domingo, 19 de maio de 2019

UMA PEDRADA NO CHARCO DO FUTEBOL




Começo por uma declaração de interesses: gosto de futebol, pratiquei-o (ainda hoje, quando se proporciona, entro com todo o gosto numa peladinha), não é por acaso que é designado como o desporto- rei. Trata-se efetivamente de uma modalidade desportiva muito aliciante. Com certeza, por isso mesmo, sempre originou grandes paixões que foram potenciadas e manipuladas pelo poder como alienação de massas. Foi assim no tempo do fascismo e é hoje. Quiçá, até mais! Veja-se o infindável tempo de antena que lhe é dedicado pelos inúmeros comentadores, analistas e outros palpitistas (esta dos palpitistas, inventei-a agora). Além disso, é terreno fértil para protagonismos de toda a ordem e para muitos se encherem. Mesmo assim, continua a arrastar multidões. Ainda ontem; meio milhão no Marquês. É obra! Talvez a maior manifestação de sempre neste país. Mas, desta vez, foi atirada uma pedrada. Uma enorme e digna pedrada. E logo pelo principal protagonista do momento. Se as ondas que provocou agitarem o charco em que o futebol se transformou, é o que de melhor pode acontecer ao futebol. Mas, sobretudo, à consciência deste povo. E não só, porque pode ter repercussões para além de Melgaço a Santa Cruz das Flores.
Disse o treinador do “glorioso” à enorme multidão, mais ou menos isto: o futebol não é a coisa mais importante. Há outras bem mais, como a economia ou a saúde. E exortou aquele mar de entusiasmo, dedicação e alegria, a que o seja também no dia-a-dia, no trabalho, na vida, para termos um país bem melhor e mais justo.
Grande lição deste aos benfiquistas e ao teu, ao nosso povo!
Obrigado e parabéns, grande Bruno!
Francisco Ramalho
Corroios, 19 de Maio de 2019

3 comentários:

  1. Também reparei nessa parte do discurso de Bruno Lage. Eu, que gosto muito de futebol, e do Ronaldo, e do Messi, e do Bruno Fernandes, e do João Félix, e que me estou completamente a borrifar para todos os clubes, especialmente os "grandes", bem como para os respectivos interesses, só posso dizer que gostei do que ele disse.

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  2. Foi uma agradável surpresa no meio das idiotices de comentários e declarações que enxameiam o futebol profissional/ negócio... mas é capaz de ter entrado por um ouvido e saído por outro dos adeptos... uma vez que o Bruno Lage também fez na mesma tribuna um apelo ecológoco para que deixassem a praça limpa sem plásticos e garrafas, que caiu em saco roto...

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