Carlos
Paredes nasceu a 16 de Fevereiro de 1925, em Coimbra e morreu em 23 de Julho de
2004, em Lisboa.
Carlos
Paredes começou a tocar guitarra aos 4 anos, naturalmente por influência de seu
pai, o guitarrista Artur Paredes, grande mestre da guitarra de Coimbra. A sua
família mudou-se para Lisboa, quando ele tinha 9 anos, onde concluiu a
instrução primária e frequentou o liceu e o Instituto Superior Técnico. Em 1949
foi admitido como funcionário administrativo do Hospital de S. José, que foi a
sua profissão durante toda a vida.
Filiou-se no
Partido Comunista Português (PCP) em 1958, tendo sido preso, e antes de ir a
julgamento passou 15 meses no Aljube e em Caxias, sendo depois condenado a 20
meses de prisão, 3 anos de suspensão de direitos políticos e expulso da função
pública. Só após o 25 de Abril de 1974 seria reintegrado como funcionário no
Hospital de S. José.
Um texto que
escreveu, sobre o espectáculo e concerto que organizou para a Festa do Avante
de 1977, «Escola e mestres que o povo criou», espelha a sua sensibilidade
social, cultural e política: «Entre nós, na maior parte do País, empobrecido, o
povo trabalhador, quando quer divertir-se, tem de inventar e construir, à custa
da sua imaginação e dos seus braços, as diferentes formas de o fazer. Não há
muito quem lhes queira preparar e exibir mesmo a troco do dinheiro que ele não
possui. Daí que divertimento signifique, entre gente simples, associar a
alegria ao trabalho, à criação, à inteligência, à experiência profissional, às
vivas tradições populares. Isto basta para que a festa, no seu pleno sentido
popular, seja como um vastíssimo ponto de encontro dos trabalhadores com a
cultura por eles próprios criada ou adoptada».
Carlos
Paredes foi um dos mais importantes instrumentistas de guitarra e criadores do
século XX. A sua criação e interpretação influencia e é um modelo para muitos
guitarristas, bem como é importante no ensino especializado da guitarra
portuguesa. Criou música para teatro, dança e cinema com impacto artístico,
destacando-se a composição para o filme «Verdes Anos» de Paulo Rocha, em 1963.
Carlos
Paredes teve uma presença assídua na Festa do Avante, em outros espectáculos e
convívios do PCP, colectividades e encontros de trabalhadores, ao mesmo tempo
que actuava nas grandes salas mundiais de espectáculo. Apresentava-se como um
comum funcionário público e recusando tentativas de o rotular como génio. A sua
participação e militância activa no PCP foi permanente enquanto viveu. Entre as
várias iniciativas comemorativas do centenário de Carlos Paredes, o PCP também
organiza algumas sobre o lema «O Povo e uma Guitarra».
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