segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Da nossa idiossincrasia

 

Costumo enviar também para o JN alguns dos escritos aqui postados, e várias vezes já recebi, depois de publicados, comentários de outros leitores, quase sempre correctos e alguns bem simpáticos; digo quase sempre porque, uma vez ou outra, também sou mimoseado com insultos de quem não sabe ser gente, como aquele “alentejano” que, por lhe ter desagradado um escrito meu acerca do que a bandidagem russa vem fazendo na Ucrânia, me chamou tudo quanto lhe veio à cabeça; e creio que era alentejano porque, entre o chorrilho de insultos, me atirou também com o epíteto de “mainato”, que é característico de alguns malandros racistas e xenófobos dessa região, que também chamavam pejorativamente“galegos”aos trabalhadores do Norte que, noutros tempos, acorriam ao trabalho sazonal na lavoura alentejana, por serem gente humilde e trabalhadora.

 

Tendo saido no JN de sábado passado um texto que escrevi na sequência da polémica que causaram as buscas da PJ na casa de Rui Rio, procurando provas do uso indevido de dinheiros públicos pelos partidos, recebi do senhor Amadeu Fernandes, que não tenho o prazer de conhecer, esta citação de Torga, que já conhecia, como outras bem mais contundentes de Guerra Junqueiro: 

                                           

“É um fenómeno curioso:

 

O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disso.

Falta-lhe o romantismo cívico da agressão.

 

Somos, socialmente, uma colectividade cívica de revoltados”.

 

 

Amândio G. Martins

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.