sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Corvo intolerante. Eu?

 

Não é o facto de assacar responsabilidades de tanto mal ao Partido Socialista que me incomoda, já que a ele nada me liga. Nem sequer algumas das acusações ao PS, com as quais até concordarei. Mas Paula Teixeira da Cruz (P.T.C.), no seu “Mil anos e um dia”, no PÚBLICO de 13/10, teve um dia a mais. Mais lhe valia ter-se ficado apenas com mil anos.

P.T.C. tem toda a liberdade para ser adepta ferrenha de Cavaco Silva (C.S.). Nesta boutade, contudo, andou mal com a extrema deselegância de chamar “intolerantes corvos” a quem não concorda com Sua Excelência, o “Presidente que nunca deixou de o ser”. Confesso que acusei o toque, e afinei, porque as únicas imagens positivas que tenho de C.S. são as do bolo-rei, lembram-se? P.T.C. faz-me lembrar aquele “distinto” académico, Nuno Palma, que, há alguns meses, na convenção promovida pelo MEL, veio “branquear” o Estado Novo fascista. 

P.T.C. referia-se a um artigo de C.S. no Expresso, em que, mais uma vez, pressentimos um homem amargurado, zangado com o mundo por poucos lhe reconhecerem os valores que, ilegitimamente, reclama, nunca esquecendo a suprema ignomínia de ter de dar posse a um governo da “geringonça”. P.T.C. acusou os Governos do PS de “nepotismo, falta de estratégias fundadas no bem do país, intriga reinante, cedência a ideologias extremistas e a medidas demagógicas”. Como se os Governos liderados por C.S. fossem imunes a críticas semelhantes ou piores.


Público - 17.10.2021

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