A “borboleta” que bateu as asas na Eslovénia originou um furacão em Palmela. Tudo começou numa fábrica fornecedora do grupo Volkswagen, inundada pelas forças da natureza, que ficou impedida da fabricação de determinada peça indispensável à cadeia de produção. Sem a peça, nem solução alternativa, a Autoeuropa vai enviar para layoff alguns milhares dos seus trabalhadores.
Qualquer espírito menos avisado diria que o “sistema” está mal concebido, porque uma adversidade localizada se repercute de forma praticamente incontrolável em várias geografias, a milhares de quilómetros, levando prejuízos incalculáveis aos accionistas e aos PIB’s dos países afectados que, na altura própria, certamente incentivaram os investidores.
A verdade, porém, é que a ocorrência só vem demonstrar a eficiência do “sistema”, como se pode comprovar pelo facto de esses prejuízos terem sido “devidamente” redirecionados para os trabalhadores, assim se poupando perdas aos detentores do capital. Se o “sistema” tivesse sido concebido para o bem comum, talvez a Volkswagen não se tivesse colocado numa situação de vital dependência de “uma peça”.
A maximização do lucro acaba por ser garantida pelos trabalhadores do grupo por esse mundo fora. E ainda se pensará que o “sistema” está mal concebido?
Não foi à toa que se fez economista humanista...
ResponderEliminarNão creio que essa categoria ainda exista… se é que alguma vez existiu. Hoje, parece-me, o ensino da economia resume-se à optimização dos recursos e atribuí-los a quem “merece”. O problema está na definição e composição deste grupo. Como diria a “outra”, manda quem paga.
EliminarNo estudo da produção, salvo o gravíssimo problema da sustentabilidade, a “coisa” vai funcionando. Na distribuição é que “a porca torce o rabo”.
É que não estou a vê-lo no grupo dos "Chicago boys", de Milton Friedman...
ResponderEliminar