domingo, 31 de março de 2024

 

BOA PÁSCOA


Celebra-se hoje a ressurreição de Cristo. É isso que é a Páscoa.

Não sei de Cristo ressuscitou ou não. Hoje também ninguém sabe. Só os seus conterrâneos e contemporâneos, o souberam. E os crentes que acreditam que sim. Como não sou crente, nem deixo de o ser, sou agnóstico, não sei se Cristo Ressuscitou.

Numa coisa creio: é que Jesus Cristo foi um homem bom. Foi um revolucionário e um patriota. Por isso, pagou com a vida a sua solidariedade para com os famintos, as vítimas dos poderosos e insensíveis, e contra o domínio de Roma sobre a sua pátria, a Palestina.

Portanto, neste sentido, como admirador de Cristo, sou cristão.

Assim, desejo uma boa Páscoa a todos os que, tal como Jesus Cristo, se interessam não só pelos seus familiares e amigos, mas, pelo menos um pouco, pelo menos que se lembrem, também dos famintos, vítimas dos poderosos, e dos muitos milhões, vítimas da exploração, da hipocrisia e das guerras movidas pelos poderosos e pelos fanáticos religiosos ou outros.

Entre tantos exemplos, atentemos no que se passa hoje na terra, na pátria, de Cristo, a Palestina. Portanto, aos poderosos e aos hipócritas, não lhes basta já quase 40 mil mortos, a grande maioria, mulheres e crianças, não lhes basta já, como ouvi dizer a um médico nosso compatriota; estão a morrer lá, à fome e por falta de assistência, cerca de 250 pessoas por dia. Mais uma vez, a maioria, mulheres e crianças. Ou como alerta a Organização Mundial da Saúde, que para salvar vidas, é imperioso transferir e socorrer milhares de doentes. Não lhes basta os apelos, nomeadamente, de António Guterres, do Papa Francisco, de Lula da Silva e de milhões que se manifestam um pouco por todo o mundo.

Não lhes basta aos que mandam e aos que diretamente continuam a fazer a guerra, a cometerem um genocídio, e aos hipócritas que os continuam a apoiar e a não os condenar.

Aos meus familiares e amigos e aos acima referidos,

BOA PÁSCOA!

Francisco Ramalho



sábado, 30 de março de 2024

Populistas, precisam-se


Entre todas as “explicações” para o estrondoso êxito eleitoral de André Ventura, importa destacar uma que me parece fundamental: o monopolismo que ele exerce sobre o mercado à sua disposição. Não que não existam muitos outros populistas, embora a maioria deles se acobertem, para já, no Chega. Valha a verdade, também, que o talento, a inteligência e a desfaçatez de Ventura, inegáveis, não se encontram por aí ao desbarato. Estou convencido, no entanto, de que, quando começarem a aparecer outros mentores intelectuais do vazio mental até aqui ocupado pelo Chega, a “chama” começará a esmaecer. Pode ser que, à falta de melhor, dentro do partido se encontrem “ideólogos” que se julguem pelo menos tão capazes como Ventura de pesquisar e arrebanhar as “pepitas de ouro” que se transformarão em chorudos votos em próximas eleições. Saiam da toca, desertem, e formem novos partidos populistas, vão à luta, que o vosso partido é que será o “autêntico”! E quanto mais depressa melhor, não se acanhem. 


Público - 31.03.2024

sexta-feira, 29 de março de 2024

Terroristas


1 Há duas qualidades terroristas: há aqueles que atiram as bombas à mão e há aqueles que as atiram de avião.
O resultado prático é o mesmo com uma diferença é que agora vemos o mundo solidário com a população de Moscovo, mas a população de Moscovo nunca se mostrou solidária com a população da Ucrânia, na mesma vítima de terrorismo continuado já lá vão dois anos.
:2 Cobardes e sádicos.
Uns e outros são covardes que atacam populações civis, mas no caso de Israel são também sádicos, pois se um terrorista apeado se refugia num prédio, o terrorista  que está a bordo do avião manda tudo abaixo.
Ando a ler um livro editado pela universidade de Lisboa das cartas que dois prémios Nobel Judeus (Max Born e Einstein) trocaram, cuja leitura recomendo ao Sr. embaixador de Israel
Transcrevo e faço minhas as palavras de Max Born em 22 Maio de 1948.
« Caro Einstein fiquei muito triste quando os judeus começaram eles próprios a fazer uso do terror e mostraram que tinham a lição com Hitler».
3 Dia mundial do terrorismo.
Como há dias para isto e para aquilo também deveríamos escolher uma data para lembrar este flagelo.
Datas não faltam, mas eu escolheria 9 Agosto de 1945 dia em que foi lançada a  bomba atômica sobre Nagasaki, uma vez que a que tinha sido lançada sobre Hiroxima tinha como justificação acelerar o fim da guerra.
Com esta bomba efectivamente o Japão ficou de rastos, logo a 2ª  bomba Foi terrorismo (salvo melhor opinião).
PS os terroristas de avião matam muito mais que os apeados.

Quintino Silva

quinta-feira, 28 de março de 2024

GANHAR NA SECRETARIA

No rescaldo das eleições há uma miríade de perspectivas pelas quais se podem analisar. E se podemos unanimemente dizer que o Chega teve um grande resultado eleitoral, o CDS fez….um grande negócio!! Para o que concorreu uma conjuntura a que foi completamente alheio que voltou a por na AR um partido destinado a irrelevância política. Isto porque o PSD entendeu ressuscitar a AD e para isso era necessário recuperar o triunvirato onde se incluía o CDS e o PPM. Chama-se a isto ganhar na secretaria, bastou assinar um papel para arranjar um grupo parlamentar e, quiçá, um lugar no próximo governo da República. Grande jogada. E convocaram os jornalistas para irem ao gabinete esconso que lhes calhou no edifício da AR afixar a placa do partido que tão zelosamente tinham guardado neste período  em que não fizeram falta nenhuma ao País. E tiveram o desplante de vir dizer que fizeram imensa falta à AD nesta vitória de Pirro. E que se tratou de um interregno sem exemplo passado ou futuro. A ver vamos.

 

quarta-feira, 27 de março de 2024

A criação renega o criador

 v

INCORRIGÍVEL

 (Génesis 6.6)

 

Deus já lamentava ter feito o homem

Que não saíu à sua semelhança

Recusando-se a ser sua ordenança

Não se acomodando a cumprir ordem.

 

Na sua tendência para a desordem

Tratava o criador com arrogância

Trocando-o por deuses de circunstância

Com cultos que ainha hoje o consomem.

 

E Deus afogou tudo num dilúvio

Mandando Noé fazer um refúgio

Para recomeçar tudo de novo;

 

Mas não saindo bem a encomenda

Viu a humanidade sem emenda

Mais rude a ingratidão do seu povo...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 26 de março de 2024

repressão do governo da AD no 1.º de Maio de 1982

 


Em 1982 foi derrotada a tentativa, brutal e sangrenta do governo/AD de retirar a baixa da cidade do Porto (Praça da Liberdade, Av. dos Aliados, Praça General Humberto Delgado) aos trabalhadores nas comemorações do 1.º de Maio. Verificou-se uma madrugada sangrenta com 2 trabalhadores mortos pela polícia e centenas de feridos. Na tarde do 1.º de Maio, mais de 100 mil trabalhadores estiveram na baixa da cidade do Porto e participaram na jornada de luta do 1.º de Maio.

Em 1982, o governo era da AD(PSD/CDS), com maioria absoluta na Assembleia da República, o 1.º Ministro era Pinto Balsemão, o Ministro da Administração Interna era Ângelo Correia, mais directamente responsável pela repressão e carga policial sobre os trabalhadores no 1.º de Maio. Marcelo Rebelo de Sousa foi o Ministro dos Assuntos Parlamentares.

Em 12 de Fevereiro de 1982, realizou-se a primeira greve geral depois do 25 de Abril, tendo como objectivo «por uma nova política, uma só solução, AD fora do governo», verificando-se uma participação de cerca de 1 milhão e 400 mil trabalhadores. Contra a violenta acção repressiva governamental no 1.º de Maio no Porto, foi realizada uma greve geral a 11 de Maio, exigindo a imediata demissão do governo. Em Dezembro de 1982, o 1.º Ministro Pinto Balsemão, apresentaria a sua demissão, realizando-se eleições legislativas em Abril de 1983.

 

A CEREJA NO TOPO DA DESGRAÇA


50 anos anos depois de Abril, e um partido de extrema direita, praticamente unipessoal, elege 50 deputados. Os últimos dois, num total de quatro, provenientes da emigração. Foi a cereja no topo da desgraça.

É conhecida a aversão destes partidos xenófobos, aos emigrantes. Aliás, um excelente exemplo, é o deputado que foi eleito por este partido pelo circulo da Europa. Emigrante em França há muitos anos, tendo sido expulso por ilegalidade, mas voltou até que regularizou essa situação. Se a lei naquele país fosse igual ao que o partido em foi eleito propõe, só lá poderia regressar passados 5 anos.

Portanto, mais esta contradição, esta ignorância, este analfabetismo político. Um país de onde partiram (e partem) milhões de filhos seus na demanda de melhores condições de vida ou até fugindo à opressão da ditadura. Agora repudiam os que pelas mesmas razões nos seus países, procuram o nosso à busca do seu pão e que para além contribuierem para a nossa economia, contribuem também para o sistema da Segurança Social.

A grande maioria dos emigrantes que demandam o nosso país e muitos outros da Europa, vêm de outros que a mesma Europa e a América, exploram. Extraindo combustíveis, minérios, madeiras e diversos produtos agrícolas, a preços que eles próprios estabelecem, estando-se nas tintas para os desenvolverem em benefício dos seus habitantes. E se não for assim, pela força das armas colocam ou tentam colocar lá governos que sirvam os seus interesses. Daí as guerras que proliferam principalmente em África e na Ásia, provocando a fome e milhões de refugiados. Tantos deles, como sabemos, encontrando a morte no Mediterrâneo, nas costas de África ou nos desertos.

Portanto, é uma tristeza vermos os nossos emigrantes votarem maciçamente num partido que tanto hostiliza quem procura pão e paz e que contribui para o nosso desenvolvimento e da restante Europa.

Guerra Junqueiro definia-nos como “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”.Mas também dizia, na sua obra “Pátria” de 1896 (1ª edição), “...um povo enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.”

Tantos de nós, mudámos alguma coisa? Emigrantes e não só.

50 anos depois do 25 de Abril de 1974, estamos a retroceder. Estamos a fazer coisas que, ao contrário de outras que fizemos, nada nos engrandecem, nem contribuem para termos um país mais justo de que nos orgulhemos e que seja um exemplo para o mundo. Mas nós somos assim. Capazes do pior e do melhor. Já nos fizemos ao mar em “cascas de nozes” e demos novos mundo ao mundo, corremos com quem ocupou a nossa Pátria, os castelhanos, levantámo-nos por outro povo, o de Timor, fizemos 0 25 de Abril, e havemos de fazer outras coisas nobres. Distribuir melhor o que podemos produzir, evitando assim que continuemos a ser um país de emigrantes e contribuirmos para a paz no mundo, como prevê a nossa Constituição.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O SETULALENSE


segunda-feira, 25 de março de 2024

 

MATARAM O PIANISTA


Mataram o pianista, só porque ele era suspeito. Usava barba grande, era amigo de Vinicius de Morais, Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Gilberto, Paulo Moura e de outros monstros sagrados da Música Popular Brasileira (MPB), dos criadores da Bossa Nova.

Prenderam-no, interrogaram-no, torturam-no. E mesmo sabendo que não tinha qualquer ligação com a política do seu país, Brasil, muito menos com a da Argentina, mas como depois iria contar os métodos dos esbirros de Videla, da tenebrosa Escola de Mecânica da Armada (ESMA), para onde o levaram. Depois de o torturarem, deram-lhe um tiro na cabeça, meteram-no num saco e atiraram-no ao mar e passou a ser mais um DESAPARECIDO, como muitos milhares de vítimas da cruel ditadura Argentina.

Era um brilhantíssimo jovem pianista. Uma das maiores promessas da música brasileira.

O Governo do seu país foi informado, mas não levantou qualquer problema. Vigorava lá também outra ditadura. Como no Chile, no Uruguai, no Paraguai, nas Onduras, na Nicarágua e noutros países da América Latina. Todas apoiadas sabem por quem? Isso mesmo! Pelos que a consideravam como o seu quintal das traseiras. Os que estão por detrás ou mesmo às claras de quase todas as guerras. Os que têm apoiado o genocídio em Gaza, na Palestina. Os “amigos” da Ucrânia.

O Pianista chamava-se Tenório Júnior. E, tal como eu, podem ver tudo isto através do filme com o mesmo nome que está aí em exibição nos cinemas.

Já tinha dado origem a um livro escrito por um grande jornalista e melómano norte-americano, Jeff Goldblum. Evidentemente, como em todo o lado, também lá há boa gente.

Francisco Ramalho



sexta-feira, 22 de março de 2024

Ajuste de contas com a Democracia

 

Foi o que disse o chefe dos cinquenta pro-nazis que vão passar a conspurcar ainda com mais ruído o Parlamento português, honra lhe seja feita, que não engana ninguém quanto aos seus desígnios de “limpeza” de Portugal; de facto, como também tinha dito, num comício de campanha, uma tal Rita Matias, eles são superiores em tudo, pelo que a imensa massa de inferiores que constitui a população portuguesa que se cuide, a começar pelos plumitivos que, desde o início, sempre relativizaram o seu linguajar arruaceiro, porque Imprensa livre e liberdade de opinião só para os que tiverem a mesma que eles.

Isto porque, quando aquele “elemento” afirma, numa entrevista à RTP, que o crescimento do seu partido, somando cinquenta assentos no Parlamento, justamente nos cinquenta anos do 25-A, é um ajuste de contas com a história está a dizer, à cidade e ao mundo, que vão a passos largos a caminho de repor o anterior regime; enquanto isto, aqueles que já se arrogaram a condição de “muralha de aço” da revolução democrática caminham avante para o fundo do poço, sem se vislumbrar ali uma cabeça que diga alguma coisa que faça sentido, não conseguindo nada mais construtivo que ameaçar com uma “moção de censura”, sem a mínima noção do ridículo, algo que ainda nem sequer existe, quando o que vai ser preciso é que as forças a quem a democracia diz tudo, se realmente querem defendê-la, façam menos disparates...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

quarta-feira, 20 de março de 2024

O voto dos emigrantes é de 2ª categoria

«Este país é um desatino, tá tudo grosso, tá tudo fino», cantava a notável actriz, Ivone Silva. A governança está «bipolar(!)»: O presidente da República ouviu os partidos para indigitar o primeiro-ministro sem se saber o resultado dos votos da diáspora - Europa e o resto do Mundo. Estes votos são de 2ª categoria. O secretário-geral do PS, logo após o resultado nacional, autoproclama-se chefe da oposição e o cabeça de lista da AD considera-se primeiro-ministro, tudo isto com o beneplácito de Marcelo(!). Mais uma vez é passado um atestado de menoridade mental ao povo, que só interessa para os respaldar no poder. Urge respeitar os nossos emigrantes, heróis, que tiveram de procurar o pão no estrangeiro, porque neste sistema capitalista não o obtiveram. Aqueles deixam nos bancos milhões de euros, como convém.... Haja respeito!

Perigo escondido com rabo de fora


Conturbado como anda, cá dentro como lá fora, este nosso mundo favorece a cultura dos comentadores, que nascem como cogumelos nas estufas das televisões. Não será de admirar que esta proliferação propicie concomitantemente uma outra cultura, a do disparate e da incoerência. São já vários analistas que tenho presenciado a defender, durante o mesmo discurso, às vezes em frases quase consecutivas, ideias que, tomadas individualmente, apenas revelam uma inclinação perfeitamente legítima. Se proferidas no mesmo contexto, perturbam o meu entendimento. É o caso, por exemplo, da incontornável guerra da Ucrânia, apreciada sob diversos ângulos, e a partir de pontos de vista predeterminados, envolvendo, por vezes, processos de intenção como aquele que é frequentemente apontado a Putin no que toca aos seus intuitos expansionistas. Como conjugar a ideia de que o ditador das estepes planeie avançar militarmente por essa Europa adentro quando, imediatamente antes ou depois, se desvaloriza o potencial militar da Federação Russa, considerando que, em plena Ucrânia, não consegue progredir e, mais, que se encontra nos limites do seu poderio? Alguma coisa vai mal em certas estruturas mentais, ou então, sob interesses pouco claros, querem apenas moldar-nos o pensamento.


terça-feira, 19 de março de 2024

 

O 25 DE ABRIL NÃO MERECE ISTO


O resultado destas eleições é uma afronta ao 25 de Abril. Este acontecimento maior da nossa história recente, foi conseguido à custa de muito sofrimento e de muita heroicidade de milhares de portugueses e portuguesas. Foram 48 anos de perseguições, prisões, torturas atrozes, humilhações e de mortes. Culminando gloriosamente, com o golpe dos Capitães de abril. O Movimento das Forças Armadas (MFA).

Sabemos que o resultado do partido da extrema direita, contrário aos ideais do 25 de Abril, supomos, ninguém previa de tal dimensão, é fruto principalmente do descontentamento, da crescente desilusão, com as políticas dos governos do PSD e dos mais recentes do PS. Aliás, o crescimento dos partidos congéneres por essa Europa fora e não só, o principal motivo , é o mesmo. A desilusão com os partidos do centrão, ditos socialistas, social democratas ou democratas cristãos, subordinados ao grande capital. Mas depois a resposta, no nosso caso concreto que evidentemente é o que conhecemos melhor, fruto da manipulação dos principais media e da ignorância, foi a pior possível. O partido que se diz contra o sistema mas cujo líder é filho dele (ex militante do PSD), agrava-o e torna-o ainda mais injusto ao subir de 12 para 48 deputados enquanto o principal partido (coligação) da oposição, passa de 6 para 4.

Além disso, os mais de 1 milhão tinham ainda outras hipóteses; o BE, o PAN, o Livre, ou até a abstenção. Mas não, votaram contra eles próprios, contra o povo. Queriam muito justamente melhores condições de vida e estabilidade, vão, vamos, ter ainda mais injustiças e instabilidade.

Claro que as condições para termos uma sociedade bem mais justa, estão agora mais difíceis, mas os democratas, as forças progressistas, não vão cruzar os braços e a luta vai continuar.

As comemorações do 50º aniversário do 25 de Abrir e do próximo 1º de Maio, irão demonstrar que os trabalhadores e o povo em geral, estão com os ideais progressistas daquela data libertadora.

Um passo atrás, não significa que o caminho do futuro seja adiado. Viemos da escravatura, passámos ao feudalismo, e o capitalismo também será ultrapassado, rumo ao socialismo. O autêntico. Não o que os partidos com essa designação, socialistas ou trabalhistas, têm feito. Daí a desilusão dos povos e o aparecimento oportunista de partidos populistas, xenófobos e racistas com o Chega.

Só o esclarecimento e a luta determinarão esse futuro. Muitos dos que votaram agora erradamente, que foram atrás do canto de sereia, juntar-se-ão aos que continuam a bater-se por ele.

O futuro será de mais justiça social e de paz. Os ideais do 25 de Abril, cumprir-se-ão.

Que outro caminho nos aponta a dignidade, a justiça social e a paz?

A unidade e a força do povo sempre foram e continuarão a ser o motor da história. O progresso, a história da libertação dos povos, tem avanços e recuos. Pode ser lento, mas é irreversível.

Como disse Ary, “Ninguém mais cerra as portas que Abril abriu.”

Nada de desânimos.

A luta continua!

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O Setubalense



Marcelo, um presidente de fação

«Serei o presidente de todos os portugueses», disse o presidente da República após ter vencido as duas eleições. Nunca foi nem é. Durante o primeiro mandato pareceu um malabarista/contorcionista dando uma no cravo e outra na ferradura, já que, o governo do PS, apesar de contrário à sua cor política, estava a roubar o programa político do seu, PSD. Esperou sempre uma oportunidade para entregar o poder à direita. Fê-lo com competência e até se substituiu à sua fação como oposição, muitas vezes. Teve dois pesos e duas medidas para o mesmo problema. Cá dissolveu a Assembleia da República, em nome do «Povo é quem mais ordena», (na prática não manda nada!), dizendo que era para «clarificar» e para «estabilizar»... a estabilização é para os seus correligionários e para os interesses económicos, que representam. Na Madeira, uma situação idêntica, porque o presidente do governo regional da Madeira é PSD, fez vista grossa. Na ânsia de colocar o seu PSD, no poder abriu portas à extrema-direita, ficando ligado ao avanço do Chega fascista! A História não o absolverá!

segunda-feira, 18 de março de 2024

GOVERNO DO PS COM MAIORIA ABSOLUTA


 A partir de Março de 2005, tivemos o primeiro governo do PS chefiado por José Sócrates, com maioria absoluta na Assembleia da República, com 121 deputados, que cumpriria a legislatura até 2009. O Ministro dos Negócios Estrangeiros era Freitas do Amaral, fundador do CDS. O Ministro do Trabalho foi Vieira da Silva, que desenvolveu favoravelmente ao patronato, nomeadamente com a introdução da caducidade na contratação colectiva, o código do trabalho criado em 2003 por Bagão Félix, ministro do governo do PSD/CDS. De Janeiro a Junho de 2005 venderam-se 1600 carros descapotáveis, mais 10% do que no mesmo período de 2004. A nível internacional, morreu o Papa João Paulo II e o projecto de constituição europeia é rejeitado em referendo na Holanda.

sábado, 16 de março de 2024

Maravilhas do Lima

 

 

AVENIDA DOS PLÁTANOS

 

Não tem carros este belo “boulevard”

A que dá mais encanto o rio Lima

Com canoas abaixo e acima

Deslizando com atletas a treinar.

 

Quem há por aí que possa não gostar

Desta luxuriante maravilha

Local de repouso da nossa vila

Para quem queira a beleza desfrutar...

 

E mesmo que lhe ponham outros nomes

Este que lhe ficou pelos costumes

É o que define o que a gente sente;

 

Avenida dos Plátanos se mantém

E se alguém disser que não lhe fica bem

É só para contrariar a gente...

 

Amândio G. Martins

 

sexta-feira, 15 de março de 2024

Paulo Rangel e o "bota-abaixo

 

Vi respigos de uma entrevista do histriónico Rangel à RTP, no dia seguinte à mesma ter acontecido, e não me surpreendeu nada a desfaçatez do sujeito, quando se referiu ao próximo líder da Oposição, dizendo que esperava de Pedro Nuno Santos que não enveredasse por um processo de bota-abaixo; na verdade, eu também concordo com esse princípio, que um líder da Oposição, até para ganhar o respeito da gente, deve cumprir a sua função com responsabilidade, apoiando o que estiver bem e denunciando e propondo soluções no que lhe pareça contrário ao bem-estar geral, só que não foi nada disso que o partido de Rangel fez com os governos de António Costa, classificando abaixo de zero o que foi um trabalho notável, se for tido em conta o  complexo contexto em que governou.

 

De facto, tamanha era a fome de poder, que toda e qualquer notícia, por mais especulativa que aparentasse ser, se lhes pudesse dar  alguns argumentos para atacar o governo, era logo cavalgada por Rangel, toda a liderança e deputados, para pedir a demissão imediata da figura apontada como alvo de investigação - ignorando os seus próprios telhados de vidro -  sem dar tempo para a pessoa se defender, nem esperar para ver se haveria ou não motivos para tal; mas agora, embora nunca o tenham sido, já apelam a uma oposição responsável, sabendo que terão de trabalhar, se conseguirem formar governo, em cima de um braseiro permanente...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 14 de março de 2024

Viva a justíssima greve das(os) Jornalistas

Felisbela Lopes, há tempo, escreveu um livro: 'JORNALISTA - profissão ameaçada', com chancela da ALETHEIA EDITORES, cujo título é elucidativo. Escrita feliz e bela, a ler, pois claro! Há 42 anos, os Jornalistas não faziam greve. De então para cá esteve tudo bem? Não... A luta contra a precariedade, a pressão exercida nas redações que conduz ao esgotamento sem apoio psicológico, (excepto um título), o trabalho a sobrepor-se avassaladoramente à vida privada e familiar, a má remuneração e ausência dela nas horas extras e, por aí fora fazem desta justíssima greve a exigência de tudo o que é dos Jornalistas - por direito próprio. Sei do que escrevo, por relatos de camaradas Jornalistas, por ter presenciado num jornal regional, onde dei milhares de carateres, e não havendo dinheiro para quem fazia o semanário, ocorre-me, um antigo Jornalista comer pão com dentes por estar há meses sem receber salário(!), mas houve sempre dinheiro para distribuir pelos acionistas... e, ainda: estando no Jornal de Notícias, há anos, pelo despedimento de Jornalistas, comovi-me. As minhas íris banharam-se com as águas do Douro. Uma camarada Jornalista aflita abeirou-se: - sente-se mal?! Vou buscar um copo com água. - Espere p.f., despedimentos porquê? - Não há dinheiro. Retorqui: Também vão «despedir» os acionistas? O meu amor pelas palavras, que são estrelas, é imensurável, daí... Aos imperadores do papel e do papel moeda, detentores dos títulos da imprensa - não matem o Jornalismo! Caminhamos para «amanhã» não haver professores... e os jovens estudantes pré-académicos, que futuro lhes quererão dar? Auscultação larga neste segmento refutam ser futuros Jornalistas... A grave crise na Global Média teve o condão de fazer espoletar estas justas manifestações\reivindicações de quem faz jornais\revistas. Quanto mais os agentes fautores da imprensa estiverem satisfeito no geral, mais os jornais ganham.... E mais vendem! Um jornalismo quer-se livre, independente e de qualidade, como se lê nos Editoriais, não é compaginável com os graves défices, que os Jornalistas sublinham. Esta profissão tem de voltar a ser nobre, respeitada e credível. Viva a imprensa!

 

UM CONTEXTO DIFÍCIL E MUITO PERIGOSO


Embora os resultados eleitorais, a reação dos principais protagonistas e as potenciais consequências desestabilizadoras do disparo do partido da extrema direita, estejam ainda na ordem do dia, não me pronunciarei ainda pormenorizadamente sobre o assunto.

Vou tentar resumir o contexto em que se realizaram e as perspetivas que, Como se sabe, não são nada animadoras.

No plano nacional, direi apenas, creio ser consensual, a incerteza e a preocupação são patentes. Mas também a certeza de que os democratas, as forças progressistas, saberão entender-se e rechaçar os efeitos da demagogia, do populismo, da regressão civilizacional que representa o referido partido.

Internacionalmente, a situação é ainda mais preocupante. Com destaque para as guerras da Palestina e da Ucrânia.

A primeira,cuja origem tem mais de 50 anos, transformou-se numa horrorosa catástrofe. Num massacre impensável depois do holocausto nazi. Aliás, como a comparou, e bem, Lula da Silva. Um exemplo entre os seus pares social-democratas. Catástrofe, diga-se, que atingiu a barbaridade e dimensão que atingiu, devido ao apoio que tem tido dos EUA e da benevolência da UE.

Em relação à da Ucrânia, a preocupação não é menor. Antes pelo contrário. A Ucrânia é o campo de batalha, e o seu povo, principalmente as forças armadas, carne para canhão. E para a comunicação social dominante do Ocidente, manipulando a opinião pública e justificando a guerra e a sua previsível intensificação e persistência, Putin e a Rússia, são os únicos culpados.

Omite as promessas feitas depois da queda da União Soviética e da dissolução do Pacto de Varsóvia, que a NATO não avançaria para junto das suas fronteiras, omite o comportamento do Governo da Ucrânia na dissolução de todos os partidos da oposição (11) e de sindicatos, omitiu e omite, os ataques contra eles, como o incêndio à casa dos Sindicatos de Odessa em que morreram queimados ou em fuga, cerca de 50 de sindicalistas, omite os ataques do exército ucraniano à população do Bonbass por reclamar o direito à sua língua (russo), cultura, e ao desejo de autodeterminação, omite o não cumprimento dos Acordos de Minsk que solucionavam o que restava resolver. Recorde-se que Ângela Merkel, confessou mesmo que o seu protelamento servia para que a Ucrânia se armasse. A armassem.

Ou seja, não lhes bastou a dissolução da União Soviética e o regresso do capitalismo. O que lhes convinha e convém mesmo, seria, será, retalhá-la, como fizeram com a Jugoslávia, ou colocar lá um governo “colaborador”. Colaboracionista. Como o da Ucrânia. Daí, a corrida aos armamentos e a continuação da guerra.

Imperioso é a paz. E relações normais entre todos os países da Europa e não só, incluindo, evidentemente, a Rússia. Só isso interessa aos povos. A guerra interessa aos que visam a hegemonia mundial, e ao complexo militar-industrial do armamento. Esta, entre potências nucleares, pode ter um fim trágico não só para a Europa, também para grande parte da humanidade.

Francisco Ramalho


Publicado, quarta, 13, no jornal O Setubalense






terça-feira, 12 de março de 2024

Um presidente experimentalista

 

Quando havia no Parlamento maioria suficiente para apoiar um governo para concluír a legislatura, para o que o partido maioritário tinha soluções, o “supremo magistrado” não resistiu à pressão partidária e mediática, sobretudo à da sua gente, e dissolveu aquilo tudo; se o que pretendia era ter um final de mandato sossegado, com o seu partido apaziguado à sua volta, saíu-lhe o tiro para trás, porque o que resultou das eleições promete ser tudo menos estabilidade - dado o crescimento absurdo dos monstros da extrema-direita - mesmo que o líder da coligação vencedora mantenha a palavra e não aceite formar governo com os nazis, porque a pressão interna há-de ser tão forte que não terá outro remédio, ou acabará substituído, embora o que venha a ser designado para negociar com a “canzoada” também não deva ir longe.

 

Do lado esquerdo, quando os génios todos ansiavam por uma hecatombe socialista, tão desnorteada tinha sido a sua governação, verifica-se que saem da contenda bem vivos e com ânimo reforçado; das restantes agremiações, o partido comunista faz lembrar a tragédia do titanic, cuja orquestra residente continuava a tocar impávida enquanto tudo afundava, com a agravante de, neste caso, atribuírem ao povo “burro” a sua desgraça, só porque esse povo há muito percebeu que nada de bom lhe poderá vir de tão irrecuperável velharia...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

segunda-feira, 11 de março de 2024

Empobrecimento sem resposta e Marcelo ligados no avanço do Chega fascista!

Através duma campanha, sobretudo, balizada no medo, contra o Chega fascista, o PS obteve uma maioria absoluta - imprestável para melhorar as condições de vida dos empobrecidos portugueses e, que, muitos, muitos destes sem consciência política fizeram subir eleitoralmente aquele partido. Marcelo, na ânsia de recolocar, o seu PSD, no poder, esteve mal ao dissolver o Parlamento, onde havia uma maioria absoluta. Previsivelmente, não sendo parvo, sabia que quando convocasse eleições este anunciado resultado não era mera hipótese....Assim, o constitucionalista presidente da República, historicamente, fica manchado com nódoa indelével, pelo avanço do racista, xenófobo e inconstitucional, Chega. Há dias, pasme-se!, disse que Montenegro, governaria com ou sem maioria(!). Até, no dia da reflexão (já anacrónica), interferiu, dizendo que, Pedro Nuno Santos, caso ganhasse a sua governação teria margem curta, não sendo previsível, sequer, que houvesse uma maioria à esquerda.... Ainda se alongou em mais parciais considerações, sabendo nós qual a sua direcção... a «independência» de Marcelo foi/é dependente para escancarar portas ao seu PSD, agora transvestido em AD. Marcelo, burguês e democrata reciclado é um finório espertalhão!

 

ESTE POVO ADORA SOFRER


Cito mais uma vez Guerra Junqueiro: “Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”. Pelo menos mais de 1 milhão.

O vendedor de banha da cobra, passa de 12 para 48deputados. O principal partido (coligação) da oposição, passa de 6 para 4.

Está tudo dito!

Para ser sincero mesmo, acabei por ficar surpreendido. Não pensei que Guerra Junqueiro estivesse tão atualizado.

Se a recauchutada AD mantiver a palavra e não der a mão ao vendedor de banha da cobra, o Orçamento de Estado não será aprovado e teremos eleições daqui a mais ou menos 1 ano.

Portanto, foi isto que fizeram mais de 1 milhão de imbecis.

Depois veremos se aparecem ainda mais.

É esta a estabilidade que teremos.

A luta continua!

Francisco Ramalho


sábado, 9 de março de 2024

 

AMANHÃ VOLTAMOS A FAZER O QUE NUNCA FIZEMOS ANTES DO 25 de ABRIL


O voto livre e universal para homens e mulheres foi consagrado pelo e apenas depois do 25 de Abril. Mesmo antes desses 48 anos de ditadura, ele não existia. Votavam apenas os homens de maior idade que soubessem ler e escrever (uma minoria).
Portanto, este foi um fruto do 25 de Abril. A somar a tantos outros. Fundamentais. Como a Liberdade. Liberdade de expressão, de reunião, sindical e política.

O 25 de Abril, criou também condições para uma sociedade mais justa e com direitos. O fim da Guerra Colonial,

As privatizações, a Reforma Agrária, as Comissões de Trabalhadores e de Moradores, a possibilidade de se constituírem cooperativas, etc. Foram algumas das bases para essa sociedade diferente e melhor.

Se passados 50 anos muito disso se perdeu e se continuamos a ter uma sociedade com grandes assimetrias, a culpa não foi nem é do 25 de Abril e dos seus ideais.

A culpa foi dos que com ele nunca estiveram de alma e coração. Estiveram mais a pensar na carteira. Com isso, desiludindo o povo. Condicionando-o, manipulando-o com a sua comunicação social.

Mas, apesar de tudo, o 25 de Abril valeu a pena e os seus ideais jamais morrerão.

Não quero que me acusem de estar aqui a fazer propaganda no dia da reflexão e até porque tenho de ir tratar do almoço. Mas, não se esqueçam de amanhã darem o seu contributo para revigorar Abril, votando em quem sempre se bateu por ele. Antes e depois. E que haveria de culminar com o golpe dos Capitães de Abril. O Movimento das Forças Armadas (MFA).

Portanto, todos às urnas amanhã! E votem bem.

Francisco Ramalho







Dia de reflexão - dizem...

 

ELEIÇÕES

 

Cá estamos mais uma vez em eleições

Andaram no país os salvadores

Garantindo que vão pôr fim às dores

De quem vive em miseráveis condições.

 

Alguns deles são rodados aldrabões

Totalmente despidos de pudores

E tão destituídos de valores

Que impingem mentiras como soluções.

 

Mais uma vez vamos votar convictos

De vislumbrar um “senhor dos aflitos”

Por entre os videirinhos conhecidos;

 

Tendo acabado a campanha festiva

Os que sonharam melhorar a vida

Vão juntar-se aos milhões de deprimidos...

 

Amândio G. Martins

 

 

sexta-feira, 8 de março de 2024

Na insignificância de um só dia

 

BRILHANTE

 

Elizabeth Duval é escutada

Por ser uma jovem estudiosa

E ter opinião judiciosa

Sabendo destacar-se da manada.

 

Inteligente e muito admirada

Onde intervém é sempre corajosa

Palavra serena mas vigorosa

Na defesa da pessoa humilhada.

 

É madrilena de “Alcalá de Henares”

Mas bem cedo procurou outros ares

Para enriquecer a sua formação;

 

Transgénero desde os verdes treze anos

Atormenta sagrados e profanos

Que apontem quem é diferente à exclusão.

 

Amândio G. Martins

 

quinta-feira, 7 de março de 2024

no DIA INTERNACIONAL DA MULHER


 

Em eleições não pode valer tudo

O partido para-fascista Chega, pela voz de André Ventura disse que tinha o compromisso pessoal de «forças vivas» do PSD, («forças vivas», lembra o bafiento mofo salazarista), em apoiar uma aliança com o partido dele. Dos citados que o desmentiram, através da Comunicação Social, só um cinzento e medíocre barão, daquele partido, se comprometeu. O burlesco aliado à insanidade mental deste desventurado, que mente grosseira e compulsivamente, só os sem cautela, osiletrados, os de pouca escolaridade, analfabetos políticos e do lumpen do proletariado, sobretudo, é que aceitam a sua arenga e embarcam na exponenciada demagogia. Daí, que o ridículo muitas vezes mata! Grita ate à overdose que é contra as elites mas, sendo um competente defensor destas, porque também o financiam, e bem, não consegue esconder o quanto as idolatra, já que lhe convém... Nos 50 anos do 25 de Abril e do PREC, o fascismo, além de não ter acabado, continua a levantar a voz - também salazarista...

terça-feira, 5 de março de 2024

10 de Março: MAIS UMA BATALHA PELO FUTURO

No próximo dia 10 de Março, vamos travar mais uma batalha pelo presente e pelo futuro das condições de vida da população trabalhadora portuguesa no activo e reformada.

Em 5 de Outubro de 1910, acabou-se com a monarquia e implantou-se a república. Em 6 de Março de 1921 foi fundado o Partido Comunista Português (PCP). Em 28 de Maio de 1926 o capitalismo explorador e violento impôs o fascismo.

Em 25 de Abril de 1974, após 48 anos de resistência e luta, a revolução acabou com a ditadura fascista e abriu o caminho para uma sociedade melhor e mais justa, que a Constituição da República aprovada em 1976 consagra, apesar das mutilações impostas pela política de direita.

PS e PSD exercem o poder político desde 1976, recorrendo um ao outro ou ao CDS, quando faltava maioria. O PS meteu o socialismo na gaveta e a social-democracia quase que teve o mesmo destino. O PSD tentou disfarçar-se de social-democrata para tentar esconder a opção liberal e a política de direita, que o grande capital, as multinacionais e os grupos económicos querem a todo o custo prosseguir, tendo criado opções que são mais do mesmo, como a IL e Chega, para tentar iludir e enganar eleitores.

Uma revolução eleitoral é difícil. Mas no dia 10 de Março, com o voto, podemos lutar por uma vida melhor, combater os baixos salários e pensões, a precariedade, a degradação dos serviços públicos, defender o direito à habitação e mais justiça fiscal. A melhor opção é o voto na CDU.

 

VOTO ÚTIL E ESTABILIDADE


Os dois partidos mais votados, PS e PSD e agora de novo, a AD, tradicionalmente, apelam ao voto útil tentando convencer os eleitores que votar nos outros partidos é um desperdício. Só eles podem formar governo. E, quanto mais forte, mais estabilidade social e política, o que é um bem para todos nós, dizem.

Efetivamente, a estabilidade social é muito positiva. Mas como é que ela se consegue com as brutais assimetrias sociais que temos? Assimetrias geradas precisamente pelos sucessivos governos desses dois partidos.

O ano passado, os quatro maiores bancos privados tiveram um colossal lucro de 3 mil milhões de euros. Ainda mais 22% que no ano anterior. Simultaneamente, a pobreza aumentou exponencialmente, assim como o problema da habitação, as dificuldades no Serviço Nacional de Saúde por falta de meios, de médicos e enfermeiros, más remunerações e, por consequência, transferências para o privado e para o estrangeiro. Assim como continua a sangria de jovens. Principalmente os mais bem formados que partem à procura de melhores condições de vida lá fora, ficando o país cada vez mais pobre.

Portanto, a principal responsabilidade por este descalabro é dos dois partidos citados. Logo, o voto útil continuará a ser neles? Mas também devemos questionar se o será no novo partido da direita,a Iniciativa Liberal, ou no da extrema direita de André Ventura. O primeiro, preconiza privatizar até a Caixa Geral de Depósitos, a TAP e só não privatiza o ar porque não pode. O outro, que interesses pode defender se não os dos seus financiadores como tem sido acusado, sem resposta, nomeadamente, por Mariana Mortágua. Aliás, o seu discurso para além de xenófobo e racista, é pura demagogia e populismo.

Mas não há voto útil e necessário? Claro que sim! O voto útil, é nos partidos ou coligações da esquerda. Naqueles que se batem efetivamente pelos direitos e interesses da grande maioria: os trabalhadores no ativo e na reforma, os pequenos e médios empresários. E até para fazerem com que o Partido Socialista faça jus ao seu nome. E, dentre estes, sobretudo o partido, a coligação, que, de longe, tem maior implantação no Movimento Sindical, no Movimento Associativo e que, desde há muito, se bate por uma economia mista. Pública, Privada e Cooperativa e que os setores estratégicos sejam bem geridos e nas mãos do Estado. Referimo-nos, evidentemente, ao PCP e à CDU.

Portanto, o voto útil, é o que gera também estabilidade social. Com exploração, não há estabilidade. Há a necessária e justa contestação.

O que também gera instabilidade, muita apreensão e angústia, é a guerra. Agora, até com episódios absolutamente impensáveis, como este em que uma multidão faminta, em vez de alimentos e agasalhos, recebe balas provocando mais de 100 mortos e feridos. E, impunemente! O terrorismo de Estado, tem cobertura.

Também não é a direita e o PS quem se batem contra a guerra. Subordinam-se ao seu principal fautor, os EUA. E também não condenam o seu grande aliado, Israel.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"





Água mole...

 

SONHANDO

 

Gostava de poder escrever um livro

Que transmitisse alegria de viver

Desdramatizando o que há-de acontecer

Quando findar o tempo de estar vivo.

 

Não aceitar ser do mundo um cativo

Limitado ao que chamam "o dever"

Sem autonomia de poder escolher

Vivendo o tempo todo reprimido.

 

Lutemos por aquilo que nos cabe

Cada um da forma que melhor sabe

Para sentir na vida algum descanso;

 

Haja coragem contra os poderosos

Contra a exploração que os faz ociosos

Vivendo à nossa custa no ripanço...

 

Amândio G. Martins

 

 

Eleição para a Assembleia da República...

...e, não eleições fulanizadas, em primeiro lugar para a escolha dum primeiro-ministro. Não precisamos de um achómetro para, está à vista, perceber que a AD, ganhe ou perca as eleições, fará uma aliança com o partido pró-fascista, Chega. Alguns barões do PSD já a defenderam e, Passos Coelho, corroborou em ter o seu amigo, Ventura, como parceiro(!).Para governar. Este, voltou a prospectivar a prisão perpétua e falou na hipótese de fraude eleitoral. Sobre isto, aprendeu com o seu guru, Trump. Ventura, é uma contrafação deste, de Melloni, de Orban e de Bolsonaro.Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és! Nesta paupérrima campanha eleitoral, não se falou da Europa nem da invadida Ucrânia nem na carnificina e limpeza étnica, do governo de Israel, sobre os palestinianos no gueto de Gaza. Das duas guerras mortíferas, ouvimos, vemos e lemos e não podemos silenciar. Ninguém pestaneja como os nossos impostos, em milhares de milhões de euros!, que continuam a servir a guerra a Leste da Europa mas, não se mexe uma palha para soluções que visem a Paz! A indústria do armamento está primeiro! A AD, escondeu o irrelevante, PPM e o seu líder - machista, misógino e retrógrado fascistóide. O direitista presidente do CDS, está mudo e nada acrescenta, fazendo figura de corpo «ausente». Ouvimos umas «pérolas» de candidatos da AD: voltar a referendar a Lei da IVG, negar as alterações climáticas, ameaçar com milicias armadas e por aí adiante.É o esplendor da democradura! Quase todas as candidaturas não abordam a Cultura, porquê? «Quando me falam em Cultura, puxo logo pela pistola!», dizia um nazi, que tem um apaniguado militante por cá.... Continua a Cultura, miseravelmente, atirada para a cova funda do desprezo. Um país sem Cultura tem cidadãos frágeis, submissos e amorfos.... Como convem à desgovernança! É sintomático, 80% dos concidadãos, não acreditam nas promessas dos políticos... a campanha passa ao lado e aquela sondagem é relevante. A abstenção está em alta.... Ganhará com maioria absoluta?!

segunda-feira, 4 de março de 2024

Desonestidade e baixeza moral

 

Não há limites para a falta de escrúpulos dessa gente da Direita rançosa e de má memória para muitos, que não esquecem com facilidade as suas malfeitorias, como são Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos Coelho.

 Do primeiro, para além de termos visto serem malbaratados, na sua governação e com o seu beneplácito, uma incomensurável soma de milhões de contos de fundos europeus, distribuidos à tripa-forra pela gente que lhe mostrasse reverência, e de ter promovido o abandono de cultivos e manufacturas que nos tornavam, se não autosuficientes, pelo menos não tão dependentes do exterior, não se lhe conhece uma ideia que o tornasse uma referência na ciência económica, de que tanto se gaba, mas apenas elogios à sua figura, à sua indigente obra política e ataques desonestos aos adversários.

Do segundo, muitos nos lembramos da leviandade com que deixou o nome de Portugal ligado a um dos maiores crimes da história contemporânea, como foi a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, com base em falsidades que logo foram postas a nu; depois, tendo-lhe sido oferecido pela Direita europeia - como contrapartida daquela falta de coluna vertebral - um lugar bem remunerado, não hesitou um segundo em abandonar o seu posto para presidir à Comissão Europeia, posição onde continuou a prestar tão bons serviços ao capital, que um dos seus bancos mais predadores o decidiu premiar com uma cadeira dourada.

Como aos dois acima referidos já só restará fazer ruído, o terceiro não esconde as ambições, para o que poderá sempre contar, além dos predadores habituais, com as alarvidades dos primeiros, a quem não tolhem nenhuns escrúpulos em dourar de patriótica uma escandalosa governação de rapina aos mais fracos, para que aos abastados não faltasse nada ...

 

Amândio G. Martins

 

 

sábado, 2 de março de 2024

A esperança impede a desistência

 

ÁRIDAS SENTENÇAS

 

Nietzsch fazia crer que a esperança

Só prolongava o tormento da gente

Inibindo-a de andar mais para a frente

Esperando que chegasse a abundância.

 

Mas é por ela que tudo avança

Faltando torna a gente desistente

Por não sentir o que a faça valente

Sem ter sequer onde sinta pertença

 

O bem alcançado no nosso mundo

Onde já houve paz e foi fecundo

Deveu-se à esperança numa melhor vida;

 

E quando uma réstia de esperança morreu

Toda a boa vontade retrocedeu

E regrediu ao homem homicida.

 

Amândio G. Martins

 

 

sexta-feira, 1 de março de 2024

Passos Coelho e a legião do salário mínimo



Eu que tenho (ainda) boa memória lembro-me de Passos como 1º ministro ter dito que se pudesse baixava o salário mínimo.
Como estariam hoje todos aqueles que estão nesta situação se ele não tivesse sido travado em 2015 pela "geringonça"?.
Parece ser claro que esta é a filosofia de PC.
Também me parece claro que PC está a revelar-se uma eminência parda de Montenegro, e convém saber se já evoluiu no seu raciocínio de que é necessário mão de obra barata para haver crescimento.
Os reformados que foram confiscados agora são menos, mas os que ganham o salário mínimo são cada vez mais.
Montenegro já prometeu mundos e fundos.
Será que a parda iminência concorda?  

Quintino Silva