sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Sempre que posso


Sempre que posso, gosto de ouvir o filósofo José Gil. E uma coisa retive do que lhe ouvi, acerca da calamidade existencial que se abateu sobre Portugal, pelo menos, nas duas últimas décadas, pelo que, ficou (ficamos) dependente do exterior como um bebé, que só por si não vingaria (viveria).

Também penso muitas vezes na simplicidade doutrinal e vivida do saudoso e querido professor Agostinho da Silva, o qual, (enquanto) falando com o seu gato nunca sentiu o desaforo dos homens que o molestaram, desterrando-o.

Também eu, com os meus três gatos – o fulvo Brilhante, a siamesa Nina e a esquiva Tucha, mais a sentimental cadela Teca e a imaculada rola Quica, dialogo (dialogamos) acerca do tenebroso OE para 2013 e por aí adiante, e chegamos sempre à animalesca conclusão de que o pior de tudo não é o OE, o pior é estarmos (Portugal está) paralisados, sem rumo e sem norte, completamente à mercê da estranja, porque os destinos da nação, anos a fio, foram entregues a falsários da pior espécie.

Agora, até o provérbio ‘vão-se os anéis fiquem os dedos’ entrou em desuso e está completamente incompleto de sentido.

Assim, perante a actuação de tais sanguessugas e vendilhões do povo, deve ter a seguinte redacção: vão-se os anéis e até alguns dedos, pois cada mão tem dedos a mais’.
 
José Amaral

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