Numa visão muito simplista (carregando, consequentemente, uma dose de perigosidade inerente a todos os simplismos), o que está a acontecer relativamente às negociações de paz no caso ucraniano é o que teria acontecido há quase três anos, se Zelensky não tivesse sido “impedido” por Boris Johnson de aceitar solução muito parecida, com mirabolantes promessas que devia saber não poder cumprir. Entretanto, somaram-se milhares de mortes e uma destruição completamente inúteis e desnecessárias. Talvez possamos perguntar se há “responsáveis” por esses demolidores e, repito, desnecessários efeitos. Em primeira linha, temos Putin, o invasor, que podia ter ignorado as ameaças, reais ou percepcionadas, da aproximação da NATO ao seu país. Depois, Zelensky, o ingénuo perseguidor de sonhos de heroísmo “churchilliano”? E Johnson, o “aldrabão” festeiro, com medo de um míssil russo a cair em Hyde Park? Os governantes europeus que se entusiasmaram com as próprias bravatas e confiaram as suas políticas nacionais aos falcões da UE e da NATO? Se fosse crente, eu diria: que Deus lhes valha a todos.
Expresso - 21.02.2025
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