sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Palavras e Sonhos

Quando será o dia em que nos vamos voltar a abraçar, beijar e dançar juntos em qualquer lugar e com qualquer pessoa? Quando será o dia em que não vamos falar do vírus que a todo o momento nos confina e proíbe de simplesmente viver?

Mas afinal de onde veio e onde está este vírus? Só são interrogações e poucas respostas. Terá sido feito na China como alguns dizem e nos detalham  a possibilidade de ter saltado fora do tubo de ensaio e corrido pelo mundo fora alojando-se nos mais fracos e causando-lhes a morte? Ou, como outros dizem mais discretamente, foi enviado para o mundo ocidental de propósito.

Todos os dias se fala e só sabemos que alastra por todo o mundo. As informações vão dando números de mortes, de infectados, internados em hospitais e nos cuidados intensivos.  A única esperança são as informações sobre o número de recuperados. Entretanto foi decretado o uso de máscaras acompanhado de muitas  instruções como se usar, de não reutilizar senão as marcas registadas. Os sítios obrigatórios de andar de máscaras também são temas de grandes instruções alargando-se o território todos os dias.

Depois há também muitas notas (algumas de cariz oficial) para não estarmos junto, mesmo falando com conhecidos de há muitos anos teremos de estar pelo menos a um metro de distância e lá estamos a gritar uns com os outros tornando oficial os temas que nos preocupam ou mesmo as coisas pequenas da nossa intimidade. Só cinco pessoas podem estar juntas a conversar em espaços públicos, a almoçar numa esplanada ou num restaurante e há regras indicando as situações em que  podem estar até dez. Se um casal tiver quatro filhos e todos  namorarem podem estar juntos mas se chegarem os avós já têm de se subdividirem.  Que acontecerá àquelas famílias que por causa das complicadas alterações no mercado de trabalho tiveram de sair das suas residências e acoitarem-se em casa de familiares? E aqueles idosos que se têm de confinar  dias seguidos nas suas casas? O que lhes tem valido é a solidariedade da vizinhança que lhes vai deixando à porta alguma comida.

Conselhos e mais conselhos para lavar as mãos com sabão azul e branco de preferência e em todos os sítios entrar e sair desinfectando  as mãos com álcool gel, frasquinhos que quase todos trazemos nas carteiras.  Com muita reclamação parece que já se pode – às vezes – ir ver futebol sentados lá dentro afastados tanto que não dá para se ir comentando com os vizinhos… Também estamos a alargar o nosso vocabulário diário com pandemia, covid, vírus, máscaras, gel, distanciamento, infectados.  

Só nos resta ir cumprindo e gerindo o espanto e as interrogações !?

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 28.10.2020


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