O VALOR DE PINTO DA COSTA
Todos os noticiários e telejornais abrem com a notícia da morte de Pinto da Costa. Ontem à noite, os canais generalistas de televisão transmitiram em simultâneo programas referentes ao assunto. Assim como, pelo menos, a que ouvi, a rádio pública, Antena1. Vai ser assim pelo menos até ao momento, amanhã do seu funeral. O primeiro ministro e o presidente da República já se referiram ao assunto, e não apenas para transmitirem condolências à família. Ambos lhe fizeram os maiores elogios. Marcelo afirmou mesmo que PC levou o nome de Portugal além mundo.
Perante esta barragem mediática, evidentemente que a questão que se coloca é esta: terá assim Pinto da Costa tanto valor? E a resposta é positiva. Tem. Mas tem para quem? Para os denominados, e bem, donos disto tudo (DDT) e para os seus representantes políticos: PS, PSD, CDS, e novas ramificações; Chega e IL.
Sem tirar importância ao futebol como modalidade desportiva, quem é que pelo menos até à juventude não jogou à bola? Portanto, é uma modalidade interessante de se praticar e de se ver praticar. Principalmente, evidentemente, quem o saiba fazer bem. Daí a importância que os DDT e os seus agentes políticos através dos media que controlam, lhe atribuem. Foi assim no tempo da outra senhora, e é assim no tempo desta. Um poderoso fator de alienação de massas. Enquanto se entretêm com o futebol, não pensam na triste vida que os DDT lhes impõem, nem, principalmente, na forma como darem a volta a isso.
Portanto, PC, mais de 40 anos como dirigente máximo de um dos três grandes clubes de futebol e ainda por cima carismático e polémico, tem todo o valor para os DDT e seus agentes.
Vejam lá se, por exemplo, Carlos Paredes, teve este destaque aquando da sua morte! Nem uma milésima parte. E esse sim! É efetivamente um génio. Um homem, cujos acordes da sua guitarra, por exemplo de “Os Verdes Anos”, ouvidos em qualquer parte do mundo, não nos remetem logo aqui para o nosso cantinho? Não despertam imediatamente a nossa Alma Lusa? Isso, que de sublime, nos distingue como povo. Agora no centenário do seu nascimento, tem tido comemoração condigna. Mas na sua morte, nem pouco mais ou menos! Ainda por cima, comunista!…
Pinto da Costa, sim! Todo o destaque.
Francisco Ramalho
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