quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

IDOSA DESAPARECIDA.



Fomos ontem confrontados com o aparecimento do cadáver de uma idosa demente, desaparecida do Hospital S Francisco Xavier.
A tragédia começou com o hospital a proibir o marido de a acompanhar dentro da urgência, não obstante a sua condição demencial. Afinal acabou por aparecer numa zona de mato nas imediações do hospital cerca de dois meses depois???
Perguntas:
-Não seria do interesse do próprio hospital que estivesse acompanhada? Afinal, sendo demente, como podia esta paciente explicar a sua situação aos profissionais?
-Quem a procurou depois do desaparecimento? Foi sequer procurada? Já vi aparatosas buscas de crianças (Maddie!!) e criminosos (Pedro Dias, que assassinou , lá está, um guarda)? Que meios foram mobilizados? É que os que a procuraram, se eram profissionais, só podem sentir-se envergonhados! Afinal estava ali bem perto e foi encontrada por um popular. Ficamos com a sensação que há desaparecidos mais importantes que outros. Não estou demente mas já sou idoso e isto dá-me que pensar. 
E tenho a certeza que os meus filhos, acompanhados  dos meus perdigueiros, farão melhor trabalho se eu alguma vez desaparecer naquelas circunstâncias. Idoso, demente, descartável, afinal todos caminhamos a passos seguros para esta situação.

Quando o absurdo faz caminho

 

INCÓGNITA

 

De tanto esperarmos do futuro

Recordando os sofrimentos passados

Avançamos por caminhos errados

Com horizonte sempre mais escuro.

 

Impingem um caminho menos duro

Porque houve alguns progressos alcançados

Mas já pagamos custos elevados

Por um bem-estar que nunca foi seguro.

 

Garantindo-nos que podem fazer bem

Afirmam ser necessário ir mais além

No que no fim sobrarão as ruínas;

 

Para construir faz falta destruír

Isso dizem os falsários a rir

Com propaganda em todas as esquinas.

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Do lado de cá, só heróis


Não é pecado não conhecer a Rússia e a sua história, ou não ter mergulhado na imensa cultura seminal desse país. Votar essa realidade a um ostracismo que roça o ódio, isso sim, é pecado. Tanto mais que a consciência de que, para lá do nosso, existe esse enorme mundo, poderá ajudar a compreender factos que hoje nos assolam. Coisas que a História do futuro haverá de tratar.

Refiro-me à crónica “Heróis e vilões”, de Miguel Sousa Tavares (M.S.T.), na edição do Expresso de 23 de fevereiro. Como é possível, no nosso século, no Ocidente, onde a palavra “liberdade” transborda de (quase) todos os copos “democráticos”, ser necessário preceder o tema “esquecido” do nacionalismo inerente à idiossincrasia russa, com uma introdução de inequívoca condenação do carácter individual de Putin? Tão arregimentados andamos todos nós pela propaganda de que, dos lados orientais do mundo, só podem vir desgraças? Pouco falta para pensarmos que, com a nossa “superioridade moral”, não precisamos deles para nada. Mas eles “estão lá”, no Oriente, e, como são muitos, não se vão calar nas suas pretensões só porque o desejamos.    

M.S.T. lembrou, e muito bem, que Navalny, como, aliás, antes, Soljenítsin, nunca alijaram o tal nacionalismo russo. O Ocidente, contudo, arranjou maneiras de os despir dessas roupagens. Passaram a poderosos aliados em cruzadas que deveriam ser impensáveis (e dispensáveis) neste século.


terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

QUANDO OS PATRÕES ABANDONARAM AS EMPRESAS

A liberdade sindical, os direitos conquistados a nível laboral, social e económico com o 25 de Abril de 1974, levou a algumas negativas reacções patronais que se traduziram em demissões, abandono de empresas ou em tentativas para o seu encerramento.

Tal acção patronal teve em muitos casos uma resposta organizada dos trabalhadores para defender e manter os seus postos de trabalho, com a constituição de cooperativas e empresas em autogestão, beneficiando de apoio governamental, de legislação para o efeito e apoio bancário, nomeadamente após o 11 de Março de 1975 e a nacionalização da banca.

Em 1977, associada à jornada de luta do 1.º de Maio, organizada pela União dos Sindicatos do Porto/C.G.T.P-IN, realizou-se uma exposição de cooperativas e empresas em auto-gestão, de vários sectores de actividade, na Rua Alexandre Herculano, perto da Praça da Batalha, no Porto.

A indústria gráfica, devido às suas características, tinha uma razoável implantação urbana na cidade do Porto e concelhos limítrofes, com muitas pequenas empresas, algumas vítimas de abandono patronal, levando à constituição de cooperativas.





segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O conhecimento deve estar ao serviço do Homem. Sempre!

A concentração da riqueza ofende as normas da conduta moral, social e cultural. A agravada ganância de uma residual minoria, origina o sofrimento dos trabalhadores e do Povo. O capitalismo não respeita os direitos de quem trabalha, nem a Declaração Universal dos Direitos Humanos - básicos, dispensando o empecilho da democracia. Com os avanços científicos e da tecnologia, da robotização, ou mesmo da inteligência artificial, foi-nos dito até à exaustão, que este progresso iria melhorar as condições dos postos de trabalho. Na prática, e a imprensa dá eco disto, a precaridade no trabalho e a penosidade laboral não diminuíram, ao contrário, aumentaram(!). Os robôs numa fábrica, não conduziram à redução da jornada de trabalho, mas sim!, à extinção de postos de trabalho dos operários e ao seu consequente desemprego. Se isto não é selvajaria, o que é? A ciência, a tecnologia, a inovação e a descoberta devem estar ao serviço da Homem e não o seu contrário como tanto, tanto, e neste caso, se verifica!

sábado, 24 de fevereiro de 2024

""Así és la vida" uma ova!

 

Já não foi o primeiro edifício de grande porte a transformar-se em poucos minutos num sinistro esqueleto calcinado, e também não vai ficar por aqui, porque a sedução por ambientes luxuosos à vista, faz esquecer a terrível armadilha em que as pessoas se metem, não cuidando de saber que segurança aquilo lhes pode garantir, e quando uma qualquer avaria ou descuido numa das fracções provoca ali uma pequena ignição, as chamas rapidamente se propagam ao edifício todo quando, numa cuidada construção para habitação humana, deveriam ficar ali confinadas até que o socorro as dominasse.

 

 

Desgraçadamente só a estrutura básica, de ferro e cimento, conseguiu resistir ao fogo, embora deva ter ficado inaproveitável,  porque todo o revestimento e acabamentos foram feitos com materiais altamente combustíveis, até nos exteriores, por serem muito mais rápidos de colocar, mais vistosos e dispensarem manutenção, um bom argumento para a promoção e venda dos apartamentos; assim, em menos de uma hora foram reduzidas a cinzas 138 habitações, com os bombeiros impotentes para dominar as chamas, por maior que fosse a potência dos jactos de água jorrados para cima daquilo; das últimas notícias que vi, havia dez cadáveres encontrados, não se sabendo se poderão aparecer mais, mas como à hora a que tudo começou ainda havia muita gente fora de casa, e nem todos eram residentes permanentes, esperavam não encontrar mais vítimas...

 

Amândio G. Martins

 

 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Sem querer ser impertinente...

 

“MONTENEGRO E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO”

 

Bom dia, minhas senhoras e meus senhores.

Os meus cumprimentos.

 

Com o título acima transcrito, teve o JN a gentileza de publicar ontem, 22 de fevereiro, um escrito por mim há dias enviado, de que fico muito agradecido.

Todavia, nem o meu nome, nem o endereço electrónico correspondem à minha identificação habitual.

De facto, sempre assino os meus textos “Amândio G. Martins”, de que a grafia por que optaram, ”A. Gonçalves M.”, não tem nenhuma semelhança nem me identifica.

Peço que me desculpem, se sou impertinente - até porque não vem do lapso mal ao mundo - mas custou-me ter visto o nome “estropiado”.

 

Amândio G. Martins


Nota - O texto acima refere-se à identificação de um escrito meu que ontem foi publicado no JN com o nome do autor irreconhecível.

 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Se não tem solução, porque te preocupas...

 

NADA VALE  NADA

 

Pudesse haver alguma validade

Naquilo que a todo o momento escrevo

Para lá da satisfação do ego

Que por si só é inutilidade.

 

Para lá da minha realidade

Dizer algo que possa ter relevo

A menos que deva fazer de cego

Fingindo alguma felicidade...

 

Ouvindo a gente que parece feliz

Da qual não se vê sentido no que diz

Fica-se a duvidar se vale a pena;

 

Andar constantemente ensimesmado

Para não se mostrar desesperado

Se quem pode não quer mudar a cena...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

A mentira tem a perna curta... ou o Chega é repugnante!

Um manifesto fundador do Chega, diz que a Escola Pública não passa de «educação marxista, estatizada e totalitária»(!) e «libertar o ensino de ideologias», dando a entender que os professores são o eco de «partidos marxistas e totalitários». Estas considerações são típicas dum partido deslealmente mentiroso, intelectualmente desonesto, no limite selvagem e para fascista! Ofendem intrinsecamente os docentes e por arrasto os assistentes operacionais. Hoje, mais que nunca é preciso ideologia. Tem vários objectivos: avança no conhecimento das causas, dos valores, nos princípios que definem uma determinada visão da sociedade, do mundo. Viva a ideologia!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Viva o Juiz- Abaixo o Juiz


A "claque" que agora aplaude o Juiz Jorge de Melo, por ter isentando os arguidos de corrupção na Madeira é exatamente a mesma que apupou o Juiz Ivo Rosa por ter proferido uma decisão similar sobre José Sócrates.
Nesta claque incluo a maioria dos comentadores.
Como já se viu no caso de Sócrates, o MP recorreu e o tribunal deu-lhe razão.
Viva o tribunal da relação, diz a mesma claque.
Como a novela ainda não acabou estou curioso para ver o comportamento das claques caso a Relação volte a pôr a «caruagem» nos carris.
Abaixo o tribunal da relação
Moral da história.
O meu corrupto é melhor do que o teu.
E por falar em corrupção; o Dr Isaltino de Morais transitou directamente da prisão para a presidência da câmara de Oeiras o que me leva a supor que pelo menos em Oeiras esta não é a preocupação do povo.
Aconselho o Dr. André Ventura, a não abordar este tema em Oeiras.

Quintino Silva

 

TEMPOS CONTURBADOS E PERIGOSOS


Não amainam as guerras que têm estado mais em evidência nos últimos tempos. A da Palestina, não é propriamente uma guerra. É mais um massacre, um genocídio, um crime contra a humanidade, uma vergonha.

As origens de uma e de outra, são bem conhecidas. Mais a da Palestina: décadas de humilhação daquele povo. Décadas de prepotência e violência de Israel. Décadas de golpes baixos, do vale tudo, como até Josep Borrel o reconheceu: dividir para reinar. O apoio dado ao agora renegado Hamas, para desacreditar a Autoridade Palestiniana, para expulsar à bala o povo palestino e evitar a solução dos dois Estados. A da Ucrânia nem tanto, porque a comunicação social dominante, omite-as.

Para além do golpe de estado de 2014, apoiado pelos EUA, seus aliados e a NATO e, conforme circula na Internet, veio agora mais uma voz insuspeita falar na que é talvez a principal causa.

“ O conflito na Ucrânia foi desencadeado pelos EUA e Reino Unido em 4 de abril de 2008 na cúpula da OTAN em Bucareste, quando prometeram a adesão de Kiev à aliança”. Quem o diz é o ex presidente da República Checa, Vaclav Klaus. E diz mais, diz que esteve presente na referida reunião, “estava lá e já sabia que era um erro trágico. Tentei opor-me a isso. Esta decisão foi forçada pelos EUA, apesar da oposição da maioria dos países participantes”.

Conforme o ex presidente checo, mesmo o então embaixador dos EUA, em Moscovo, William Burns, que alertou a liderança de que tal passo ultrapassaria todas as “linhas vermelhas” para a Rússia.

Tais declarações foram feitas à margem do Fórum Económico Mundial de Davos. No entanto, conforme o jornal Polaco, Mysl Polska, a maioria dos media “não notaram” essas declarações porque elas iam totalmente contra a propaganda antirrussa do Ocidente.

Ou seja, no tempo da União Soviética, o papão comunista é que era agitado, mas havia o chamado “equilibro do terror”. Agora é Putin que é diabolizado para tentarem manipular e interferir na potência do leste. Quem perde é a própria, e ainda mais, o resto da Europa.

E lá vão mais 50 mil milhões da UE para a Ucrânia, para alimentar a guerra. E dois ministro deste Governo em gestão, quais mainatos do império ianque, para adular o desacreditado Zelenski e prometer-lhe a reconstrução de uma escola.

Cá pelo Burgo, o estado em que o Governo/PS deixou o Ensino, o SNS, a habitação, a agricultura e outros, como as polícias (cuja luta agora tem aspetos pouco corretos e criticáveis. Agravados pela sua condição de forças militarizadas), gera um descontentamento que, esperemos, não seja um sinal para o próximo 10 de março como o que se passou nos Açores.

Mas a alternativa não é a recauchutada e velha AD de má memória. Muito menos o partido do demagogo e vendedor de banha da cobra,Ventura, que tudo promete sem dizer com que meios. O homem que diz ser contra o sistema. O filho dele, do PSD. Se este povo lhe desse oportunidade, seria um filho degenerado que agravaria ainda muito mais, o sistema que diz abominar.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE


PS- O presente texto foi escrito antes da anunciada morte de Alexei Navalny. Evidentemente que a morte provocada e confirmada de qualquer adversário político, é condenável. Mas, os hipócritas que até antes da confirmação dos referidos pressupostos, choram lágrimas de crocodilo pela sua morte, são os mesmos que têm deixado a saúde de Julian Assange degradar-se perigosamente na prisão e exigem a sua extradição. E, mais uma vez, vetam o cessar-fogo na Palestina, sendo coniventes com o hediondo massacre daquele povo.




Debate com embate eleitoral

A fulanização da política aí está: as eleições não são para eleger o primeiro-ministro, servirá para escolher 230 deputados à Assembleia da República. Em frente ao espaço do debate eleitoral houve uma manifestação, de cerco/ 'sequestro' de polícias, não autorizada. No inicio do debate, Luís Montenegro, em período pré-eleitoral, não foi capaz de censurar a acção, para não ficar malvisto. Se fosse o PSD a governar como no tempo de Cavaco, carregavam sobre os polícias com violentos jactos de água e estes teriam sido evacuados à força, como nos degradantes «secos e molhados», de péssima memória. No debate/embate, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, interromperam-se vezes sem conta, falando um sobre o outro, desrespeitando os moderadores e aos próprios, e nervosamente foram truculentos. Os moderadores quase não moderaram... Montenegro revelou uma faceta eleitoralista: é mãos largas, resolvendo tudo, dando tudo, com fé no que promete, transveste-se de «pai natal». As crianças não votam(!). Pedro Nuno Santos, é diferente. Não chama ao SNS de sistema, sabendo nós que sistema quer dizer: Sangrar ainda mais o orçamento do SNS para a mercantilização da saúde. No privado, quem tem dinheiro paga a saúde. No SNS responde-se aos doentes, não aos acionistas... Pedro Nuno Santos, não é alternativa mas, sim alternância. Os comentadores têm mais tempo de antena do que os candidatos políticos... Da Europa e de duas atrozes guerras mortíferas nem palavra. Nem pasme-se!, de Cultura. Nesta campanha de debates nunca de tal se ouviu falar. Que as TVs privadas não abordem esta fulcral valência, percebemos....Nem a RTP3, paga com o nosso dinheiro. Falta-me adjectivo para qualificar o - inqualificável! Um Povo culto é insubmisso. Aqueles candidatos querem-nos brandos e submissos.... Tenham cuidado com a ira dos mansos! É terrível!!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Ridículo que mata

 

Foi para mim hilariante ler no JN que o “mundialmente famoso” – um pouco para lá do Porto e arredores -  “crooner” Pedo Abrunhosa se queixou que o “Bloco de Esquerda”, partido político português pelo menos tão famoso como ele, tinha colocado abusivamente num cartaz de campanha eleitoral uma frase por si “inventada”, exigindo daquele partido que a retire imediatamente porque, não lhe tendo sido sequer pedida autorização, se o tivessem feito a recusaria taxativamente.

 

Lê-se e custa a crer, sobretudo de um músico que se presume também de “intervenção”, embora estejamos a atravessar um tempo em que já nada nos deve espantar; de facto, começo a temer que me apareça gentinha a reclamar de também eu andar a plagiar palavras “suas”, dado que estou constantemente a escrevinhar, seja em verso ou prosa, e já não há mesmo limites para o ridículo...

 

Amândio G. Martins

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Malandragem

 

SEM HONRA NEM VERGONHA

 

Há políticos em busca de poder

Que distorcem toda a realidade

Tapando com a mentira a verdade

Contando que o povo não vá perceber.

 

Mas os enganados não vão esquecer

E quando voltem à “mendicidade”

Para lhes testar a boa vontade

Só os distraídos vão aparecer...

 

Abusam de todos os artifícios

Em actos com enormes desperdícios

Querendo ver a turba entusiasmada;

 

Gastam acima do subsidiado

Contando que vá ser amortizado

No voto da gente assim enganada...

 

Amândio G. Martins

 

 

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Desacreditados

 

Com a credibilidade e competência das investigações que dirige constantemente postas em causa pela instância que lhe está acima, mas mesmo assim extrapolando da sua intocabilidade, à senhora “abadessa” que dirige o Ministério Público já só lhe restará a “autoridade” que o cargo lhe confere porque, na realidade, não transmite autoridade pessoal nenhuma, apesar de não se eximir de falar grosso contra os que, cada vez em maior número, não deixam de pôr em dúvida os métodos que a gente que supostamente dirige vem usando.

 

Num curto espaço de tempo, provocaram a queda do governo da República e de um governo regional, e a basófia de que dão mostras nas suas intervenções públicas leva a crer que ninguém os pode parar, o que não augura nada de bom para o combate à corrupção em que se dizem empenhados, que vai poder continuar a depauperar o povo, porque o aparato de que se rodeiam nas intervenções que fazem, mandando à frente os jornalistas para propagandear como são bons – que é isso de “segredo de justiça"... - ao contrário de atingir os alvos certos, deve deixá-los a rir à gargalhada...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Bom negócio, o dia dos namorados

 

 

QUIMERAS

 

Fazia-se mais luminoso o dia

Sempre que de manhã a podia ver

Ela parecia longe de entender

O bem que a sua presença fazia.

 

Contando revê-la à noite à saída

Só pensava no que iria acontecer

Mas chegado o esperado anoitecer

Raramente a magia acontecia...

 

Quando o que não queremos acontece

E o ser sonhado não aparece

Talvez poupemos piores desenlaces;

 

Não confiar em amores de perdição

Conservando sempre lúcida a razão

Ajuda a evitar muitos desastres...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

Guerra (também) às crianças


Só imaginar que haja alguém capaz de defender a detenção de crianças (e suas famílias, se as tiverem), requerentes de asilo, numa fronteira, qualquer “cristão” se sentirá estarrecido. Constatar que, no nosso mundo desenvolvido, “exemplo” para tantos povos incultos deste planeta, existe quem possua poderes instituídos, legítimos à face das leis democráticas, e que está prestes a decretá-la, é coisa, para mim, inimaginável. Mas é isso mesmo que o Parlamento Europeu se prepara para aprovar, “à pressa”, num miserável Pacto de Migração e Asilo, invocando argumentos de inegável cinismo como o de que tal se deve fazer antes das eleições europeias e da presidência húngara da UE, que poderá ainda vir a fazer pior.   

São estes os tempos em que o “correcto” é apelar ao belicismo, ao rearmamento desmesurado, criando-se na generalidade dos cidadãos europeus a ideia de que temos uma civilização que não ameaça ninguém, mas é ameaçada por tudo e todos. “Correcto” é também pensar-se que os apelos à paz no mundo não passam de ingenuidades celestiais ou de conluios com os “inimigos”. 

Polícia de Segurança Pública investigada

A fraude, o roubo e a corrupção, cancros malignos, generalizaram-se. Quem deve dar nobre exemplo, porque instituição com maiúsculas, a PSP - é transgressora. Está envolvida num escândalo de desvio de verbas, sem justificação, para pagar gratificados feitos pelos seus polícias. A direcção deste corpo de segurança veio a público falar sobre o caso, de forma incipiente e, no final disse: «Não voltaremos ao assunto»(!). O dinheiro é do (nosso) erário, já que o tema é demasiado grave, para ser silenciado.... Bastava-nos a insegurança policial antes de jogos de futebol, a tentativa de quererem (um dos sindicato), boicotar as próximas eleições legislativas e, agora, ainda mais esta inqualificável nódoa.Ninguém diz algo sobre... Aqueles miseráveis actos devem ser exemplarmente judicializados e, a ser verdade, punidos! Aos olhos e compreensão do comum cidadão, à PSP, no seu todo e, mais ainda à sua direcção, exigimos honestidade, lealdade, transparência, dever e sentido de Estado! Estes inqualificáveis acontecimentos, sobretudo, usar verbas de forma não criteriosa, não tiveram reação de André Ventura, Chega, que grita contra os malandros, os vergonhosos e os prevaricadores, a toda a hora e instante, repito, não tiveram uma mera observação política, da sua parte(!). No fundo, Ventura, comporta-se como um sabujo seguidista das polícias! Dá jeito ao Chega, instrumentalizá-los...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

UUM OPERÁRIO NO GOVERNO

 


No V governo provisório, que tomou posse em Agosto de 1975, de que foi 1.º Ministro Vasco Gonçalves, o Secretário de Estado da Segurança Social foi Armando Artur Teixeira da Silva, sendo Ministro dos Assuntos Sociais, Francisco Pereira de Moura.

Armando Artur Teixeira da Silva, nasceu no Porto, era impressor de litografia na empresa R. Durão Rodrigues (Porto). Fez parte da comissão directiva do Sindicato dos Gráficos do Porto, logo após o 25 de Abril de 1974 e foi presidente da direcção após as eleições realizadas nesse ano.

Foi membro da direcção da CGTP-IN desde 1975, e depois do Congresso de Todos os Sindicatos, em 1977, foi coordenador da central sindical até 1986. Foi também membro do secretariado da União dos Sindicatos do Porto.

Foi deputado à Assembleia da República em 1980 e 1981.

Eleições legislativas

Vivemos e muitos, muitos sobrevivem governados por uma classe dominante, consubstanciada numa elite de políticos privilegiados, que não vão à fábrica nem ao campo nem contacta com os pescadores, sendo todos estes uma multidão cada vez mais pobre e desprovida de direitos. Tudo isto faz uma democracia escangalhada - de facto! Acompanho os debates eleitorais, na TV, entre os candidatos líderes dos partidos. Deveriam, com verdade, priorizar soluções, alternativas e formas de progresso. Estão longe, com excepções. Se, André Ventura, Chega, prima pelo embate, dizendo tudo e o seu contrário, dá tudo a todos, interrompendo abruptamente os opositores. É um condenado à solidão. Rui Rocha, IL, da direita extremada, põe no mercado a resolução de tudo. É um «Chega» envernizado. A AD, melhor dizendo, o PSD, ressuscitou o seu acólito, CDS, desaparecido e irrelevante e um PPM, que nem 300 votos obteve nas últimas eleições(!). Não vai ganhar as eleições mas, poderá governar com o apoio do Chega. O PS, não é alternativa, continua alternância. É inqualificável, (até 12.02), nunca se ter aflorado a Educação Pública. De Cultura, também nada se abordou. Sabemos que a Cultura é um eixo fundamental da sociedade. Um Povo culto é insubmisso, questionador e mais feliz. Uma palavra de apreço para Paulo Raimundo, CDU, que teve o asseio e objectivade políticas em sugerir, às direções das televisões, para que a Cultura faça parte dos debates, aquando do confronto com, Mariana Mortágua, que corroborou, e bem, da ideia. Dizem-nos, em modo overdose, que o Povo é quem mais ordena mas, não manda nada! Os políticos só se lembram da populaça quando há eleições. Nesta imposta mediocridade política, a abstenção voltará a vencer. Com maioria absoluta?!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Cegos porque se recusam ver

 

TRISTE VIDA SEM LEITURA

 

Talvez para o cérebro lhes não secar

Como àquele herói manchego aconteceu

A gostar de ler ninguém os convenceu

Ignorando um bem que os podia ajudar.

 

Dizer-se andar cansado de trabalhar

Quem com tempo para tudo nunca leu

Deixa perceber desinteresse seu

E na falta de tempo se desculpar.

 

A quantos por mera preguiça mental

Dedicam tempo a tudo o que é banal

Menos ao vasto saber disponível;

 

Seja dito que a viver sem leitura

Nunca vão saber quanto ela ajuda

A tornal possível o impossível...

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 11 de fevereiro de 2024

o caminho dos 50 anos do 25 DE ABRIL



Em 1999 terminou o primeiro governo PS/António Guterres e iniciou-se o segundo, após eleições legislativas. Também se realizaram eleições para o Parlamento Europeu. A 30 de Agosto realizou-se o referendo em Timor em que a população votou a favor da independência. Comemorou-se o centenário do poeta António Aleixo. O salário mínimo era de 61.300$00. O governo/PS impôs aumentos de 3% na administração pública. Existiu contestação sindical e luta dos trabalhadores contra pacote laboral.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Embuste eterno

 

INFANTILIDADES

 

Têm nos pobres bonecos animados

Para que nunca lhes falte animação

Que lhes seja poupada a perturbação

Para o que são os pobres perturbados.

 

Os fracos sempre foram enganados

Autoconsolando-se na oração

Que lhes há-de garantir libertação

Mas depois de morrerem sequestrados.

 

Ouviam que sempre assim tinha sido

Que o fraco tem de ser agradecido

Por mais que o explorador seja rapace;

 

Mas que terá o consolo eterno

Que a todo o rico o espera o inferno

Como se tal patranha o ajudasse...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Para lhe fazer o trabalho sujo...

 

Nuno Melo revelou-se-me, desde sempre, como das maiores inutilidades políticas que o regime democrático já pariu, daquelas criaturas que, fazendo da política “modus vivendi”, não acrescentam ao modo de fazer política nada que a enobreça, apenas baixeza, sobranceria e grotescas manifestações de superioridade nos debates com os adversários.

 

E é a esta pôpa já grisalha, a que nem o tempo que já leva de ofício conseguiu moldar as maneiras de se relacionar com os oponentes, que Montenegro recorreu para apresentar como “lebre” nos debates televisivos, o que me parece mais uma das suas conhecidas espertezas saloias, para não ser constrangido a “descer” ao desgastante debate com os "intrometidos"da Esquerda, que já o conhecem bem do tempo da “calça curta”.

 

Andaram bem os responsáveis das televisões em recusar a chico-espertice do líder da Direita, em fazer-se substituír pelo oportunista Melo, a quem a situação serviria como uma luva, mas que certamente baixaria o nível da discussão, em vez de esclarecer os eleitores; é que ainda me lembro bem da miséria de textos que enviava para o JN, para o espaço que o jornal lhe deu quando a Esquerda substituíu a Direita na governação do país...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Por tudo e por nada, Zorra!

 

“Zorra” é um termo insultuoso recorrente na língua espanhola para chamar putas às mulheres que não se submetem facilmente aos ditames de quem sobre elas tem, ou pretende ter, ascendente, e houve agora quem decidisse explorá-lo numa música que concorreu ao festival espanhol da canção, para apurar a concorrente à Eurovisão, e ganhou; no dia seguinte, aproveitando a presença do chefe do governo no estúdio da TV La Sexta, para uma entrevista em directo, o responsável do programa, António Garcia Ferreras perguntou-lhe, no final da conversa, qual a sua opinião acerca daquela música, cuja escolha estava a causar reacções negativas.

 

Depois de ouvir uma passagem daquele tema, Pedro Sánchez respondeu ao jornalista que o achava divertido e muito bem escolhido; quanto aos que não gostaram, decerto serão gente da “fachosfera”- termo abrangente criado há pouco pelo próprio Sánchez para classificar toda a direita unida contra ele -  que nunca gosta de ver exposta a forma como olham e tratam as  mulheres.

 

No dia seguinte, no programa do mesmo canal “Más Vale Tarde”, a comentadora convidada Lucia Mendes, do jornal El País, mostrou-se indignada com aquela apreciação  de Sánchez, dizendo que tinha achado graça a um termo tão vulgarizado no insulto das mulheres, ao que a contradisse a jornalista da casa Ana Pastor - que estava ali para falar de um programa seu – fazendo do tema uma leitura contrária à de Lucia, que o seu objectivo é precisamente apostrofar o insulto, não elogiá-lo: “Se não faço sempre o que eles querem, zorra!; se me visto como gosto, zorra!; se quero saír para me divertir, zorra!”...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

 

O ABACATE É QUE ESTÁ A DAR?


Desde que semeei batatas no meu quintal (3 quilos), há cerca de um mês, que não cai uma pinga de água. E só lá para o fim da semana se prevê qualquer coisa. Ou seja, a falta do precioso líquido que cai cada vez menos regularmente, não se verifica só no Algarve como agora tem sido notícia, tem vindo a agravar-se nos últimos anos, também no Alentejo e até na Estremadura e Ribatejo.

Vem esta constatação a propósito da notícia divulgada aqui em O SETUBALENSE na edição de 29 do mês passado, sobre uma plantação de pera-abacate prevista para a nossa região. Mais precisamente, para o concelho de Alcácer do sal. Plantação esta, reparem, caros leitores, de 800 hectares. É obra! Imaginem 800 campos de futebol ao lado uns dos outros.

Segundo a associação ambientalista Zero em comunicado enviado à agência Lusa, pode ser uma “machada” na conservação da natureza.

Como afirma a Zero, o projeto do empreendimento agro-industrial para produção e exportação de abacate, promovido pela empresa Expoente Frugal Lda, do grupo Aquaterra, cuja consulta pública terminou em 24/01/24; esta “monocultura de regadio dependerá de 34 furos de captação de água subterrânea e do abastecimento do perímetro de rega do Vale do Sado, situa-se em plena Zona Especial de Conservação (ZEC) da Comporta/Galé, em área de habitats dunares”. E prevê-se um consumo anual de 4 milhões de metros cúbicos de água.

Portanto, não é apenas a falta de água, devido às alterações climáticas, que alastra cada vez mais para norte. São também as culturas intensivas a gastá-la. E, no caso presente, numa região tradicionalmente de cultura do arroz.

Não será oportuno e justo questionar-se o que será mais útil para o país e para o meio ambiente, o referido cereal, o milho, batata, forragens para o gado, ou a “invasora” pera-abacate? E, essencialmente para exportação.

A resposta parece-nos óbvia. Mais a mais, com o problema da escassez de água que poderá atingir níveis altamente preocupantes, e quando se trata de uma cultura que tanto a consome.

Será abusivo concluir-se que o lucro, os cifrões, falam mais alto?

Com o mundo agrícola em “pé-de-guerra”, justamente devido aos erros e injustiças da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia, haverá necessidade, a concretizar-se, de se juntar mais este? Que, cremos, até nem está dependente dessa política.

Imperioso, é que se tomem medidas que minimizem o tão nefasto e mesmo potencialmente perigoso efeito das famigeradas alterações climáticas, e ainda mais, o que as provoca. Não só nesta atividade essencial, a agricultura, tendo atenção não ao que dá lucro, mas ao que é indispensável. E noutras atividades, claro! Por exemplo, nos transportes. Promovendo-se os coletivos e menos poluentes, aos individuais que até têm aumentado.

É matéria fundamental também para levarmos em conta na nossa decisão do próximo 10 de março. As decisões dos que maioritariamente têm sido eleitos, estão à vista. Cuidado também com os, ou o, que tudo promete sem dizer como.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O Setubalense




Roubalheira pandémica

 

JOGO SUJO

 

Jogam sujo porque é mais lucrativo

E dispensa muitas formalidades

Chegando a subornar autoridades

Para ter o negócio protegido.

 

O que é vedado é apetecido

E sempre há-de encontrar facilidades

Nos que esperam ter oportunidades

Para alcançar o que não têm podido.

 

Economia submersa é a praga

Que o actual combate não acaba

Por para ele haver pouco dinheiro;

 

Os largos milhões do dinheiro sujo

Podem manter no combate um intruso

Que deixa o ilegal passar primeiro...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Polícia de Segurança ou de (in)Segurança Pública?!

A justa luta por equiparação de subsídios, que já tem a PJ, da PSP e GNR, os polícias começam a perder o nosso apoio pelas falhas de obrigações a que estão sujeitos. Hipotecaram o capital de simpatia, que acolheram pelas suas reivindicações. É censurável e perigoso que não tenham comparecido para zelar pela segurança num jogo de futebol. Ali, pela falta de policiamento, registaram-se cenas junto ao estádio de futebol, degradantes, de pancadaria muito agressiva e com feridos. A Polícia de Segurança Pública, na prática, funcionou como uma força de insegurança... justificando, a sua ausência no evento com atestados médicos (fraudulentos?) em cima do acontecimento. Isto não é uma forma de luta, parece-nos uma selvajaria, significativamente agravada numa declaração do presidente do Sindicato Nacional da Polícia, ameaçando que esta situação pode alastrar-se, tendo incluído num discurso desastroso e ameaçador, possível boicote às próximas eleições legislativas, em Março. Entretanto o Movimento Zero da PSP, cheio de simpatizantes e de permeabilidade da extrema-direita, do Chega, o líder deste cavalga em cima deles. respalda-os sempre e quer os polícias ainda com mais autoridade... André Ventura não teve uma palavra contra a inqualificável insegurança e postura sindical acima referida. Cavalga, repito, nos polícias, sendo ao mesmo tempo um grosseiro seguidista bajulador!

Os policias perderam o norte, a razão e o meu apoio


É claro que os policias têm razão na questão dos subsidios, e não só.
Estão mal pagos como estão os portugueses em geral, 
Porém usarem do estratagema da baixa médica para faltar ao trabalho, e com isso causar a desordem não abona em seu favor.
Deviam saber que um governo demitido, mesmo que possa, não deve resolver um problema desta dimensão.
Eu até acho bem que interpelarem os candidatos a primeiro-ministro e vejam quem dá mais e até podem ficar a ganhar pois parece que estamos nos saldos
A não ser que  pôr em causa a ordem pública seja o plano, para depois aparecer o Salvador

Quintino Silva

...o caminho dos 50 anos do 25 DE ABRIL

 Em 1984 Portugal tinha um governo do bloco central PS/PSD, política de direita, chefiado por Mário Soares e Mota Pinto como vice-primeiro-ministro. Existia uma falta de habitação da ordem das 700 mil casas, a par de 40 mil disponíveis para arrendar, que aguardavam a concretização da intenção governamental de aumentar as rendas em 300% e a sua actualização passar a ser anual. Em 1984 comemorou-se o 50.º aniversário da luta de 18 de Janeiro na Marinha Grande. Realizou-se em Évora, a 14 e 15 de Julho a 8.ª Conferência da Reforma Agrária, com o lema «Com a Reforma Agrária, Pão, Trabalho, Produção». Realizou-se uma greve no jornal «O Primeiro de Janeiro», no Porto, em Setembro e Outubro, não saindo as respectivas edições, pelo pagamento de salários aos mais de 300 trabalhadores do jornal diário com 115 anos.



 

GUERRA JUNQUEIRO ATUALIZADÍSSIMO


Começa bem o ciclo eleitoral que temos pela frente. A direita vence as eleições, a extrema direita duplica os resultados anteriores, e a esquerda mais consequente e credível não elege um único deputado.

Isto, na região do país com os piores índices de desenvolvimento humano. Mais pobreza, mais abandono escolar, mais consumo de droga.

Mais uma vez socorro-me de um compatriota ilustre, perspicaz e um progressista do seu tempo; Guerra Junqueiro, que nos definia assim: “Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”. Mas depois acrescentava: “ Um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta”.

Digam lá se não continua atualizado.

Francisco Ramalho




Do abuso da razão

 

Desde muito novo fui aprendendo, na complexidade dos problemas que a vida me colocava pela frente, que para resolver a contento qualquer diferendo, não era suficiente ter a razão do meu lado, era também imprescindível saber usá-la; e as movimentações massivas de polícias, para verem melhorada as sua condição, se já puderam contar com a simpatia de grande parte da gente, o esticar demasiado a corda vai acabar por tirar-lhes margem de manobra para o que pretendem.

 

De facto, o vale-tudo a que parecem decididos, inclusivé o recurso a baixas fraudulentas para faltar ao cumprimento das suas inalienáveis obrigações, a que juntam as mais descabeladas ameaças, revelam aos cidadãos mais conscientes que andam mal aconselhados; é que se perdem as estribeiras ao ponto de não medirem as consequências dos seus excessos, acabarão por ser vistos pelos cidadãos, cuja segurança é a razão da sua existência, como gente indigna da função que lhe foi confiada, por maior que seja a razão de base das suas reclamações...

 

Amândio G. Martins

 

 

Restaurante Centenário, Faro/Algarve

 


O Restaurante Centenário, em Faro/Algarve, foi citado no Jornal Mundo Lusíada de São Paulo (Brasil) [...]. O texto relata a sensação de que Faro está mais vestida de fado, com um número maior de eventos/concertos em sítios gastronômicos.
 
Passar pelo Centenário, é deixar-te envolver
É deixar-te envolver pela força do fado
É prender a alma à essência do silêncio
Dos acordes nas noites de fado
É deixar-te envolver por essa combinação tão cheia de sentimentos
 
Ninguém resiste aos seus temas e ritmos
Que tocam fundo as memórias e afetos
E toda gente fecha os olhos
Como se fossem de encontro à emoção contida
Transportando os sentimentos afetivos
 
Passar pelo Centenário na baixa de Faro
É a forma ideal de terminar uma tarde
Na alma dessa casa, canecas de vinho, fadistas e guitarras
Toda gente se rende ao silêncio da tarde
Se rende à sinfonia de vozes e guitarras
 
Passar pelo Centenário na baixa de Faro
É a forma ideal de terminar uma noite de fados
E, nas paredes, desenhos confessam o fascínio
Onde o silêncio vai à mesa
E, nessa linguagem, sentimentos viajam.
 
Fonte: https://www.mundolusiada.com.br/artigos/faro-vestida-de-fado/

domingo, 4 de fevereiro de 2024

 

REIVINDICAÇÕES, INÉDITAS, RADICAIS E NÃO SÓ...


Tal como outras profissões, enfermeiros, professores, pessoal da limpeza urbana, etc. As forças militarizadas, supõe-se, deveriam ter melhores condições para desempenharem a sua função. E, provavelmente, subsídios que se aproximassem mais dos atribuídos aos da Polícia Judiciária. Mas será incorreto haver desníveis remuneratórios entre profissionais altamente qualificados como são os da PJ, e os da GNR e PSP que, na sua grande maioria, lhes basta a 4ª classe ou pouco mais?

Tudo isto, o Governo/PS não deveria ter deixado arrastar. Tal como anteriormente o do PSD!

Mas agora às últimas inéditas manifestações neste período especial e à beira de eleições, acrescentar-se “atos de insubordinação muito graves”, como foram classificados, e bem, em que 13 dos 15 polícias que estavam destacados para a segurança de um jogo de futebol não compareceram alegando indisposição física, mesmo apresentando atestado médico, ou chantagens em relação ao cumprimento das suas reivindicações e o contributo daquelas forças para a realização das próximas eleições legislativas, pondo-as mesmo em causa. Que pensar?

Enfim, reivindicações inéditas, radicais e não só, neste país que queremos continuar a ser de Abril.

Francisco Ramalho

Quando o ter subverte o ser

 

ABUSADORES

 

Incitas consciente dos abusos

Dos que vos espezinham os direitos

Mas com poder tens os mesmos defeitos

Chegas a copiar-lhes os discursos...

 

Se fazes teus esses modos intrusos

Porque para progredires são perfeitos

Irás provocar os mesmos efeitos

Com que encorajavas os revoltosos.

 

Reclama sempre o que te for devido

Mas que nada te faça parecido

Com os que enriquecem porque tos negam;

 

Todo o que se orgulha de ser correcto

Não usa os métodos dum “chico esperto”

Só porque vê como eles prosperam...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

sábado, 3 de fevereiro de 2024

...o caminho dos 50 anos do 25 DE ABRIL


 Em 1976 foi aprovada pela assembleia constituinte a Constituição da República que consagrou as conquistas, direitos e liberdades da Revolução do 25 de Abril. A Constituição apesar de mutilada pela política de direita mantém no essencial os direitos e liberdades conquistados, que são muitas vezes desrespeitados e não cumpridos.


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Os imigrantes não são criminosos e fazem-nos falta

Marcaram uma manifestação, para o Largo do Martim Moniz, Lisboa, com um cariz de extrema-direita e, ''contra a islamização da Europa''. É uma acção que visa a violência e o ódio de natureza xenófoba e racista. A PSP, considerou que a manifestação apresentará perturbação da vida pública e, o presidente da Câmara de Lisboa, proibiu-a e bem. Ressalva-se, que o ilícito evento tem carácter anti-constitucional, pois a Constituição da República não permite racismo nem xenofobia. O Largo Martim Moniz estará amanhã (3.02) à mercê de arruaças e violências... mas os organizadores do desfile mantêm-no(!). Os imigrantes são bem-vindos, não são criminosos, respeitam as normas vigentes e fazem-nos falta. Pelo exposto, anti-democratas e fascistas não podem usar a democracia, minando-a, para a atacar e, no limite - a derrubar! Veremos como as forças de segurança, muitas delas manietadas pela extrema-direita, se irão comportar... Nada nos admira, que o partido anti-imigrantes para fascista, Chega esteja envolvido!

O outro que se dane

 

Uma coisa que sempre me revolve o estômago é ver o aproveitamento oportunista que alguns agentes políticos, sobretudo extremistas de direita, procuram fazer das manifestações de descontentamento, sejam professores, polícias ou agricultores, ao ponto de os próprios manifestantes, por questão de decência, se verem constrangidos a recomendar-lhes que “não se colem”, por quererem impingir a ideia que se fossem eles a governar tudo correria a contento de todos; infelizmente não são eles, lamentam, e os que detêm o poder, por incompetência ou pura maldade, obrigam as pessoas a saír para a rua para fazer valer os seus direitos, nem que para isso tenham de atropelar os direitos dos outros, como é o caso dos cortes de estradas e outros abusos de poder.

 

São conhecidas as incongruências  e injustiças da dita “Política Agrícola Comum”( PAC), que sempre favoreceu uns países, como a França, em prejuízo de muitos outros com menos peso reivindicativo; e neste movimento de agricultores, espoletado precisamente por franceses, mostra como eles continuam a querer ser favorecidos, atacando e despejando nas estradas os produtos espanhóis em trânsito pela Europa, e chocou-me ouvir uma senhora, que até já foi candidata à presidência da República francesa, madame Royal, afirmar em altos brados que os produtos espanhóis são intragáveis, dando razão às barbaridades cometidas pelos compatriotas contra os colegas do país vizinho...

 

Amândio G. Martins