Decerto que não serei o único, mas é raro o nortenho, sobretudo minhoto, que não goste de foguetes por tudo e nada, daí que tenham, desde sempre, proliferado as fabriquetas onde eles são feitos, com os efeitos feéricos e potência explosiva mais diversa, artesanatos esses que vêm passando por grave crise, dadas as restrições de toda a ordem que lhes têm sido impostas, pelo perigo de incêndio que em muitos casos constituem, como pelo ruído cada vez menos tolerado, que em algumas romarias mais tradicionais chegava a ir pela madrugada dentro, só que os espaços rurais se foram tornando cada vez mais urbanos.
Estão a decorrer em Ponte de Lima as centenárias “Feiras-Novas” que, desde sempre dedicadas à Senhora das Dores, de religiosidade têm apenas a procissão do último dia, mas a que só uma ínfima parte da gente que aqui acorre prestará atenção, descontando os devotos locais de sempre; e desde miúdo que me lembro do grande foguetório que sempre fez parte indispensável do programa, começando com umas “morteiradas” de alvorada, cujo estouro troava pelo concelho todo, e depois, entrando pela madrugada , com o artifício a que chamávamos “fogo de vista”.
Todavia, a festança deste ano começou na quarta à noite, com o ligar da iluminação artística, e ainda não ouvi um único estouro, o que a mim parece bem; tal como já houve na Trofa, em pleno centro da urbe – não sei que terá acontecido lá com os foguetes - tendo como padroeira a mesma santa, também estão programadas, a seguir, as da Póvoa de Varzim, cujo presidente da Câmara negou autorização para foguetório, alegando que a Póvoa não é mais uma aldeia, havendo na envolvente da festa um hospital e um lar, que não podem ficar sujeitos à perturbação do sossego dos seus utentes.
Amândio G. Martins
Aqui na Trofa continuam as "morteiradas" e os simples foguetes com apenas ruído, o que - espera-se - tenha sido a última vez. O fogo de vista, ou de artifício, é, na minha opinião, sempre um regalo para os olhos. Mas, o que mais sobressaiu nestas Senhora das Dores, foram as atuações da Banda de Música da Trofa. Está de volta aos tempos áureos da década de 70, altura em que ganhou o título de melhor Banda Sinfónica de Portugal. Simplesmente arrasadora!
ResponderEliminarCirandava por aí nesses remotos tempos e lembro-me muito bem dessa vitória; todavia, tanto quanto ainda me recordo, ela não foi pacífica, tendo sido contestada por uma concorrente, julgo que de Fafe, o que levou Jota Serra, no então canal único da RTP, a defender a justeza do prémio, criticando a que não soube perder...
ResponderEliminarTal e qual.
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