É IMPERIOSO E POSSÍVEL PARAR A GUERRA
Os dois grandes
problemas que a humanidade enfrenta, são os efeitos das alterações
climáticas e a guerra.
Ambos são
consequência da sede de lucro e de domínio de uma minoria.
Como o lucro dos
grandes empórios do petróleo, gás e carvão, os maiores poluidores
atmosféricos, estava assegurado, não cuidaram de desenvolver e
utilizar outras energias não poluentes e renováveis. Além disso,
destruíram florestas, recorreram em massa, a monoculturas intensivas
com utilização massiva de pesticidas e fertilizantes, para
conseguirem o máximo de produção e de lucro, com prejuízo de
ecossistemas, de contaminação e esgotamento dos solos, contribuindo
assim, para a desertificação e a alteração do clima. Tudo em nome
do sacrossanto lucro.
Em relação à
guerra, a maior perversidade da nossa espécie, também sempre foi da
responsabilidade da tal minoria, e também sempre teve como causa a
procura do lucro e de domínio. E com o desenvolvimento e
aperfeiçoamento das armas, tornou-se cada vez mais mortífera e
perigosa. Para economia de espaço, vejamos apenas as duas mundiais
onde pereceram cerca de 80 milhões de pessoas e onde esteve bem
patente a mais repugnante bestialidade humana, como, por exemplo, o
holocausto nazi e o bombardeamento atómico de Hiroxima e Nagasáqui.
Perante tais
horrores, não seria de se evitar outros de tão grande ou ainda
maior dimensão? Mas a ambição desmedida ultrapassa os mais
básicos sentimentos, pondo em causa mortandades e destruições,
quiçá, ainda muitos maiores do que as referidas.
Não é o que se
teme com a escalada da que grassa na Ucrânia? Depois da destruição
do importantíssimo gasoduto e agora da barragem, quem é que nos
garante, que não poderão ser usadas, o que mais se teme, armas
nucleares?
Portanto, não será
imperioso, que se tente seriamente acabar com a guerra, em vez de se
alimentar esta escalada com potenciais consequências apocalípticas?
A minoria do lado de
cá, diz que a invasão violou o Direito Internacional, e é verdade.
Mas, para manipular as massas através da sua omnipresente
comunicação social, omite o que a originou: sobretudo, o não
cumprimento dos Acordos de Minsk, as prepotências e os 15 mil
mortos da população russófona do Donbass, e o avanço da NATO para
junto das fronteiras da Rússia. Minoria que, recorde-se, não
cumpriu o DI no Iraque, na Líbia, na Síria, na Jugoslávia.
Portanto, não nos
digam que a guerra só acabará com a vitória militar, quando de um
lado e do outro, para além das convencionais, existem armas
nucleares mais que suficientes para eliminar toda a humanidade.
Sob o lema, Parar a
guerra! Dar uma oportunidade à paz! O Conselho Português para a Paz
e Cooperação, que já organizou manifestações e outras
iniciativas, a ultima das quais, o sexto Concerto pela Paz no passado
dia 3 no Fórum Municipal Luísa Todi em Setúbal e que contou com o
apoio da autarquia, vai promover novas manifestações a 15, 16 e 17
deste mês, no Porto, Coimbra, Funchal e (dia 17 às 15 horas) em
Lisboa.
Publicado hoje no jornal "O Setubalense"