segunda-feira, 27 de maio de 2019

MAIORIA SILENCIOSA OU CRÍTICA DO SISTEMA?



Nasci no tempo em que o chamado Estado Novo se afirmava frontalmente contra o sistema de democracia partidária hoje existente. Por isso, 45 anos volvidos ao constatarmos uma taxa abstencionista de 70% nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, é mister reflectir muito. Será uma maioria silenciosa, que fez o então presidente Spínola apelar a um levantamento popular? Ou será uma forma clara de o povo declarar que não gosta do actual sistema partidário e/ou da classe política em funções? E os abstencionistas serão do espectro político da direita política, ou da esquerda? É tudo isto e muito mais que importa estudar por especialistas de estudos de opinião. Mas pelo menos em teoria política, aceita-se comummente que as esquerdas são mais militantes e potenciais votantes do que as direitas. Por isso, para mim que votei conservador, é duplamente frustrante e triste que projectando este resultado abstencionista numa eleição legislativa, estaríamos a ser governados por apenas 20% da população com capacidade eleitoral e depois seja a esquerda a governar nessa minoria de representativa. Se a esquerda se conseguiu unir no Parlamento para governar em bloco, acho que é agora ciência certa que as várias direitas existentes e espalhadas por seis Partidos devem deixar de combater entre si e unirem-se num único projecto nacional. Só assim se poderá democraticamente derrotar a actual aliança das esquerdas, que me recuso a chamar de "geringonça" pois provou nas urnas que é maioritária neste momento.

1 comentário:

  1. Num sistema democrático, única forma eficaz de mostrar descontentamento é VOTANDO.
    Nem que seja em branco, para que as forças vigentes percebam que há necessidade de mudar.
    Maiorias silenciosas ( ou indiferentes ?) são um convite ao aparecimento de “ salvadores da pátria “ para as guiar, qual “ rebanho” como já neste espaço foi referido ...

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