quinta-feira, 10 de outubro de 2024

No princípio era o Hamas



Agora já não é, passámos definitivamente de nível neste jogo hediondo em que Netanyahu nunca devia ter sido admitido. Não sabemos quem virá a seguir ao Hezbollah, actual inimigo mortal de Israel, se os Houthis, no Iémen, ou outra milícia qualquer, da Síria ou do Iraque, não falando do Irão, que é de outro calibre. Para Netanyahu, pouco importa, porque, ao que parece, ele descobriu a fórmula mágica para os exterminar: destrói toda a população e, com a maior naturalidade, dirigentes e militantes desses movimentos, mais mulheres, crianças, médicos, jornalistas e tutti quanti, irão na enxurrada, todos em direcção ao Inferno. Esta simplicidade de processos tem um custo evidente: semeia o ódio que adubará, no futuro, a repulsa dos vizinhos para com Israel, que, é bom lembrar, deveria ter direito a viver na região, mas com serenidade. Poderemos discutir sempre o “pecado original” com que o estado de Israel foi concebido, mas, passadas oito décadas, já deveria ser impossível cair nestas práticas próprias de um Hitler. Arafat ainda o quis, mas Israel nunca ajudou. E bem que o podia ter feito.   

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