TEMPOS PERIGOSOS DE HIPOCRISIA E DE MANIPULAÇÂO
Vivemos tempos
perigosos de hipocrisia e manipulação, em que os EUA, para tentarem
resolver o seu principal problema, a sua crescente e colossal dívida
externa e ombrear com o imparável crescimento da China, recorrem a
todos os meios, nomeadamente à guerra.
E os seus meios,
sobretudo militares, e a influência determinante sobre a NATO, são
utilizados , sem olhar a meios nem a consequências, para manter ou
expandir zonas estratégicas de influência.
A prática é muito
antiga, mas vejamos os casos mais recentes: apesar do genocídio na
Faixa de Gaza e da tentativa de Israel, submeter pela força, não só
a Palestina, como o Líbano, a Síria e agora o Irão, Os EUA não
lhe dão todo o apoio? O Médio Oriente, com imensos recursos
energéticos e a sua posição geoestratégica não é
importantíssimo? E Israel, não é a sua filial na região?
Depois a velha
Europa, onde se situa grande parte da Rússia, não deve ser também
um importante aliado na NATO? E com ela, os EUA não matam dois
coelho numa só cajadada? Não praticam uma política de desgaste da
Rússia, como a guerra que fomentaram e mantêm na Ucrânia e não
são os aliados/vassalos, que vão aumentar agora, imposto por Trump,
até 5% dos respetivos PIB? E Não é lá nos States que vão comprar
a maior parte do armamento? Portanto, não é só lucro? Não viram a
alegria de Trump agora na cimeira de Haia? E o elogio mútuo entre
ele e o seu empregado, para não dizer maianato, Mark Rutte,
secretario-geral da organização bélica, o primeiro, pelo
bombardeamento do Irão, o outro, porque gere a organização como os
seus principais beneficiários, os EUA, lhe ordenam.
Depois, como disse,
sem olhar a meios, omitem factos importantíssimos, manipulam e
aliam-se a quem for preciso para tentar atingir os seus objectivos.
Por exemplo, além de Netanyahu outro protagonista que é apresentado
como democrata, Zelensky, assim como a Ucrânia, onde, recorde-se,
por esta data, 25/6 mas de 2014, foi cometido um crime hediondo pela
turba nazi ucraniana na Casa dos Sindicatos em Odessa.
48 antifascistas,
foram encurralados no edifício e queimados vivos. Os que saltavam
pelas janelas, eram mortos a tiro.
Na ocasião, o PCP
apresentou um voto de condenação na Assembleia da República que
foi rejeitado pelo PS, PSD e CDS e a abstenção do BE.
E para se avaliar a
continuação da “democracia” na Ucrânia, sugiro a visualização
de um canal do Youtube do professor Glenn Diesen entrevistando Diana
Panchenco. A mulher que foi considerada a jornalista do ano na
Ucrânia em 2020. E que depois, por respeito à verdade e ao seu
país, como tantos outros seus compatriotas, teve de lá fugir devido
a perseguições e ameaças.
É assim, no país
onde todos os partidos da oposição, 11, foram ilegalizados.
Mas para os EUA, UE
e NATO, isso não interessa. Omite-se. Interessa é tentarem fazer o
mesmo na Rússia que fizeram na Jugoslávia; retalhá-la. Ou colocar
lá um Governo obediente e colaborante.
É esta, a moral do
império Yankee e dos seus aliados.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE