muito lo ngínquos havia proporcionado à Direita, quando foi líder do grupo, quatro insanos anos de poder total contra os mais fracos da nossa terra; recuperaram entretanto algum poder negocial, para o esbanjarem agora ingloriamente.

 

Os políticos mais experientes aqui do país vizinho, quando os “sondeos” lhes são favoráveis, perguntados por jornalistas e comentadores se pensam aproveitar a boa “ola”, costumam responder, prudentemente, que isso os deixa satisfeitos, mas “las elecciones las carga el diablo”, nunca se podendo ter certeza de como poderão correr. E é isso mesmo, porque o povo - como se diz no bonito hino à liberdade - é quem mais ordena”...

 

Amândio G. Martins

domingo, 30 de janeiro de 2022

Radicais livres


No passado dia 26 de Janeiro, a Sociedade Portuguesa de Autores entregou a Rui Pego (moderador), Jaime Nogueira Pinto e Pedro Tadeu o prémio com que os distinguiu pelo Melhor Programa de Rádio de 2021. Independentemente da qualidade interventiva dos protagonistas, toda ela eivada de conhecimento, ponderação e cultura, é de realçar o profundo respeito mútuo que se sente pairar na atmosfera que respiram. Oriundos de quadrantes ideológicos muito diferentes, para não dizer opostos, fazem sempre gala em discutir com elevação os temas que connosco partilham, semanalmente, na Antena 1. Como eles próprios dizem, conseguem “conversar com racionalidade”, tarefa cada vez mais difícil nos tempos que correm, apesar de não ser impossível, como se constatou maioritariamente na faina eleitoral que percorremos neste início de ano, abstraindo de alguns espécimenes que, esperemos, sejam raros e em vias de extinção. Não obstante, o futuro que aí vem aconselha apurada vigilância, porque não faltam extremistas sem qualquer capacidade para despir a unipolaridade do seu radicalismo ou para alijar a vontade de subjugar tudo e todos à magnificência do seu “insuperável” pensamento, se bem que, na realidade, este não passe de um amontoado de simplismos ao agrado dos populistas. 


Público - 31.01.2022


PS - Já aqui no blogue tive oportunidade de me referir a este notável programa da Antena 1, mais concretamente em 17.05.2016 e em 20.06.2019, sendo que, da última vez, para o fazer pela pior razão: a morte de Rúben de Carvalho, fundador do programa, que viria a ser substituído por Pedro Tadeu. 


sábado, 29 de janeiro de 2022

Cabeça limpa

 

FANTASMAS

 

É bom poder combater os fantasmas

Sem que à volta sintam o efeito

Fazê-lo cada um do melhor jeito

Recorrendo a mentais cataplasmas.

 

Não aceitar doentias amarras

Que estragam o que anda perfeito

Desligar do que seja preconceito

Não acreditar nas “vacas sagradas”...

 

Nas reviravoltas que a vida tem

Cada um sabe melhor que ninguém

Quais os males que o apoquentam;

 

Quando ando desmoralizado

Agarro numa enxada e cavo

E os fantasmas logo desapegam...

 

Amândio G. Martins

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

É ISTO O CAPITALISMO E OS SEUS DEFENSORES A organização internacional Oxfam, publicou recentemente o seu último relatório intitulado “A Desigualdade Mata”. O mesmo, devia envergonhar os defensores do capitalismo, e devia chegar às pessoas honestas que no próximo domingo, aqui em Portugal, pensam votar na Iniciativa Liberal, no Chega ou em qualquer dos restantes partidos defensores do sistema que tal vergonha gera e permite. Diz o relatório: as dez pessoas mais ricas do mundo, nestes ultimos dois anos (da pandemia), duplicaram as suas fortunas. Passando de 700 mil milhões de dólares, para 1,5 biliões. Simultaneamante, o rendimento de 99% da humanidade, reduziu-se, mais 160 milhões de pessoas cairam na pobreza e 21 mil, morrem, por dia, por falta de cuidados de saúde e com fome. Em Portugal, os grupos económicos distribuiram mais de 7 mil milhões de euros em dividendos aos seus acionistas, e o património das famílias mais ricas cresceu 3,5 mil milhões de euros, só em ganhos na bolsa. É este o mundo, o sistema, que os dois partidos acima referidos propõem e defendem. Destaque para estes dois, porque, segundo as sondagens, guindaram-nos a lugares cimeiros. Mas, claro, também o CDS e o PSD. A posição do PS, nesta matéria, é nim. Com o N bem acentuado! As mesmas sondagens que falam nessa barbaridade inaudita, que é, brilhantes compatriotas nossos, como João Oliveira e António Filipe, não serem sequer eleitos. Contrariemos as sondagens votando e tentado fazer com que as tais pessoas honestas, votem também, em massa, na CDU. Francisco Ramalho

Da superioridade presumida

 

Estávamos no início da década de setenta, em pleno “prec”, e um “mercedes” ainda conferia ao seu detentor, sobretudo àqueles com formação deficiente, e era o que não faltava, a falsa ideia de superioridade.

 

Encontrava-me em Santo Tirso e recebi uma chamada para ir a Lousado, V.N. de Famalicão, tratar um assunto de serviço. Desloquei-me para lá por uma estradinha na margem esquerda do Ave, no fim da qual se atravessava por uma daquelas pontes que fazem no meio uma corcunda, não dando para ver, à entrada, se vem alguém do outro lado. Fui avançando, cheguei à tal “marreca” sem ver ninguém, e quando já ia na vertente para a saída entrou um dos tais possidónios, que avançou fazendo com as mãos gestos para eu recuar.

 

Fiquei a olhar para ele, estupefacto, até que ele foi ter comigo com ar provocador, perguntando-me se tinha muita pressa; respondi-lhe que estava em trabalho, e não me pagavam para ficar ali parado; então – respondeu o sujeito – terá de recuar para eu passar.

 

Só que chegou do meu lado mais um, daqueles calmeirões que não estão para muita conversa, quando a brincadeira lhes não agrada, que depois de perceber o que se passava, se dirigiu ao “bardamerda” nestes persuasivos termos: “Se você não tira já daí o chasso, pego-lhe pelo cu das calças e só pára no fundo do rio”!

 

E não foi preciso mais nada. A psicologia musculada foi tão eficaz que ao hominho lhe passou logo a arrogância possidónia, e ainda ficou com a humilhação de ver chamar “chasso” à máquina que tanta cagança lhe induzia...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

"Trabalha mais e fala menos"

 

TEM CALMA

 

Eles não querem que percas a calma

Se te atreves a pedir aumento

Dizem-te que não dás o rendimento

Apoderam-se até da tua alma.

 

Se perdes a calma ganhas má fama

Fazem constar que és mau elemento

Mandam o capataz andar atento

Ao menor pretexto fazem-te a “cama”.

 

Eles querem a gente amordaçada

Que aceite tudo sem dizer nada

Só assim te chamam “bom trabalhador”;

 

Dás o que podes sem ser ressarcido

Do enorme desgaste despendido

E parece que te fazem um favor!...

 

Amândio G. Martins

 NEUTRALIDADE, IMPARCIALIDADE, É O QUE PEÇO


Só agora (tenho andado um pouco arredado destas lides), fui espreitar o blog, e sentindo que está com uma nova pujança, para que não fique lá para trás, na prateleira do esquecimento, faço aqui um comentário a um artigo de ontem, do colega Francisco Ramalho, intitulado: O Poder da Propaganda e o Pesadelo que Paira Sobre a Europa.

No início dos anos sessenta, havia um espaço na casa dos meus pais que era alugado ao Café Himalaia, um dos dois únicos estabelecimentos que possuíam televisão, aqui na Trofa.
À noite, casa cheia para assistir ao filme Anatomia de Um Crime. Alfredino Mendonça, era um fervoroso militante comunista do agrado geral da plateia e com reconhecido sentido de humor, leu em voz alta: A NATO MIA DE UM CRIME.

É um facto indesmentível que a NATO tem estado envolvida em patifarias imperdoáveis. De Hitler, nem é bom falar. Mas, e Josef Stalin ?
Porque esquece Francisco Ramalho, o maior criminoso do século XX?



José Valdiem


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Com o PSD/Rui Rio é pior a emenda...

 

 Caso este governo minoritário do PS fosse cunhado à esquerda, António Costa seria levado num andor pelo Povo até à vitória eleitoral. Mas não é carne nem peixe... assim, é pior a emenda com Rui Rio já a cantar vitória antes de tempo, que tem tido o beneplácito da rádio, televisão e imprensa, que agora o consideram: «simpático», «bonacheirão», «autêntico» e mais epítetos colados com cola da contrafação. Não acreditamos naqueles rótulos de circunstância feitos por jornalistas, que já foram açoitados por ele... mas sim, no que intrinsecamente é/foi. Como presidente da Câmara Municipal do Porto estilhaçou a Cultura! O ex-libris Rivoli e companhias de Teatro ficaram debaixo do

rolo compressor. Os despossuídos arrumadores de carros foram etiquetados como «drogados» e alvo de identificação, por sua ordem, pela Polícia Municipal, etc. Ser forte com os fraquíssimos é repugnante! 
Rui Rio é um «passista», que vai apertar o torniquete aos de baixo, assim como o fez, sem dó nem piedade o seu guru, Passos Coelho. Esta direita, que quer a extrema-direita por conveniência de maioria, para o Povo não tem nada para dar. Antes pelo contrário - tirará! Isto já foi visto entre 2011-2015, lembram-se?

                                              Vítor Colaço Santos 

A NOVA DIREITA E A VELHA EXPLORAÇÃO Os homens do capital, os donos disto tudo (DDT), sabem-na toda. São séculos de experiência de poder e exploração. Nos tempos de antanho do esclavagismo e do feudalismo, bastava-lhes o chicote para se fazerem obedecer. Depois,no Salazarismo, aliviaram um pouco, mas não dispensaram a perseguição, a repressão, a PIDE. Logo após o 25 de Abril, foram colocados um bocado em sentido, perderam grande parte do que já não lhes devia pertencer, mas foi sol de puca dura. Desde o 25 de Novembro, através dos seus agentes, dos seus partidos, voltaram a ser DDT. Mas com um ar democrático! São obrigados a permitir determinadas liberdades, mas, com o poder que recuperaram e, nomeadamente, com a comunicação social (CS) que dominam, vão manipulando e formatando o suficente para se manterem no poder. E, como se disse, sabendo-a toda, como os seus partidos, naturalmente, com o tempo, sofrem desgaste, a mensagem torna-se repetitiva e enfandonha, logo, menos eficaz. Vai daí, arrajam outros. Com novos métodos, mais sofisticados,como a Iniciativa Liberal, ou mais demagogos e agressivos, como o Chega. Mas, exatamente com os mesmos objetivos dos seus congéneres mais antigos: assegurar os interesses dos DDT. Não descurando, evidentemente, o ataque aos seus antagonistas. Por exemplo, como a cassete de que são todos iguais. Alguns, frizam, ainda menos iguais. Claro que o seu desmacaramento, dá trabalho e dura. Mas, em nome da justiça e da dignidade, o que é que havemos de fazer? Olhem, no domingo, votarmos em massa naqueles ainda menos iguais. Francisco Ramalho

Talvez paguem pela aventura

 

Prestes a chegar ao fim a viagem do carrocel eleitoralista que tem percorrido o país, é tal a dinâmica de vitória da Direita que Rui Rio até já se permite dirigir a António Costa  aquela frase “mortal” dos que estão por cima, ou assim se vêem: “Termine o mandato com dignidade”;  de facto, tudo indica que irá saír vencedor dumas eleições extemporâneas, porque há muita gente farta da lengalenga da Catarina, do Jerónimo e seus acompanhantes, sobretudo daquela, ainda mais depois de terem oferecido à Direita a chance de as ganhar.

 

Ao recusarem votar pela aprovação do Orçamento, acrescentando-.lhe a falta de vergonha de acusarem os socialistas de serem os culpados, acicataram aos descontentes a vontade de derrotar esta Esquerda, por novos protagonistas e um novo discurso, que o desta pretensa “verdadeira Esquerda” tem-se mostrado cada vez mais insuportável, porque as responsabilidades da governação do país não se compaginam com uma permanente “agitprop” desonesta, apresentando-se como únicos credores do que de bom possa ter sido feito, como se os que realmente governaram não passassem de um grupelho de ineptos...

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

O PODER DA PROPAGANDA E O PESADELO QUE PAIRA SOBRE A EUROPA

O título era para ser “Imitando Hitler”. Mas, para não acharem exagerado, fica assim. Passados todos estes anos, por força da propapanda, ainda hoje há quem acredite que a utilização das duas bombas atómicas lançadas sobre o Japão, cujas abomináveis consequências ainda quase até aos nossos dias se fizeram/fazem sentir, foram utilizadas para pôr termo à 2ª Guerra Mundial. Recorde-se, a Alemanha nazi, tinha-se rendido há 2 meses, e o Japão com as suas forças armadas destroçadas e exangues, sabia-se, ia fazer o mesmo. As bombas foram usadas para anunciar ao mundo e avisar a então União Soviética que possuiam tão terrível arma. Portanto, digam lá se não é incrível o poderio da propaganda, da comincação social (CS). A que Hitler, mais um punhado de especialistas com Goebbels à cabeça, usaram para convencer o povo alemão a fazer o que fizeram. 50 milhões de mortos. A mesma CS dos que,até hoje, foram os únicos a utilizar a bomba nuclear e que depois despejaram milhões de outras bombas incluindo de napalm sobre o Vietname, que bombardearam Belgrado, que destruiram o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria e têm ajudado, através da Arábia Saudita, a destruir o Iémen. Que apoiaram o golpe de 2014 na Ucrânia que levou ao poder neo-nazis, a mesma CS, dos mesmos, seus aliados e da NATO ( já lá está às portas da Rússia), que hoje tenta convencer a opinião pública ocidental, para enfraquecer ou mesmo dominar aquele país, e que este, é o culpado por um potencial conflito de consequências inimagináveis.Comparado à 2ª GM, esta, não passaria de uma escaramuça. A terminar,reparem, por exemplo aqui no nosso país, quantos comentadores à esquerda do PS, nomeadamente do PCP, têm possibilidade de opiniar também sobre esta matéria tao importante. Zero! Nem sequer o Conselho Português para a Paz e Cooperação. Também para ajudar a desmascarar estes perigosos hipócritas, o voto na CDU,é muito importante. Francisco Ramalho PS- o título agora aqui não fica separado do texto...Não sei como fazê-lo.

Que massacre!

 

PESSIMISMO

 

Tudo se conjuga para correr mal

E se tiver de correr mal correrá

Tal parece ser o que a coisa dá

Verificando o ambiente geral.

 

Ficará muito bom para o marginal

Que se movimenta bem no mal que há

Não o atormenta situação má

Venha ela ao ibérico quintal.

 

Os que sabem prosperar pelas margens

Sempre lograrão encontrar vantagens

Fazendo render o mal a seu favor;

 

Dos que sofrem as consequências

Por mais que gritem as indecências

Não conseguem mais que agravar a dor.

 

Amândio G. Martins

 

 

Campanha eleitoral com muita parra e poucochinha uva

 

 Dizem-nos que os partidos são essenciais à democracia, no entanto, sendo plataformas algo fechadas, não mobilizam nem incentivam a cidadania a participar, salvo em eleições porque precisam do nosso voto, exclusivamente. Sentimo-nos manipulados e marginalizados. Esta campanha eleitoral vai cheia de picardias, provocações e assuntos colaterais, que não

trazem propostas sérias, fundamentadas nem como as concretizar.
A pobreza, os sem-abrigo/sem-amor, a precariedade no trabalho e os baixos salários não tiveram a atenção merecida, sendo uma chaga adiada. A Cultura também esteve confinada num silêncio ensurdecedor e comprometedor. Dotar 1% para a Cultura é o mínimo que se espera para esta área que está em estado pré-comatoso... Sem Cultura não há cidadãos de corpo e alma. A Arte é salvífica e a beleza do mundo. Sem Cultura vivem os bichos!
Na overdose de promessas eleitorais, o líder do partido protofascista, Chega ganha com maioria absoluta. Aquele cai nas boas graças do PSD, que pela voz do seu presidente, Rui Rio, conta com ele para uma maioria no Parlamento. Não admira, pois é uma repetição daquilo que se passou nos Açores...
Os nossos abnegados heróis concidadãos que deram a vida para que houvesse eleições não mereceriam que o comportamento da maioria dos políticos em nos usar só neste período eleitoral, trará como consequência a vitória por larga margem da - abstenção.

                            Vítor Colaço Santos 

                                                                      


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

dar força à CDU para combater a pobreza e miséria

A pobreza, fonte principal de miséria, nos últimos 20 anos, andou sempre a rondar os 20% em Portugal, consequência da política de direita, que já vem dos mais de 20 anos anteriores. De 2015 a 2018, a pobreza teve uma ligeira descida, quando por iniciativa e influência do PCP o governo de direita PSD/CDS foi corrido e surgiu o governo/PS. Com mais deputados depois das eleições de 2019, o PS começou a tentar acabar com a influência dos partidos de esquerda (CDU – PCP/PEV e BE) nas medidas governamentais, até provocar a crise orçamental, com a cobertura do Presidente da República e desaguar em eleições, à procura da maioria absoluta, para ficar com as mãos livres para desenvolver a política de direita. No seu programa eleitoral/22, o PS promete que a pobreza em 2030 ainda será de 10%. Dar força à CDU é uma forma de combater, séria e eficazmente, a pobreza e miséria provocadas pela própria natureza do capitalismo e a sua política de direita, praticada pelo PS e apoiada pela direita (PSD, CDS, IL & Ch.ª).

Gente grotesca

 

Dizia ontem Inês Cardoso, no JN, que não há adjectivos à altura dos insultos proferidos contra a líder do PAN, por gente ligada às touradas, nem contexto que justifique o termo usado contra Rui Rio, por uma famosa ex-atleta. A jornalista verberava a boçalidade no espaço público, a que muita gente recorre como forma de tentar impor os seus interesses aos daqueles que civilizadamente os contrariem.

 

De facto abundam no espaço público, tentando atropelar tudo e todos, essas figurinhas de vocabulário muito pobre que, na interacção com os outros, sempre recorrem a uma linguagem ao nível da estrebaria, repetindo as mesmas bojardas porque, na maioria dos casos, nem conhecem outra forma de se expressar; e como não estão preparados para dialogar ordeiramente com quem lhes aponte deficiências, não conseguem digerir um comentário que não seja laudatório, porque ninguém está à altura de lhes apontar defeitos...

 

Amândio G. Martins

Mais de 2 milhões de portugueses deixados para trás

 

 A pobreza em Portugal é endémica e estrutural, mantendo-se há dezenas de anos. É dupla pobreza haver mais de 2 milhões de portugueses pobres e muito pouco se fazer para não os deixar para trás. Esta calamidade social atinge um em cada 5 trabalhadores, mulheres, crianças e os mais antigos. Esta chaga social tem como causa principal a falta de equidade na distribuição primária do rendimento. O crescimento económico é acenado pela direita como resolução... mas inúmeras vezes este não acompanha as remunerações salarias com os ganhos das empresas. São muitos, muitos os trabalhadores cujo ordenados não os deixam sair da pobreza. E o que dizer dos reformados\pensionistas, que já não podem trabalhar, que recebem valores abaixo do limiar da pobreza? Não há adjectivo que qualifique... O combate contra este flagelo passa por salários dignos para não perpectuarmos esta condição social que rebaixa, ofende e estigmatiza. Que a precariedade não seja regra e as rendas estejam em sintonia com salários. Que haja igualdade de oportunidades no ensino e na saúde. Este dramatismo social não se altera com o assistencialismo caritativo do Banco Alimentar nem com o magro RSI, que prolongam a miséria!


Vítor Colaço Santos 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Venais arrivistas

 

VENALIDADE

 

Se isto que vemos é uma arte

Estamos fartos de muitos artistas

Que não passam de venais arrivistas

Aldrabando o povo por toda a parte.

 

E do orçamento que se reparte

Por tantos manhosos malabaristas

Que sequer escondem essas conquistas

Enchendo a burra até ao enfarte.

 

Cargos públicos em proveito próprio

Disfarçando com vasto palavrório

E nada que possa ajudar a gente;

 

Como empoderar quem não engana

Alguém que não disfarce ser sacana

Que possa demonstrar ser diferente?...

 

Amândio G. Martins

 

 

Fraqueza de espírito


Nesta “trapalhada” da Ucrânia, já vi e li de tudo, mas continuo com muitas incertezas. Após as conversações das terceiras linhas dos EUA e da Rússia (Sherman e Riabkov), a que se seguiram as segundas linhas (Blinken e Lavrov), todos eles mais interessados em não danificar o “piso” para as primeiras linhas (Biden e Putin) do que em resolver outra coisa qualquer, continuo sem perceber as razões que levam o “Ocidente” a aceitar placidamente a ausência nas negociações da Ucrânia e da UE. Mesmo que todos adivinhemos a irrelevância prática destas entidades, a primeira por fraqueza estrutural, a segunda por “fraqueza de espírito”, considero inaceitável que os EUA pactuem com esta condição imposta pela Rússia. 

Sem esgotar as minhas muitas perplexidades, não posso deixar de invocar as “pesadas sanções” que se abaterão sobre a Rússia, no caso de algum atrevimento de Putin nas fronteiras ucranianas. Já alguém pensou no chorrilho de prejuízos que se abateriam sobre a economia dos EUA? Convém lembrar que a indústria de armamento americana não é a única envolvida no “negócio”, porque há muitas outras empresas, designadamente financeiras, a saírem “chamuscadas” pelo ricochete do ímpeto sancionatório. Quanto à  UE (sob a batuta alemã), não é preciso muito “latim” para sabermos que não tem grande vontade de ir por esses caminhos.


Público - 24.01.2022 (truncado, com alguma pena minha, da parte sublinhada).

sábado, 22 de janeiro de 2022

O que faz mover a bastonária dos enfermeiros?



Embora não faça parte das atribuições dos bastonários envolverem-se em questões laborais com o patronato, a mim isso não me choca, porque efectivamente os enfermeiros estão mal pagos.
O que me choca, é que sendo os enfermeiros do sector privado mais mal pagos do que os do sector público (cerca de 75%) a bastonária ande sistematicamente a acicatar os mais bem pagos contra o patrão, e não reivindique pelo menos que os privados paguem o mesmo que paga o sector público.
Daqui podemos inferir uma de duas coisas: ou a bastonária é contra quem está à frente do estado neste momento e está a fazer luta política, ou então tem interesses na medicina privada.

Quintino Silva

“LISBOA! QUEM NUNCA TE VIU, NÃO VIU COISA BOA! “

 

Orivaldo Jorge de Araújo

Goiânia, Goiás, Brasil, 22/01/22


ESTE VÍDEO CONTEMPLA ALGUNS LOCAIS FASCINANTES DA CIDADE, TENDO COMO FUNDO MUSICAL: “LISBOA ANTIGA”, NA VOZ DO SAUDOSO FADISTA, FRANCISCO JOSÉ.




Carnavalização Global

 

“Lembro-me que nos Anos Setenta o “Potere Operário” lançou um convite revolucionário, apelando à paragem de todos os trabalhadores, porque a automação triunfal estava a abrir caminho à redução dos operários e, como tal, todos acabariam por ser dispensados. Na altura, objectava-se perguntando quem é que ia desenvolver a automação se a classe operária se recusasse a trabalhar. Em certa medida, o “Potere Operário” tinha razão, porque a automação, costuma dizer-se, implementou-se sozinha.

 

Só que o resultado dessa implementação não foi uma nobilitação da classe operária que preenchesse a condição utópica idealizada por Marx, na qual cada um seria simultânea e livremente pescador, caçador,etç. Bem pelo contrário, a classe operária foi adoptada pela indústria da carnavalização como o seu utente típico. Já não tem somente a perder as suas próprias correntes, como antigamente. Hoje – se tivéssemos um black-out revolucionário – teria a perder a transmissão do Big Brohter, e por isso vota em quem lhe proporciona os reality shows, e continua a trabalhar para oferecer mais valias a quem a diverte.                               (...)

 

Carnavalizou-se a política, à qual nos referimos comummente com a expressão política-espectáculo.Com o descrédito cada vez mais acentuado dos parlamentos, a política faz-se através de vídeos, e se quisermos legitimar o primeiro-ministro agendamos-lhe um encontro com Miss Itália –há-de chegar o dia em que, para gozar de alguma legitimidade, o presidente terá de aparecer mascarado de presidente”...

 

Nota – texto respigado de um artigo de Umberto Eco -  publicado no jornal La República, em janeiro de 2001, inserto no livro “A Passo de Caranguejo”.

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

"Produto interno, bruto!"

 

SUA ALTEZA O PIB

 

Pouca coisa tem valor absoluto

Tudo vai sendo relativizado

O que vemos sempre valorizado

É o constante aumento do produto.

 

Ao seu somatório chamam-lhe “bruto”

E essa síntese é um achado

Quanto mais bruto mais respeitado

Por quem no tema se diz mais arguto...

 

Mostram-se tantos com tantas certezas

Que nunca reparam nas subtilezas

Que mostram que os que sabem são poucos;

 

Os que gritam porque não são ouvidos

Sempre acusados de pouco polidos

O mais que conseguem é ficar roucos.

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Primeiro o lucro, depois ganhos de saúde


 Para os gigantes da indústria farmacêutica, a covid-19 é um negócio interminável de lucros astronómicos.

Aquelas obtiveram generosas dádivas de muitos, muitos milhões de euros, por parte dos Estados da União Europeia, conseguindo em tempo recorde a descoberta de vacinas, sem testagem para uma monitorização efectiva. Milhões de vacinas foram vendidas aos mesmos países que as subsidiaram(!).
Os contratos leoninos efectuados entre a frouxa UE e as farmacêuticas, não permite libertar as patentes(!), para que as vacinas possam ser elaboradas por outros laboratórios e distribui-las de forma mais repartida, abrangente e, advogam técnicos, supostamente por menor preço... nomeadamente, para países pobres com taxas de inoculação residuais. Enquanto a vacinação não tiver escala mundial, as variantes do vírus surgirão... voltando a ganhar as farmacêuticas. 
Comprova-se, assim, que o foco principal não assenta em ganhos de saúde para as populações, mas sim!, em lucros recordistas. 

Vítor Colaço Santos  

O mal e a caramunha

 

O cinismo como doutrina filosófica não é mau de todo; o chamado cinismo que enforma a vida de muita gente, e é despudorada ferramenta de trabalho de grande parte dos políticos em exercício, esse é que, a menos que me garanta uma boa gargalhada, sempre me provoca um ataque de urticária, como aquele usado pela dita “verdadeira” Esquerda para derrubar antes do tempo o Governo, quando tudo lhes aconselharia a que não o fizessem, até os seus próprios interesses políticos imediatos.

 

O lobo, podendo comer o cordeiro sem dar explicações, como é da sua natureza, quis arranjar um pretexto para o fazer, só que os argumentos que usou eram tão falsos que lhe agravaram a já ruím fama. De facto, começou por provocar o cordeiro acusando-o de lhe estar a sujar a água que bebia; desmontado pelo cordeiro esse argumento, porque se encontrava a jusante do local onde estava o lobo, então este acusou-o de seis meses antes o ter difamado; tendo o cordeiro replicado que nessa data ainda nem tinha nascido, o lobo não se atrapalhou, respondendo ao cordeiro que se não foi ele foi o seu pai, saciando-se,  de imediato, com aquela carne tenrinha...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Arraial de inverdades

 

ELEIÇÕES

 

 

Propiciam arraial de inverdades

Busca de lugar bem remunerado

Que levou a gente a ter-se afastado

Esquecer as responsabilidades.

 

Foi pródigo em “liberalidades”

E ao ganhar o lugar desejado

O incumbente vê justificado

Ter vendido a alma em falsidades.

 

Nem vi um debate televisivo

Mas penso estar tão esclarecido

Como os que viram os debates todos;

 

Diz-se que foram iguais a outros

Que desanimaram a gente aos poucos

Por já serem rançosos os engodos...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Frustraram-lhe os cálculos

 

 

Como é uma “estrela” mundial na arte do ténis, ao sérvio Djokoviv passou-lhe pela cabeça que podia fazer “tabua rasa” das restrições que alguns países impõem à entrada de estrangeiros, no que aos cuidados com a pandemia concerne; de facto, recusando vacinar-se contra a covid, e sabendo que isso era impedimento para entrar na Austrália, mentiu às autoridades, recorreu a tribunal para tentar contornar as leis do país, estrebuchou quanto pôde, mas acabou por ser recambiado de volta ao seu país, onde parece, pela reacção do seu governo, que lá lhe é permitido fazer tudo que lhe apeteça.

 

Entretanto, gente que sempre coloca entre parêntesis regras e princípios em favor das conveniências, como é o caso do senhor Martinez-Almeida, alcalde de Madrid, este senhor fez saber que seria uma honra para a capital espanhola poder ter alguém com o gabarito do sérvio na “Mutua Madrid Open”: “Se pudiera jugar, seria un grand reclamo, pero la decisión es del Gobierno”. Ao que Sánches não tardou em fazer saber que as regras que obrigaram aquele tenista a deixar Austrália, são as mesmas que vigoram em Espanha...

 

 

Amândio G. Martins

 

Moralidade e ética não são meras retóricas!

 

 O banheiro, Rui Rio, que disse ser necessário um banho de ética para moralizar a vida política, tem como seu secretário-geral, José Silvano, deputado na Assembleia da República, que aqui foi duplamente faltoso, sendo-lhe validadas as ausências, por uma colega deputada, transformando as faltas em presenças(!). Caso houvesse efectiva ética e moralidade esta trampolinice teria merecido a suspensão imediata da função de deputado de Silvano. Rio ao desvalorizar o grave acontecimento cai numa grosseira contradição. Moralidade e ética para este, não passa de retórica... para enganar incautos.

O Ministério Público pede condenação ao faltoso e este diz que irá ser absolvido(!). Já tem tanta certeza, assim...

Aquelas falsificações de presença foram-lhe descontadas no principesco vencimento? Ou já pagámos nós?
E quer esta gente governar Portugal... não são sérios nem têm crédito - moral e ético.
Vítor Colaço Santos

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Tempo de Promessas

 

TRAPACEIROS

 

 

“Quem é pobre vai continuar pobre”

Ouvi há pouco a um deputado

Sem precisar ser muito apertado

Diz o que todos sabem como pode.

 

A propaganda a que tudo recorre

Já não fabrica nenhum resultado

O eleitor anda tão massacrado

Que já não há manhoso que o dobre.

 

Provocaram a queda do Governo

Ansiosos por ganhar mais terreno

Na próxima disputa eleitoral;

 

Mas o povo anda farto de votar

Por já não crer que se vá realizar

Seja o que for que lhe melhore o moral...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 16 de janeiro de 2022

VAI-TE GANHO

 

“Vai-te ganho, que me dás prejuízo”, é o que costuma dizer a gente destas bandas, quando alguém propõe uma “pechincha“ de contornos duvidosos; e deve ser o que apetece dizer a milhares de reformados, perante a franqueza do aumento que acaba de lhes ser creditado.

 

O JN dá a conhecer um desses “felizardos”, que teve um aumento, “garantido” pela inflacção, de 8.86; como essa benesse o fez saltar no escalão do IRS, debitaram-lhe 16, ficando e perder, relativamente à situação anterior, 7.14.

 

Esta forma de enganar as pessoas não é nova, e acontece também aos rendimentos do trabalho; o que vai mudando é as pessoas andarem mais atentas, e terem mais possibilidades de expor as muitas “habilidades” com que tentam passar-lhes “o conto”...

 

 

Amândio G. Martins

sábado, 15 de janeiro de 2022

Ressabiados

 

ALMUDENA GRANDES

Janeiro 2022

 

 

Foi mulher-escritora muito grande

Há poucos dias desaparecida

Foi em toda a parte reconhecida

Tanto que pelo mundo se expande.

 

Mas há na sua cidade quem mande

Que nega a homenagem merecida

Para muitos madrilenos devida

Mas para ele não tão importante.

 

O nome da escritora numa rua

Daquela cidade que também foi sua

Aborrece o líder da autarquia;

 

Poderosos de fato engomado

Sempre desvalorizam o legado

Da arte que lhes desmascara a valia...

 

 

Amândio G. Martins

Cantos de sereias


É bom ouvir-se falar de igualdade de tratamento a conceder aos cidadãos. Tem o seu quê de “justiça”, e soa muito bem nos ouvidos da “malta”. Pôr todos os portugueses a contribuírem “igualmente” para o esforço da despesa pública é ideia sedutora, mas mentirosa, e propagandeá-la é o que fazem a IL e o Chega quando, com a maior das canduras, nos vêm propor uma taxa única para o IRS. Com ela, passaríamos todos a pagar x% do nosso rendimento. Maior “igualdade” não se poderia desejar!

O problema é que essas propostas são profundamente falaciosas, como cabalmente provou Susana Peralta (S.P.) no seu didáctico artigo “A taxa chata” (PÚBLICO de 14.01.2022), em que ensinou “minudências” como as diferenças entre taxa marginal e taxa média, lembrou que existem umas “coisas” que se chamam limiares de isenção, e até se divertiu com a “planura” da flat tax, preferindo, e bem, chamar-lhe “chata”. Donde se conclui que a economia e as finanças até podem ser engraçadas...

Pouca piada acharão os cazaques que, desde 2007, “beneficiam” de uma taxa máxima de IRS de 10%. Têm andado tão felizes da vida com o sistema fiscal que até desencadearam os protestos que se viram, com a intervenção de tropas estrangeiras, dezenas de mortos e milhares de detidos.

Não nos deixemos enganar por falsas taxas igualitárias que, como S.P. adverte, servem “sobretudo para meter dinheiro no bolso dos mais ricos”.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Vade retro, Satana

 

SATURADOS

 

 

Esta coisa má não desaparece

Tornando-se vingativa no Natal

Já foi o segundo de vida anormal

Com esta desgraça que entorpece.

 

Parecia abrandar mas recrudesce

Insistindo em nos fazer muito mal

Só faz bem ao detentor do capital

Que com o mal dos povos enriquece.

 

A gente está cansada de ter medo

Mente avariada com o degredo

A que esta coisa má a obriga;

 

Se não vier antídoto eficaz

Daqui a pouco ninguém é capaz

De se livrar da terrível fadiga.

 

Amândio G. Martins

 

 

Canais generalistas, Costa e Rio deram mau exemplo

 

 O inaceitável conchavo dos canais generalistas da televisão: TVi, SIC e RTP, com a agravante desta ser paga por todos nós, ao transmitirem o debate, com mais do dobro do tempo(!), de todos os outros, entre António Costa e Rui Rio, foi um atestado de menoridade, marginalização e desprezo político, para com os demais partidos. A essência do socialismo e da social-democracia, não é compaginável com esta afronta às outras organizações políticas, que ficaram deliberadamente numa posição inferiorizada... Para querer chegar à maioria ou ganhar eleições, não pode valer tudo! Mas, o socialismo de Costa é poucochinho social-democrata e a social-democracia de Rio é um atentado à honestidade política intelectual. São fancarias... 

Estes dois políticos ao aceitarem este debate em condições muitíssimo mais vantajosas, por comparação aos restantes, deram mais um mau exemplo, de como não deve ser o confronto  democrático, ficando desfocados e desbotados na fotografia.
Perguntamos: São estes comportamentos políticos que nos mobilizam para depositarmos o nosso voto em urna? Não, não são! Na noite de 30 de Janeiro, não se admirem e não lamentem a forte abstenção, que soa a falso!
Reitero com mais enfâse: Isto é uma democracia fingida!

Vítor Colaço Santos 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

BEM-VINDO


Registo com agrado, o regresso ao palco da Girafa, do Amândio Martins.
Publicou recentemente um livro de poesia intitulado Versejando Sobre Tudo e Nada, de que destaco o poema "Fariseus". Não querendo eu ser "mais papista do que o Papa", peço-lhe Amândio, que seja você mesmo a transcrever para este espaço o dito poema. 
É suficientemente elucidativo do caráter do autor.



José Valdigem


 

Poesia

 

ANTÓNIO MACHADO

(Poeta espanhol)

 

 

Caminante, son tus huellas

El camino y nada más;

Caminante, no hay camino,

Se hace camino al andar.

Al andar se hace camino,

Y al volver la vista atrás

Se ve la senda que nunca

Se ha de volver a pisar.

Caminante, no hay camino,

Sino estrellas en la mar.

 

"Provérbios y cantares", transcrito por Amândio G. Martins

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Festejaram à saída

 

Segundo noticia o JN, aqueles militares dos “Comandos” que foram acusados da morte de dois recrutas, em exercícios de instrução, festejaram à saída do tribunal terem sido absolvidos dos seus intoleráveis abusos da autoridade.

 

Por tudo que ao tempo foi sendo relatado na Comunicação Social, penso ter ficado claro que a morte daqueles rapazes se ficou a dever à brutalidade a que foram submetidos; que agora os responsáveis – instrutores e supervisores – entre eles um oficial médico, saiam do tribunal ilibados de culpa, ou com penas a fingir, não só agrava o sofrimento das famílias das vítimas como passa a mensagem de que esses elementos podem sentir-se autorizados a continuar os mesmos métodos...

 

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

OS TRABALHADORES DEVEM LUTAR COM O SEU VOTO

Em entrevista no Dinheiro Vivo (JN/DN), no passado dia 8, o patrão dos patrões, António Saraiva, presidente da CIP, é bastante claro, em relação ao resultado que gostaria que se verificasse nas eleições do próximo dia 30 de Janeiro: o PS deve formar governo e o PSD apoiar; ou vice-versa, o PSD formar governo e o PS apoiar. Reafirma posições da CIP, contra a «geringonça», isto é, que não exista nenhuma influência doa trabalhadores nas decisões governamentais, nomeadamente através da CDU. Reafirma oposição ao aumento do salário mínimo (apesar da sua insuficiência), nem quer aumentos rápidos do mesmo. Insiste em que não devem existir alterações na legislação laboral, para manter todos os aspectos gravosos para os trabalhadores do código do trabalho (caducidade dos contratos colectivos, precariedade, não opção pelo tratamento mais favorável, etc.). Nada de novo, mas convém lembrar. A resposta dos trabalhadores é lutar também nas eleições com o seu voto.

Os debates eleitorais televisivos

 

  Temos assistido nos debates eleitorais televisivos a uma pronunciada ausência de divulgação de conteúdos de propostas políticas concretas. As moderações, muitas das vezes, além de serem impotentes na moderação, quase nem conseguem impor perguntas aos oponentes, dada a agressividade verbal mútua destes. Debates com pouco mais de 20 minutos dá para quê? Questões candentes: saúde pública, instrução, trabalho, justiça social, habitação, corrupção, cultura e por aí fora nem têm tempo de ser explanadas. Questões colaterais, fait-divers e temas pífios adjacentes ocupam precioso tempo, sem voz do comando moderador. Um desperdício. É confrangedor e contraditório ver que os comentários pós-debate ocupam mais tempo de emissão, do que propriamente os debates em si(!) São os comentadores que se apresentam a sufrágio? Isto não pode ser uma democracia «a» fingir... Mas, o mais escabroso, são os 

comentadores serem interpelados, após os debates: 'Quem ganhou?'. Pergunto: um debate político é um combate de boxe? A RTP, paga por nós, embarcar neste distorcido jogo é lastimável. 
Não estamos a ser esclarecidos, a abstenção ganhará com maioria absoluta?!

Vítor Colaço Santos