Foi lindo de ver e ouvir, numa cerimónia religiosa a que assistiu com a comandita toda, esperando talvez ser servilmente enaltecido daquele púlpito, como o grosso dos predicadores daquela congregação fazem, a celebrante dizer no focinho do pretenso cristão e salvador da América, serena e respeitosamente, aquilo que não deve deixar de ser-lhe lembrado constantemente, que a América se construíu e constrói com imigrantes, que são eles que levantam as suas casas, que apoiam os americanos nos mais diversos serviços, que semeiam os seus campos e fazem as colheitas, não podendo ser ofendidos como criminosos só por serem imigrantes, assim como lésbicas e gays, transversais nas familias americanas, republicanas ou democratas.
Claro que ninguém esperaria daquela grotesca figura, que foi ali apenas para se exibir como cristão, a humildade de agradecer à bispa que presidiu a cerimónia as palavras que lhe dirigiu, muito menos que dissesse que foram palavras inspiradoras, porque o “ todo lo pode e todo lo manda” não recebe lições de ninguém; de facto, o retrato da figura é mesmo aquele que deixou expresso na sua plataforma pessoal, a que chama “verdade”, insultando a senhora ao seu verdadeiro estilo, por não ter sido capaz de suportar a verdade...
Amândio G. Martins
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