terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

 

TEMPOS CONTURBADOS E PERIGOSOS


Não amainam as guerras que têm estado mais em evidência nos últimos tempos. A da Palestina, não é propriamente uma guerra. É mais um massacre, um genocídio, um crime contra a humanidade, uma vergonha.

As origens de uma e de outra, são bem conhecidas. Mais a da Palestina: décadas de humilhação daquele povo. Décadas de prepotência e violência de Israel. Décadas de golpes baixos, do vale tudo, como até Josep Borrel o reconheceu: dividir para reinar. O apoio dado ao agora renegado Hamas, para desacreditar a Autoridade Palestiniana, para expulsar à bala o povo palestino e evitar a solução dos dois Estados. A da Ucrânia nem tanto, porque a comunicação social dominante, omite-as.

Para além do golpe de estado de 2014, apoiado pelos EUA, seus aliados e a NATO e, conforme circula na Internet, veio agora mais uma voz insuspeita falar na que é talvez a principal causa.

“ O conflito na Ucrânia foi desencadeado pelos EUA e Reino Unido em 4 de abril de 2008 na cúpula da OTAN em Bucareste, quando prometeram a adesão de Kiev à aliança”. Quem o diz é o ex presidente da República Checa, Vaclav Klaus. E diz mais, diz que esteve presente na referida reunião, “estava lá e já sabia que era um erro trágico. Tentei opor-me a isso. Esta decisão foi forçada pelos EUA, apesar da oposição da maioria dos países participantes”.

Conforme o ex presidente checo, mesmo o então embaixador dos EUA, em Moscovo, William Burns, que alertou a liderança de que tal passo ultrapassaria todas as “linhas vermelhas” para a Rússia.

Tais declarações foram feitas à margem do Fórum Económico Mundial de Davos. No entanto, conforme o jornal Polaco, Mysl Polska, a maioria dos media “não notaram” essas declarações porque elas iam totalmente contra a propaganda antirrussa do Ocidente.

Ou seja, no tempo da União Soviética, o papão comunista é que era agitado, mas havia o chamado “equilibro do terror”. Agora é Putin que é diabolizado para tentarem manipular e interferir na potência do leste. Quem perde é a própria, e ainda mais, o resto da Europa.

E lá vão mais 50 mil milhões da UE para a Ucrânia, para alimentar a guerra. E dois ministro deste Governo em gestão, quais mainatos do império ianque, para adular o desacreditado Zelenski e prometer-lhe a reconstrução de uma escola.

Cá pelo Burgo, o estado em que o Governo/PS deixou o Ensino, o SNS, a habitação, a agricultura e outros, como as polícias (cuja luta agora tem aspetos pouco corretos e criticáveis. Agravados pela sua condição de forças militarizadas), gera um descontentamento que, esperemos, não seja um sinal para o próximo 10 de março como o que se passou nos Açores.

Mas a alternativa não é a recauchutada e velha AD de má memória. Muito menos o partido do demagogo e vendedor de banha da cobra,Ventura, que tudo promete sem dizer com que meios. O homem que diz ser contra o sistema. O filho dele, do PSD. Se este povo lhe desse oportunidade, seria um filho degenerado que agravaria ainda muito mais, o sistema que diz abominar.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE


PS- O presente texto foi escrito antes da anunciada morte de Alexei Navalny. Evidentemente que a morte provocada e confirmada de qualquer adversário político, é condenável. Mas, os hipócritas que até antes da confirmação dos referidos pressupostos, choram lágrimas de crocodilo pela sua morte, são os mesmos que têm deixado a saúde de Julian Assange degradar-se perigosamente na prisão e exigem a sua extradição. E, mais uma vez, vetam o cessar-fogo na Palestina, sendo coniventes com o hediondo massacre daquele povo.




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