sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

 

UMA QUESTÃO DE NEGÓCIOS, DE FARSA E DE TRISTEZA


Trump diz a Zelensky para baixar a bola e para se preparar para pagar o que deve. Para lhe devolver, aos EUA, 500 mil milhões que os seus antecessores, nomeadamente Biden, já tinham investido na Ucrânia para servir de base na tentativa de fazerem à Rússia o que fizeram à Jugoslávia: retalhá-la para se tornar inofensiva e controlável. Para isso, apoiaram, em conjunto com a UE, o golpe de 2014 que preparou a subida da sua marioneta ao poder. Agora, Trump, pragmático, diz que não quer investir lá mais, e quer o retorno do investimento. Não em dinheiro, porque aquilo está falido, mas em géneros. E aí é um autêntico maná. Para já, quer terras raras. Essenciais, para a atual revolução tecnológica onde se inclui a inteligência artificial.

Os subordinados aqui da Europa, mais concretamente da UE, agora acumulam essa sua condição com a de farsantes. Dizem que querem também juntar 500 mil milhões para se preparem para impedirem, dizem, que Putin venha por aí abaixo e nos submeta a todos. Putin, cujo país, já tem 11 fusos horários…

Não lhes chega já um milhão de mortos!

Ou será tudo farsa?

Mas uma farsa que não nos faz rir, porque é uma tristeza.

E a campanha mediática para darem uma de ofendidos e convencerem o zé povinho, é avassaladora.

Francisco Ramalho

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Maldade à rédea solta

 

PREPOTÊNCIAS

 

Se o prepotente governo trumpista

Se junta ao congénere putinesco

Tudo o que no mundo há mais canhestro

Vê facilitada qualquer conquista.

 

Não relaxe mais o “relativista”

Porque a ameaça é mesmo gigantesca

Se tudo quanto há de humana besta

Tem livre a prepotência mais sinistra.

 

Os vis interesses desses criminosos

Passam por cima da vida dos povos

Que por desgraça estejam no caminho;

 

Se as velhas instituições que os defendem

Não têm como dobrar os que os ofendem

Ficam entregues ao pior destino...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Mosteiro da Serra do Pilar, RECUPERAR É PRECISO

 


O Mosteiro da Serra do Pilar situa-se em Vila Nova de Gaia, freguesia de Santa Marinha, numa elevação sobre o Rio Douro, junto à ponte de D. Luís e com o Porto em frente numa visão privilegiada. Desde 1996 é Património Mundial da Unesco, juntamente com o centro histórico do Porto.

O mosteiro apresenta sinais de degradação exteriores e necessita de obras de reparação bem como as dependências que o integram. A partir de 2012 tinha algum espaço dedicado a divulgar o património monumental classificado da Região Norte, que já há algum tempo foi encerrado.

Desde Maio de 2023 que o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) reserva 1,2 milhões de euros para recuperação do Mosteiro da Serra do Pilar, que segundo informação oficial se encontra encerrado para execução de obras de manutenção, que no exterior ainda não se notam.

O mosteiro começou a ser construído em 1538 e prolongou-se pelos séculos seguintes. A igreja foi classificada como monumento nacional em 1910, as restantes dependências foram consideradas como imóvel de interesse público em 1935. O mosteiro era masculino, pertencia à Ordem de Santo Agostinho e teve várias denominações. Em 1835, após a extinção das ordens religiosas é considerado património do Estado e parte das suas instalações são destinadas a fins militares.




 


Presidenciais desfocam o essencial

As eleições presidenciais discutidas na televisão até à exaustão, previstas para o fim de Janeiro de 2026, desfocam o essencial e priorizam o acessório. Aquelas não abordam nem procuram soluções para gravíssimos problemas de muitos, muitos portugueses: pensionistas na pobreza com proventos miseráveis, com sério dilema - ou comida ou farmácia(!); a pobreza galopante, que sem prestações sociais e sem assistencialismo caritativo, (que não lhe faz levantar a cabeça e o põe de mão estendida...), a fome grassava ainda mais. Agrava-se a vulnerabilidade social, pois os grandes supermercados, no que toca aos preços, disparam em roda livre! Sem escrutínio... Constato, que Lisboa tem mais despossuídos pedintes, mais sem-tecto e sem pão, mais gente a vagabundear obnubilada,... o presidente da Câmara de Lisboa, não tem estatura nem estratégia nem inteligência nem sensibilidade políticas para lidar com este flagelo social nem com o turismo avassalador na capital. Lisboa é o Inatel da Europa... Políticos (ir)responsáveis lacrimejam pela abstenção ganhar, repetidamente, com maioria absoluta. Que esperavam? Só nos vêm como tolos eleitores...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Contribuições dos trabalhadores não podem ir para bancos/seguros privados

O Orçamento do Estado previa um aumento de 28,3% de saldo na Segurança Social(SS), para um montante de 5,6 mil milhões de euros. A previsão é do executivo, com sustentabilidade garantida até 2070! Assim, é incompreensível a SS estar a ser cobiçada por entidades que visam o negócio... e, não o cpntrato social. A SS não pode ser desvirtuada na sua essência: pública, universal e solidária. A governança quer pôr nas mãos dos bancos e seguradoras as contribuições dos trabalhadores, por tal, criou um grupo de trabalho, presidido por um sujeito, que no tempo da troika, disse que a SS ia colapsar - o que não sucedeu... junta-se uma secretária de Estado da Segurança Social, adepta dos seguros privados. Este desgoverno não esconde os objectivos: seguradoras e bancos, também, ficam com as contribuições dos trabalhadores e, em caso de falência daqueles, as reformas, neste novo sistema ficam hipotecadas! Há um exemplo destes, cuja falência, no Chile pôs milhões de reformados sem reformas e a gritar! Há, aqui, uma opacidade, que a governança tem de esclarecer. O nosso dneiro, dos descontos, não pode nem deve ficar à mercê de fundos de especulação financeira. A segurança Social é nossa, não é do capital!

 

O IMPERADOR E OS MILHAFRES


Direito Internacional, moral e decência, com a eleição do imperador e com os milhafres (era para lhes chamar falcões, mas apesar de predadores, não quero ofender essas altivas aves) aqui da Europa, deste lado de cá, a sentirem-se órfãos e a afiarem as garras, foi chão que deu uvas.

O Imperador quer tornar a América grande. Quer anexar o Canadá, A Gronelândia, O Panamá e a Faixa de Gaza para lá construir um mega resorte. A Cisjordânia fica para o seu amigo bibi. Os palestinianos, os que sobreviverem, vão para onde lhes derem guarida.

Aqui na Europa, o imperador já disse que não quer gastar mais. Quer acabar com a guerra. O manaito da Ucrânia e os milhafres da UE, ficaram em pânico. O milhafre Costa e o mainato da Ucrânia, ombro a ombro, já prometeram que o inimigo que criaram, Putin, só passará por cima dos seus cadáveres. Melhor, por cima dos cadáveres dos filhos do povo (se o povo e os seus filhos forem na conversa).

E é neste pé que estamos com esta tropa fandanga.

Francisco Ramalho

domingo, 16 de fevereiro de 2025

 

O VALOR DE PINTO DA COSTA


Todos os noticiários e telejornais abrem com a notícia da morte de Pinto da Costa. Ontem à noite, os canais generalistas de televisão transmitiram em simultâneo programas referentes ao assunto. Assim como, pelo menos, a que ouvi, a rádio pública, Antena1. Vai ser assim pelo menos até ao momento, amanhã do seu funeral. O primeiro ministro e o presidente da República já se referiram ao assunto, e não apenas para transmitirem condolências à família. Ambos lhe fizeram os maiores elogios. Marcelo afirmou mesmo que PC levou o nome de Portugal além mundo.

Perante esta barragem mediática, evidentemente que a questão que se coloca é esta: terá assim Pinto da Costa tanto valor? E a resposta é positiva. Tem. Mas tem para quem? Para os denominados, e bem, donos disto tudo (DDT) e para os seus representantes políticos: PS, PSD, CDS, e novas ramificações; Chega e IL.

Sem tirar importância ao futebol como modalidade desportiva, quem é que pelo menos até à juventude não jogou à bola? Portanto, é uma modalidade interessante de se praticar e de se ver praticar. Principalmente, evidentemente, quem o saiba fazer bem. Daí a importância que os DDT e os seus agentes políticos através dos media que controlam, lhe atribuem. Foi assim no tempo da outra senhora, e é assim no tempo desta. Um poderoso fator de alienação de massas. Enquanto se entretêm com o futebol, não pensam na triste vida que os DDT lhes impõem, nem, principalmente, na forma como darem a volta a isso.

Portanto, PC, mais de 40 anos como dirigente máximo de um dos três grandes clubes de futebol e ainda por cima carismático e polémico, tem todo o valor para os DDT e seus agentes.

Vejam lá se, por exemplo, Carlos Paredes, teve este destaque aquando da sua morte! Nem uma milésima parte. E esse sim! É efetivamente um génio. Um homem, cujos acordes da sua guitarra, por exemplo de “Os Verdes Anos”, ouvidos em qualquer parte do mundo, não nos remetem logo aqui para o nosso cantinho? Não despertam imediatamente a nossa Alma Lusa? Isso, que de sublime, nos distingue como povo. Agora no centenário do seu nascimento, tem tido comemoração condigna. Mas na sua morte, nem pouco mais ou menos! Ainda por cima, comunista!…

Pinto da Costa, sim! Todo o destaque.

Francisco Ramalho









Que as almas se aproveitem



Numa visão muito simplista (carregando, consequentemente, uma dose de perigosidade inerente a todos os simplismos), o que está a acontecer relativamente às negociações de paz no caso ucraniano é o que teria acontecido há quase três anos, se Zelensky não tivesse sido “impedido” por Boris Johnson de aceitar solução muito parecida, com mirabolantes promessas que devia saber não poder cumprir. Entretanto, somaram-se milhares de mortes e uma destruição completamente inúteis e desnecessárias. Talvez possamos perguntar se há “responsáveis” por esses demolidores e, repito, desnecessários efeitos. Em primeira linha, temos Putin, o invasor, que podia ter ignorado as ameaças, reais ou percepcionadas, da aproximação da NATO ao seu país. Depois, Zelensky, o ingénuo perseguidor de sonhos de heroísmo “churchilliano”? E Johnson, o “aldrabão” festeiro, com medo de um míssil russo a cair em Hyde Park? Os governantes europeus que se entusiasmaram com as próprias bravatas e confiaram as suas políticas nacionais aos falcões da UE e da NATO? Se fosse crente, eu diria: que Deus lhes valha a todos.


Expresso - 21.02.2025

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

o centenário de CARLOS PAREDES

    

Carlos Paredes nasceu a 16 de Fevereiro de 1925, em Coimbra e morreu em 23 de Julho de 2004, em Lisboa.

Carlos Paredes começou a tocar guitarra aos 4 anos, naturalmente por influência de seu pai, o guitarrista Artur Paredes, grande mestre da guitarra de Coimbra. A sua família mudou-se para Lisboa, quando ele tinha 9 anos, onde concluiu a instrução primária e frequentou o liceu e o Instituto Superior Técnico. Em 1949 foi admitido como funcionário administrativo do Hospital de S. José, que foi a sua profissão durante toda a vida.

Filiou-se no Partido Comunista Português (PCP) em 1958, tendo sido preso, e antes de ir a julgamento passou 15 meses no Aljube e em Caxias, sendo depois condenado a 20 meses de prisão, 3 anos de suspensão de direitos políticos e expulso da função pública. Só após o 25 de Abril de 1974 seria reintegrado como funcionário no Hospital de S. José.

Um texto que escreveu, sobre o espectáculo e concerto que organizou para a Festa do Avante de 1977, «Escola e mestres que o povo criou», espelha a sua sensibilidade social, cultural e política: «Entre nós, na maior parte do País, empobrecido, o povo trabalhador, quando quer divertir-se, tem de inventar e construir, à custa da sua imaginação e dos seus braços, as diferentes formas de o fazer. Não há muito quem lhes queira preparar e exibir mesmo a troco do dinheiro que ele não possui. Daí que divertimento signifique, entre gente simples, associar a alegria ao trabalho, à criação, à inteligência, à experiência profissional, às vivas tradições populares. Isto basta para que a festa, no seu pleno sentido popular, seja como um vastíssimo ponto de encontro dos trabalhadores com a cultura por eles próprios criada ou adoptada». 

Carlos Paredes foi um dos mais importantes instrumentistas de guitarra e criadores do século XX. A sua criação e interpretação influencia e é um modelo para muitos guitarristas, bem como é importante no ensino especializado da guitarra portuguesa. Criou música para teatro, dança e cinema com impacto artístico, destacando-se a composição para o filme «Verdes Anos» de Paulo Rocha, em 1963.

Carlos Paredes teve uma presença assídua na Festa do Avante, em outros espectáculos e convívios do PCP, colectividades e encontros de trabalhadores, ao mesmo tempo que actuava nas grandes salas mundiais de espectáculo. Apresentava-se como um comum funcionário público e recusando tentativas de o rotular como génio. A sua participação e militância activa no PCP foi permanente enquanto viveu. Entre as várias iniciativas comemorativas do centenário de Carlos Paredes, o PCP também organiza algumas sobre o lema «O Povo e uma Guitarra».

 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Condenar bancos é uma miragem...

A cartelização entre onze bancos permitiu o seu exponenciado favorecimento e, a penalização dos clientes com crédito à habitação, às empresas e ao consumo. Os valores cobrados sem concorrência, onde a carteira destes clientes, entre 2002 e 2013, foi lesada (ou roubada?) em milhões de euros! Haverá reparador ressarcimento? Foi uma gravíssima infração condenada por três tribunais, determinando uma coima para os infractores no valor de 225 milhões de euros. Porém, o Tribunal da Relação de Lisboa, anulou a sentença daqueles 3 tribunais(!). Resultado, a multa foi perdoada... Os bancos, com a nata de escritórios com advogados pagos a peso de ouro, apresentando recursos e contestações, jogam com a lentidão da Justiça, que normalmente acaba - na prescrição. A banca antes quer pagar principescamente a causídicos, do que aceitar infrações, pois assim, distribui mais honorários aos seus acionistas... A Autoridade da Concorrência contesta judicialmente, e bem, a anulação. A decisória anulação é má demais - é inqualificável!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Passos Coelho, Cavaco Silva e o BES


Hoje ficamos a saber que Passos Coelho sabia do colapso iminente do BES.
Ora  não passa pela cabeça de ninguém que Cavaco Silva não tivesse também esta informação.
Portanto, quando ele veio a público garantir que o banco era seguro induziu em erro muita gente.
Digamos que esta gente devia protestar à porta de Cavaco e não à porta de Ricardo.
Cavaco, constituiu-se fiador de Ricardo, e quando o devedor não paga, deve pagar o fiador

Quintino Silva

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O AVANÇO TECNOLÓGICO TAMBÉM DEVE BENEFICIAR OS TRABALHADORES

O desenvolvimento e evolução tecnológica, e que inclui nos tempos mais recentes a automatização e substituição de mão-de-obra provocada pela inteligência artificial, têm sido sempre aproveitados pelo patronato capitalista para benefício próprio, nomeadamente aumento dos lucros e redução do número de trabalhadores nas empresas, nunca existindo qualquer preocupação com a redução do horário de trabalho, mais tempo de descanso semanal, mais dias de férias e outros benefícios com reflexos na saúde e salário dos trabalhadores.

O horário de 48 horas, 8 horas por dia e 6 dias por semana estabelecido em 1919, só foi alterado com a revolução de 25 de Abril de 1974, em que vários sectores na indústria e comércio conseguem através da sua luta as 45 horas semanais e 2 dias de descanso.

Em termos de lei, só em 1990 são estabelecidas as 44 horas semanais. Em 1996 é aprovada a lei das 40 horas semanais, para entrar em vigor em 1998 e transitoriamente 42 horas, em 1997.

Apesar do avanço tecnológico das últimas décadas, o que se tem verificado é mais uma vez um aproveitamento patronal, traduzido em termos laborais, em mais tarefas repetitivas, elevadas cadências, provocando desgastes rápidos, o crescimento de doenças profissionais, o aumentado do regime de turnos e trabalho nocturno, a desregulação de horários e a precariedade.

É uma situação que urge alterar, já que o avanço tecnológico permite a redução do horário para as 35 horas semanais, o aumento para 25 dias úteis de férias e outros benefícios que melhorem as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores e suas famílias. 

Bancos? Prefiro os bancos de jardins...

Sabemos, que nada se faz sem ouvir os banqueiros... prática que já vem de longe e, cujas opiniões são validadas, em termos de futuras concretizações. Os bancos foram alavancados com milhões de euros dos contribuintes, porém quando as famílias com a corda ao pescoço, sem fundo de maneio para pagar as prestações das suas casas - a banca esteve surda e muda.... E continua a estar. Famílias houve à beira de pagar em definitivo as prestações de suas casas e, não fazendo por falta de saldo, ficaram sem elas e todo o montante que, até aí, já tinham pago ao banco! Isto configura um «roubo» respaldado numa lei iníqua favorável aos acionistas dos bancos(!). Também, por esta situação imoral, desumana e, no limite - inqualificável!, os bancos apresentam lucros de milhares de milhões de euros! A banca é um Estado, intrinsecamente, dentro do Estado!

 

EXEMPLOS INTERESSANTES EM CORROIOS


Com quase 60 mil habitantes, a freguesia de Corroios é a maior do distrito de Setúbal e uma das maiores a nível nacional. Mas não é só por este facto que esta vila do concelho do Seixal se destaca a nível regional e mesmo nacional.

Para além do apoio que em conjunto com a Câmara Municipal do Seixal a Junta de Freguesia de Corroios presta ao forte Movimento Associativo da freguesia, é responsável por dois dos maiores eventos do género, a sul do Tejo. As Festas Populares de Corroios, com uma média de 1 milhão de entradas, por onde já passaram os nomes mais relevantes do panorama musical português, mas também os artistas da terra e das respetivas coletividades. E a Mostra Mensal de Atividades Económicas que se realiza no Parque Urbano da Quinta da Marialva, onde se podem adquirir os mais diversos produtos de quase todas as regiões do país. Desde os comes e bebes, loiças, ferramentas, calçado, vestuário, vinho, azeite, queijos, enchidos e presunto, plantas e tanto mais que os muitos milhares de visitantes da localidade e da região podem ali adquirir. É também um grande contributo ao tecido empresarial da região e não só. E entre outros eventos do interesse da população, destaca-se o Festival de Música Moderna de Corroios. Mais uma grande oportunidade para tantos músicos e bandas que enriquecem o panorama musical da freguesia e do concelho e que este ano já completará 29 edições. Mas hoje queremos dar especial destaque a um evento que está inserido na prática do Executivo da Junta de Freguesia “Corroios Consigo”, cujo êxito tem vindo em crescendo. Trata-se do “Ler Alimenta”. Consiste no principio; dar e receber. Dá-se um alimento ou uma peça de roupa e recebe-se um livro. Qualquer pessoa pode fazê-lo na Loja Social da Junta em Corroios ou na delegação de Miratejo. Mas o grande impacto tem sido junto da comunidade escolar. Escolas do 1º ciclo e jardins de infância. Nos últimos 3 anos escolares tem envolvido uma média anual de 2 mil alunos. E assim, criam-se hábitos saudáveis de leitura nas crianças, desenvolve-se o espírito solidário e contribui-se para dar resposta social às famílias sinalizadas pela equipa da Loja Social, minimizando-se as carências da população mais necessitada da Freguesia.

A JF de Corroios apela com frequência à dádiva de livros para prosseguir esta iniciativa. Apelo esse que embora tenha resposta, continua, evidentemente, recetiva e agradecida com esses nobres gestos solidários.

Claro que a população sénior também é abrangida pela ação social da Junta. E muitos idosos/as colaboram voluntariamente no Ler Alimenta, participam em oficinas de trabalho interativo de pintura, escultura, teatro e outras atividades que fomentam o convívio. Ainda recentemente a Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES) valorizou e premiou mesmo esta prática.

Em conjunto com a população e Movimento Associativo Popular, eis alguns bons exemplos dos Executivos CDU que, até para potenciais réplicas, é justo divulgar.

Francisco Ramalho


Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE

Parar para pensar



A turbulência que Trump trouxe ao mundo deveria ser contrariada por um arrefecimento de cabeças que, infelizmente, não se adivinha para breve. Li com muito interesse o artigo de Francisco Sousa Fialho, no PÚBLICO do passado sábado. Os factos e conclusões que aduz não estão na moda entre as autoridades europeias. A “febre” do rearmamento, compreensível na mente interesseira de Trump, desejoso de facturar mais uns “trillions” aos ingénuos do costume, não deveria aquecer tanto os corações europeus. Que é feito de palavras como desarmamento, pacificação, diplomacia, temperança?

A NATO estava em “morte cerebral” pouco antes do tónico que Putin lhe inoculou com a questão ucraniana, e não foi por isso que a Europa deixou de viver em normalidade. “Países como a Irlanda ou a  Suíça não são membros da NATO e, ao que consta, não vêem vantagem em entrar no clube”. A questão é, pois, pertinente: “tem Portugal interesse em permanecer membro da NATO?”. Do outro lado do “espelho”, no calor febril dos “retiros”, os dirigentes europeus estudam as melhores formas de apaziguar Trump, dispondo-se placidamente a entortar as “sagradas” regras básicas do funcionamento financeiro da União, de modo a acomodar “legalmente” as exigências do americano. 


Público - 11.02.2025