segunda-feira, 22 de maio de 2023

Da complexidade das pequenas coisas


Se bem que haja quem pense que o espaço dedicado às “Cartas ao Director” não passa de um desperdício perfeitamente desnecessário, acontecem por vezes publicações que demonstram que delas se pode tirar grande proveito. Foi o caso da carta da autoria de José Cavalheiro, estampada no PÚBLICO de 20 de Maio, pela qual tomei conhecimento de um “pormenor” sem grande importância à primeira vista, mas que pode conter um elemento relevante para análises a vários níveis, incluindo o sociológico. Fiquei a saber que, em 2013, na Ucrânia, as autoridades aproveitavam a oportunidade da renovação dos documentos de identificação dos habitantes de origem russa para lhes mudarem o nome, certamente por “ucranização” ou “desrussificação”. A menos que o “pormenor” me tenha passado despercebido, julgo que nunca qualquer órgão de comunicação social deu conta desse facto, não obstante os oceanos de tinta que já se gastaram em infindável “literatura” sobre a guerra da Ucrânia e os seus antecedentes. O “imperialismo” de Putin, profundamente condenável, como todos os outros que vão acontecendo por esse mundo, não se pode explicar por coisa tão insignificante, mas a realidade, de facto, é uma conjugação infinita de pequenas circunstâncias, quase todas importantes.

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