ELOGIO AO ELOGIO DA LOUCURA
Fui finalmente ontem ver “Elogio da Loucura” De Maria do Céu Guerra e Hélder Costa na Barraca. Ia apanhando uma valente molha do Cais do Sodré a Santos, mas valeu bem a pena. Não sei quando termina e, de propósito, não me vou informar para vos dizer, para vos espicaçar. Informem-se, porque se trata de algo absolutamente imperdível. Uma autêntica lição de história e de cultura.
Refere grandes vultos do Renascimento: Erasmo de Roterdão, Thomas More, Lutero, Maquiavel, Lucrécia Bórgia, Camões, Damião de Góis, Gil Vicente. Os crimes da Inquisição, a hipocrisia das indulgências, déspotas e tiranos, que travaram a cultura, a evolução positiva, o humanismo.
Erasmo de Roterdão- Teólogo e humanista holandês, autor de “O Elogio da Loucura”, que a Inquisição considerou uma das mais perigosas heresias. Influenciou os nossos, Damião de Góis, Gil Vicente e Camões.
Thomas More- Um dos grandes humanistas do Renascimento, autor de outra obra marcante; “Utopia”, decapitado por ordem de Henrique VIII de Inglaterra fundador da Igreja Anglicana.
D. João III de Portugal- Instaurador da Inquisição em Portugal em 1536
Damião de Góis- Um dos nossos mais brilhantes intelectuais do séc. XVI, cronista, músico, um dos principais responsáveis pela criação da Torre do Tombo, reitor da Universidade de Lovaina. Perseguido e assassinado pela Inquisição.
Lutero- Principal figura da Reforma protestante. Excomungado pela Igreja Romana.
Luís Vaz de Camões- Palavras para quê? Para nosso grande orgulho, um sábio, um humanista, um visionário, um enorme poeta, um Príncipe do Renascimento.
Para além do Elogio Da Loucura, a peça termina com outro grande elogio. Ao Papa Francisco.
Se calhar, já vos contei de mais! Mas não percam, que a minha apreciação, é apenas um pequeno aperitivo.
Francisco Ramalho
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