OS DEBATES E AS CILADAS CONTRA O PCP

É sabido que a posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia lhe tem sido muito prejudicial em termos eleitorais. Os seus adversários e inimigos, deturpam-na e tentam tirar o máximo de dividendos, armando-lhe autênticas ciladas, não enfrentando os seus representantes cara a cara. Os exemplos são mais que muitos, mas vejamos, por exemplo, entre tantos, estes dois agora na campanha.

Durante o debate, ontem, com Mariana Mortágua, Paulo Raimundo respondendo ao moderador, disse que o seu partido além de politicamente nada ter a ver com Putin, combate mesmo a sua ideologia (defesa do capitalismo) e disse ainda que a guerra nunca devia ter começado, que não começou há 3 anos, mas sim há 11, que o PCP sempre se opôs a ela que defendeu e defende a paz.

Depois, na segunda parte, onde se malha impunemente sem a presença das vítimas, Filipe Luís, comentador da RTP e subdiretor da Visão, a propósito da afirmação de PR de que a guerra nunca devia ter começado, com o seu sorrisinho seráfico, disparou: “devia perguntar-se a PR quem é que a começou?” Claro que se PR lá estivesse e dispusesse de tempo para responder, devia efetivamente perguntar-se. Assim como se devia perguntar a todos os Fls porque é que omitem que a guerra começou em 2014, porque é que começou, porque é que omitem também que já em 2022, havia 15 mil mortos, sobretudo na região onde se fala russo, onde existem tradições, usos e costumes russos e onde se reclamava um referendo para a sua autodeterminação, o Donbass. Porque é que, evocando a democracia, omitem também a extinção dos partidos ucranianos da oposição (11) e a livre atividade de organizações neonazis civis e militares, etc.

O outro exemplo de ciladas nesta matéria contra o PCP, foi dada pelo líder da direita engravatada supostamente certinha, Rui Rocha da Iniciativa Liberal, aquando do debate com PR e nos segundos finais sabendo já não haver possibilidade de resposta do opositor, ter afirmado que o PCP e PR apoiam Putin e a invasão da Ucrânia.

Todos estes “defensores do povo ucraniano” do PS à extrema direita, nunca participaram em qualquer das diversas manifestações contra a guerra na Ucrânia e o genocídio na Palestina, organizadas e/ou apoiadas pelo PCP, muito menos organizadas por eles, e mantêm um indigno silenciamento contra essa imensa vergonha que é o genocídio do povo palestiniano e a destruição da sua pátria.

São os mesmos que mentem, omitem e armam ciladas ao PCP por se bater contra todos esses crimes e desmandos e pela paz.

Francisco Ramalho