Não li o estudo “Os jovens em Portugal, hoje”, de Laura Sagnier e Alex Morell, patrocinado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, mas, pelo que o Expresso de 27/11 dele desvenda, 72% dos jovens portugueses, os tais com qualificações como nunca vistas em Portugal, não alcançam o patamar dos “mileuristas”, ficando-se por um salário abaixo dos 950 Euros. Basta observar o que se passa na vida em geral, sobretudo no que toca aos nossos filhos e netos em início de vida profissional, para não ficarmos de boca aberta com tal percentagem. Na Alemanha, discute-se e prevê-se o aumento de 25% do salário mínimo, enquanto o nosso Governo se “desfaz” todo para impor um arrojadíssimo incremento de 6%, alvo de uma estridente “berraria” por parte dos do costume. Sei que a Alemanha é um país rico, incomparável a Portugal, mas ambos pertencem à mesma União que, tendencialmente, deverá (quando?), em cumprimento dos seus anseios fundacionais, promover o nivelamento (por cima, não por baixo!) do nível de vida dos seus cidadãos.
Se há empresas para as quais estes aumentos poderão acarretar alguns riscos de funcionamento, pois que se utilizem verbas da “bazuka”, no apoio mais do que justificado a essas unidades empresariais, contra o compromisso de se prepararem para tempos em que a sua subsistência não se consiga apenas por pagar “poucochinho” aos colaboradores. Não esqueçam ainda os que se indignam com estas “estratosféricas” subidas de salários que, atendendo a quem directamente vão beneficiar, os aumentos serão imediatamente injectados, como se vacinas fossem, na economia real do país, promovendo o seu crescimento. Ou pensam que eles vão engordar uns offshores quaisquer?
As verbas da "basuka" não se destinam a preparar as bases para promover uma melhoria económica geral dos cidadãos, mas sim para manter a parasitagem da TAP, da CP e outros que tais, e para tapar buracos do BPN, do BES, etc.
ResponderEliminarEstou (ainda mais) pessimista. Ou realista?
Meu caro José Valdigem,
EliminarNo tocante ao que diz sobre o os buracos do BPN e do BES, totalmente de acordo consigo, podendo acrescentar-lhe, por exemplo, o BPP.
Nem tanto com a TAP e a CP. Estas empresas, com problemáticas diferentes, quer entre si, quer em comparação com as outras que referiu, exigem uma análise para a qual, sinceramente, não estou preparado. Por isso, abstenho-me de as referir em qualquer listagem de exemplos a não seguir. As generalizações, como sabe, são sempre perigosas e, por norma, descambam no tal populismo que, também por norma, dá o que bem sabemos.