Curvo-me perante a memória daquele moço americano que foi abatido por tentar livrar o mundo de uma aberração, ao mesmo tempo que lamento que os figurões do “national rifle”, de que o indivíduo alvejado tem sido um dos grandes apoiantes, não tenham podido experimentar o próprio veneno, seguro de que não será mais esta cena que os demoverá de defender e promover a venda de armas como se fossem bens inofensivos e de primeira necessidade.
Ouvi alguns colegas de escola do rapaz, e todos falaram bem dele, que era um moço pacato, respeitador, inteligente e estudioso, que se isolava um pouco porque era acossado pelos broncos que não gostam de gente como ele; e deixou-me a ideia de ser alguém corajoso, que pensava, que não fazia as coisas à toa, ou teria feito como tantos outros que, para se vingarem do ambiente hostil a que os sujeitavam, entraram na escola a disparar a eito. Que em paz descanse...
Amândio G. Martins
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