sexta-feira, 11 de maio de 2018

MAIO: MÊS QUE SE COMEMORA O DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA ENTRE OS PAÍSES QUE A FALAM
Caixa de texto: Artigo publicado no jornal Diário da Manhã de Goiânia, Brasil no dia 11/05/2018, caderno Opinião Pública, pag.8 - Um dos poucos jornais no mundo que aceita artigos dos leitores.  Site do jornal: dm.com.br






Na data de cinco do sempre agradável e romântico mês de maio, comemora-se o dia da língua portuguesa entre os países lusófonos. Pela importância que ela representa para o Brasil, foi muito pouca a citação desta data nos meios de comunicação, continuamente   preocupada em noticiar tragédias cotidianas e alardear o caótico sistema nacional de saúde, sempre criticando nunca sugerindo soluções.
Pessoalmente considero uma dádiva de ter como língua materna este idioma, que encanta não só a mim, mas também quem tem oportunidade de aprendê-lo como segunda opção, como se pode notar em depoimentos de imigrantes deste diversificado Brasil. Este encantamento é valido para o português brasileiro, com regionalismo e misturado com palavras nativas, ou falado em Portugal e em outras regiões deste mundo de meu Deus, embora confesse que tenho muitas dificuldades, por mais que me esforce em domina-lo, principalmente na colocação de vírgulas e concordância.
 São consideradas naturais, as diferenças no linguajar entre várias regiões deste país continental a que foi dado nome de Brasil e de Portugal com seus regionalismos (exemplo é a dificuldade em entender com clareza um oriundo da Ilha da Madeira) e de demais regiões do planeta.
 No caso especifico de Brasil e Portugal, ao longo de quinhentos anos com um oceano a separá-los, a língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um que seja mais correto em relação ao outro.
Conforme especialistas, um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Uma pessoa de origem portuguesa do século XVI mais facilmente entenderia na atualidade, a fala de um brasileiro do que a de um seu conterrâneo.
Muito se fala na palavra “Saudade”, cuja originalidade na nossa língua foi a ampliação do termo a uma realidade desprovida de solidão, traduzida pela dor de uma ausência que se tem o prazer de sentir. É muito comum no Brasil, um conhecido e velho ditado popular: “Saudade, quem não a tem é porque nunca quis bem”.
Não se pode falar sobre o idioma português, sem reverenciar a expoente figura de Camões com seu, “Os Lusíadas”, não saindo da lembrança: ”As armas e os Barões assinalados-Que da Ocidental praia Lusitana-Por mares nunca de antes navegados(...)”— ­“(...) Cesse tudo o que a Musa antiga canta-Que outro valor mais alto se alevanta“ e do brasileiro Olavo Bilac, cujo poema enaltecendo a língua, tem no primeiro verso a belíssima expressão: "Última flor do Lácio, inculta e bela". 
Por outro lado, o mundo mudou, veio a chamada globalização e com ela a necessidade de melhores relações diplomáticas e comerciais com seus grandes reflexos econômicos e geopolíticos, tornando-se urgente a adoção de um idioma universal, com vista a um melhor relacionamento entre os diversificados povos que habitam este maravilhoso oásis sideral que singra a imensidão do universo.
Infelizmente a nossa querida língua não é recomendada para se tornar universal, face a sua grande complexidade, oriunda de seus verbos difíceis, com tantos modos, tempos e pessoas; a problemática do emprego do infinito pessoal e impessoal, crase, o uso dos demonstrativos este, esse, isto, isso, etc.
Para tal mister, a simplicidade do Esperanto e do próprio Inglês seria um fator mais recomendável ao aprendizado a fim de cada nação, além de sua própria língua, venha cultivar outra destinada à comunicação internacional, com maior clareza, e assim deixar de acontecer o que foi dito por Antoine de Saint-Exupéry-autor de “ O Pequeno Príncipe”: “A língua é fonte de mal entendidos”. 

5 comentários:

  1. Daí que... o Acordo Ortográfico é realmente uma utopia "realizada a martelo". E agora vou para o meu quotidiano ( ou será cotidiano?)...

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    1. Agradeço o seu comentário- o artigo na sua versão original foi publicado aqui no Brasil, portanto com a nossa variante. Pelo o dicionário vigente no nosso país a palavra citada poderá ser escrita das duas maneiras(cotidiano/quotidiano), sando a última mais usada em Portugal.Criticando o meu próprio artigo: ficaria melhor se tivesse colocado "EM" antes do que no titulo: MAIO: MÊS EM QUE SE COMEMORA O DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA ENTRE OS PAÍSES QUE A FALAM

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  2. Mais um interessante texto com que o amigo Orivaldo nos brinda. Muito obrigado! Quando tinha 20 anos, fui ao Brasil. Nessa altura ainda não passavam telenovelas na nossa televisão, nem havia cá imigrantes brasileiros. De maneira que, quando lá chegámos, com bastante dificuldade percebíamos as pessoas e elas a nós, tal a diferença no uso da língua de Camões, de Pessoa, de Jorge Amado.

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    1. Caro Francisco, agradeço o seu comentário — Antes das novelas baseadas nos escritos de Jorge Amado, uma pessoa do sul do Brasil, tinha enorme dificuldade de entender uma que morasse no nordeste do País e vice-versa, tal as grandes distâncias que separam as regiões. Um fato pitoresco eu li no JN de Lisboa do dia 05/05/18, da lavra da jornalista, Maria João Caetano, mais ou menos assim, com minhas palavras: Em Cabo Verde quem usar a expressão, “pitada de sal “em aulas de colunaria, pode-se dar mal, pois pitada lá, é um dos diversos apelidos atribuído à vagina nos vários locais onde se fala a nossa língua.

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  3. A Língua Pátria une-nos mais do que tudo na vida, mesmo com um Atlântico a separar-nos, de entre outros.

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