domingo, 5 de maio de 2024

Dos imponderáveis do campo

 

Mais um dia de chuva a cântaros, a juntar-se aos muitos que já levamos seguidos e que têm impedido a gente de proceder aos trabalhos que cabem nesta época; de facto, o que a mim agora mais me dói é nem poder aplicar ao batatal a “calda bordalesa” habitual, que nos anos anteriores tem sido suficiente para proteger a rama da batata, que nunca uso outros produtos mais contaminantes da saúde humana e ambiental, como o potentíssimo e mal cheiroso “veneno do escaravelho”.

 

Comprei dois sacos de trinta quilos de semente nova holandesa, que era a vez de pôr na terra batata de primeiro ano, porque vou alternando com batata de segundo ano, reservada da produção da primeira, e costuma produzir ainda melhor, talvez porque a gente costuma aqui, porque é muito grande, cortar a batata de primeiro ano em duas metades, conforme  a distribuição do grelo, passando depois por cinza a zona do corte, para que cicatrize e não apodreça antes de nascer, sobretudo quando há humidade excessiva, como este ano vem acontecendo desde que as lancei à terra, em meados de março; mas não falharam muitas, apesar disso, só que estão a precisar urgentemente de uma boa sulfatadela, coisa que este clima invernoso me tem impedido.

 

Não é muito agradável, mas parece estar tudo conforme aos velhos ditados populares: Em março chove cada dia seu pedaço; em abril, águas mil; no princípio ou no fim, abril é ruím; mau é por todo o abril ver o céu descobrir; maio me molhou, maio me enxugou; em maio comem-se as cerejas ao borralho, e por aí fora...

 

Amândio G. Martins

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