A Voz da Girafa
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sábado, 21 de dezembro de 2024
A caça aos gambuzinos
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Pontos nos is
Tenho consciência de que, com este texto, poderei estar a infringir a “regra” que apreendi pouco depois de começar a participar n’A VOZ DA GIRAFA, lá pelos idos de 2015, e que dita que os posts não devem dirigir-se particularmente a alguém em concreto. Já o mesmo não se passa com os “comentários” ou “respostas”. Mas como, neste caso, não fui eu o autor do “pecado original”, vou avançar.
Tudo começou com um post de Vítor Colaço Santos (V.C.S.), a mim dirigido, em 24 de Novembro passado, referindo uma "Nota" que aparece no blogue, de que, aparentemente, ele nunca tinha dado conta, mas que está lá há vários anos. Pelos vistos V.C.S. não concorda com essa Nota e está no seu pleníssimo direito. No mesmo dia, respondi em “Comentário” e, pasme-se, essa resposta “desapareceu”, por efeito sabe-se lá de quê ou de quem. Só sei que fiquei surpreendido porque o autor do “desvio”, a existir, não fui eu e, talvez equivocado, sempre pensei que só o autor tinha possibilidades técnicas de interferir nos respectivos textos. Curiosamente, embora fora do activo, a verdade é que a minha resposta se mantém no arquivo mais “profundo” do blogue, como ainda há minutos constatei. Seja como for, V.C.S. leu o comentário desaparecido, porque, já depois de eu ter dado um “Alarme” no blogue, acabou por me responder, quer ao comentário, quer ao post. Inexplicavelmente, teceu aí algumas considerações pretensamente elogiosas a mim próprio, coisa que, nas nossas actividades bloguísticas, é perfeitamente dispensável.
No dia seguinte, V.C.S. voltou ao assunto com mais uma queixa sobre o funcionamento do blogue, alegando desta vez que lhe tinha desaparecido também um comentário ao seu próprio post “Plagiando - AlarmeII”. Curiosamente, e ao contrário do que acontece com o já referido meu comentário que também desapareceu, daquele não consta qualquer registo no tal “arquivo profundo” do blogue.
Confuso? Talvez um pouco.
A verdade é que V.C.S., no seu post “A Nossa Voz da Girafa sobe no Ranking…”, lamenta-se de que o coordenador (eu) ainda não se tinha pronunciado, pressupondo, erradamente, que eu estaria na disposição de apresentar queixa na Sociedade Portuguesa de Autores ou na Polícia Judiciária. Faz ainda alusão a uma possível ajuda técnica (se eu percebi bem…) de um familiar seu. E, de palpável, salvo erro e sem ofensa, nada mais, o que me deixou um pouco perplexo. Por isso, tomei a decisão - não sei se bem! - de me dirigir a V.C.S. por meios pessoais, através de email. Enviei-lhe três emails, em 10, 11 e 14 de Dezembro, sem sequer receber acusação de recepção e, claro, muito menos resposta às minhas questões. Fiquei na mesma perplexidade, até que a “alfinetada” apareceu, no Comentário de V.C.S. no seu próprio post, em 16 de Dezembro. Não poderia deixar de reagir, em tom obviamente desagradado, o que fiz em 17 de Dezembro e, como aí anunciei, aqui estou para, no meu ritmo, dar continuidade ao assunto.
Uma coisa é certa: não sou jurista nem informático. Sou um generalista que gosta da Girafa e que se predispôs a assumir o “cargo” de facilitar, dentro dos meios possíveis, o acesso de membros ou candidatos a isso, à participação no blogue. E penso que mais não deveria ser preciso. Mas, naturalmente, estou aberto a discutir quaisquer ideias e sugestões, para as quais convido todos a pronunciarem-se.
Também é certo que não considero este assunto como um possível prenúncio do fim do Mundo. Aliás, não lhe atribuo importância suficiente para com ele se perder tanto tempo e atenção. Pequenos problemas, por definição, não são grandes. Além disso, quem lida com computadores, nem que seja apenas como dactilografia ou pouco mais, sabe que os contratempos estão sempre a aparecer, e, na maioria das vezes, com mais ou menos umas voltas, eles lá se resolvem. Por mim, não estou disponível para acalentar qualquer teoria conspirativa. Feliz ou infelizmente, o blogue tem a dimensão que se conhece e é bom mantermos a noção da nossa real importância.
Quem sabe se, com um coordenador mais eficiente e proactivo, o alcance do blogue não seria muito maior? Pensem nisso.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Desagregar freguesias, pois claro!
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
À lealdade opôe-se a impostura
REZAS E CONVENIÊNCIAS
Rezem ou não como lhes der na gana
Sem se medirem no que os outros rezam
Nem qual a religião que professam
Porque havendo Deus ninguém o engana.
Que deixe a gente má de ser sacana
Se é por isso que os demais a segregam
Os que os direitos dos outros sonegam
Como podem querer ter boa fama...
Há quem finja rezar para ser visto
Sem qualquer convicção e compromisso
De querer ser uma boa pessoa;
O que reza a pedir pelos negócios
E usa o seu culto com tais propósitos
Ofende Deus e mente à gente boa...
Amândio G. Martins
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
UM TRISTE NATAL
Cá pelo burgo, este natal não vai ser melhor que os anteriores. Os ordenados e pensões de reforma não acompanham o aumento do custo de vida, a assistência na saúde não melhorou. Antes pelo contrário. O Serviço Nacional de Saúde continua a degradar-se a favor dos privados, e quem não tem possibilidade de recorrer a eles, o que é a grande maioria dos portugueses, vê a sua saúde, tal como o SNS, degradar-se.
A caridade, o peditório do Banco Alimentar Contra a Fome e outras instituições do ramo, continua a substituir-se à Segurança Social e ao Estado para encanar a perna à rã à pobreza, pelo menos agora nesta quadra.
Temos até uma inovação. Uma triste inovação. Essa chaga social que é a violência doméstica, segundo o mais recente relatório da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) que o jornal Púbico do dia 11 deste mês dá grande destaque, aumentou mesmo contra os homens e acontece em casais heterossexuais.
Os pedidos de ajuda de homens vítimas de várias formas de violência atingiram 6545 casos em dois anos. As mulheres representam 75% do total de pedidos de ajuda.
Por cada pedido de ajuda de uma vítima homem, a APAV acredita que existem outros dois casos desconhecidos das estatísticas.
Na APAV, os pedidos de apoio por parte de homens cresceram 17% entre 2022 e 2023. No ano anterior, tinham aumentado 15%.
Houve ainda 2176 pedidos de ajuda de crianças e jovens que já estão ou irão estar com processos aberto nas comissões de proteção de crianças e jovens (CPCI).
A aumentar, está também a violência acima dos 65 anos. Nestes casos, não chegam do próprio ou de familiares- que são muitas vezes quem os maltrata- mas de juntas de freguesia, entidades de ação social ou polícias. Quem violenta o homem idoso, por se encontrar numa situação de dependência, são filho, filha, neto ou neta. O que leva a isso? “Dinheiro, não permitir a pessoa tomar decisões, o controlo, a manipulação, a colocação do idoso em lar contra a sua vontade, a que chamamos sequestro em lar acontece muitas vezes”, expõe o responsável da APAV.
Se é este o triste quadro nacional que a APAV divulga e que transcrevemos do Público, que dizer lá fora! Não bastavam as guerras na Ucrânia, no Médio Oriente e o genocídio em Gaza, agora, mais um país, tal como a Líbia, o Iraque ou o Afeganistão, a caminho do caos; a Síria. É o culminar de anos de sanções e ingerências na Republica Árabe Síria pelos EUA, Israel e Turquia. E ataques de grupos terroristas por eles apoiados, com ligações à Al Qaeda e ao Estado Islâmico (e a Irmandade Muçulmana) apresentados agora pelos moralistas do Ocidente como moderados opositores ao então regime daquele país de grande importância estratégica e rico em recursos petrolíferos, mas que não pactuava com eles. Essa é sempre a verdadeira razão da ingerência.
Portanto, caros leitores, não lhes posso desejar um feliz Natal. Mas desejo-lhes o melhor possível. Saúde e disposição para, de qualquer forma, contribuirmos para um país e um mundo melhores e mais justos.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
CTT NÃO SE RESPONSABILIZAM PELO CORREIO NORMAL
A meio do passado mês
de Outubro foram-me enviadas, via CTT, pelo menos quatro cartas, duas de
entidade bancária, uma da Autoridade Tributária e outra dos artistas pintores
das Caldas da Rainha. ATÉ À DATA NRNHUMA ME FOI ENTREGUE.
No final do passado
mês de Novembro reclamei no livro dos CTT de Vila Nova de Gaia, depois de
também o ter feito por e-mail que descobri na página da internet dos CTT.
Através do Apoio e
Voz do Cliente dos CTT transmitiram-me: «Informo que, lamentavelmente, as
averiguações no sentido de apurar o paradeiro de objetos não registados
revelam-se infrutíferas. Devido ao volume de tráfego, nem sempre é
possível garantir o cumprimento dos padrões de qualidade definidos, para a
totalidade dos objetos. Tratando-se de objetos não registados (não deixam
vestígios da sua passagem no circuito postal), torna-se muito difícil apurar em
que fase do seu tratamento poderá ter ocorrido alguma anomalia. Acrescentaram
ainda, que tratando-se de correio normal, como diz o Apoio e Voz do Cliente, «o
que impede o acompanhamento da carta. Neste caso é impossível confirmar o
que aconteceu».
Respondi que «entendo
que os CTT deviam informar os utentes, de forma clara e transparente, QUE NÃO
SE RESPONSABILIZAM PELA ENTREGA DE CORRESPONDÊNCIA ENVIADA POR CORREIO
NORMAL».
É mais uma má
consequência da privatização dos CTT.
O inexplicável e inaceitável preço do gás de garrafa
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Montenegro (ou Monte-negro?) mente com todos os dentes!
Chaminés Algarvias
Em conversas com amigos, reiteradamente ouço que viajar é inevitável, por proporcionar emoções e experiências. De facto, conviver com novos destinos transforma a alma num rito de passagem, pois, em cada sítio visitado, esperamos uma surpresa agradável que poderá provocar em nós a imagem da leveza, talvez um sol de cor e rotação diferente para uma pessoa que já não é a mesma desde o ponto de partida. Nesta vida de turista, há diversos sentimentos vividos que revelam formas embutidas no imaginário.
Com uma sensação agradável, não posso ignorar as protagonistas principais destas linhas: as típicas chaminés que simbolizam uma riqueza artística e cultural algarvia imensurável. Elas são uma presença constante nas fotografias deste viajante que, um dia, foi residente em Faro para aperfeiçoamento na Universidade do Algarve. Aqui relembro o primeiro contacto com a chaminé algarvia, um momento de calmaria que marcou o meu olhar. Esse símbolo ofertou beleza aos meus olhos e está no prédio da Escola Básica Ria Formosa, localizada na Praça dos Bombeiros, em Faro. Da varanda do apartamento no sétimo andar que foi a minha primeira morada, por vezes ela foi notada – houve vários momentos difíceis de descrever o que senti, mas confesso que fui seduzido.
A partir desse primeiro contacto, passei a observar outros factores nas viagens entre o Guadiana e Sagres. Nas fotografias produzidas em cada itinerário, as chaminés surgem como desenhos de capas de livros, cenários de beleza própria que albergam valores vividos e envolvidos pelas minhas emoções em suas formas amarradas a uma geografia de recônditos mistérios. Ciente de uma tradição profundamente enraizada na paisagem cultural algarvia, esse património de toda a gente alcançou além-fronteiras.
Nas deslocações pelo Algarve, jamais me privei de depositar o olhar e a lente da câmara fotográfica ou do telemóvel nas tradicionais chaminés, mas nunca me atrevi a escrever sobre esse símbolo de arte marcante até aos dias de hoje. Ousei, mas não encontro um vocabulário para concluir, devido à inexistência de palavras para tamanha ousadia; por conseguinte, apenas pontuo que essas chaminés são inolvidáveis diante da relevância estética na espreitadela de quem visita este destino turístico internacional.
Fonte: SANTOS, J. C. V. JORNAL A VOZ DE LOULÉ, ANO 71º, N.º 2042.
domingo, 15 de dezembro de 2024
Um criminoso condenado na presidência dos EUA
"Manos límpias"
Lê-se no JN que o deputado Diogo Pacheco de Amorim, que na presidência do Parlamento ocupa o lugar que cabe à Direita ultramontana, tendo por isso direito a carro oficial e motorista, apresentou uma despesa de 602 horas extraordinárias de trabalho daquele condutor, desde março até agora, mais 400 do que o limite legal, dado que o limite estabelecido são 200 horas por ano; não se conhecem as explicações que para tal despautério terá dado a dita figura, se é que as deu, mas sabe-se que pertence àquela casta de gente que em Espanha se vangloria de “manos límpias”, apesar de lhes ser bem conhecido todo o tipo de falcatruas,
Sabe-se que o líder do partido do referido senhor, tendo sido funcionário das Finanças, quando se viu conhecedor de todos os truques fraudulentos usados pelos que fogem ao cumprimento das suas obrigações fiscais, demitiu-se para se estabelecer por conta própria, ganhando dinheiro a facilitar a vida àqueles cidadãos “exemplares”; e quando o figurão apregoa querer limpar Portugal, o que eu penso ao ouví-lo é que há-de querer “limpar” aos portugueses a dignidade que a democracia lhes concedeu, tendo em conta o que disse quando se viu com cinquenta deputados, que seriam a “vingança” do anterior regime nos cinquenta anos do 25 de Abril...
Amândio G. Martins
sábado, 14 de dezembro de 2024
A «bipolaridade» do astuto Marcelo
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
A EUROPA POR MAUS CAMINHOS
Foi triste, muito triste, ver António Costa, mal tomou posse do alto cargo na União Europeia para que foi investido, deslocar-se imediatamente a Kiev para abraçar o homem de mão do imperialismo norte-americano. O “democrata” que ilegalizou todos os partidos do seu país com exceção do seu e outro da extrema direita. O ambicioso que afogou num banho de sangue (15 mil mortos) as pretensões legítimas da população russófona do Donbass para dar cumprimento aos ainda mais ambiciosos do outro lado do Atlântico, na sua ânsia de hegemonia global.
A velha Europa, do Cabo da Roca aos Urais, tem tudo para ser uma potência neste novo mundo multipolar. Tem saber e potencial. Mas devia ter unidade, cooperação com os seus vizinhos, com toda a comunidade internacional e independência. Não devia submeter-se.
Na extensa entrevista que concedeu ao jornal Público de 29/11/24, António Costa aponta o dedo acusador à Rússia responsabilizando-a pela guerra na Ucrânia, sem fazer uma única referência à sua origem há dez anos, com responsabilidades dos EUA e da UE e não mostrando nenhuma disponibilidade por parte da UE, à única maneira de como deve terminar; pela diplomacia.
“O compromisso da UE com a Ucrânia é para a guerra, para a paz e para a reconstrução”.
Esta guerra que podia ter sido evitada e que agora é premente que cesse, só tem prejudicado a Ucrânia, a Rússia e a UE. Quem ganha com ela, são os EUA. A sua industria de armamento e dos combustíveis. As inúmeras sanções aplicadas à Rússia, o rebentamento do gasoduto (nord stream) que abastecia a Europa, tiverem efeito boomerang em relação aos países da UE que passaram a comprar o gás muito mais caro aos EUA. Que, como se constata, ganha em todos os tabuleiros com prejuízos tremendos para a UE.
O grande apelo de Costa, assim como dos seus correligionários dirigentes da UE, do secretário-geral da NATO (o atual e o anterior) e do Reino Unido, é à corrida aos armamentos. Que, eufemisticamente, designam por indústria da Defesa.
“Há uma enorme oportunidade para robustecer uma indústria (da Defesa) que, como sabemos, tem sido um motor fundamental de modernização do conjunto do sistema. Não há Europa da Defesa sem uma participação activa do Reino Unido”.
Sobre essa imensa vergonha que é o genocídio do povo palestiniano que EUA apoia e UE cala, nem uma palavra. A Amnistia Internacional denuncia; matam-se civis à bomba e à fome, famílias inteiras, a chacina já vai em quase 50 mil. E questiona, que espera mais a Comunidade Internacional para tomar posição enérgica perante o que classifica como a tentativa de Israel de dizimar em parte ou na totalidade, aquele povo.
Na altura em que escrevo, os ataques à Síria intensificaram-se pelos grupos terroristas reforçados, alguns ligados à Al Qaeda. Os “amigos” da Ucrânia, chamam-lhes apenas rebeldes, e não os condenam.
A guerra só prejudica os povos. A corrida não deve ser aos armamentos, mas sim à paz e a uma vida digna para todos os seres humanos. Há meios para isso.
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
O que vale a pena
SERENAMENTE
A ocupação retarda envelhecer
A mente daquele que já é velho
Se aceitar o assisado conselho
Que recomenda ter sempre o que fazer.
E quem cultiva alegria de viver
Não gasta o tempo a olhar o espelho
E até a chata dor no joelho
Na boa disposição faz-se esquecer.
E o que parece insignificante
Pode mostrar-se noutra perspectiva
E revelar-se muito importante;
Quem se gastou em sonhos de grandeza
Não teve como desfrutar a vida
Perdendo do que é simples a beleza.
Amândio G. Martins
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
POBREZA, SEM ABRIGO, etc.
Os sem-abrigo em
Portugal serão mais de 13 mil, em crescimento constante.
A cidade do Porto
terá mais de 600 pessoas sem-abrigo e recentemente o seu presidente Rui Moreira
e a maioria do seu executivo camarário rejeitaram rever e melhorar o plano de
contingência para os sem-abrigo.
A propósito dos
sem-abrigo que ocupam as portas do Teatro S. João, na Rua de Augusto Rosa e
Travessa do Cativo, o presidente do conselho de administração do Teatro
Nacional de S. João, no Porto, em Setembro último, anunciou que se estava a
trabalhar para promover a sua integração. No início do corrente mês de dezembro
tal ainda não acontecia.
O Presidente da
República Marcelo, em outubro último, repetiu o que vem comentando desde 2018,
«fazer tudo para num prazo razoável erradicar esta ferida social» dos
sem-abrigo». Na mesma altura o PR também comentou que «a pobreza é um fracasso
numa sociedade». Portugal terá mais de 2 milhões de pobres e a taxa de risco de
pobreza teve o maior aumento dos últimos anos passando para 17%.
Nos 50 anos do 25 de
Abril de 1974, a pobreza, os sem-abrigo, etc. (salários insuficientes e pensões
baixas, falta de habitação, falta de rede pública de creches e lares,
dificuldades no acesso à saúde e à escola pública, etc.), são vergonha e
consequência duma política de direita, que há mais de quatro décadas governos e
deputados do PSD e do PS, revezando-se no exercício do poder político, têm
praticado não resolvendo e agravando problemas nacionais. O Orçamento de Estado
da AD aprovado recentemente vai no mesmo sentido, não resolvendo problemas e
agravando desigualdades. Sem uma ruptura com a política de direita e o surgir duma
alternativa que defenda os valores do 25 de Abril e o desenvolvimento do País,
não sairemos da cepa torta.