Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quarta-feira, 5 de março de 2025
Qual a melhor clarificação? Eleições legislativas antecipadas!
segunda-feira, 3 de março de 2025
ÀS ARMAS!
Em vez de pressionarem Trump para fazer o mesmo na Palestina que se propõe fazer na Ucrânia, os falcõezitos e falcoas aqui da Europa; Von, Metsola, Kallas, Costa, Starmer, Macron, mais o falcão da NATO e o da Polónia e agora Merz, apelam à guerra e preparam-se para esmifrar ainda mais os nossos bolsos. Os bolsos dos contribuintes. Para comprar armas e mobilizar os filhos dos outros. Não os deles!
Putin, dizem, é o único mau da fita e um potencial expansionista (recorde-se que a Rússia tem 11 fusos horários. Eles acham que Putin ainda quer mais).Tudo o que antecedeu a sua intervenção não interessa. Toda a Ucrânia é soberana. As regiões russófonas do Donbass onde se proibia até o idioma, o russo, e se massacravam as populações (15 mil mortos) por pretenderem a sua natural autodeterminação. E a Crimeia, não têm direito à soberania.
Estes/as pigmeus, em bicos de pés, como Macron que até fala em dissuasão nuclear (em vez de extinção) para uma potência que pode reduzir toda a Europa e o mundo a cinzas, vejam lá o tino desta gente. Esta gente, que não se enxerga.
Como é a paz e a vida de todos nós que está em causa, temos de denunciar as suas loucas fanfarronices e pormo-nos a pau.
Francisco Ramalho
domingo, 2 de março de 2025
"Animal Farm"
Como que para se vingarem do chefe do Estado francês, que uns dias antes os tinha posto no lugar devido, desmascarando-lhes as alarvidades a que se habituaram sem contraditório, os recos que emporcalham a Casa Branca quiseram cevar-se no chefe do Estado da Ucrânia, implicando até com a vestimenta com que viaja para todo o lado, só porque, tendo lá ido em estado de carência, não abdicou de defender a honra e os direitos do seu povo.
Como nem outra coisa seria de esperar, a escroqueria do Kremlin, para deleite da qual os brutamontes americanos acharam bonito ofender Zelensky, não tardaram em mostrar-se agradecidos, decerto agarrados à barriga de tanto que se riram pela polidez dos compinchas americanos, aproveitando também para tentar achincalhar o herói que não se lhes acobarda, “que teve muita sorte não lhe terem batido”...
Amândio G. Martins
Monte-negro: declaração pífia
sábado, 1 de março de 2025
O preço do gás é um escândalo!
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Infantilidades
PARECE QUE FOI ONTEM
Quando em pequeno os velhotes previam
Que se crescesse havia de ser grande
Via a brincadeira desafiante
Para alcançar o que eles prediziam...
Vi com o tempo que não me iludiam
Fui eu que não pude crescer bastante
E nem tenho com quem ser reclamante
Porque já todos há muito partiram.
Como inocentes em tudo cremos
Encantados com as doces ilusões
Porque da vida nada percebemos;
Conforme nos vamos desenganando
Vão surgindo surpresas e aflições
Porque as ilusões se vão transmutando...
Amândio G. Martins
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
MAIS DE QUINHENTOS ATLETAS NO ALTO DO MOINHO
Organizado pelo Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho (CCRAM), realizou-se com muita animação e participação na manhã do passado dia 16, o já tradicional Grande Prémio de Atletismo de Carnaval do Alto do Moinho (38º).
Estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, o Vereador do Desporto, Habitação, Ambiente, e Bem-Estar Animal, Bruno Santos, O Presidente da Junta de freguesia de Corroios, Hugo Constantino, a Vogal do Movimento Associativo e Desporto, Vânia Martinho, o Presidente do CCRAM, Aurélio Fernandes, o Secessionista Coordenador de Atletismo, Marcos Faustino, diversos presidentes e outros representantes de Coletividades de cultura e desporto, e muito público. Apadrinhou a prova, o prestigiado atleta, Alberto Chainça.
De todos os escalões etários, desde os Benjamins até aos Veteranos, participaram 546 atletas em representação de 40 equipas. 18 do Concelho do Seixal e as restantes de outros concelhos. A equipa do CCRAM contou com 111 atletas, recorde da mesma numa prova.
As três equipas mais bem classificadas, foram, por esta ordem: CCRAM, Natureza Ensina e União Recreativa Juventude de Fernão Ferro.
Vencedores da prova: masculino; Filipe Rebelo da Run Tejo, feminino; Laura Grilo do Clube Praças da Armada.
Tal como o Movimento Associativo do Concelho em geral, o CCRAM, conta com o apoio da CMS e o de Corroios, também com o da JFC. E a prova teve ainda o apoio logístico das duas entidades.
As inscrições, como habitualmente, foram gratuitas. Algumas empresas da região também apoiaram o evento, sendo possível que os primeiros 350 atletas tivessem sido presenteados com uma mochila contendo uma T-shirt técnica, água, fruta e mais alguns elementos calóricos; doces.
Foi uma festa não só para os 546 atletas de todas as idades, literalmente dos 4 aos 84 anos, como foi o caso da Benjamin Diana Liz e da veterana e campeoníssima Joaquina Flores que se classificou em 3º lugar no seu escalão. Ambas atletas do CCRAM. E também para as centenas de populares que junto do Pavilhão Municipal do Alto do Moinho onde se encontrava a meta, como em todo o percurso de 9 quilómetros.
Uma festa ainda para os organizadores e apoiantes deste exemplo de desporto de massas. O mais genuíno e verdadeiro, que não tendo, nem de longe, o destaque mediático como ainda há dias vimos em relação a um carismático mas polémico dirigente, só porque se tratava de um dos três grandes clubes de futebol.
Nas pessoas de Aurélio Fernandes e Marcos Faustino, o nosso aplauso a todos os que por dedicação e carolice prestam este relevante serviço aos jovens e menos jovens que decidem praticar esta saudável modalidade que é o atletismo. Esta, e outras! E especificamente ao Marcos Faustino, o nosso agradecimento, também como já é habitual, pela total disponibilidade em nos fornecer todos os dados técnicos e outros, para a merecida divulgação aqui no vosso Diário da Região, O SETUBALENSE.
Bem-Haja a todos e até para o ano.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
Gestão ruinosa
As razões apontadas para os prejuízos que os bancos centrais da zona euro registaram no exercício de 2024, pelo terceiro ano consecutivo, são o alto nível do preço do dinheiro, isto é, das taxas de juro, que são determinadas por eles próprios, sob a batuta de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Sabemos que não é nenhuma desgraça e que a lógica de funcionamento desses bancos não é a mesma que norteia os bancos comerciais ou os agentes económicos em geral, porque o escopo que a todos anima assume naturezas diferentes. Não obstante, é curioso, para não dizer caricato, constatar que, com as “indiscutíveis” directrizes impostas pelo BCE, no afã de “salvar” a economia europeia, se está a levar à falência a própria instituição. Chama-se a isto provar do próprio veneno. E os accionistas do BCE, os bancos centrais dos países da UE, renovam o mandato da presidente que lá colocaram, que está a delapidá-los a todos? Ou mudam as regras básicas do “jogo”?
domingo, 23 de fevereiro de 2025
O executivo também é uma agência imobiliária?!
Reflexões Trumpianas
Leilão indecoroso
A constante objurgatória de Montenegro e dos seus pares a António Costa, quando eram Oposição, por qualquer denúncia de irregularidade que aparecesse na Imprensa, mesmo a carecer de rigor e veracidade, faria supor que, quando ascendessem ao Governo, tudo passaria a ser irrepreensível; todavia, aquilo a que vimos assistindo é tudo menos isso, nos mais diversos sectores da governação, de que se destaca o Serviço Nacional de Saúde, onde o indecoroso leilão de lugares de direcção e chefias hospitalares nos mostra da figura que faz de ministra um execrável conceito de serviço público.
Dir-se-á que sempre assim tem sido e, pelo que se vê, vai continuar a ser, porque não vemos os partidos interessados em criar uma lei que impeça esta dança de cadeiras, substituindo os gestores em funções antes dos prazos normais, não por incompetência ou irregularidades, mas para poderem garantir as sinecuras à rapaziada da militância, sabendo-se que grande parte dela é para isso mesmo que milita, levando ao desplante daquele médico de Barcelos se vangloriar, no jornal da terra, que lhe foram oferecidos vários lugares à escolha, mas que a sua preferência ia para o hospital local.
Perante um quadro destes, que credibilidade e confiança nos pode merecer um primeiro-ministro que, na luta pelo poder, acusava o antecessor com o trocadilho de “ter o Estado todo partido e o Partido todo no Estado” se depois, alapado na “cadeira de sonho”, as primeiras decisões que no seu governo são tomadas vão exactamente no mesmo sentido, com a agravante de o fazerem sem qualquer justificação válida, sem corar de vergonha e com a maior cara de pau, como nos vem mostrando a famigerada ministra da Saúde...
Amândio G. Martins
Guerra e diplomacia
Não ignorando o quão irritante é para todos os outros persistir em pensar “fora da caixa” (como agora se diz), libertando pensamentos que vão contra a “corrente do jogo”, e arriscando-me a “marcar na própria baliza”, parece-me sempre estimulante questionar algumas “verdades”, coisa que o pensamento correcto normalmente não permite. Suponhamos que a ideia da ameaça russa não passa de um “mito urbano”, daqueles que não têm ponta por onde se lhes pegue, e que a Rússia, que não deixa de ser europeia, anseia por ter relações amistosas com os seus irmãos geográficos. Andamos todos por aqui preocupadíssimos com a nossa defesa, gastando o que temos e o que não temos, para quê? Para acorrer a uma ameaça que não passa disso mesmo? Bem sei que, no mínimo, me apodarão de ingénuo, mas, no campo da dúvida metódica, a hipótese existe. Se Rousseau estava mais certo do que Hobbes, andaremos a engordar a indústria do armamento com base em atoardas interesseiras e enganadoras? Em minha opinião, deveríamos assegurar as necessidades básicas de defesa e gastar o melhor dos nossos recursos em fortalecer, não os arsenais, mas as capacidades da diplomacia persuasiva.
Público - 23.02.2025
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
UMA QUESTÃO DE NEGÓCIOS, DE FARSA E DE TRISTEZA
Trump diz a Zelensky para baixar a bola e para se preparar para pagar o que deve. Para lhe devolver, aos EUA, 500 mil milhões que os seus antecessores, nomeadamente Biden, já tinham investido na Ucrânia para servir de base na tentativa de fazerem à Rússia o que fizeram à Jugoslávia: retalhá-la para se tornar inofensiva e controlável. Para isso, apoiaram, em conjunto com a UE, o golpe de 2014 que preparou a subida da sua marioneta ao poder. Agora, Trump, pragmático, diz que não quer investir lá mais, e quer o retorno do investimento. Não em dinheiro, porque aquilo está falido, mas em géneros. E aí é um autêntico maná. Para já, quer terras raras. Essenciais, para a atual revolução tecnológica onde se inclui a inteligência artificial.
Os subordinados aqui da Europa, mais concretamente da UE, agora acumulam essa sua condição com a de farsantes. Dizem que querem também juntar 500 mil milhões para se preparem para impedirem, dizem, que Putin venha por aí abaixo e nos submeta a todos. Putin, cujo país, já tem 11 fusos horários…
Não lhes chega já um milhão de mortos!
Ou será tudo farsa?
Mas uma farsa que não nos faz rir, porque é uma tristeza.
E a campanha mediática para darem uma de ofendidos e convencerem o zé povinho, é avassaladora.
Francisco Ramalho
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Maldade à rédea solta
PREPOTÊNCIAS
Se o prepotente governo trumpista
Se junta ao congénere putinesco
Tudo o que no mundo há mais canhestro
Vê facilitada qualquer conquista.
Não relaxe mais o “relativista”
Porque a ameaça é mesmo gigantesca
Se tudo quanto há de humana besta
Tem livre a prepotência mais sinistra.
Os vis interesses desses criminosos
Passam por cima da vida dos povos
Que por desgraça estejam no caminho;
Se as velhas instituições que os defendem
Não têm como dobrar os que os ofendem
Ficam entregues ao pior destino...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Mosteiro da Serra do Pilar, RECUPERAR É PRECISO
O Mosteiro da Serra do Pilar situa-se em Vila Nova de
Gaia, freguesia de Santa Marinha, numa elevação sobre o Rio Douro, junto à
ponte de D. Luís e com o Porto em frente numa visão privilegiada. Desde 1996 é
Património Mundial da Unesco, juntamente com o centro histórico do Porto.
O mosteiro apresenta sinais de degradação exteriores e
necessita de obras de reparação bem como as dependências que o integram. A
partir de 2012 tinha algum espaço dedicado a divulgar o património monumental
classificado da Região Norte, que já há algum tempo foi encerrado.
Desde Maio de 2023 que o PRR (Plano de Recuperação e
Resiliência) reserva 1,2 milhões de euros para recuperação do Mosteiro da Serra
do Pilar, que segundo informação oficial se encontra encerrado para execução de
obras de manutenção, que no exterior ainda não se notam.
O mosteiro começou a ser construído em 1538 e
prolongou-se pelos séculos seguintes. A igreja foi classificada como monumento
nacional em 1910, as restantes dependências foram consideradas como imóvel de
interesse público em 1935. O mosteiro era masculino, pertencia à Ordem de Santo
Agostinho e teve várias denominações. Em 1835, após a extinção das ordens
religiosas é considerado património do Estado e parte das suas instalações são
destinadas a fins militares.
Presidenciais desfocam o essencial
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Contribuições dos trabalhadores não podem ir para bancos/seguros privados
O IMPERADOR E OS MILHAFRES
Direito Internacional, moral e decência, com a eleição do imperador e com os milhafres (era para lhes chamar falcões, mas apesar de predadores, não quero ofender essas altivas aves) aqui da Europa, deste lado de cá, a sentirem-se órfãos e a afiarem as garras, foi chão que deu uvas.
O Imperador quer tornar a América grande. Quer anexar o Canadá, A Gronelândia, O Panamá e a Faixa de Gaza para lá construir um mega resorte. A Cisjordânia fica para o seu amigo bibi. Os palestinianos, os que sobreviverem, vão para onde lhes derem guarida.
Aqui na Europa, o imperador já disse que não quer gastar mais. Quer acabar com a guerra. O manaito da Ucrânia e os milhafres da UE, ficaram em pânico. O milhafre Costa e o mainato da Ucrânia, ombro a ombro, já prometeram que o inimigo que criaram, Putin, só passará por cima dos seus cadáveres. Melhor, por cima dos cadáveres dos filhos do povo (se o povo e os seus filhos forem na conversa).
E é neste pé que estamos com esta tropa fandanga.
Francisco Ramalho
domingo, 16 de fevereiro de 2025
O VALOR DE PINTO DA COSTA
Todos os noticiários e telejornais abrem com a notícia da morte de Pinto da Costa. Ontem à noite, os canais generalistas de televisão transmitiram em simultâneo programas referentes ao assunto. Assim como, pelo menos, a que ouvi, a rádio pública, Antena1. Vai ser assim pelo menos até ao momento, amanhã do seu funeral. O primeiro ministro e o presidente da República já se referiram ao assunto, e não apenas para transmitirem condolências à família. Ambos lhe fizeram os maiores elogios. Marcelo afirmou mesmo que PC levou o nome de Portugal além mundo.
Perante esta barragem mediática, evidentemente que a questão que se coloca é esta: terá assim Pinto da Costa tanto valor? E a resposta é positiva. Tem. Mas tem para quem? Para os denominados, e bem, donos disto tudo (DDT) e para os seus representantes políticos: PS, PSD, CDS, e novas ramificações; Chega e IL.
Sem tirar importância ao futebol como modalidade desportiva, quem é que pelo menos até à juventude não jogou à bola? Portanto, é uma modalidade interessante de se praticar e de se ver praticar. Principalmente, evidentemente, quem o saiba fazer bem. Daí a importância que os DDT e os seus agentes políticos através dos media que controlam, lhe atribuem. Foi assim no tempo da outra senhora, e é assim no tempo desta. Um poderoso fator de alienação de massas. Enquanto se entretêm com o futebol, não pensam na triste vida que os DDT lhes impõem, nem, principalmente, na forma como darem a volta a isso.
Portanto, PC, mais de 40 anos como dirigente máximo de um dos três grandes clubes de futebol e ainda por cima carismático e polémico, tem todo o valor para os DDT e seus agentes.
Vejam lá se, por exemplo, Carlos Paredes, teve este destaque aquando da sua morte! Nem uma milésima parte. E esse sim! É efetivamente um génio. Um homem, cujos acordes da sua guitarra, por exemplo de “Os Verdes Anos”, ouvidos em qualquer parte do mundo, não nos remetem logo aqui para o nosso cantinho? Não despertam imediatamente a nossa Alma Lusa? Isso, que de sublime, nos distingue como povo. Agora no centenário do seu nascimento, tem tido comemoração condigna. Mas na sua morte, nem pouco mais ou menos! Ainda por cima, comunista!…
Pinto da Costa, sim! Todo o destaque.
Francisco Ramalho
Que as almas se aproveitem
Numa visão muito simplista (carregando, consequentemente, uma dose de perigosidade inerente a todos os simplismos), o que está a acontecer relativamente às negociações de paz no caso ucraniano é o que teria acontecido há quase três anos, se Zelensky não tivesse sido “impedido” por Boris Johnson de aceitar solução muito parecida, com mirabolantes promessas que devia saber não poder cumprir. Entretanto, somaram-se milhares de mortes e uma destruição completamente inúteis e desnecessárias. Talvez possamos perguntar se há “responsáveis” por esses demolidores e, repito, desnecessários efeitos. Em primeira linha, temos Putin, o invasor, que podia ter ignorado as ameaças, reais ou percepcionadas, da aproximação da NATO ao seu país. Depois, Zelensky, o ingénuo perseguidor de sonhos de heroísmo “churchilliano”? E Johnson, o “aldrabão” festeiro, com medo de um míssil russo a cair em Hyde Park? Os governantes europeus que se entusiasmaram com as próprias bravatas e confiaram as suas políticas nacionais aos falcões da UE e da NATO? Se fosse crente, eu diria: que Deus lhes valha a todos.
Expresso - 21.02.2025
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
o centenário de CARLOS PAREDES
Carlos
Paredes nasceu a 16 de Fevereiro de 1925, em Coimbra e morreu em 23 de Julho de
2004, em Lisboa.
Carlos
Paredes começou a tocar guitarra aos 4 anos, naturalmente por influência de seu
pai, o guitarrista Artur Paredes, grande mestre da guitarra de Coimbra. A sua
família mudou-se para Lisboa, quando ele tinha 9 anos, onde concluiu a
instrução primária e frequentou o liceu e o Instituto Superior Técnico. Em 1949
foi admitido como funcionário administrativo do Hospital de S. José, que foi a
sua profissão durante toda a vida.
Filiou-se no
Partido Comunista Português (PCP) em 1958, tendo sido preso, e antes de ir a
julgamento passou 15 meses no Aljube e em Caxias, sendo depois condenado a 20
meses de prisão, 3 anos de suspensão de direitos políticos e expulso da função
pública. Só após o 25 de Abril de 1974 seria reintegrado como funcionário no
Hospital de S. José.
Um texto que
escreveu, sobre o espectáculo e concerto que organizou para a Festa do Avante
de 1977, «Escola e mestres que o povo criou», espelha a sua sensibilidade
social, cultural e política: «Entre nós, na maior parte do País, empobrecido, o
povo trabalhador, quando quer divertir-se, tem de inventar e construir, à custa
da sua imaginação e dos seus braços, as diferentes formas de o fazer. Não há
muito quem lhes queira preparar e exibir mesmo a troco do dinheiro que ele não
possui. Daí que divertimento signifique, entre gente simples, associar a
alegria ao trabalho, à criação, à inteligência, à experiência profissional, às
vivas tradições populares. Isto basta para que a festa, no seu pleno sentido
popular, seja como um vastíssimo ponto de encontro dos trabalhadores com a
cultura por eles próprios criada ou adoptada».
Carlos
Paredes foi um dos mais importantes instrumentistas de guitarra e criadores do
século XX. A sua criação e interpretação influencia e é um modelo para muitos
guitarristas, bem como é importante no ensino especializado da guitarra
portuguesa. Criou música para teatro, dança e cinema com impacto artístico,
destacando-se a composição para o filme «Verdes Anos» de Paulo Rocha, em 1963.
Carlos
Paredes teve uma presença assídua na Festa do Avante, em outros espectáculos e
convívios do PCP, colectividades e encontros de trabalhadores, ao mesmo tempo
que actuava nas grandes salas mundiais de espectáculo. Apresentava-se como um
comum funcionário público e recusando tentativas de o rotular como génio. A sua
participação e militância activa no PCP foi permanente enquanto viveu. Entre as
várias iniciativas comemorativas do centenário de Carlos Paredes, o PCP também
organiza algumas sobre o lema «O Povo e uma Guitarra».
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Condenar bancos é uma miragem...
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Passos Coelho, Cavaco Silva e o BES
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
O AVANÇO TECNOLÓGICO TAMBÉM DEVE BENEFICIAR OS TRABALHADORES
O desenvolvimento e evolução tecnológica, e que inclui nos tempos mais recentes a automatização e substituição de mão-de-obra provocada pela inteligência artificial, têm sido sempre aproveitados pelo patronato capitalista para benefício próprio, nomeadamente aumento dos lucros e redução do número de trabalhadores nas empresas, nunca existindo qualquer preocupação com a redução do horário de trabalho, mais tempo de descanso semanal, mais dias de férias e outros benefícios com reflexos na saúde e salário dos trabalhadores.
O horário de
48 horas, 8 horas por dia e 6 dias por semana estabelecido em 1919, só foi
alterado com a revolução de 25 de Abril de 1974, em que vários sectores na
indústria e comércio conseguem através da sua luta as 45 horas semanais e 2
dias de descanso.
Em termos de
lei, só em 1990 são estabelecidas as 44 horas semanais. Em 1996 é aprovada a
lei das 40 horas semanais, para entrar em vigor em 1998 e transitoriamente 42
horas, em 1997.
Apesar do
avanço tecnológico das últimas décadas, o que se tem verificado é mais uma vez
um aproveitamento patronal, traduzido em termos laborais, em mais tarefas
repetitivas, elevadas cadências, provocando desgastes rápidos, o crescimento de
doenças profissionais, o aumentado do regime de turnos e trabalho nocturno, a
desregulação de horários e a precariedade.
É uma situação que urge alterar, já que o avanço tecnológico permite a redução do horário para as 35 horas semanais, o aumento para 25 dias úteis de férias e outros benefícios que melhorem as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores e suas famílias.
Bancos? Prefiro os bancos de jardins...
EXEMPLOS INTERESSANTES EM CORROIOS
Com quase 60 mil habitantes, a freguesia de Corroios é a maior do distrito de Setúbal e uma das maiores a nível nacional. Mas não é só por este facto que esta vila do concelho do Seixal se destaca a nível regional e mesmo nacional.
Para além do apoio que em conjunto com a Câmara Municipal do Seixal a Junta de Freguesia de Corroios presta ao forte Movimento Associativo da freguesia, é responsável por dois dos maiores eventos do género, a sul do Tejo. As Festas Populares de Corroios, com uma média de 1 milhão de entradas, por onde já passaram os nomes mais relevantes do panorama musical português, mas também os artistas da terra e das respetivas coletividades. E a Mostra Mensal de Atividades Económicas que se realiza no Parque Urbano da Quinta da Marialva, onde se podem adquirir os mais diversos produtos de quase todas as regiões do país. Desde os comes e bebes, loiças, ferramentas, calçado, vestuário, vinho, azeite, queijos, enchidos e presunto, plantas e tanto mais que os muitos milhares de visitantes da localidade e da região podem ali adquirir. É também um grande contributo ao tecido empresarial da região e não só. E entre outros eventos do interesse da população, destaca-se o Festival de Música Moderna de Corroios. Mais uma grande oportunidade para tantos músicos e bandas que enriquecem o panorama musical da freguesia e do concelho e que este ano já completará 29 edições. Mas hoje queremos dar especial destaque a um evento que está inserido na prática do Executivo da Junta de Freguesia “Corroios Consigo”, cujo êxito tem vindo em crescendo. Trata-se do “Ler Alimenta”. Consiste no principio; dar e receber. Dá-se um alimento ou uma peça de roupa e recebe-se um livro. Qualquer pessoa pode fazê-lo na Loja Social da Junta em Corroios ou na delegação de Miratejo. Mas o grande impacto tem sido junto da comunidade escolar. Escolas do 1º ciclo e jardins de infância. Nos últimos 3 anos escolares tem envolvido uma média anual de 2 mil alunos. E assim, criam-se hábitos saudáveis de leitura nas crianças, desenvolve-se o espírito solidário e contribui-se para dar resposta social às famílias sinalizadas pela equipa da Loja Social, minimizando-se as carências da população mais necessitada da Freguesia.
A JF de Corroios apela com frequência à dádiva de livros para prosseguir esta iniciativa. Apelo esse que embora tenha resposta, continua, evidentemente, recetiva e agradecida com esses nobres gestos solidários.
Claro que a população sénior também é abrangida pela ação social da Junta. E muitos idosos/as colaboram voluntariamente no Ler Alimenta, participam em oficinas de trabalho interativo de pintura, escultura, teatro e outras atividades que fomentam o convívio. Ainda recentemente a Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES) valorizou e premiou mesmo esta prática.
Em conjunto com a população e Movimento Associativo Popular, eis alguns bons exemplos dos Executivos CDU que, até para potenciais réplicas, é justo divulgar.
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
Parar para pensar
A turbulência que Trump trouxe ao mundo deveria ser contrariada por um arrefecimento de cabeças que, infelizmente, não se adivinha para breve. Li com muito interesse o artigo de Francisco Sousa Fialho, no PÚBLICO do passado sábado. Os factos e conclusões que aduz não estão na moda entre as autoridades europeias. A “febre” do rearmamento, compreensível na mente interesseira de Trump, desejoso de facturar mais uns “trillions” aos ingénuos do costume, não deveria aquecer tanto os corações europeus. Que é feito de palavras como desarmamento, pacificação, diplomacia, temperança?
A NATO estava em “morte cerebral” pouco antes do tónico que Putin lhe inoculou com a questão ucraniana, e não foi por isso que a Europa deixou de viver em normalidade. “Países como a Irlanda ou a Suíça não são membros da NATO e, ao que consta, não vêem vantagem em entrar no clube”. A questão é, pois, pertinente: “tem Portugal interesse em permanecer membro da NATO?”. Do outro lado do “espelho”, no calor febril dos “retiros”, os dirigentes europeus estudam as melhores formas de apaziguar Trump, dispondo-se placidamente a entortar as “sagradas” regras básicas do funcionamento financeiro da União, de modo a acomodar “legalmente” as exigências do americano.
Público - 11.02.2025
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Gonçalo M. Tavares, um admirável escritor
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Vou vendo que estava certo
Sempre me pareceu que quem quer que fosse juntar-se ou dar o seu voto ao tonitruante líder neonazi só podia ser o que há de pior na sociedade ou, não o sendo, gentinha muito ignorante do alcance das ideias que o sujeito desde sempre apregoa, pagando para ver aonde ele poderá chegar, sem pensar quão caro lhes poderá saír o experimentalismo; de facto, as mais recentes revelações vão mostrando que não andava nada enganado, com a podridão a já não poder mais ser escondida, porque o seu fedor se vai tornando nauseabundo.
E não me surpreende nada ver um monstro que ontem papagueou do chefe a castração química para pedófilos, ser agora imputado por pedofilia, um líder que esbraceja no Parlamento apontando aos que cometem crimes a porta da rua, mas não aplica a medida a si próprio, não admirando nada que, com um tal comando, os seus comparsas mais conhecidos tenham já sido todos sinalizados pelas mais diversas ilegalidades; e aquilo que agora vai aparecendo à luz do dia – caluniadores, oportunistas da pior espécie, agressores de imigrantes e mulheres, ladrões, bêbados e pedófilos - será uma pequeníssima amostra do que poderá vir a conhecer-se naquela pandilha...
Amândio G. Martins
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
TRABALHADORES FRANCESES DO LIDL EM GREVE
Os trabalhadores do Lidl em França iniciam greve em 7 de Fevereiro, por considerarem que os aumentos salariais foram insuficientes e contra os planos da empresa de tentar impor a abertura ao domingo em todas as lojas. Actualmente só metade das lojas abrem ao domingo e para os trabalhadores admitidos antes de 2016 o trabalho ao domingo é voluntário. Os trabalhadores pretendem ainda melhores condições de trabalho, uma vez que a falta de pessoal provoca uma pressão excessiva sobre os trabalhadores.
O Lidl em França
terá 1600 lojas e 45000 trabalhadores. Apesar dum constante crescimento, desde
2022 o Lidl dispensou mais de 2200 trabalhadores, obrigando os restantes a um
esforço acrescido o que provocou um aumento de acidentes de trabalho.
Entre 2019 e
2024 a actualização salarial foi com base na inflação, apesar de impor objectivos
de rendimento profissional mais elevados e de existirem disparidades salariais
em várias categorias profissionais.
Depois de
três meses de negociação, não existiu acordo com os sindicatos, sendo decidido
iniciar uma greve por tempo ilimitado, embora não abrangendo todas as lojas no
mesmo dia. Além da greve estão previstas manifestações e outras acções para
apoiar e divulgar a luta e reivindicações dos trabalhadores.
(informação
de Uni Global Union)
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Limiano de raíz
NOVECENTOS ANOS DE PONTE DE LIMA
(Foral outorgado por D. Teresa em 1125)
Que limiano não é orgulhoso
De ter nascido em terras do Lima
Se algum desanimado se lastima
Não é da origem que é lastimoso...
Porque não há povo mais generoso
É leve o egoismo que o anima
E o que só puder dar uma rima
Lamenta não ter algo valioso.
Amar esta terra é um sentimento
Que não aflora conforme o momento
Por ser dos valores mais enraizados;
E ande o limiano por onde andar
É da sua natureza preservar
Os bons valores dos seus antepassados...
Amândio G. Martins
Maria Teresa Horta, um vero e elevado exemplo
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
OS NOVOS SENHORES DA GUERRA
Aos que restam da geração que fez a guerra colonial e que parte dela, participou, e toda ou quase toda, apoiou o 25 de Abril, alguma vez lhe passou pela cabeça estar na perspetiva de uma nova guerra em Portugal e na restante Europa?
Infeliz e tristemente, não é isso que está a acontecer? Não vemos o secretário-geral da NATO e toda a camarilha que dirige a União Europeia, desde os ditos socialistas onde se inclui António Costa (de quem já aqui disse da minha grande desilusão) a clamarem por mais dinheiro para a Defesa? Que é como quem diz, para armamento, para a guerra?
Não é revoltante quando esses mesmos “socialistas” e a direita, sobretudo o PSD e o CDS, os que têm formado governo, deixaram chegar, por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde em que a mesma está plenamente assegurada apenas para os que têm posses para a garantir nos privados e os outros, a grande maioria, a esperar horas e horas nas urgências ou por uma simples consulta, semanas ou meses? E agora, mesmo assim e perante outras situações também criticas como no Ensino ou na habitação, terem o desplante de nos virem pedir mais dinheiro para a guerra?
É verdade que o novo “imperador” da América quer mesmo 5% (do PIB). E estes mainatos, em vez de lhe fazerem um manguito, prometem efetivamente mais. Montenegro disse que para já, chegaremos aos 2% antes do que estava previsto
E tudo isto, baseado em quê? Lembram-se do argumento que esteve na origem da invasão e destruição do Iraque? As famosas armas de destruição massiva que Sadam Hussein possuía mas que sabiam não existirem! Era outra monumental mentira! Queriam era colocar lá um governo obediente para ficarem com as suas imensas reservas de petróleo ao preço da uva mijona. Agora o argumento não voltou a ser o perigo, o papão, comunista, mas sim outra vez a Rússia. Embora tão capitalista ou mais, como aqui. A Rússia e Putin. Que, dizem, tem tendências expansionistas. Que pode vir por aí abaixo até aqui ao Cabo da Roca submetendo-nos a todos.
A NATO não é expansionista! Aliás, nunca foi prometido que o fosse! O seu aliado na Ucrânia nunca teve culpa nenhuma na atual guerra! Sempre concordou com as aspirações de autodeterminação da população russófona do Donbass! Nunca a submeteu e agrediu! (15 mil mortos antes da intervenção russa). E sempre foi um democrata dos 4 costados que nunca ilegalizou partido nenhum (todos, com exceção do dele e de outro da extrema direita) e nunca tolerou
neonazis inclusive nas forças armadas! Lembram-se do Batalhão Azov? E não só!
E são estes democratas, estes novos senhores da guerra, com homens de mão deste jaez, que fazem vista grossa à chacina do povo palestino em Gaza e agora na Cisjordânia que nos vêm pedir mais dinheiro para a guerra, porque “a Rússia é uma ameaça”. Quando com ela como com todo mundo, deve haver é paz e cooperação e não efetivamente o desejo deles, sobretudo dos seus patronos, os (EUA),tentarem a hegemonia sobre aquele grande país. Como a outros que lhes interessa.
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
Assim se perdem eleições
Há não muito tempo, Gouveia e Melo (G.M.), em entrevista a um podcast do Expresso, mostrou-se aberto às convicções de Mark Rutte, o ex-frugalista convertido em “mãos-rotas” para a indústria do armamento, à custa do estado social europeu, que tanto custou a alcançar e que não é, ao contrário do que alguns pensam, nenhum luxo faraónico. Não foi aí que G.M. perdeu o meu voto caso seja candidato às próximas eleições presidenciais. Na verdade, nunca o tinha ganho, nem com a eficiente direcção que fez da campanha vacinatória na pandemia, nem com o facto de ser um eminente especialista em submarinos. Para Presidente da República, exijo (não menos) uma individualidade que nos convença de que pisa conscientemente a terra, sem veleidades de mergulhador, e que seja capaz de “pensar” um país sem necessidade de pôr em prática técnicas “menores” que qualquer computador, com mais ou menos IA (Inteligência “Almirantal”), consegue resolver. Se o pensamento de G.M. passa por beliscar o bem-estar dos cidadãos, como se eles fossem lautamente servidos pelo Estado, então que fique em casa a gozar dos rendimentos da sua aposentadoria, sem cortes de nenhuma espécie.
Expresso - 07.02.2025
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
O dinheiro da Segurança Social é dos trabalhadores
domingo, 2 de fevereiro de 2025
Do que se perde no caminho
IMPONDERÁVEIS
Foram por água abaixo muitos sonhos
Ao confrontarem a realidade
Que nunca tem nenhuma piedade
Perante os seus efeitos mais medonhos.
Transforma os sonhadores em seres bisonhos
Negando-lhes solidariedade
E olha para eles sem bondade
Fazendo-lhes os dias enfadonhos.
Resta ao que não quer ver tudo perdido
Manter o melhor sonho adormecido
Até que se acenda mais claridade;
Se vê impossível o que tanto quer
O mais acertado que pode fazer
É procurar mais objectividade...
Amândio G. Martins
sábado, 1 de fevereiro de 2025
A arrogância nunca pede desculpa
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Haja quem entenda...
Quando ouço compatriotas nossos emigrados em países como França, Estados Unidos e Brasil, entrevistados em época de eleições nesses países, fico espantado por ver que, na maioria dos casos, defendem o que aí ameaça ser pior para eles, como o ataque a tudo que seja estrangeiro, se calhar convencidos de que mostrando-se assim zelosos serão poupados; por outro lado, é-me difícil entender que haja tanta gente nossa há tantos anos nos USA sem estar legalizada, tanto mais quanto não faltam por lá cidadãos de origem portuguesa em posições políticas de relevo que os podiam motivar e ajudar, mas preferem continuar a confiar no desenrasca, que agora parece estar a tirar-lhes o sono.
Tenho um irmão que, tendo-se visto constrangido a saír de Moçambique, aquando da independência, morou comigo durante algum tempo, enquanto tratava das coisas para emigrar para os Estados Unidos, incentivado por familiares da então namorada - que é hoje mulher e mãe da filha, lá nascida e com dupla nacionalidade - que lá já tinham criado raízes; uma vez lá, embora tendo trabalho e habitação garantidos, não descansou enquanto não ficou legalizado, para o que teve de aprender a língua, o hino e as mais importantes regras impostas à cidadania, fazendo disso demonstração no exame com que conseguiu a dupla nacionalidade, para poder viver, trabalhar e circular sem sobressaltos...
Amândio G. Martins
O Dia Internacional de Lembrança do Holocausto, e ...
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
O EXÉRCITO VERMELHO LIBERTOU O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE AUSCWITZ HÁ 80 ANOS
No dia 27 de Janeiro de 2025, completaram-se 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, pelo Exército Vermelho da União Soviética. Depois de derrotar sucessivamente o exército nazi-fascista alemão de Hitler em batalhas como Moscovo, Estalinegrado, Dniepre, Leninegrado e outras, o Exército Vermelho prosseguiu a sua caminhada vitoriosa na perseguição aos nazi-fascistas até Berlim, derrotando-os e obrigando á sua rendição.
No seu
caminho, libertou a Polónia, onde se encontrava o maior campo de concentração e
extermínio nazi, o Auschwitz-Birkenau,
que era constituído por três campos, que foi o que assassinou mais
prisioneiros, desde comunistas a outros antifascistas, judeus, deficientes,
homossexuais, ciganos, prisioneiros de guerra e outras pessoas que não apoiavam
o regime fascista de Hitler. No campo de concentração de Auschwitz chegaram a
ser mortas mais de seis mil pessoas por dia. Em Auschwitz o financiamento era
garantido pelo Deutsche Bank. A IG Farbert-Bayer, que fornecia o gás para as câmaras
de morte, IBM, Metal Union, Krupp, Allianz, Opel, BMW, Wolkswagen e outras
grandes empresas, são referenciadas como tendo explorado mão-de-obra escrava
nos campos de concentração, confirmando que por trás do nazismo estavam grandes
empresários e monopólios alemães.
Um milhão e
trezentos mil prisioneiros terão sido martirizados e muitos assassinados em
Auschwitz entre 1940 e 1945. À medida que o Exército Vermelho ia avançando, no
final de 1944 os nazis destruíram câmaras de gás e fornos crematórios e foram
evacuando campos de concentração, obrigando os prisioneiros a marchar dia e
noite durante muitos quilómetros, tendo muitos morrido de exaustão.
terça-feira, 28 de janeiro de 2025
E.U.A. COM Trump, AMEAÇAS, INCERTEZAS, PREOCUPAÇÕES...
Recentemente foi exibido na RTP2 uma série documental «Capitalismo Americano: o culto da riqueza», podendo concluir-se que a elite capitalista americana tem como objectivo: enriquecer muito e cada vez mais, não pagar impostos e determinar o rumo político a nível interno e externo.
Os
convidados das primeiras filas na tomada de posse do presidente Trump,
confirmaram a importância da oligarquia capitalista na eleição do presidente
dos E.U.A. (os donos da Amazon, Apple, X, Google, Meta, etc.).
Refira-se
que os apoios financeiros à campanha eleitoral de Trump/Partido Republicano (da
ordem doa 1,1 milhões de dólares) foram ultrapassados pelos apoios financeiros
ao Partido Democrata (1,5 milhões de dólares), mesmo depois de terem obrigado à
desistência de Biden e à sua substituição por Kamala Harris.
A derrota do
Partido Democrata e de Kamala Harris nas eleições dos E.U.A., está ligada à
vida difícil de muitos americanos com o custo de vida, às dificuldades na
saúde, educação e habitação, ao aumento dos níveis de pobreza e mesmo miséria, o
agravamento de desigualdades, o que provocou muito descontentamento e abriu
mais as portas ao populismo, além de poder também estar associada à
substituição tardia e um pouco rocambolesca de Biden e a alguma dose da machismo
e racismo, por Kamala Harris ser mulher e negra.
Não deixa de
ser incompreensível, que na democracia liberal americana considerada de cinco
estrelas pela maioria da comunicação social e dos seus comentadores, exista um
sistema eleitoral desactualizado, com defeitos e incongruências, uma
significativa taxa de abstenção e também com uma justiça a não impedir Trump de
se candidatar, face ao envolvimento em muitos processos judiciais e algumas
condenações.
O resultado
das eleições presidenciais americanas, com todo o seu folclore de quatro em
quatro anos, reduzido a candidatos dos dois partidos (democrata e republicano)
e ignorando outros, não põe em causa o sistema capitalista e o seu controlo do
poder político.
É usual
dizer-se que nos E.U.A. mudar um presidente democrata por um republicano, e
vice-versa, é virar o disco e tocar a mesma política, com ligeiras notas
diferentes, sobretudo a nível interno. Até que ponto a eleição de Trump, com um
grande e descarado envolvimento e aparecimento dos super ricos e escancarando
portas à extrema-direita política, vai alterar o que tem sido habitual? As
declarações de Trump, já depois de eleito, e as primeiras e teatrais medidas
são um sinal negativo, com ameaças, incertezas e provocando preocupações.
Um imobiliário do executivo é feitor da Lei dos solos...
TRUMP E OS ABANDONADOS
Trump não desiludiu as piores expectativas. Mal tomou posse, disse logo ao que que vinha. Vem para tornar a América grande. A América e a carteira dele e dos seus patrões que estiveram em peso na sua investidura. O reverso dessas grandezas, evidentemente, é o empobrecimento de muitos milhões na América e por todo o mundo. O empobrecimento, mas não só! A decisão de sair do Acordo de Paris e de intensificar a exploração de petróleo e gás natural, portanto, de se estar marimbando para as alterações climáticas, vai acelerar a degradação ambiental e a própria vida animal e vegetal no planeta. Sobretudo entre os mais pobres e as regiões mais vulneráveis. E quer torná-la grande com taxas leoninas às importações a meio mundo, mas não só na economia! Saliva olhando para a Gronelândia, Canadá, Panamá e até para a Faixa de Gaza como potencial zona turística com os palestinianos a fazerem de criados, evidentemente. Já para a Cisjordânia, ao levantar as sanções aos colonos sionistas que para além de explorarem esses territórios e se entreterem a atirar sobre quem proteste por isso, dá carta branca a Netanyahu para fazer lá o que fez em Gaza. Além disso, sai da Organização Mundial da Saúde, coloca Cuba na lista de países ditos “patrocinadores do terrorismo” de onde o seu antecessor no fim do mandato a tinha retirado, insta Putin a terminar a guerra na Ucrânia sem sugerir condições, perdoa os seus apoiantes que invadiram e vandalizaram o Capitólio, entre várias outras medidas que confirmam a sua postura de quero posso e mando.
Nos responsáveis políticos da Europa ocidental, a sensação de orfandade e abandono é evidente. Basta ver quem foi convidado e esteve presente; apenas Meloni. E Trump assim como o atual falcão secretário-geral da NATO, Mark Rutte, solicitam, para não dizer exigem, que a comparticipação destes Estados-Membros da aliança bélica ofensiva, duplique, ou mais.
Veremos como continuarão a reagir os aliados/subordinados tradicionais do império ianque que embarcaram na guerra engendrada que além dos contendores diretos, Rússia e Ucrânia, tanto prejudica também o resto da Europa e beneficia o império. No fornecimento de armamento lá comprado, no gás natural que vinha da Rússia a preços normais, que agora vem de lá a preços bem mais altos e Trump a exigir que ainda lhes comprem mais.
É o preço da criação de um inimigo artificial que deve ser um vizinho com quem se deve cooperar com mútuos benefícios.
Tudo isto, enquanto o último relatório da Oxfam, revela que o fosso entre ricos e pobres, aumenta de uma forma escandalosa.
A riqueza dos bilionários cresceu dois triliões em 2024, cerca de 5,7 biliões por dia. Mais três vezes que em 2023 e novos bilionários surgiram à média de quatro por dia.
O que os povos precisam é de justiça social, paz, e não de guerras. Foi isso que reclamaram muitos milhares na grande manifestarão do passado dia 18 em Lisboa, que tão pouca divulgação teve pela comunicação social dos que apelam à guerra e não à paz.
Francisco Ramalho
Publicado também hoje no jornal OSETUBALENSE
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
A cara guarda-lhes as costas
Retive da minha avó materna, que morreu velhinha, em meados do século passado, algumas frases com que ainda a recordo porque, apesar de então ser muito miúdo, me pareciam incongruentes umas e injustas outras como, “filho de burro sai cavalo”, que a mim me parecia um “upgrade”, mas que era dita para desqualificar alguém que se portava pior que o ascendente que o educou, que também não era flor que se cheirasse; outra que recordo com frequência, e vai em título, “a cara guarda-lhe as costas”, quando surgia alguém estranho ao meio e cuja figura lhe não caía bem, que já então me parecia um bocado injusta, porque há muita gente mal-encarada que nem por isso são más pessoas, bem pelo contrário, há muito bonitas estampas que são do piorio.
Vem isto a propósito daquela tenebrosa “elite” que a maldade e a frustração nacional sintetizaram em cinquenta elementos no Parlamento, que parece terem ficado indignados por um dos seus se ter desleixado, deixando-se apanhar a levar para casa malas alheias surripiadas nos aeroportos, como se os rostos mais sonantes da banda não estivessem quase todos imputados pelos mais diversos atentados à cidadania, sendo que o actual líder parlamentar está acusado de ter agredido um rapaz numa competição desportiva, e defende que as polícias deveriam poder disparar à vontade, todo ele uma figura obscena, dos pés à cabeça...
Amândio G. Martins
Trave-se a Lei dos solos!
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
A ver vamos
Daqui a quase dois anos, haverá eleições “intercalares” nos EUA, e começo a ver muita gente mergulhada na esperança de que a vivência deste tempo com Trump na liderança talvez possa ser suficiente para lhe retirar algumas maiorias, sobretudo no Congresso ou no Senado. Duvido que tal venha a acontecer e, para os que o esperam, é dever lembrar que a esmagadora maioria dos votos que obteve nas últimas eleições lhe foi dada por quem já sabe do que “a casa gasta” (e de que parece gostar), não falando de a História nos ensinar que, em casos como este, quando o povo “cai em si”, normalmente já é demasiado tarde. A eficácia das fake news, bem sei, pode não ser eterna, mas 2026 parece-me perto de mais para que o esclarecimento das mentes permita o desmascaramento total. Receio maior tenho quanto à “saúde” dos badaladíssimos checks and balances que poderão correr risco fatal. E, a partir daí, tudo pode acontecer, mesmo depois da morte física de Trump.
Expresso - 31.01.2025
Adenda ao discurso de André Ventura
Serena e contundente
Foi lindo de ver e ouvir, numa cerimónia religiosa a que assistiu com a comandita toda, esperando talvez ser servilmente enaltecido daquele púlpito, como o grosso dos predicadores daquela congregação fazem, a celebrante dizer no focinho do pretenso cristão e salvador da América, serena e respeitosamente, aquilo que não deve deixar de ser-lhe lembrado constantemente, que a América se construíu e constrói com imigrantes, que são eles que levantam as suas casas, que apoiam os americanos nos mais diversos serviços, que semeiam os seus campos e fazem as colheitas, não podendo ser ofendidos como criminosos só por serem imigrantes, assim como lésbicas e gays, transversais nas familias americanas, republicanas ou democratas.
Claro que ninguém esperaria daquela grotesca figura, que foi ali apenas para se exibir como cristão, a humildade de agradecer à bispa que presidiu a cerimónia as palavras que lhe dirigiu, muito menos que dissesse que foram palavras inspiradoras, porque o “ todo lo pode e todo lo manda” não recebe lições de ninguém; de facto, o retrato da figura é mesmo aquele que deixou expresso na sua plataforma pessoal, a que chama “verdade”, insultando a senhora ao seu verdadeiro estilo, por não ter sido capaz de suportar a verdade...
Amândio G. Martins