quinta-feira, 14 de março de 2024

Viva a justíssima greve das(os) Jornalistas

Felisbela Lopes, há tempo, escreveu um livro: 'JORNALISTA - profissão ameaçada', com chancela da ALETHEIA EDITORES, cujo título é elucidativo. Escrita feliz e bela, a ler, pois claro! Há 42 anos, os Jornalistas não faziam greve. De então para cá esteve tudo bem? Não... A luta contra a precariedade, a pressão exercida nas redações que conduz ao esgotamento sem apoio psicológico, (excepto um título), o trabalho a sobrepor-se avassaladoramente à vida privada e familiar, a má remuneração e ausência dela nas horas extras e, por aí fora fazem desta justíssima greve a exigência de tudo o que é dos Jornalistas - por direito próprio. Sei do que escrevo, por relatos de camaradas Jornalistas, por ter presenciado num jornal regional, onde dei milhares de carateres, e não havendo dinheiro para quem fazia o semanário, ocorre-me, um antigo Jornalista comer pão com dentes por estar há meses sem receber salário(!), mas houve sempre dinheiro para distribuir pelos acionistas... e, ainda: estando no Jornal de Notícias, há anos, pelo despedimento de Jornalistas, comovi-me. As minhas íris banharam-se com as águas do Douro. Uma camarada Jornalista aflita abeirou-se: - sente-se mal?! Vou buscar um copo com água. - Espere p.f., despedimentos porquê? - Não há dinheiro. Retorqui: Também vão «despedir» os acionistas? O meu amor pelas palavras, que são estrelas, é imensurável, daí... Aos imperadores do papel e do papel moeda, detentores dos títulos da imprensa - não matem o Jornalismo! Caminhamos para «amanhã» não haver professores... e os jovens estudantes pré-académicos, que futuro lhes quererão dar? Auscultação larga neste segmento refutam ser futuros Jornalistas... A grave crise na Global Média teve o condão de fazer espoletar estas justas manifestações\reivindicações de quem faz jornais\revistas. Quanto mais os agentes fautores da imprensa estiverem satisfeito no geral, mais os jornais ganham.... E mais vendem! Um jornalismo quer-se livre, independente e de qualidade, como se lê nos Editoriais, não é compaginável com os graves défices, que os Jornalistas sublinham. Esta profissão tem de voltar a ser nobre, respeitada e credível. Viva a imprensa!

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