quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Da importância de saber liderar

 

A luta dos bombeiros profissionais por melhores condições para o exercício das suas duras tarefas tem revelado, a meu ver, uma deficiente liderança, que culminou agora no triste espectáculo que deram junto à sede do Governo, dando motivo aos negociadores da parte deste para suspender os trabalhos; de facto, aqueles bombeiros deviam ter presente que não basta ter razão, que tão importante como ter razão é saber não perdê-la, e não foi isso que aconteceu, levando para as negociações um bando de arruaceiros, com artefactos que não têm cabimento em tal situação.  

 

Assim, não chocará ninguém com algum sentido das proporções a decisão tomada por quem governa, porque não é aceitável, em democracia, alguém querer resolver seja o que for à força bruta, sobretudo tratando-se de gente de quem se espera alguma contenção e disciplina, cívicamente obrigada a transmitir às populações uma imagem totalmente oposta àquela que deixaram...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

 

MANIPULAR PARA CONDICIONAR E REINAR


Vou com frequência a Lisboa de comboio que em horas de ponta, anda à cunha. Há um pormenor que salta à vista. Com certeza, será comum a outros transportes coletivos e não só; é muito raro ver-se uma pessoa a ler um jornal. E livros, embora mais vulgar, mas também muito pouco.

“Ler jornais é saber mais”. Lembram-se do slogan? Claro que era publicidade aos jornais, mas é verdade. Portanto, agora que quase não se lê, sabe-se menos. Também podem ser lidos na Internet. Mas também aí, não será uma reduzida minoria que o faz?

A informação/formação é fundamental para a democracia. Daí, os (dois) partidos que se alternam sucessivamente no poder. Daí, a desilusão que dá ouvidos à demagogia e ao populismo de outras versões desses partidos. Sobretudo a pior delas; a da extrema direita.

A televisão e a rádio, não substituem os jornais. Muito menos as redes sociais onde abunda a palha e o lixo.

Quem ganha com isso são os beneficiários do sistema. A minoria que condiciona a esmagadora maioria. Que a manipula através dos órgãos de (des)informação que controla.

Os exemplos são mais que muitos. Ainda no meu penúltimo artigo de opinião dei um sobre a manifestação da CGTP ininterrupta do Cais do Sodré ao Rossio. A Renascença e a SIC-Notícias, disseram que foram mais de mil pessoas. É verdade! Mas a ideia com que se fica com mais de mil, é que seriam mil e tal, mil e poucas. Foi essa ideia que quiseram transmitir para desvalorizar, para lhe retirar importância. Outro exemplo recente: no programa “Consulta Pública” da Anyena1 de quarta-feira passada sobre a guerra na Ucrânia, os cinco convidados disseram resumidamente todos a mesma coisa: que Putin é o mau da fita, que invadiu a Ucrânia e que tem de lá sair a bem ou a mal. Se não sair a bem, a guerra tem de prosseguir.

Qualquer órgão de informação, ainda por cima público, deve ter um mínimo de isenção e pluralismo. Numa matéria tão importante, não houve minimamente essa preocupação. Os ouvintes ficam apenas com uma opinião. E isto é condicioná-los. Manipulá-los.

Não houve antecedentes? Não havia já 15 mil mortos? O aliado dos EUA, da NATO, da UE, o democrata dos quatros costados que ilegalizou todos os partidos ucranianos com exceção do seu e outro da extrema direita, o aliado dos que podiam ter evitado a guerra ou que já podiam ter acabado com ela diplomaticamente, por exemplo, através dos Acordos de Minsk, não impediu, pela força, a justa reclamação da população do Donbass à sua autodeterminação através de um referendo?

Não é para condicionar, manipular, que não convidam outras personalidades? Por exemplo, ex militares de alta patente bem informados e até com experiência no terreno, ou civis! Gente também com muita informação e formação. Há diversos. Como exemplo, por ser bem conhecido dos leitores deste jornal (e a nível nacional) até porque já foi diretor convidado dele, Viriato Soromenho-Marques, que tem insistido nos perigos deste conflito se não acabar como deve ser; diplomaticamente.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE





segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

OE25 é contra a Constituição!

O Orçamento do Estado (OE25), é um manancial de injustiças fiscais, sendo aprovado com a abstenção do partido dito socialista, tem disparidades que viola grosseiramente a Constituição da República Portuguesa e os direitos dos cidadãos. A Constituição é clara: ''a tributação do consumo deve onerar os consumos de luxo'', no entanto, a estadia num hotel de luxo paga IVA à taxa de 6%, o material escolar é sobrecarregado em 23%(!). Quem tem casa a pagar ao banco, paga imposto municipal sobre imóveis, apesar de não ser sua ainda.... Mas a EDP não é colectada pelas barragens nem a ANA é tributada em IMI pelos aeroportos.... Apesar da Constituição ser taxativa: « a tributação deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos»! As iniquidades do OE25, são mais que muitas e, a obrigação do presidente da República é vetá-lo!

Movimento

 

QUANDO O DESCANSO CANSA

 

Fico tenso quando não faço nada

Mesmo que não seja por muito tempo

Que a gente precisa de movimento

Sem o que vai ficar ancilosada.

 

A gente que anseia ser jubilada

Por para o que faz já não ter alento

Depressa vai ter outro sofrimento

Se ficar por muito tempo parada.

 

É que manter sempre activa atitude

Já revelou ser bom para a saúde

Seja a parte física como mental;

 

A gente que andar bem esclarecida

Sabe valorizar a vida activa

Porque a inactividade lhe faz mal...

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 1 de dezembro de 2024

 

AGRESSORES


Mal tomou posse como presidente do Conselho Europeu, António Costa, foi de imediato reafirmar o apoio da UE ao democrata dos quatro costados, o homem que ilegalizou todos os partidos do seu país à exceção do seu e de outro da extrema direita. O democrata dos quatro costados, que inviabilizou com um banho de sangue (15 mil mortos) a justas aspirações da população russófona do Donbass à sua autodeterminação e que posteriormente, alinhando com os seus protetores da UE e dos EUA, rasgou os acordos (de Minsk) que previam tal decisão. O democrata dos quatro costados, que dá guarida a descendentes de nazis confessos, como Stepan Bandera.

Costa, afirmou à sua chegada a Kiev, que a UE continuará a dar todo o apoio possível à Ucrânia, incluindo o militar, para que esta consiga a paz. Mas não uma paz qualquer! “A paz que não beneficie o agressor”.

Portanto, para os que advogam a continuação da guerra, estamos conversados quem só para eles são os agressores.

Entretanto, o “democrata dos quatro costados”, já não se importa que o Donbass determine o seu futuro, desde que se concretize o que desde há muito, implora: a entrada da Ucrânia para a NATO.

Como resposta à decisão dos principais interessados nos objetivos da guerra de fornecerem misseis de longo alcance, o Governo de Putin, responde com uma amostra da novíssima série de mísseis Oreshnik.

Eis algumas características destes mísseis: são ultrassónicos (3 quilómetros por segundo), podem transportar 6 ogivas (convencionais ou nucleares), são de uma precisão total e, até agora, nada os consegue intercetar.

Como exemplo, o jornalista brasileiro Pepe Escobar, no seu canal do YouTube, Pepe Café, diz que apenas uma dessas ogivas convencionais, pode reduzir a escombros, num raio de 2 quilómetros, a sede da NATO em Bruxelas.

Portanto, como se constata, temos a continuação da guerra na Ucrânia, na Europa, assegurada. Até quando e quais os resultados, veremos! Mas podemos (ou não?) imaginar.

Francisco Ramalho