Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
O dinheiro da Segurança Social é dos trabalhadores
domingo, 2 de fevereiro de 2025
Do que se perde no caminho
IMPONDERÁVEIS
Foram por água abaixo muitos sonhos
Ao confrontarem a realidade
Que nunca tem nenhuma piedade
Perante os seus efeitos mais medonhos.
Transforma os sonhadores em seres bisonhos
Negando-lhes solidariedade
E olha para eles sem bondade
Fazendo-lhes os dias enfadonhos.
Resta ao que não quer ver tudo perdido
Manter o melhor sonho adormecido
Até que se acenda mais claridade;
Se vê impossível o que tanto quer
O mais acertado que pode fazer
É procurar mais objectividade...
Amândio G. Martins
sábado, 1 de fevereiro de 2025
A arrogância nunca pede desculpa
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Haja quem entenda...
Quando ouço compatriotas nossos emigrados em países como França, Estados Unidos e Brasil, entrevistados em época de eleições nesses países, fico espantado por ver que, na maioria dos casos, defendem o que aí ameaça ser pior para eles, como o ataque a tudo que seja estrangeiro, se calhar convencidos de que mostrando-se assim zelosos serão poupados; por outro lado, é-me difícil entender que haja tanta gente nossa há tantos anos nos USA sem estar legalizada, tanto mais quanto não faltam por lá cidadãos de origem portuguesa em posições políticas de relevo que os podiam motivar e ajudar, mas preferem continuar a confiar no desenrasca, que agora parece estar a tirar-lhes o sono.
Tenho um irmão que, tendo-se visto constrangido a saír de Moçambique, aquando da independência, morou comigo durante algum tempo, enquanto tratava das coisas para emigrar para os Estados Unidos, incentivado por familiares da então namorada - que é hoje mulher e mãe da filha, lá nascida e com dupla nacionalidade - que lá já tinham criado raízes; uma vez lá, embora tendo trabalho e habitação garantidos, não descansou enquanto não ficou legalizado, para o que teve de aprender a língua, o hino e as mais importantes regras impostas à cidadania, fazendo disso demonstração no exame com que conseguiu a dupla nacionalidade, para poder viver, trabalhar e circular sem sobressaltos...
Amândio G. Martins
O Dia Internacional de Lembrança do Holocausto, e ...
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
O EXÉRCITO VERMELHO LIBERTOU O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE AUSCWITZ HÁ 80 ANOS
No dia 27 de Janeiro de 2025, completaram-se 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, pelo Exército Vermelho da União Soviética. Depois de derrotar sucessivamente o exército nazi-fascista alemão de Hitler em batalhas como Moscovo, Estalinegrado, Dniepre, Leninegrado e outras, o Exército Vermelho prosseguiu a sua caminhada vitoriosa na perseguição aos nazi-fascistas até Berlim, derrotando-os e obrigando á sua rendição.
No seu
caminho, libertou a Polónia, onde se encontrava o maior campo de concentração e
extermínio nazi, o Auschwitz-Birkenau,
que era constituído por três campos, que foi o que assassinou mais
prisioneiros, desde comunistas a outros antifascistas, judeus, deficientes,
homossexuais, ciganos, prisioneiros de guerra e outras pessoas que não apoiavam
o regime fascista de Hitler. No campo de concentração de Auschwitz chegaram a
ser mortas mais de seis mil pessoas por dia. Em Auschwitz o financiamento era
garantido pelo Deutsche Bank. A IG Farbert-Bayer, que fornecia o gás para as câmaras
de morte, IBM, Metal Union, Krupp, Allianz, Opel, BMW, Wolkswagen e outras
grandes empresas, são referenciadas como tendo explorado mão-de-obra escrava
nos campos de concentração, confirmando que por trás do nazismo estavam grandes
empresários e monopólios alemães.
Um milhão e
trezentos mil prisioneiros terão sido martirizados e muitos assassinados em
Auschwitz entre 1940 e 1945. À medida que o Exército Vermelho ia avançando, no
final de 1944 os nazis destruíram câmaras de gás e fornos crematórios e foram
evacuando campos de concentração, obrigando os prisioneiros a marchar dia e
noite durante muitos quilómetros, tendo muitos morrido de exaustão.
terça-feira, 28 de janeiro de 2025
E.U.A. COM Trump, AMEAÇAS, INCERTEZAS, PREOCUPAÇÕES...
Recentemente foi exibido na RTP2 uma série documental «Capitalismo Americano: o culto da riqueza», podendo concluir-se que a elite capitalista americana tem como objectivo: enriquecer muito e cada vez mais, não pagar impostos e determinar o rumo político a nível interno e externo.
Os
convidados das primeiras filas na tomada de posse do presidente Trump,
confirmaram a importância da oligarquia capitalista na eleição do presidente
dos E.U.A. (os donos da Amazon, Apple, X, Google, Meta, etc.).
Refira-se
que os apoios financeiros à campanha eleitoral de Trump/Partido Republicano (da
ordem doa 1,1 milhões de dólares) foram ultrapassados pelos apoios financeiros
ao Partido Democrata (1,5 milhões de dólares), mesmo depois de terem obrigado à
desistência de Biden e à sua substituição por Kamala Harris.
A derrota do
Partido Democrata e de Kamala Harris nas eleições dos E.U.A., está ligada à
vida difícil de muitos americanos com o custo de vida, às dificuldades na
saúde, educação e habitação, ao aumento dos níveis de pobreza e mesmo miséria, o
agravamento de desigualdades, o que provocou muito descontentamento e abriu
mais as portas ao populismo, além de poder também estar associada à
substituição tardia e um pouco rocambolesca de Biden e a alguma dose da machismo
e racismo, por Kamala Harris ser mulher e negra.
Não deixa de
ser incompreensível, que na democracia liberal americana considerada de cinco
estrelas pela maioria da comunicação social e dos seus comentadores, exista um
sistema eleitoral desactualizado, com defeitos e incongruências, uma
significativa taxa de abstenção e também com uma justiça a não impedir Trump de
se candidatar, face ao envolvimento em muitos processos judiciais e algumas
condenações.
O resultado
das eleições presidenciais americanas, com todo o seu folclore de quatro em
quatro anos, reduzido a candidatos dos dois partidos (democrata e republicano)
e ignorando outros, não põe em causa o sistema capitalista e o seu controlo do
poder político.
É usual
dizer-se que nos E.U.A. mudar um presidente democrata por um republicano, e
vice-versa, é virar o disco e tocar a mesma política, com ligeiras notas
diferentes, sobretudo a nível interno. Até que ponto a eleição de Trump, com um
grande e descarado envolvimento e aparecimento dos super ricos e escancarando
portas à extrema-direita política, vai alterar o que tem sido habitual? As
declarações de Trump, já depois de eleito, e as primeiras e teatrais medidas
são um sinal negativo, com ameaças, incertezas e provocando preocupações.
Um imobiliário do executivo é feitor da Lei dos solos...
TRUMP E OS ABANDONADOS
Trump não desiludiu as piores expectativas. Mal tomou posse, disse logo ao que que vinha. Vem para tornar a América grande. A América e a carteira dele e dos seus patrões que estiveram em peso na sua investidura. O reverso dessas grandezas, evidentemente, é o empobrecimento de muitos milhões na América e por todo o mundo. O empobrecimento, mas não só! A decisão de sair do Acordo de Paris e de intensificar a exploração de petróleo e gás natural, portanto, de se estar marimbando para as alterações climáticas, vai acelerar a degradação ambiental e a própria vida animal e vegetal no planeta. Sobretudo entre os mais pobres e as regiões mais vulneráveis. E quer torná-la grande com taxas leoninas às importações a meio mundo, mas não só na economia! Saliva olhando para a Gronelândia, Canadá, Panamá e até para a Faixa de Gaza como potencial zona turística com os palestinianos a fazerem de criados, evidentemente. Já para a Cisjordânia, ao levantar as sanções aos colonos sionistas que para além de explorarem esses territórios e se entreterem a atirar sobre quem proteste por isso, dá carta branca a Netanyahu para fazer lá o que fez em Gaza. Além disso, sai da Organização Mundial da Saúde, coloca Cuba na lista de países ditos “patrocinadores do terrorismo” de onde o seu antecessor no fim do mandato a tinha retirado, insta Putin a terminar a guerra na Ucrânia sem sugerir condições, perdoa os seus apoiantes que invadiram e vandalizaram o Capitólio, entre várias outras medidas que confirmam a sua postura de quero posso e mando.
Nos responsáveis políticos da Europa ocidental, a sensação de orfandade e abandono é evidente. Basta ver quem foi convidado e esteve presente; apenas Meloni. E Trump assim como o atual falcão secretário-geral da NATO, Mark Rutte, solicitam, para não dizer exigem, que a comparticipação destes Estados-Membros da aliança bélica ofensiva, duplique, ou mais.
Veremos como continuarão a reagir os aliados/subordinados tradicionais do império ianque que embarcaram na guerra engendrada que além dos contendores diretos, Rússia e Ucrânia, tanto prejudica também o resto da Europa e beneficia o império. No fornecimento de armamento lá comprado, no gás natural que vinha da Rússia a preços normais, que agora vem de lá a preços bem mais altos e Trump a exigir que ainda lhes comprem mais.
É o preço da criação de um inimigo artificial que deve ser um vizinho com quem se deve cooperar com mútuos benefícios.
Tudo isto, enquanto o último relatório da Oxfam, revela que o fosso entre ricos e pobres, aumenta de uma forma escandalosa.
A riqueza dos bilionários cresceu dois triliões em 2024, cerca de 5,7 biliões por dia. Mais três vezes que em 2023 e novos bilionários surgiram à média de quatro por dia.
O que os povos precisam é de justiça social, paz, e não de guerras. Foi isso que reclamaram muitos milhares na grande manifestarão do passado dia 18 em Lisboa, que tão pouca divulgação teve pela comunicação social dos que apelam à guerra e não à paz.
Francisco Ramalho
Publicado também hoje no jornal OSETUBALENSE
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
A cara guarda-lhes as costas
Retive da minha avó materna, que morreu velhinha, em meados do século passado, algumas frases com que ainda a recordo porque, apesar de então ser muito miúdo, me pareciam incongruentes umas e injustas outras como, “filho de burro sai cavalo”, que a mim me parecia um “upgrade”, mas que era dita para desqualificar alguém que se portava pior que o ascendente que o educou, que também não era flor que se cheirasse; outra que recordo com frequência, e vai em título, “a cara guarda-lhe as costas”, quando surgia alguém estranho ao meio e cuja figura lhe não caía bem, que já então me parecia um bocado injusta, porque há muita gente mal-encarada que nem por isso são más pessoas, bem pelo contrário, há muito bonitas estampas que são do piorio.
Vem isto a propósito daquela tenebrosa “elite” que a maldade e a frustração nacional sintetizaram em cinquenta elementos no Parlamento, que parece terem ficado indignados por um dos seus se ter desleixado, deixando-se apanhar a levar para casa malas alheias surripiadas nos aeroportos, como se os rostos mais sonantes da banda não estivessem quase todos imputados pelos mais diversos atentados à cidadania, sendo que o actual líder parlamentar está acusado de ter agredido um rapaz numa competição desportiva, e defende que as polícias deveriam poder disparar à vontade, todo ele uma figura obscena, dos pés à cabeça...
Amândio G. Martins
Trave-se a Lei dos solos!
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
A ver vamos
Daqui a quase dois anos, haverá eleições “intercalares” nos EUA, e começo a ver muita gente mergulhada na esperança de que a vivência deste tempo com Trump na liderança talvez possa ser suficiente para lhe retirar algumas maiorias, sobretudo no Congresso ou no Senado. Duvido que tal venha a acontecer e, para os que o esperam, é dever lembrar que a esmagadora maioria dos votos que obteve nas últimas eleições lhe foi dada por quem já sabe do que “a casa gasta” (e de que parece gostar), não falando de a História nos ensinar que, em casos como este, quando o povo “cai em si”, normalmente já é demasiado tarde. A eficácia das fake news, bem sei, pode não ser eterna, mas 2026 parece-me perto de mais para que o esclarecimento das mentes permita o desmascaramento total. Receio maior tenho quanto à “saúde” dos badaladíssimos checks and balances que poderão correr risco fatal. E, a partir daí, tudo pode acontecer, mesmo depois da morte física de Trump.
Expresso - 31.01.2025
Adenda ao discurso de André Ventura
Serena e contundente
Foi lindo de ver e ouvir, numa cerimónia religiosa a que assistiu com a comandita toda, esperando talvez ser servilmente enaltecido daquele púlpito, como o grosso dos predicadores daquela congregação fazem, a celebrante dizer no focinho do pretenso cristão e salvador da América, serena e respeitosamente, aquilo que não deve deixar de ser-lhe lembrado constantemente, que a América se construíu e constrói com imigrantes, que são eles que levantam as suas casas, que apoiam os americanos nos mais diversos serviços, que semeiam os seus campos e fazem as colheitas, não podendo ser ofendidos como criminosos só por serem imigrantes, assim como lésbicas e gays, transversais nas familias americanas, republicanas ou democratas.
Claro que ninguém esperaria daquela grotesca figura, que foi ali apenas para se exibir como cristão, a humildade de agradecer à bispa que presidiu a cerimónia as palavras que lhe dirigiu, muito menos que dissesse que foram palavras inspiradoras, porque o “ todo lo pode e todo lo manda” não recebe lições de ninguém; de facto, o retrato da figura é mesmo aquele que deixou expresso na sua plataforma pessoal, a que chama “verdade”, insultando a senhora ao seu verdadeiro estilo, por não ter sido capaz de suportar a verdade...
Amândio G. Martins
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Trump & Cia., os novos donos do Mundo
O PROMETIDO MUNDO NOVO
Com o desmoronamento da URSS e regimes análogos do leste da Europa, os beneficiários do capitalismo, “sem a ameaça do comunismo”, prometeram-nos um mundo novo. E melhor, claro! Depois, foi o que se viu. Guerras; Jugoslávia, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, Líbano, Ucrânia e o genocídio em Gaza. Todas com participação direta ou indireta do mentor e principal beneficiário dos despojos (controlo geoestratégico e matérias-primas), os EUA, concentração do capital e aumento das assimetrias sociais e regionais.
Mas o que melhor define o carácter dos que tutelam o imperialismo norte-americano e os seus aliados, é o cobarde e cruel genocídio na Faixa de Gaza que dura há mais de ano, que só tem paralelo com o holocausto nazi e que, para além da destruição quase total dos edifícios e infraestruturas, já causou mais cerca de 50 mil mortos e muitos mais feridos e estropiados. Mesmo agora depois do anunciado cessar-fogo, continuaram os bombardeamentos onde as pessoas já celebravam a mais que desejada e merecida paz, causando mais mortos (60) e feridos.
Na altura que escrevo, sexta-feira à tarde, o referido cessar-fogo, ainda não foi ratificado pelo Executivo da potência agressora, Israel. E mesmo que seja, será por quanto tempo? E a paz? A paz definitiva. Alguém acredita nela com esta gente a liderar aquele país, os que os apoiam, os EUA e os que indignamente nem tugem nem mugem, a UE? Sim, porque a paz definitiva, presumiria a existência de dois Estados, as reparações de guerra, a devolução dos colonatos em Gaza e na Cisjordânia à Palestina e a condenação dos responsáveis sionistas pelos muitos e mais que confirmados crimes de guerra. Quem acredita nisso com gente desta estatura política e moral no poder em Israel e, sobretudo, nos EUA?
Portanto, é este o mundo que os beneficiário do capitalismo, os que estavam e estão no poder, cá deste lado do mundo, no ocidente. Aliás, tão bem definidos agora, por um deles! O cessante inquilino da Casa Branca, Joe Biden, ao afirmar que o seu país está nas mãos de uma oligarquia com o dinheiro e o poder cada vez mais concentrados e a imprensa livre a desaparecer, ficando assim, a própria democracia em causa. E é verdade! Além da imprensa que está quase controlada pela referida oligarquia, está também essa que é a sua grande concorrente, a Internet. Mais concretamente, as suas redes sociais.
Mas Biden podia ter dito mais! Compreende-se que não o tenha feito, devido à sua responsabilidade e do governo que liderou no apoio à critica situação no Médio Oriente, Líbano, Síria e o vergonhoso genocídio na Faixa de Gaza. E também não falou, na cumplicidade do seu país no golpe de 2014 em Kiev que foi a base e deu origem à atual guerra contra a Rússia, por interposto país, a Ucrânia.
É este, afinal, o tal mundo que o denominado “mundo livre” nos prometeu. E que urge, os povos mudarem. Onde a luta pela paz é absolutamente indispensável.
Com certeza, no passado sábado, teve uma bela demonstração em Lisboa.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Telhados de vidro
Quando alguma figura dos governos de António Costa via o seu nome apontado por envolvimento nalguma coisa menos clara, logo apareciam elementos do partido que agora lidera a governação, quase sempre o seu líder, a exigir ao então chefe do governo explicações, quando não a demissão imediata do elemento em causa, com o argumento de que o país precisa de gente impoluta nas suas instituições, o que é sempre bonito de se ouvir, quando o pregador é algo mais que uma espécie de frei Tomás.
Todavia, a actual governação ainda está a meses de completar um ano e a única coisa vistosa que realmente se lhe conhece tem sido a substituição atrabiliária de gente nos mais variados postos de direcção, tanto quanto se sabe sem qualquer exigência de competência profissional e idoneidade ética, parecendo ser o cartão partidário garantia suficiente para atestar o valor da pessoa; assim, é inexorável que os casos comecem por ir aparecendo, e ainda a procissão vai no adro...
Amândio G. Martins
domingo, 19 de janeiro de 2025
A SIC-NOTÍCIAS MENTIU OU FOI INCOMPETENTE
Das diversas manifestações contra a guerra, pela paz, que o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) em conjunto com o Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), outras organizações e com o apoio da CGTP e do PCP, tem organizado em Lisboa (a última das quais frente a embaixada de Israel que a comunicação social dominante olimpicamente ignorou) e noutros pontos do país, a de ontem, em Lisboa, talvez tenha sido a maior. Foi ininterrupta e compacta desde o Cais do Sodré ao Rossio. Portanto, foram milhares de pessoas. Dezenas de milhar.
Pois bem, a SIC-Notícias, numa lamentável atitude, achou que foram centenas. Portanto, desmentida por quem lá esteve e pela RTP3 que noticiou “milhares”.
Confirmei presencialmente e com a ajuda de um amigo que quando a cabeça da manif. chegava ao Rossio, a cauda saía do Cais do Sodré.
Assim, o referido canal televisivo, mentiu conscientemente ou foi incompetente porque devia confirmar a dimensão do protesto.
Dizer ainda que este é apenas um exemplo de como esta questão de importância fundamental a guerra, e do vergonhoso genocídio em Gaza que só tem paralelo com o holocausto nazi, é tratado aqui, e não só, claro, pela grande maioria dos media. Dizer ainda que a nível político-partidário, desde o PS até à direita mais extrema, a indiferença sobre o assunto, é total. O que, no fundo, significa apoio. Quem cala...consente!
Francisco Ramalho
Los Angeles é do Planeta A
sábado, 18 de janeiro de 2025
Gloria Eterna ao enorme Miguel Torga!
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
TODOS JUNTOS PELA PAZ !
Realiza-se no próximo sábado, dia 18, em Lisboa, a manifestação «É urgente pôr fim à guerra! Todos juntos pela Paz!», às 15 horas no Cais do Sodré, donde seguirá para a Praça do Rossio. Mais de 70 organizações estão associadas à sua convocatória, nomeadamente sindicais, culturais, estudantis, juvenis e de outos diversos sectores. Existem transportes organizados para a participação em regiões fora de Lisboa, destacando-se o Comboio da Paz que sairá do Norte.
É
preocupante o desenvolvimento no plano internacional e é urgente acabar com os
dramáticos sofrimentos que estão a ser impostos a milhões de pessoas, para além
dos muitos milhares de mortes já provocadas, dos feridos, dos deslocados e da
destruição de infra-estruturas necessárias a uma vida normal. É necessário
acabar com confrontações e corridas aos armamentos, procurando a solução
política de conflitos e evitando desenvolvimentos que ameacem o próprio futuro
da humanidade.
A imagem é
da UNI Global Union, e da mensagem da sua secretária-geral: «SUBINDO JUNTOS EM
2025 - Com os olhos postos em 2025, na Uni desejamos o melhor para si e sua
família. Que o novo ano traga alegria, reflexão e esperança para o que está
para vir Hoje e todos os dias, sintamos a força de saber que estamos unidos no
nosso compromisso duradouro com a paz e a justiça social. Desejamos um feliz e
saudável novo ano.» Christ Holfman, secretária-geral da UNI Global Union, onde
se encontram filiadas organizações sindicais portuguesas.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Vou aprender russo
Ampliar o saber é um objectivo que qualquer um de nós, sem ostentações espúrias, deve prosseguir, o que me impele sem grande resistência a acatar o conselho do indescritível (ainda mais do que Stoltenberg?) actual secretário-geral da NATO, Mark Rutte. Por isso, e porque não me passa pela cabeça ir agora para a Nova Zelândia, anseio por começar as aulas de aprendizagem do russo, pelo menos até ao ponto de ler e compreender Dostoievski como se fosse o Eça. Não vai ser muito fácil, atendendo à minha idade e ao que consta de que “burro velho não aprende línguas”. Talvez Rutte também não consiga aprender russo, e não será pela idade…
Explicando o sentido da minha decisão na escolha das alternativas que Rutte, um funcionário não-eleito de uma organização “atlantista”, imperativamente nos dá, contraproponho aos meus conterrâneos e aliados ocidentais que passemos a gastar mais, isso sim, em diplomacia. Que é feito dos grandes negociadores que houve no passado? Abdicaram todos em favor dos “galos” de crista erecta? O Rutte que disponha do dinheiro dele como entender, mas que não mexa no que é meu, ok?
Dizer o que deve ser dito
Capicua escreve uma vez por semana na página dois do JN, e é uma daquelas passoas que, como Carvalho da Silva aos sábados, ainda vale bem o espaço que ocupa e dá gosto ler, como no texto de ontem, jan. 14, em que comentava a “moderação” que o chefe do Governo atribuíu a si próprio e ao seu partido, na comparação que fez entre neonazis e antifascistas, metendo-os no mesmo saco extremista; de facto, Montenegro não se cansa de justificar constantemente aquela operação policial afrontosa da dignidade das pessoas, ao mesmo tempo que deixa escapar que também não gostou de ver aquela imagem.
Mas do que parece não ter gostado mesmo nada foi ver aquela multidão que condenava um governo que instrumentaliza as forças policiais para tentar esvaziar um adversário que lhe faz sombra, combatendo-o com processos indignos de um país realmente democrático; é que aquela manifestação, multicultural e multirracial, espelha o sentimento verdadeiramente humanista da maior parte dos portugueses, em contraponto ao grotesco grupelho que salpicou de negro a Praça da Figueira, cujo líder, descabelando-se por só ter ali uma pequena amostra da escória que lhe tem dado força, gritava estar farto deste país...
Amândio G. Martins
O chefe do desgoverno é extremista!
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
VOLTEMOS A FALAR DO TEMPO
Já lá vai o tempo em que por esta altura do ano, mesmo no Alentejo, os rios, ribeiras e barrancos (no Alentejo não se usava a designação de ribeiros) iam cheios. Até lá havia peixe; pardelhas, bordalos, enguias. Agora, por exemplo aqui na zona onde moro, Corroios, desde a última vez que tinha chovido e que já nem me lembro, talvez na primavera, choveu agora apenas três dias durante umas duas ou três horas e chuva fraca.
É a segunda vez que escrevo aqui n`O SETUBALENSE sobre este assunto. A primeira foi em 4/4/23 “ Falemos do Tempo”. “Depois das fortes chuvadas de fins de dezembro e janeiro que até provocaram inundações, nunca mais choveu coisa que se visse. Têm caído apenas uns borrifos. Portanto, em pleno inverno, quase dois meses sem chover a sério, agora já com temperaturas a rondar os 30 graus e a previsão de chuva é zero”. Dizia ainda que a maioria das barragens a sul do Tejo estavam abaixo de 50% do seu nível máximo. E fazia referência a um anúncio do Governo de então no Dia Mundial da Água, à construção de uma futura central de dessalinização na costa algarvia. Anúncio que, suponho, não passou disso mesmo.
Foi há quase dois anos, mas o problema, como sabemos, assim como o gradual aumento da temperatura, tem muitos mais. E tem a ver, evidentemente, com as famigeradas alterações climáticas. Basta estarmos minimamente atentos para nos apercebermos delas mesmo junto de nós. Nem sequer é preciso evocarmos as grandes catástrofes relacionadas com chuvas torrenciais, secas, ciclones, degelos e as suas terríveis consequências. Mas convém, e muito, que tenhamos consciência que elas existem, porque é que existem, que contribuamos para minimizá-las ou para que não existam e denunciemos quem não o faz. Sobretudo, entidades coletivas ou pessoas que pelo poder que exerçam são determinantes positiva ou negativamente. Como é o que se trata, no segundo caso, do negacionista confesso, Donald Trump. E outros responsáveis políticos de extrema direita.
Altas instâncias como o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o Papa Francisco e grande parte da comunidade cientifica, têm feito avisos e apelos dramáticos no sentido de se conterem as causas que as originam; a continuada exploração e utilização de combustíveis fósseis, a poluição terrestre, de rios e mares, o uso intensivo de explorações agrícolas, a destruição de florestas para esses fins ou para outros que visam apenas o lucro.
As consequências são diversas e gravíssimas quase todas. Já com milhões de vítimas de tantas espécies, incluindo da nossa. Ainda recentemente um relatório do Observatório Português da Saúde e Ambiente, concluiu que 8% das mortes em Portugal estão relacionadas com fatores ambientais. E acrescenta que políticas no nosso país negligenciam o impacto das alterações climáticas.
A terminar, mais outro exemplo que todos podemos verificar; a drástica diminuição de aves migratórias. São ciclos da Natureza com milhões de anos que se quebram. E isso é gravíssimo.
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
sábado, 11 de janeiro de 2025
A Vodafone rouba!
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Maus ventos
Aquela aberração humana e política que, dentro de alguns dias, tomará posse como presidente dos EE UU, nunca escondeu a sua simpatia por ditadores, daí que não tenha aceitado a derrota para Biden, patrocinando um acto nunca antes ali visto, e ficando quatro anos a desacreditar o presidente eleito e a remoer vingança; por isso, não espanta que agora queira imitar o czar russo, com a mesma vontade de anexar territórios de outros países, com o argumento de que serão importantes para assegurar a hegemonia do país que o elegeu.
Uma tal barbaridade, mesmo que fique só pela intenção, ou não passe de mais umas bujardas para desviar atenções do que é importante, não deixará mesmo assim de encher de satisfação a bandidagem russa e os demais trambolhos ditadores, como o da Hungria, Coreia do Norte e até Venezuela, que sempre poderão questionar qual será a ditadura boa e a má, ou se só eles é que serão gente ruim...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
Cargos políticos ganham bem
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
Espírito crítico, precisa-se
É materialmente impossível convencer um benfiquista de que o “justo” é ser-se do Sporting ou do F.C.Porto. Tal e qual como, encontrando-se em jogo a compreensão dos fenómenos geopolíticos que assolam o mundo passado e o actual, alguém quiser persuadir outros de que Putin não prossegue a política que adoptou só porque é mauzinho de nascença, ainda que o possa ser. Ou quando, em plena pandemia, ousava pôr em causa a bondade das medidas de lockdown quase unanimemente adoptadas na Europa, dando o exemplo de outras menos radicais, como as da Suécia, que, sabe-se hoje, registou um menor número de mortes directamente provocadas pelo Covid do que Portugal. Quem tentar ou tentou fazer essas coisas é imediatamente rotulado, respectivamente, de ser “mau chefe de família”, pró-Putin e “negacionista”. É o resultado lógico da polarização e do extremar de posições que leva à “ditadura” do pensamento correctamente alinhado com as campanhas e limitações com que nós, no “mundo livre”, somos sistematicamente confrontados. Veja-se agora o caso de Milão, em que se proibiram as pessoas de fumar na rua. Dá para pensar que, paulatinamente, vamos sendo, cada vez mais, encaminhados para um redil totalitário de que não há saída à vista. O que virá a seguir?
Expresso - 10.01.2025
Proto-fascistas, extrema-direita queque e direita extremada(AD) é que são a insegurança!
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
BALANÇO DO ANO
2024 Foi um ano muito mau. Sobretudo a nível internacional.
Tivemos a recorrente mudança de Governo do PS para uma “Aliança Democrática” desta vez restringida ao CDS. E também as críticas à herança do Governo anterior. Algumas com razão. Só que, mais uma vez, os motivos dessas críticas não são solucionados. Os problemas na saúde, na habitação, os baixos salários e pensões de reforma, mantêm-se ou agravam-se. Quando escrevo, as esperas nas urgências dos hospitais são de horas. Por exemplo, 17 no Beatriz Ângelo, ou 9 no Garcia de Orta. E agora no período das Festas, Marcelo promulgou a alteração à Lei dos Solos (já contestada pelo PCP, BE, Livre e PAN) que se entrar em vigor, será mais um avanço da floresta de betão, mais uma porta aberta à especulação e aos interesses dos “patos bravos”.
Destacar como positivo, o XXII Congresso do PCP. Foi feito um minucioso balanço da vida nacional e apresentadas propostas fundamentadas para ultrapassar os graves problemas com que se depara. No plano internacional, a análise do que mais aflige os povos, nomeadamente os conflitos armados, solidarizando-se o PCP com todas as vítimas e apresentando soluções de paz. A propósito, a última edição do jornal Avante! Dá grande destaque à manifestação nacional promovida por diversas organizações entre as quais o CPPC “È urgente pôr fim à guerra! Todos juntos pela Paz” no próximo dia 18 às 15 horas em Lisboa.
No plano internacional, 2 024 foi uma desgraça. Depois do nível mais baixo e abjeto a que o ser humano chegou com o Holocausto nazi, seria impensável o que se passa na Faixa de Gaza. Não se mata em fornos crematórios, mas à bomba, à fome e agora também devido às condições atmosféricas, os mais débeis, as crianças, até com o frio. Arram-se abrigos e hospitais. E toda a região, Palestina, Líbano, Síria, é submetida. Esta última, controlada agora por fanáticos criminosos, apresentados por quem os apoiou, como arrependidos e já dignos de crédito. Quem os apoiou, são os mesmos que apoiam ou fecham os olhos ao genocídio em Gaza. Os mesmos que apoiaram o golpe de 2014 na Ucrânia que deu origem à atual guerra. É gente tão insuspeita que o diz como o professor norte-americano Jeffrey Sachs, que desde sempre alertou no que daria a ultrapassagem do que a Rússia considerava as linhas vermelhas da sua segurança, o avanço da NATO para junto das suas fronteiras. A própria Angela Merkel, no seu recente livro de memórias Freedom (Liberdade), também aponta o dedo à intransigência da Polónia e países bálticos, das forças extremistas ucranianas, dos EUA e da complacência da UE. E ambos afirmam que mesmo depois, os Acordos de Minsk podiam ser a solução se cumpridos pelos protagonistas citados e que o conflito só pode terminar pela diplomacia.
Devido à intransigência e ânsia de hegemonia, sobretudo dos EUA,nasceram os BRICS. O império ianque, tal como todos os impérios, para bem da cooperação e da paz, está a desmoronar-se. Uma das poucas coisas positivas que o velho ano confirmou.
Francisco Ramalho
PS- Durão Barroso, afirmou aí num conclave do PSD, não acreditar que haverá paz “entre a Rússia de Putin e a democracia da Ucrânia”.
Democracia da Ucrânia. Reparem nesta preciosidade!
O homem que serviu de cicerone aos americanos na Base das Lajes aquando da invasão do Iraque.
É assim a credibilidade e a moral desta gente que gere ou apoia o império.
Publicado hoje (com exceção do PS) no jornal O SETUBALENSE
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
O melhor e o pior 25 de Novembro
Para comunicar - como dizia o baladeiro
MAIS UM
Não pretendendo correr mais que a sombra
Escrevo para acabar mais um livro
O quarto de valor despercebido
Mas isso para o caso pouco conta...
E se perante o que escrevo alguém zomba
Não irá ver-me agastado consigo
Que ser aberto e franco é preciso
Seja fraca coisa ou algo de monta.
Aos que o que escrevo não desperta nada
É porque ainda não me foi possível
Fazer que a gente fique interessada;
Digo aos cansados de tanta desgraça
Que quem promete o céu é pouco crível
Vendo que a ganância tudo devassa.
Amândio G. Martins
Mudam-se os tempos
Estarei muito enganado com a impressão (para não dizer “percepção”) que vou formando de que muitos opinion makers, alguns dos quais investidos, na Europa, em funções de Estado ou similares, têm vindo, desde as eleições presidenciais norte-americanas, a mudar de ideias relativamente ao que diziam antes sobre Trump? O que antes era alarvidade, passou agora, a dias da sua investidura, a ser “natural” e compreensível.
Curiosa é também a forma como, imerso na incredulidade geral, Trump, em duas eleições, passou de presidente impossível, no início, a inevitável, no final, mesmo que, na segunda vez, ostentasse na lapela a medalha de primeiro condenado a chegar a presidente.
Falta-nos ver o que vai fazer Trump na sequência das extravagâncias com que nos presenteou relativamente ao Panamá, à Gronelândia e ao Canadá. Provavelmente, ficará tudo em águas de bacalhau (já agora, da Gronelândia), já que Trump dificilmente se arriscará a “vestir o fato” fora de moda de um qualquer imperialista.
Expresso - 17.01.2025
Lisboa, também em lixo acumulado piorou!
sábado, 4 de janeiro de 2025
Velhos vícios
Fui há dias à loja da “NOS” em Ponte de Lima para contratar um serviço de internet; depois de me serem dadas as informações básicas acerca das modalidades que me ofereciam, optei pela que melhor me pareceu, e demos andamento às formalidades do contrato, com a senhora que lá trabalha a pedir-me os elementos necessários para a papelada, que coloquei ao seu dispor, ficando logo depois desagradado com a liberdade com que a senhora decidiu fotocopiar o meu cartão de cidadão, que o fazia como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Alertei-a que não era permitido, nem necessário, fotocopiar aquele documento, uma vez que estava eu ali em pessoa, pondo-lhe ao dispor os dados todos, mas ela prosseguiu, dizendo-me que estivesse tranquilo, porque aquela fotocópia ficava inutilizada para tudo que não fosse o que ali estava a ser tratado, mas a verdade é que eu não fico com garantia nenhuma, para além da palavra dela, de que os meus dados pessoais não poderão ser usados fraudulentamente, como tantas vezes vemos nas notícias.
E parece-me legítimo querer saber para quê a fotocópia, se já tinham ali tudo que era preciso para tirar dúvidas, sendo tanto mais estranho quanto, tratando-se de organizações tecnologicamente modernaças, ainda ponham o pessoal a usar processos obsoletos, mesmo sabendo que tal prática não está permitida...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
UM TRISTE EXEMPLO
Quem é que desconhece que o desenvolvimento da ciência, seja em que domínio for, é o principal impulsionador do desenvolvimento de qualquer país e do mundo? Supomos que ninguém, mesmo quem tem constituído, Como se costuma dizer, “os sucessivos Governos” que, na realidade, são só dois; PS ou PSD com ou sem companhia. Portanto, a pertinente pergunta que se põe e que deixo aos amigos e amigas que lerem isto, é a seguinte: sendo assim, porque carga de água, porque mesquinhos interesses, os sucessivos Governos Rosa ou Laranja, tratam tão mal também os trabalhadores deste fundamental setor?
Aqui vai um exemplo divulgado pela pena de Gustavo Carneiro na edição de hoje do jornal Avante! E que pode ser replicado por centenas.
Nuno Peixinho, é um reputado cientista, um homem da astrofísica, que, para seu orgulho e de todos nós, seus compatriotas, viu o seu nome ficar eternizado ao batizar um asteróide (Peixinho) do Sol com 10 quilómetros de diâmetro que ele descobriu quando trabalhava(com contrato a prazo) no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço da Universidade de Coimbra. Já tinha também trabalhado no Observador Astronómico de Antofagasta no Chile.
Pois bem, apesar de todas as credenciais, nomeadamente esta que o distinguiu entre os seu pares, a nível mundial, acabou o contrato, foi para o desemprego. Constando agora, na lista do Centro de Emprego de Coimbra.
Com ironia, Nuno Peixinho, comentou que em Portugal é mais fácil ter o nome num asteróide do que um contrato de trabalho permanente.
Portanto, mais uma vítima da precariedade e do desinvestimento dos tais sucessivos Governos que são só dois.
E depois, como o Montenegro há dias ou o Costa há um ano, falam em desenvolvimento, em justiça social. etc. etc. etc.
Uma tristeza!
Uma tristeza que urge este povo pôr cobro quanto antes.
Francisco Ramalho
quarta-feira, 1 de janeiro de 2025
É bom que sofra
Numa pouco ortodoxa forma de começar o ano, vou dar satisfação ao meu lado mauzinho para dizer que me tenho regozijado com as derrotas de Rúben Amorim, de quem a massa sedenta de vitórias do clube para onde foi esperava milagres e anda a ficar desiludida, porque milagres são raros, ou não existem mesmo, a menos que tivessem comprado também meia equipa do Sporting, para poderem ver alguma melhoria; e fiquei espantado que, não sendo o Amorim burro de todo, tenha caído na esparrela do ultimato que os ingleses lhe terão feito, de que ou era naquele momento ou nunca.
De facto, só uma irracional ganância lhe pode ter ofuscado a inteligência, ao ponto de acreditar que tinha ali uma oportunidade de ouro única, quando qualquer análise, mesmo superficial, de quem percebesse da poda, lhe demonstraria que ganharia muito mais em cumprir com o Sporting o contrato, com grande possibilidade de repetir a vitória no campeonato português e aumentar o seu prestígio como treinador cumpridor e vitorioso, com a porta daquele famoso clube para onde foi, ou de outro semelhante, sempre aberta, porque a profissão de treinador de futebol tem uma grande rotatividade por todo o lado...
Amândio G. Martins