Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Pior que lástima!
sábado, 28 de junho de 2025
JEFF BEZOS EM CASAMENTO DE LUXO EM VENEZA... MAS AMAZON NÃO QUER DISCUTIR CONDIÇÕES DE TRABALHO
APÓS MAIS UMA AUSÊNCIA, SINDICATOS PEDEM SANÇÕES DURAS DA UNIÃO EUROPEIA À AMAZON -- A UNI (UNI Globbal Union) está pedindo ao Parlamento Europeu que tome novas medidas contra a Amazon depois que a gigante da tecnologia não compareceu a uma audiência agendada sobre as condições de trabalho — marcando a terceira vez desde 2021 que a empresa se recusou a se envolver com os legisladores da UE. “A Amazon deve enfrentar as consequências por esse comportamento pouco cooperativo em relação às nossas instituições democráticas”, disse o secretário regional da UNI Europa, Oliver Roethig. O pedido de sanções da UNI causou impacto no Politico EU , Euronews , RND e muito mais! (Entretanto o patrão da Amazon, Jeff Bezos organizou o seu casamento de luxo em Veneza).
Luz e liberdade
PONTE DE LIMA
Radiosa de luz e liberdade
Encanta os de cá e quem vem de fora
Que em todo o Concelho recebe a prova
De que o que tinha ouvido é verdade.
Todo o que saíu engana a saudade
Desde o dia em que teve de ir embora
E vai domando essa força opressora
Até a volta ser realidade.
Não é fácil esquecer as raízes
E os que o forçaram são infelizes
Disfarçando o seu descontentamento;
Assemelha-se a peixe fora de água
Aquele que sufoca a sua mágoa
Para não revelar o sofrimento...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 26 de junho de 2025
Ainda há quem se saiba impor ao mandão
O grotesco nababo americano, querendo impor a todos os aliados um aumento brutal nas despesas da defesa, ameaçou fazer caír sobre Espanha - cujo líder de governo lhe fez saber que quem manda no seu país são os espanhóis – todas as pragas do Egipto, sem perceber que já vai havendo quem não tenha medo de caras feias; de facto, para mostrar às oposições que no seu país o atacam de todos os ângulos, com razão ou sem ela, que não anda a reboque das exigências de Trump e Rutte, já tinha anunciado antes que a contribuição de Espanha para a defesa não excederia 2,1% do PIB anual, porque era isto que as forças armadas do país lhe disseram que era preciso, e não iria ceder a loucuras que roubariam recursos para responder às necessidades dos seus compatriotas.
A Pedro Sánchez, desde que conseguiu uma coligação que derrubou o anterior governo do PP, com o argumento de que era urgente limpar a imagem da governação espanhola da corrupção, o partido apeado nunca mais lhe deu um segundo de descanso, apesar de ser verdadeira a acusação de que era o partido mais corrupto da Europa, porcaria que tinha começado com Aznar, cujo ministro das finanças, o banqueiro Rodrigo Rato, ainda hoje cumpre pena de prisão, pelas imensas falcatruas cometidas, no governo e fora dele; todavia, agora que vê elementos do PSOE, que desempenhavam altas funções, investigados pelo mesmo pecado, Sánchez tem precisado de muita ginástica mental e argumentativa para responder, não às oposições de direita e fascista, que para essas fez sempre tudo mal, mas para convencer os que lhe têm dado apoio para manter o governo a funcionar, que só uma moção de censura fará caír, porque em Espanha o chefe de Estado não tem poder para dissolver o Parlamento, e sem censura que o derrube, só o chefe de governo pode marcar eleições antes de cumprir a legislatura...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 25 de junho de 2025
A beleza está nas coisas simples
DA VÃ GLÓRIA DO MUNDO
Sou bem mais livre não sendo famoso
Vivendo em paz no meu anonimato
Respirando o ar que me vem do mato
Onde não me aflige nenhum acosso.
O que para mim é mais precioso
É poder viver num meio pacato
Longe de artificial aparato
Que põe quem quer sossego ansioso.
Vale pouco ou nada a glória do mundo
Enganando-se os que lutam por ela
Em prejuízo do que é mais fecundo;
Quem quer a verdade da vida bela
Dedique-se a ela a cada segundo
E pode encontrar a sua parcela...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Tempos sombrios
Em entrevista ao JN de domingo, Valter Hugo Mãe diz o que muita gente, estupefacta com o que tem visto ocorrer impunemente, há muito também pensa e diz, que aos inimigos da Democracia não devia ser permitida a legalidade, porque a esterqueira humana que já logrou sessenta lugares no Parlamento nunca escondeu ao que vem; de facto, desde fazer às escâncaras a saudação nazi e verbalizar o que isso significa em repugnantes discursos de ódio, a tudo temos assistido, perante a passividade das instituições, que comodamente se escudam na estafada “liberdade de expressão”.
“O meu medo – diz Valter Hugo Mãe – é que as próprias instituições já não sejam capazes de cumprir a lei, porque as suas convicções estão de acordo com a aberração que tem vindo a ser eleita”; e foi isso mesmo que vimos na postura da segunda figura do Estado, na anterior legislatura de um ano, permitindo à extrema-direita as maiores indignidades contra eleitos de outros partidos, assim como o que tem sido noticiado de julgamentos por violência doméstica, com alguns juízes a dar razão aos agressores, usando deles a mesma retórica machista...
Amândio G. Martins
Trumpismo inimputável!
sexta-feira, 20 de junho de 2025
Há rapazes maus
Lamento discordar do Padre Américo (Monteiro de Aguiar), famoso por, no princípio dos anos quarenta do século passado, ter instituído as Casas do Gaiato, dispersas um pouco pelo país colonial que éramos. Este benemérito, que o foi, à sua maneira, criou estas Casas para salvar da fome e conduzir alguns jovens de uma sociedade paupérrima e degradada para os caminhos do Bem. É-lhe atribuída a frase “Não há rapazes maus”, que deu título a um filme, realizado por Eduardo Garcia Maroto e estreado em 1948.
Ignoro se com a complacência do próprio Padre Américo ou se, só após a sua morte, em 1956, a instituição caritativa praticava as teorias pedagógicas da época, não se fazendo rogar em aplicar castigos físicos que, décadas mais tarde, viriam a sobressaltar algumas consciências mais civilizadas e menos punitivas. Ao que parece, mesmo os dirigentes das Casas do Gaiato, de vez em quando, não se coíbiam de ser “mauzinhos”, em nome do Bem que pretendiam alcançar.
Hoje, em Portugal (e não só), os “rapazes” fartam-se de contradizer o bondoso fundador da instituição. Com toda a desfaçatez, atropelam continuamente as regras mínimas da convivência humana, exibem de forma desbragada o ódio e a brutalidade, agridem quem não pensa como eles ou tem aparência diferente, e assumem-se “defensores da Pátria”. Só nos faltava mesmo um Movimento Armilar Lusitano (MAL), que domina na perfeição as técnicas da impressão a 3D para produzir armas letais. Não sou da mesma “pátria” que eles.
Público - 21.06.2025
segunda-feira, 16 de junho de 2025
Guerra no Médio Oriente... também por procuração!
Em débito permanente
DESOLAÇÃO
Vai faltar a neve em “Sierra Nevada”
Diz a previsão de áridos eventos
E os temíveis acontecimentos
Terão efeitos além de Granada...
Percebe-o a gente mais informada
Que teme o distúrbio dos elementos
Ouvindo os estudiosos atentos
A toda a exploração mal calculada.
Urgente é levar a sério a contenção
Para que ainda possa haver salvação
Ajudando a travar bruscas mudanças;
Recusando pôr travão ao frenesim
Terá tudo que vive um trágico fim
E já vão escasseando as esperanças...
Amândio G. Martins
Esperança de vida ou de sobrevivência...
domingo, 15 de junho de 2025
Don’t lie to me, Mariana
Com a desculpa de um oceano entre mim e a Argentina, confesso que não conheço em profundidade o quotidiano dos seus habitantes. Sei, contudo, que se repetem manifestações “devidamente” reprimidas pela polícia, sobretudo dos mais velhos, a quem cortam impiedosamente no valor dos seus rendimentos. Vivem, como tantos em Portugal, das suas pensões de reforma, depois de uma vida de contribuições para a segurança social. Não possuem qualquer outra forma de resistir à sanha da motosserra que Javier Milei inventou. Julgo saber, também, que este mesmo senhor foi alvo de acusações de manipular em proveito próprio as cotações da $Libra, uma criptomoeda gerada pela inventiva liberal, e, mais recentemente, se passeou por Israel, não para ajudar os esfomeados de Gaza, mas para anunciar mais uma vitória de Netanyahu, a mudança da embaixada argentina para Jerusalém. Vem agora uma senhora de aparência escorreita, dizer-nos, nas páginas do PÚBLICO, que as políticas aplicadas por Milei na Argentina estão a funcionar. Não duvido de que Mariana Leitão, da Iniciativa Liberal, tem toda a razão. O problema é que não nomeia os beneficiários de tais políticas, mas todos, no íntimo, sabemos que não são o povo trabalhador ou desfavorecido.
Público - 15.06.2025
sexta-feira, 13 de junho de 2025
MOUNIRA AL SOLH
Mounira Al Solh nasceu em Beirute, Líbano, em 1978 e
actualmente vive entre Beirute e Amesterdão, Países Baixos. A sua prática
artística abrange vídeo, instalação, pintura, desenho, têxteis, texto e
performance, explorando paisagens sociais e políticas complexas em torno de
temas feministas, narrativas micro-históricas e os efeitos do conflito e da
migração.
A exposição de Mounira Al Solh no Museu de Serralves,
no Porto, de 28 de Fevereiro a 31 de Agosto de 2025, reúne obras que exploram
micro-histórias e acção política com sensibilidade e imaginação. Inspirada na
infância da artista durante a guerra civil libanesa, evoca temas como o
deslocamento, resistência e memória, canalizando traumas do Médio Oriente num
convite urgente à empatia e à paz.
DESPREVENIDOS E COM O POTENCIAL APOCALIPSE À ESPREITA
O Governo israelita concretizou o principal ataque na região: instalações para o desenvolvimento de energia nuclear no Irão. Vitimando, entre outras pessoas, altos responsáveis técnicos daquele setor, bem como, pelo menos uma alta patente militar.
Israel não quer que o Irão possua armas nucleares. E, efetivamente, O irão não deveria possui-las. Mas nem o Irão, nem qualquer outro país! E as que existem deviam ser destruídas. E é Israel, com todo o historial de destruição, morte e prepotência na região, que deve impor seja o que for?
É assunto que dá pano para mangas, mas vou ser breve.
O Irão, embora convencionalmente, deverá retaliar. É mais uma enorme acha para a fogueira do Médio Oriente.
Mas a maior ameaça à paz, a um potencial apocalipse, nem sequer é esta prepotência, esta violação do Direito Internacional, cometido pelo Estado sionista.
Trump e Steinmeirer, já, mais ou menos diretamente, apoiaram.
A maior ameaça à paz, a um possível apocalipse, foi a violação do Tratado Start entre os EUA e a Rússia, com o recente ataque a bombardeiros estratégicos nucleares russos.
Quem o executou? Foi a Ucrânia? Com apoios de quem?
Diversas personalidades, como, por exemplo, o Professor Jeffrey Sachs da Universidade de Columbia, ou o nosso compatriota filósofo, articulista, escritor, prof. da Universidade de Lisboa Viriato Soromenho-Marques, afirmaram que se tratou de uma perigosíssima irresponsabilidade.
Do outro lado, se não tivesse havido contenção, se a resposta fosse equivalente, imaginam o resultado?
Portanto, com gente deste jaez do outro e deste lado do Atlântico, é a vida de todos nós, de uma grande parte humanidade, que está em causa.
Entretanto, pelo menos em relação ao caso mais grave e perigoso, a omissão dos media dominantes, é quase total.
Tentem informar-se. Pelo menos para não sermos apanhados todos desprevenidos. Reajam. E participem nas próximas manifestações contra estas barbaridades.
Francisco Ramalho
quinta-feira, 12 de junho de 2025
Neonazis atacam e agridem a Cultura!
terça-feira, 10 de junho de 2025
ZANELE MUHOLI
Zanele Muholi, artista visual e activista sul-africana,
nascida a 19 de Julho de 1972, apresenta no Museu de Serralves, desde 10 de Abril
a 16 de Outubro de 2025, a sua maior retrospectiva até à data, com mais de 200
obras fotográficas. A exposição percorre duas décadas de criação e resistência,
dando visibilidade a comunidades negras LGBTQIA+ e propondo uma reflexão
crítica sobre identidade, género, justiça social e memória histórica.
Esquecem que tudo acaba
DO EFÉMERO
Os usurpadores olham os fraternos
Como alguém sem relevância no mundo
Mas o que usurpam ficará cá tudo
Mesmo que nunca pensem nesses termos...
Previnem alguns preceitos eternos
Acentuando o que é nobre e profundo
Que os que mercantilizam ao segundo
Do que mais conta vão ter sempre menos.
A gente com algum discernimento
Sabe quão limitado é o seu tempo
E procura evitar o destempero;
Certa de que quando menos espera
Todas as ambições ficam por terra
E tudo acaba sempre num enterro...
Amândio G. Martins
A SIC é o órgão lateral do PSD/AD...
segunda-feira, 9 de junho de 2025
ACTIVISTAS DA FLOTILHA DA LIBERDADE RAPTADOS POR ISRAEL QUANDO TENTAVAM CHEGAR A GAZA
A
bordo do Madleen, 12 activistas da Flotilha da Liberdade, entre os
quais Greta Thunberg, transportavam ajuda humanitária para Gaza.
Israel interceptou ilegalmente o barco em águas internacionais e
raptou os activistas.
Encontravam-se a 185 quilómetros de Gaza e levavam com eles a ajuda humanitária que Israel recusa deixar entrar no território, com o objectivo de matar os palestinianos à fome. A Flotilha da Liberdade, um grupo de activistas de vários países, levava consigo, a par da ajuda alimentar e médica, a coragem, sabendo de antemão que podiam morrer na sua missão (Israel assassinou nove elementos da Flotilha em 2010, em condições semelhantes).
Na madrugada de segunda-feira, as forças israelitas interceptaram a embarcação Madleen e raptaram os 12 activistas que nela se encontravam. Entre os presentes estava a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada franco-palestiniana Rima Hassan. As primeiras notícias da ofensiva israelita foram dadas através das redes sociais e davam conta de comunicações cortadas, emissão de ruídos ensurdecedores pela rádio, alternando-se com mensagens a ordenar o navio a mudar de curso, drones a sobrevoar a embarcação enquanto lançavam uma subsistência que causava asfixia e ardor nos olhos.
As autoridades israelitas tinham já ameaçado os activistas, afirmando que não iriam permitir que estes chegassem a Gaza. A promessa foi cumprida e, além do descrito, o Madleen foi invadido por soldados. Os militares ordenaram aos activistas a bordo que atirassem os seus telemóveis para a água e raptaram-nos, em águas internacionais, onde não têm qualquer jurisdição.
O ministro da Defesa. Israel Katz, já reagiu ao sucedido e congratulou-se com a operação. O mesmo anunciou que os activistas serão obrigados a ver vídeos com imagens do ataque de 7 de Outubro e acusou Greta Thunberg de anti-semitismo.
O Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) já reagiu à detenção dos 12 activistas: «Esta interceptação, realizada fora das águas territoriais israelenses, constitui uma flagrante violação do direito internacional, incluindo o direito marítimo e humanitário. A prisão dos tripulantes e o confisco da ajuda destinada a uma população em situação humanitária imediata são inaceitáveis e claramente fazem parte de uma estratégia mais ampla para matar de fome e massacrar palestinos em Gaza, enquanto ocultam os crimes de guerra israelenses do mundo».
O grupo parlamentar do Parlamento Europeu instou os Estados europeus, a União Europeia, as Nações Unidas, e toda a comunidade internacional, a que condenem a detenção ilegal e exijam a libertação imediata e incondicional de todos os membros da tripulação. Além disto, é ainda exigida a entrada imediata e desimpedida de ajuda humanitária em Gaza, em total conformidade com o direito internacional e as ordens impostas a Israel pelo Tribunal Internacional de Justiça.
PS- Vejam ao que isto chegou. Tudo lhes é permitido. Que moral tem esta gente EUA/NATO/UE para impor seja o que for onde quer que seja? E a imprensa internacional, a imprensa deles, incluindo a portuguesa, evidentemente, o destaque que dá a isto é o de coisa quase banal.
domingo, 8 de junho de 2025
PATRIOTISMO CURTO
O país vai roer as unhas até ao desfecho. E depois se o resultado pender para as cores lusas, o patriotismo vai ficar ao rubro.
Marcelo e Montenegro, já nos avisaram que logo “seremos todos seleção”.
Em princípio também verei o jogo. Até porque gosto de futebol e isso, evidentemente, não tem mal nenhum. Quanto ao resultado entre as duas equipas multimilionárias, veremos. Que ganhe a que mais merecer. Se for a de cá, tudo bem!
Como sabem, a situação internacional está grave, vergonhosa e muito perigosa. Não me vou agora alongar sobre isso, lembrar apenas que depois da irresponsabilidade de se atingirem bombardeiros estratégicos nucleares, infringindo-se normas convencionadas entre as principais potências nucleares com cobertura da ONU, o que é que por aí pode vir! Com certeza, de retaliação em retaliação! Até onde levará a potencial escalada?
Patriotismo mesmo, seria termos um Governo, que em vez de já estar a preparar o povo para o aumento das verbas na “Defesa” que poderão atingir , para nós, somas astronómicas, desse mas era pelo menos algum contributo para diminuir a tensão e procurar, no seio da NATO e da ONU, relação normais ente os Estados. Mas se nem, ao contrário de outros, como aqui os nossos vizinhos espanhóis, ainda nem sequer reconheceu o Estado Palestiniano!
Lembrar só que os responsáveis pelo aumento da perigosíssima escalada de guerra na Europa, são os mesmos que apoiam ou fecham os olhos a essa imensa vergonha que é o genocídio do povo palestiniano. E Portugal, o seu Governo, devia demarcar-se. Por exemplo, como faz o Brasil com Lula da Silva na Presidência. Isso é que seria um grande motivo de orgulho patriótico.
O de logo à noite, vai ser um patriotismo curto. Muito curto.
Francisco Ramalho
sábado, 7 de junho de 2025
Tento na língua
Não basta que se aplique a pena de morte, será mais convincente e dissuasor para futuros criminosos que os traficantes de droga nos Açores sejam “neutralizados” por fuzilamento. É o que o Chega do arquipélago, ou, pelo menos, o seu líder na Assembleia Regional, afirma em debate de urgência promovido pelo próprio partido. Já não sei se todos compreendem a gravidade destas posições ultra-punitivas, uma vez que o próprio presidente do parlamento açoriano, bem como os demais representantes dos outros partidos ali presentes, não conseguiram articular qualquer tipo de comentário. Calaram-se e… consentiram? É insuportável a tomada pública destas posições, mas não é menos insuportável que ninguém de bom senso e com funções de representatividade se manifeste e defenda os superiores interesses e direitos humanos da comunidade, que continua a querer-se democrática.
sexta-feira, 6 de junho de 2025
TRABALHADORES DO LIDL NA BÉLGICA EM LUTA
TRABALHADORES DA BÉLGICA JUNTAM-SE À ONDA DE GREVES DO LIDL - Após greves recentes na França e na Itália, os trabalhadores do Lidl na Bélgica lançaram sua própria greve e bloqueios em 5 de junho para protestar contra a carga de trabalho excessiva e a grave falta de pessoal. – UNI Global Union
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Última etapa
PALIATIVOS
O paliativo é sempre falaz
De nada valendo ao condenado o pau
Sendo consciente que o seu estado é mau
Qualquer esperança se lhe mostra fugaz...
Pensa assim quem vê tudo andar para trás
E pede ao seu deus que lhe mande um lacrau
Cansado dum mundo onde tanto bisnau
Se exibe grande à custa do mal que faz.
Depreciarão os paliativos
Os que já sentem o seu fim no mundo
E a medicina tem por perdidos;
Mas embora o corpo esgotasse a vida
Atenua-se a dor ao moribundo
Para esperar calmamente a partida...
Amândio G. Martins
Sanitário, diz ele
No rescaldo da não-eleição de Diogo Pacheco de Amorim, foi o próprio André Ventura (A.V.) quem assim adjectivou o cordão que, alegadamente, outros estão a construir em torno do seu partido. Cuidadoso como é com as palavras, afinal uma das suas armas mais afiadas, não a aplicou por mero mimetismo dos classificativos normalmente usados pelos seus adversários. Poderia ter-se ficado pelo “cordão”, sem necessidade nenhuma de lhe acrescentar o “sanitário”. Quer isto dizer que o próprio aceita pacificamente, lá no íntimo, que o seu partido sofre de uma doença da qual todos nós devemos ser preservados? Provavelmente sim, porque A.V. é inteligente de mais para se deixar entusiasmar por palavras e nelas escorregar como se de um principiante se tratasse. Agradeço a A.V. a “sinceridade” com que nos avisa sobre os malefícios do Chega.
Público - 05.06.2025
quarta-feira, 4 de junho de 2025
VIVA GAGEIRO!
Deixou-nos fisicamente mais um dos nossos melhores: Eduardo Gageiro. Grande artista. Grande homem. Grande foto-jornalista que captou e divulgou o Portugal que trabalhava e era explorado. Isso valeu-lhe a perseguição e a prisão pelos esbirros do salazarismo; a PIDE.
E depois fotografou o 25 de Abril e continuou a fotografar o mundo do trabalho e este nosso lindo Portugal e o seu/nosso povo que ele amava.
Sempre pronto a transmitir a sua técnica, a sua arte, os seus sentimentos, aos mais novos.
São homens, mulheres , pessoas assim, que nos devem orgulhar e servir de exemplo e não demagogos, retrógrados e “salvadores da pátria” de ocasião como agora temos alguns, com destaque para o que está aí na berra e o marinheiro de águas turvas que se perfila.
Viva Gageiro!
Viva o 25 de Abril!
Francisco Ramalho
terça-feira, 3 de junho de 2025
A CEREJA NO TOPO DA ABERRAÇÃO
Como habitualmente, estive numa mesa de voto e assim que começou a contagem, apercebemo-nos logo da dimensão da aberração. Eramos cinco, e independentemente das opções partidárias de cada um, suponho que nenhum do Chega, a surpresa e apreensão foram aumentando. Depois, claro, confirmou-se. Confirmou-se e reforçou-se a surpresa. Creio que até para André Ventura, com a contagem final dos votos dos nossos emigrantes, nos quatro cantos do mundo. Foi a cereja no topo da aberração.
Aberração, porque é conhecida, no geral, a hostilidade dos partidos da extrema direita para com a emigração. E foi precisamente esta, que reforçou os resultados do partido de Ventura. Que, evidentemente, ficou eufórico e organizou uma segunda comemoração “da grande vitória”.
Para além da desilusão contínua com o resultado das políticas dos Governos do PS e do PSD, principalmente do primeiro, os resultados eleitorais assim o indiciam, foram mesmo fruto de uma imensa ignorância política e de uma indiferença fomentadas pela comunicação social dominante, pela pobreza dos programas da televisão, pelos comentadores e analistas avençados, e pelas redes sociais, que poderão explicar as escolhas deste povo imbecilizado e resignado, como nos definia Guerra Junqueiro, que parece ter pouco ou nada mudado desde então, ao votar contra si próprio.
As perspetivas, como é evidente, são mais que negras. A direita aparentemente certinha e engravatada da Iniciativa Liberal, que já tinha proposto uma revisão constitucional, perante o grande resultado da outra mais trauliteira, a do Chega, até deixou de dar ênfase a essa “premente necessidade”, mas o mesmo não aconteceu com esta. Portanto, estão os dois interessados em remover esse “empecilho” às suas aspirações para privatizarem tudo o que resta, tudo o que seja relevante e dê lucro. E que para além da Caixa Geral de Depósitos, da TAP, marchará, se conseguirem, também o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social, e o que resta do Estado Social.
Portanto, a tão badalada e desejada estabilidade, com a direita habitual e principalmente com a extrema que se lhe pode juntar, não é mais que uma miragem.
Vêm aí tempos difíceis. Só a luta e unidade de todos os democratas, não só para se manter ou conseguir outros justos direitos, como para, por e simplesmente, se manter a liberdade, a democracia e o Estado de Direito. Portanto, a luta e o esclarecimento do povo, para não voltar a votar em massa contra si, são essenciais.
Não podemos deixar soçobrar o 25 de Abril nem agora nem nunca. Seria uma afronta aos milhares de compatriotas que ainda muito antes, tanto deram de si, alguns a própria vida. E os outros milhões que depois, graças à liberdade conquistada por civis e militares, o Movimento das Forças Armadas (MFA), nessa data gloriosa, que têm votado e lutado para um país bem melhor e mais justo. E, sobretudo, para termos a possibilidade de o tentar fazer. Ou seja, para termos liberdade. Condição indispensável para tudo isso.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE