terça-feira, 20 de janeiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 48


nota – poema concebido antes de outubro de 1988

Ninguém está só

É difícil estar-se só
Mesmo que muito se queira
Por exemplo ao nascer
Nasce-se da mesma maneira.
E mesmo quando se morre
O acto em si é igual
Por muito que se altere
Não é em si desigual;
Como também no infortúnio
Todos sofrem ‘igual’ dor
Caminhando na desgraça
Cheios de igual pavor.

São batalhões de soldados
Voluntários sem querer
Sós estão na desventura
E nos degraus do sofrer.

Já nos prazeres da vida
Os batalhões são menores
São os menores na tristeza
E nos prazeres os maiores.

Todavia neste campo
A solidão não está só
Só solidão eu vislumbro
Faz-me pena e também dó.


José Amaral

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