Ninguém de bom senso dirá que a NATO é a responsável directa pela catástrofe que atingiu a Líbia. Mas sabendo-se que foi exactamente a deposição e subsequente assassinato de Muammar Kadhafi, nas circunstâncias conhecidas, que conduziu o país a um estado de plena disfuncionalidade, desviando para a guerra intestina entre dois governos antagonistas os esforços e os fundos que deveriam ser canalizados para a segurança e o desenvolvimento da população, temos de concluir que o ciclone “Daniel”, obviamente inevitável, talvez não tivesse produzido tragédia com tal intensidade. Bastaria que as duas barragens que cederam à força das águas tivessem tido manutenção adequada, coisa que, há vários anos, a escassez de recursos não permitiu. Admitindo uma grande dose de especulação, será legítimo perguntarmos se os interesses imediatos do Ocidente, com a “purificação” da Líbia, expurgando-a de um ditador, valeram a pena perante o país falhado que lá ficou no seu lugar. Na alta geopolítica, ninguém pensa no médio-longo prazo?
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Efeitos ao retardador
Expresso - 22.09.2023
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