segunda-feira, 29 de maio de 2023

no centenário de EUGÉNIO DE ANDRADE

 


Eugénio de Andrade nasceu no Fundão, na aldeia de Póvoa de Atalaia, a 19 de Janeiro de 1923 e morreu no Porto em 13 de Junho de 2005. O seu verdadeiro nome era José Fontinhas Neto, que utilizou o pseudónimo literário de Eugénio de Andrade.

Depois duma breve passagem por Castelo Branco, passaria a residir com sua mãe em Lisboa, a partir de 1932, onde efectuou os seus estudos no liceu Passos Manuel e na escola técnica Machado de Castro.

A vocação literária de Eugénio de Andrade começa a revelar-se por volta dos 13 anos, publicando aos 16 anos o seu primeiro poema intitulado «Narciso», a partir do qual começou a assinar os textos com o pseudónimo que adoptou. Em 1942 publicará o seu primeiro livro «Adolescente». «As Mãos e os Frutos», de 1948, é um dos seus livros mais emblemáticos.

Profissionalmente exerceu funções no Ministério da Saúde, sendo colocado como inspector administrativo em 1950 no Porto, vivendo nesta cidade até ao fim dos seus dias. No Porto conheceu o editor José da Cruz Santos, que publicaria grande porta da sua obra na editora Inova.

Eugénio de Andrade faz parte dum grupo de poetas (Sophia de Mello Breyner, Natália Correia, Jorge Sena, Ramos Rosa), que tinham em comum, com maior ou menor expressão, a sua oposição ao regime fascista. Após o 25 de Abril de 1974 assume um posicionamento político de apoio à Revolução de Abril e suas conquistas.

Eugénio de Andrade, além de grande poeta, foi tradutor de Garcia Lorca, das Cartas Portuguesas (atribuídas a Mariana Alcoforado). Teve muitas distinções, como o Prémio Camões (2001), Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), entre outros. Foi condecorado como Grande Oficial da Ordem militar de Santiago de Espada de Mérito Científico, Literário e Artístico (1982) e Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1989). 

Eugénio de Andrade considerava o seu trabalho poético equiparado ao ofício de pedreiro, profissão que era do seu avô, segundo as suas palavras: «ele usava o granito como material, as suas casas ainda estão de pé; o neto trabalha com poeira, sem nenhuma pretensão de desafiar o tempo». Apesar do seu grande prestígio, sempre viveu um pouco afastado da vida social e mundana.



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