BARACK
Obama é um providencial norte-americano que cedo sentiu a
necessidade de demonstrar isso mesmo, a todo o momento, já que não
é branco e, ainda por cima, nasceu em Honolulu, no Havai.
Caso
contrário, nem candidato poderia ser e, se o fosse, estava sujeito a
um fim semelhante ao de Luther King. E, se por qualquer confusão
dentro do eleitorado, fosse para a Casa Branca, o que o podia esperar
era um fim semelhante ao dos irmãos Kennedy. Daí que uma das suas
mais significativas cautelas, enquanto presidente, fosse uma arenga
hipernacionalista que fez na Academia de West Point, em 2014,
enaltecendo o ”excecionalismo americano” segundo o qual “os EUA
têm direito de governar o mundo”, direito adquirido com a Guerra
Fria.
Na
sua versão, explicitada aos futuros oficiais das forças armadas do
Tio Sam, “os EUA são e continuarão a ser a única nação
indispensável”, o que levou, anos depois, um coronel português
notável enquanto escritor e historiador, Carlos Matos Gomes, a
considerar (in Medium.com)
que, na Palestina ocupada, essa política é uma continuada guerra de
extermínio”, um “lento genocídio” que alimenta o projeto de
Israel num estado judaico , um estado racialmente puro, só para os
judeus, dado serem únicos arianos da região.
Como
eu não podia estar mais de acordo, também não vejo diferenças na
política norte-americana praticada no Médio Oriente e noutras
partes de mundo, com ou sem a NATO a servi-la.
A
verdade, porém, é que o moreninho Barack, cristão protestante como
tantos caçadores de índios de origem europeia, nem sempre se
comportou como o mais nacionalista dos norte-americanos e até se
dotou de um vice-presidente católico romano, Joe Biden, bem
conhecido pela teia de interesses em que se meteu, sobretudo na
Ucrânia, tal como Hunter, seu filho, encarregando-os de coordenar a
política da Casa Branca para essas partes do planeta mergulhadas em
guerras longas.
Confortado
com esta realidade, o primeiro ministro Netanyahu, com a justiça à
perna por vigarices várias e exibindo o seu desprezo pela ONU, a
pontos de agora até declarar o seu secretário-geral, António
Guterres, “persona non grata”, proibindo-o de entrar em Israel, e
marimbando-se para o Direito Internacional, afirmou na cerimónia de
posse do seu novo governo que “o povo de Israel tem o direito
exclusivo e incondicional a todas partes das terras de Israel” -
incluindo os Montes Golã (da Síria), bem como a Judeia e a Samaria
(territórios da Cisjordânia palestiniana) – e garantiu que
continuaria a instalar colonatos em terra palestiniana.
Também
ao apresentar publicamente o último relatório submetido ao Conselho
dos Direitos Humanos da ONU, reunido em Genebra, a relatora especial
da ONU Francesca Albanese acusou Israel de haver “transformado os
territórios palestinianos ocupados numa prisão a céu aberto, na
qual os seus habitantes são permanentemente confinados, vigiados e
punidos (…), considerados culpados de crimes não provados”, num
processo de “encarceramento em massa”, além de submetidos a
“bloqueios, muros, infraestruturas segregadas, postos de controlo e
colonatos que cercam as suas cidades e vilas, centenas de
autorizações burocráticas e uma teia de vigilância digital que
empurram cada vez mais os palestinianos para uma continuidade
carcerária, através de enclaves controlados”.
O
que eles aprenderam com Hitler… E como gostam de o imitar!
Talvez
seja de recordar que os EUA de Obama estão na Europa, na América
Latina, no Médio Oriente e na Ásia com bases militares que servem
para impor as suas “regras”, sendo que os dois partidos
alternantes no poder dependem dos fundos provenientes da indústria
bélica para financiarem as suas campanhas eleitorais. E são
pressionados pelos fabricantes de armamento, sabendo Obama, tal como
os seus antecessores e sucessores, que desafiar o a economia de
guerra permanente significa ser-se rotulado de antipatriota.
Manda
o tal “complexo militar industrial” e o resto são cantigas.
Contou
o monstruoso e insigne Brzezinski, um governante americano ex-polaco,
que os EUA investiram cinco a seis milhões de dólares a empurrar a
URSS para o Afeganistão, revelando que o grande democrata James
Carter assinou a primeira diretiva para ajuda secreta aos oponentes
do governo de esquerda do Afeganistão, organizando, armando,
doutrinando e financiado os talibãs e outros grupos terroristas
formados em diversos países.
O
resultado foi mais de um milhão de mortos e o hediondo retrocesso
civilizacional a que estamos a assistir.
Neste
momento as mulheres até já são proibidas de aprender a ler e
escrever.
O
prof. Daniel Bessener (Universidade da Washington) estudou os feitos
mais marcantes do “século americano” e apurou que os EUA,
durante a Guerra Fria, impuseram “modificações de regime no Irão,
Guatemala, República Democrática do Congo, Guiana Britânica,
Vietname do Sul, Bolívia, Brasil, Panamá, Indonésia, Síria e
Chile, matando Lumumba e Allende.
Gabriel
Rockhill, por sua vez, afirma que os EUA são o único país que, nos
tempos recentes, “se esforçou para derrubar mais de 50 governos
estrangeiros; estabeleceu uma agência de inteligência que matou
pelo menos 6 milhões de pessoas nos primeiros 40 anos da sua
existência; desenvolveu uma draconiana rede policial-vigilante para
destruir quaisquer movimentos políticos domésticos que desafiassem
o deu domínio; construiu um sistema de encarceramento em massa que
tem detida uma percentagem da população maior do que qualquer outro
país do mundo e que está inserido numa rede global de prisões
secretas e regime de tortura.”
O
historiador Paul Thomas Chamberlain calcula que pelo menos 20 milhões
de indivíduos morreram em conflitos da Guerra Fria, o equivalente a
1 200 de mortes por dia, durante 45 anos”, cita o prof. António
Avelãs Nunes em “Este É o Tempo dos Monstros”.
Acho
que chega de estatísticas e de notícias de necrotério.
Fiquemos
por aqui.
“O
Massacre dos Inocentes”, segundo Rubens. Ordenado por quem? Por
Herodes, um rei judeu ao serviço do Império Romano. Hoje, o que era
mais certo era que ele se chamasse Netanyahu, visto que é o Sacro
Império Romano-Americano que o atual mostrengo judeu está a servir.
Embora nem sempre pareça…
Carlos
Coutinho