Recentemente foi exibido na RTP2 uma série documental «Capitalismo Americano: o culto da riqueza», podendo concluir-se que a elite capitalista americana tem como objectivo: enriquecer muito e cada vez mais, não pagar impostos e determinar o rumo político a nível interno e externo.
Os
convidados das primeiras filas na tomada de posse do presidente Trump,
confirmaram a importância da oligarquia capitalista na eleição do presidente
dos E.U.A. (os donos da Amazon, Apple, X, Google, Meta, etc.).
Refira-se
que os apoios financeiros à campanha eleitoral de Trump/Partido Republicano (da
ordem doa 1,1 milhões de dólares) foram ultrapassados pelos apoios financeiros
ao Partido Democrata (1,5 milhões de dólares), mesmo depois de terem obrigado à
desistência de Biden e à sua substituição por Kamala Harris.
A derrota do
Partido Democrata e de Kamala Harris nas eleições dos E.U.A., está ligada à
vida difícil de muitos americanos com o custo de vida, às dificuldades na
saúde, educação e habitação, ao aumento dos níveis de pobreza e mesmo miséria, o
agravamento de desigualdades, o que provocou muito descontentamento e abriu
mais as portas ao populismo, além de poder também estar associada à
substituição tardia e um pouco rocambolesca de Biden e a alguma dose da machismo
e racismo, por Kamala Harris ser mulher e negra.
Não deixa de
ser incompreensível, que na democracia liberal americana considerada de cinco
estrelas pela maioria da comunicação social e dos seus comentadores, exista um
sistema eleitoral desactualizado, com defeitos e incongruências, uma
significativa taxa de abstenção e também com uma justiça a não impedir Trump de
se candidatar, face ao envolvimento em muitos processos judiciais e algumas
condenações.
O resultado
das eleições presidenciais americanas, com todo o seu folclore de quatro em
quatro anos, reduzido a candidatos dos dois partidos (democrata e republicano)
e ignorando outros, não põe em causa o sistema capitalista e o seu controlo do
poder político.
É usual
dizer-se que nos E.U.A. mudar um presidente democrata por um republicano, e
vice-versa, é virar o disco e tocar a mesma política, com ligeiras notas
diferentes, sobretudo a nível interno. Até que ponto a eleição de Trump, com um
grande e descarado envolvimento e aparecimento dos super ricos e escancarando
portas à extrema-direita política, vai alterar o que tem sido habitual? As
declarações de Trump, já depois de eleito, e as primeiras e teatrais medidas
são um sinal negativo, com ameaças, incertezas e provocando preocupações.
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