É ISTO QUE O POVO QUER?
Alegando não terem condições para assegurar a sua nobre missão de prevenir, curar e salvar vidas, 87 dos 90 chefes de serviço, do hospital S. Bernardo em Setúbal, solidarizando-se com o diretor clínico, demitem-se das suas funções.
Tais problemas eram, desde há muito, presentes e conhecidos. Conhecidos, são também os do Garcia de Horta em Almada, do Litoral Alentejano em Santiago do Cacém, e de tantos outros hospitais públicos por esse país fora. Faço referência também ao do Seixal, ao tão necessário Novo Hospital no Seixal, porque as respectivas obras ainda nem sequer começaram.
É habitual os governantes dizerem que não somos um país e um Estado ricos, e que este, com os meios que dispõe, faz o que pode.
É relativa, esta afirmação. Se fossem exploradas todas as suas potencialidades, não era um país bem mais rico? Quanto ao Estado, depende da forma como é gerido e das fontes de receita que se lhe destinam.
Mesmo assim, se não fosse a corrupção e todas as falcatruas que o sistema permite, podíamos estar bem melhor.
Já para não falar nos milhões que são transferidos para paraísos ficais, como os do outro que se pôs ao fresco e agora mais estas 3 figuras gradas dos principais partidos do sistema, denunciadas em conjunto com tantas outras a nível internacional.
Um bom exemplo, é o Relatório Global de Fortunas publicado no passado mês de Julho pelo banco Credit Suisse. Em relação a Portugal, país em que um quinto da população é pobre, tem 136 mil milionários. Mais 19 mil do que em 2019. Aumento este, portanto, em plena pandemia.
Conclusão, depois não há investimento no Serviço Nacional de Saúde. E médicos e enfermeiros transferem-se para o privado (a saúde é um grande negócio!) ou emigram em busca de melhores salários e condições de trabalho.
Como diria o outro, “é o sistema”! Mas quem quem é que o gere? Não são os partidos nos quais o povo, o que não se abstém,larga, maioritária e sistematicamente vota?
Portanto, não é caso para se perguntar: afinal é isto que o povo quer?
Francisco Ramalho
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