Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
domingo, 31 de outubro de 2021
OE22: Traidores e traídos
As direitas e extremas-direitas dizem que este Orçamento do Estado para 2022 (OE22), é o que «está mais à esquerda». Não admira este exagero do (ainda) líder do CDS, que está em batalha campal e será canibalizado pelo Chega. O PSD/ Rui Rio,
sábado, 30 de outubro de 2021
O barranco de cegos outra vez
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
Marcelo canta bem mas não me encanta
Não paro de dar voltas ao bestunto para tentar perscrutar o que realmente pretendia Marcelo quando desatou a dizer, muito antes do tempo, mas com aguçada previsibilidade, que, caso a proposta de Orçamento do Governo chumbasse, convocaria eleições antecipadas. Ainda que impulsivo e com o coração ao pé da boca, ou melhor, do microfone e da câmara, não tenho Marcelo como homem imprudente e indiscreto que diga a primeira coisa que lhe venha à cabeça. Antecipando o que, naquela altura, quase ninguém se atrevia a imaginar como possível, o Presidente avisou/ameaçou, em 13 de Outubro, que um eventual chumbo no OE nos levaria a eleições antecipadas. Talvez pensasse que lhe ficaria bem passar por um artífice da concórdia “universal”, mas tal desígnio parece-me demasiadamente pífio para a mente brilhante que tem. Atendendo a que essa saída não era a única, como demonstrou António Costa ao disponibilizar-se para continuar a governar, mesmo que em regime de duodécimos, resta-me esta perplexidade: Sua Excelência, o Presidente da República, queria qualquer coisa. O quê, não sei. Mas não me vou deitar a adivinhar, porque tenho medo dos meus próprios pensamentos.
Público - 31.10.2021
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
Orçamento do Estado para 2022 chumbado. Governo vitimizado
A incapacidade de António Costa(AC), e do PS em não satisfazer as justas reivindicações do PCP, do BE e do PEV, foi flagrante. O SNS e as leis laborais troikistas foram alvo de respostas em versão - poucochinho. Se o assalto do sector privado da saúde, ao SNS é público e notório, as leis laborais, na órbita da ministra do Trabalho e dos patrões, continuam iníquas.
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
E o vencedor é...
Escrevo no rescaldo imediato do chumbo à proposta de Orçamento, e a primeira coisa que vejo é a enorme e multilateral vitória de António Costa (A.C.). Aparentemente, não conseguiu que o “seu” Orçamento passasse, mas estaria ele verdadeiramente interessado em patrocinar aquele instrumento, mesmo conhecendo-se a sua tendência para governar com ministros das Finanças apaixonados pelas cativações? A extrema habilidade político-negocial de A.C. baseia-se nas suas conjecturas, tantas vezes confirmadas. Se acertar desta vez, averba um estrondoso triunfo, habilmente mascarado de derrota.
A.C. mostra-se inocente por não haver Orçamento, não hesitando em apontar o dedo acusador à esquerda, que terá muito trabalho para deixar vincado que, em casos de obstinações, nunca há só um teimoso. Rejeitando a demissão, como que “entala” o Presidente da República, ao insinuar que a via de eleições antecipadas não é uma inevitabilidade. À direita, ainda impante de júbilo pela morte da “geringonça”, apanha-a de surpresa, enredada em disputas internas e com uma insuspeitada tarefa ciclópica de conseguir pacificar-se e organizar-se para a disputa eleitoral. A extrema-direita, para já, não assusta A.C., que deverá julgar não perder eleitores naturais para essas paragens.
A.C. foi para onde quis, e vai jogar tudo na maioria absoluta. Não se esqueça ele, contudo, que já a tentou. E falhou.
Expresso - 30.10.2021
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Orçamento do Estado para 2022 chumbado?!
O alarido e o dramatismo que se tem feito à volta do OE-22 tem sido ensurdecedor. São os partidos de direita e extrema-direita, a reivindicarem ainda mais benesses para a iniciativa privada e, por aí fora. São os comentadores do óbvio, destas áreas, de forma aberta e escondida a tecer loas aos empregadores e à sua capacidade de criar riqueza... Esta cria-se, sobretudo, com trabalhadores valorizados na sua ampla vertente: Direitos, garantias e melhores salários, que se lhes assistem por direito próprio e que o ex-operário, António Saraiva, patrão dos patrões nem quer ouvir falar(!). Curioso: As confederações patronais aceitaram desculpas de António Costa, na Concertação Social, mas sabiam das medidas do torniquete troikista das leis laborais, há quase uma década em prática... No fundo, radicalizando, esta gente quereria dar ao fim de cada dia «uma malga de arroz» aos trabalhadores «escravos»(!). Confiram com os imigrantes de Odemira.
domingo, 24 de outubro de 2021
QUANDO A SAÚDE ALÉM DE DIREITO PASSOU A SER TAMBÉM NEGÓCIO
UM CRIMINOSO DE GUERRA TRANSFORMADO EM HERÓI
A história da humanidade é um cortejo de horrores. Desde sempre os homens se mataram uns aos outros. E ao longo dos tempos, não ficaram melhores. Aliás, com a evolução do armamento (a principal industria mundial), matam-se cada vez mais. E com a evolução da comunicação social, há criminosos de guerra que são transformados em heróis. É o caso presente. Mas antes, dizer ainda, a propósito, que antigamente o “poder estava na ponta das baionetas”. Agora, continua lá. Há “baionetas” suficientes para matar umas poucas de vezes toda a humanidade. Mas há outro poder quase, ou tão poderoso, como o das baionetas; o que justifica guerras e transforma, como já se disse, criminosos das ditas, em heróis. É o caso deste que morreu há dias.
Cito António Santos no jornal Avante 21/10/21 (que nos tenhamos apercebido, o único jornal em Portugal a divulgar a folha de serviço deste falcão): “A comunicação social da classe dominante do mundo inteiro uniu-se, na segunda-feira, para cantar elegia fúnebre a Colin Powell”.
Biden, que foi apresentado aos EUA e ao mundo para substituir Trump, como inocente pomba celestial,disse agora nas cerimónias fúnebres de Powell: “um patriota de honra e dignidade sem paralelo que repetidamente rompeu as barreiras raciais e cujo compromisso pessoal com os nossos valores democráticos, tornam o nosso país mais forte.(...)
O que não foi dito sobre o general, conselheiro nacional se segurança, presidente do Estado-Maior Conjunto e secretário de Estado, é que o seu nome assinou a sentença de morte de milhões de pessoas durante quase meio século.(…) Vietname, depois com Carlucci(outro “democrata”), foi o responsável pela invasão e ocupação do Panamá. Foi um dos arquitetos da primeira guerra do Golfo, em que popularizou a chamada doutrina Powell: “primeiro chegamos lá, depois cortamos e por fim matamos”. Também assinou as invasões da Somália, do Afeganistão e do Iraque em 2003. Só esta custou a vida a mais de um milhão de pessoas.” E foi este “cavalheiro” o autor da mentira que lhe deu origem. O pretexto para a mortandade e destruição daquele país, ao garantir à ONU e ao mundo que tinha provas de que o Iraque tinha armas de destruição em massa. “ Cada afirmação que hoje faço, é suportada por fontes, fontes sólidas. Não faço alegações. O que vos estou a dar são factos e conclusões baseadas em provas sólidas”.
Como depois a própria ONU efetivamente comprovou, Powell, deliberadamente, mentiu.
Aqui fica um exemplo do outro poder. Do poder paralelo ao das “baionetas”. O poder da gigantesca máquina mediática dos alegados defensores da democracia, dos direitos humanos, do raio que os parta.
Francisco Ramalho
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
... e, ainda gozam com a Justiça
Ler jornais, há que filtrar, é saber mais! Indesmentível.
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
Falando-se de OE
Ouvi António Costa afirmar que distribuir riqueza também é uma forma de criar riqueza. Por uma vez, estou completamente de acordo com o primeiro-ministro, ao arrepio de todos os que, atavicamente, se limitam a pensar que distribuir a riqueza é dissipá-la. Muitos dos que, por formação e posicionamento na cadeia de valor social, têm a obrigação de lobrigar um pouquinho mais longe, deixam-se amortalhar na avidez de não abdicarem do ganho imediato. Não deixa de haver aqui muito de arrogância e amesquinhamento do próximo. Por interesse próprio ou egoísmo, esses possidónios deveriam apostar mais no futuro, se conseguissem compreender que uma distribuição mais justa, menos desigual, será um investimento com retorno para si próprios e seus descendentes. Mas não, prenhes de sofreguidão, preferem lambuzar-se já.
Distribuir melhor poderá ser a sementeira para um mundo mais equitativo e, simultaneamente, mais produtivo, capaz de gerar a auto-suficiência material de todos. Em vez disso, os ricos comprazem-se em acumular recursos em infinitos saldos fátuos, todos balofos e virtuais, mas que, convenhamos, dão imenso poder a quem os possui.
Público - 24.10.2021
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
O SONHO IMPERIAL DOS DITADORES
Orivaldo Jorge de
Araújo
Goiânia-Goiás- Brasil
20/10/2021
Os ditadores
dos países remanescentes de antigos impérios tiveram ou têm um sonho em comum:
restabelecer as antigas possessões. Via de regra têm se dado mal, evidenciando
um ditado quando se quer algo impossível: “um sonho de uma noite de verão”.
Nesta esteira podemos citar:
SALAZAR
tinha delírios incontidos em restabelecer o antigo império português, vendo a
impossibilidade, lutou intensamente para manter o que dele restou, mas sem
poder bélico para tal, só lhe restou frustação.
MUSSOLINI, era atormentado por
pensamentos megalomaníacos de resgatar
do passado o Império Romano ou parte dele, todos conhecem o seu trágico fim.
Putin, alucinado em poder vislumbrar a
Rússia imperial ou soviética, tem uma dúvida atroz se usa o título de Czar ou
de secretário geral do partidão. Após ter anexado a Criméia, a Ucrânia não lhe
sai da cabeça.
EDORGAN tem dois objetivos: um imediato, o
outro a médio ou longo prazo. O momentâneo seria substituir para si todo
prestigio alcançado por Mustafa kemal (Ataturk), considerado um dos maiores
estadistas de todos os tempos, que através, de suas ousadas realizações,
endereçou a Turquia da era medieval para a moderna. O outro seria restabelecer
o antigo Império Otomano, ou pelo menos parte dele, principalmente onde
floresce o petróleo ou áreas estratégicas para segurança do país. Na realidade
a Turquia atual já é um modelo reduzido do extinto império que tanta infernizou
a nações europeias do ocidente. Endorgan já se considera um sultão da Anatólia,
com obras faraônicas que muito lembram a Sublime Porta (império turco). Tais
como: o palácio do governo em Ancara (com mil quartos—de fazer inveja ao antigo
sultanato), o túnel sob o estreito de Bósforo (Istambul) e agora em fase de
projeto, a construção de um canal paralelo ao Bósforo (outra saída do mar Negro
para o Mediterrâneo).
terça-feira, 19 de outubro de 2021
Aristides de Sousa Mendes: Um Humanista salvador
O reconhecimento de Aristides de Sousa Mendes demorou
domingo, 17 de outubro de 2021
Com Paulo Rangel piora a política
O auto-intitulado PSD, na prática, nunca foi nem é social-democrata.