sexta-feira, 27 de setembro de 2024

O presidente no seu labirinto

 

Sendo o primeiro responsável pela actual situação, o “venerando” chefe de Estado mostra-se preocupadíssimo com o Orçamento para o próximo ano, augurando que choveriam picaretas se os partidos não chegassem a um entendimento, para evitar governar por duodécimos, não lhe restando outra saída que não sejam novas eleições; de facto, como o resultado de ter dissolvido o anterior Parlamento, sem nada que a isso o obrigasse, deu numa governação muita palavrosa mas com acção pífia – governar só é fácil em campanha eleitoral, onde se resolve tudo de uma penada - além de ter feito crescer a vozearia neonazi, este a cada dia mais desacreditado presidente deve andar a rezar a todos os santinhos da sua devoção para que os partidos cheguem a um acordo.

 

Entretanto, mesmo sabendo-se seguros por arames, os actuais detentores do poder insistem em falar grosso, intransigentes, ao mesmo tempo que acusam de intransigência infantil aqueles com quem precisam negociar, tentando que o odioso de eventuais novas eleições seja pago pelos adversários, na mira da tão desejada maioria absoluta, que só é negativa quando são os outros a alcançá-la...

 

Amândio G. Martins

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