Já não há a mais pequena dúvida de que Trump não quer ter nada a ver com a Europa. Têm os europeus alguma coisa a perder em passar a ignorá-lo completamente? Quanto à Ucrânia, vamos então delinear um plano de paz “diferente”. Deixar de “fazer de conta” que a Rússia não existe. Antes de combater Putin, ouvi-lo, e notificá-lo de que, doravante, quaisquer conversações serão, não com os EUA, mas com a Europa. Negociar com ele na base da cooperação, sem ameaças e sem preconceitos de superioridade moral. Partir do princípio de que quaisquer acordos estabelecidos são para cumprir (coisa que, ao que parece, não é possível fazer com Trump). Reforçar a própria defesa e, atendendo a que a NATO se “finou”, substituí-la por uma organização nova, declaradamente não ofensiva, com mecanismos semelhantes ao famoso artigo 5º. Tudo num ambiente de normalidade, sem nervosismos nem tiques que uma boa parte dos dirigentes europeus tem vindo a cultivar. E sem recorrer a rearmamentos desmesurados que, nas actuais circunstâncias, só resultarão em delapidar as finanças europeias em benefício da gula de Trump. A minha “receita” vai funcionar? Duvido, até porque nenhum dos “chefs” europeus terá coragem para a “cozinhar”.
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