Parece que todos o querem...

...Mas um “molosso” daqueles, por fofinho que pareça, não será o animal mais indicado para se fazer “festinhas”; e faz-me lembrar o alvoroço que, já lá vai uma porrada de anos, provocou o célebre “leão de Rio Maior”, que até levou o brincalhão Fernando Pessa a deslocar-se para lá propositadamente, na mira de arranjar material para mais um dos seus “sketches” humorísticos; também havia fortes indícios de que o bicharoco andaria mesmo por ali, até quem fosse capaz de jurar que o tinha visto, aventou-se a hipótese de ter fugido de algum circo mas, na verdade, nunca foi reclamado nem encontrado, vivo ou morto.

Agora é lá para os lados de Bragança que, segundo sinais não desprezíveis, se passeia um urso-pardo, que se terá tresmalhado da Cantábria, onde existe uma população razoável deles, o que até é verosímil dado terem lá deflagrado, desde o início do ano, pavorosos incêndios que duraram vários dias; e são os prudutores de mel que dão testemunho da sua possível presença, tendo havido num só apiário um rombo de 50 quilos.

O problema principal é que, para além do mel, decerto para sobremesa, o figurão é omnívoro, significando que “topa a tudo” para matar a fominha, não se fazendo “enrugado” se tiver de deitar a dentuça a um de nós que lhe passe por perto, embora os habitantes da zona do Parque de Montesinho não se mostrem muito preocupados, dizendo que se for mesmo verdadeira a sua presença, será uma forma de os responsáveis darem mais atenção ao Parque, que anda muito desprezado, dizem.

Como quer que seja, um só daqueles bichos não servirá de muito, pois seria preciso pelo menos um casal, para que se pudesse desenvolver uma verdadeira população de ursos-pardos, já que de ursos parvos parece que já estamos bem “abastecidos”...

Amândio G. Martins