segunda-feira, 14 de abril de 2025

Lenine não faria melhor


Os marxistas-leninistas, após o “êxito” da Revolução de 1917, mantiveram certa candura e admiração do mundo intelectual durante umas sete décadas. Mais concretamente até à estrondosa implosão do sonho soviético, com honrosos resquícios a perdurar um pouco no tempo, dependendo da afición que muitos continuaram a dedicar ao ideal comunista. O objectivo a atingir seria, para eles, o derrube do capitalismo e a implantação do socialismo/comunismo. Os significados de socialismo e mesmo de social-democracia, alteraram-se profundamente com o passar dos tempos, em especial no período que se seguiu à 2ª Guerra Mundial. Enfiado na gaveta, o socialismo “capitalizou-se”, como tudo na vida, aliás. Tendo falhado completamente os objectivos, os comunistas acantonaram-se nos seus redutos, procedendo alguns a um aggiornamento suicida, e outros a uma resiliência em modo de morte lenta.

Até que surge Trump, que, da sua extraordinária cabeça (coisa em que, segundo Pacheco Pereira, ele não é bom), extrai para os marxistas-leninistas a fórmula mágica da extinção do capitalismo, pelo menos tal como o conhecemos. Lenine sabia o que queria, com este Trump não sabemos o que vem a seguir. Deverão os comunistas actuais lutar pela “salvação” do capitalismo? 


Público - 14.04.2025


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