quarta-feira, 10 de abril de 2024

Ventura que se cuide


Passos Coelho (P.C.) aproveitou a oportunidade, dada por um conjunto de “pensadores” que editaram um livro em defesa, dizem eles, da Família e da Identidade (de quem?), para lançar a confusão e, sabe-se lá, o ódio entre os militantes do partido em que está inscrito. A troco de quê? Na sua ideia, provavelmente, para devolver ao PSD a linha “correta” de que, com a liderança de Montenegro, se afastou. De caminho, “purificado” o partido, assim expurgado de sacrilégios como a eutanásia, o aborto ou a ideologia de género, então sim, apoiaria o seu governo.

O raciocínio será simples: ao PSD faltará, para ter uma maioria inabalável, aquele milhão e tal de eleitores do Chega, logo, o dever é ir lá conquistá-los. Parece claro que P.C. está a ignorar os muitos militantes que se reviram no famoso “não é não”, o que poderá estar a enviesar-lhe o pensamento. Ou então, não o sabemos, poderá estar na estratégia “passiana” o que não passará pela cabeça de ninguém, pelo menos até ver: quererá P.C. riscar o PSD do mapa partidário, filiar-se no Chega e, desse posto, comandar a direita “toda, toda, toda”?


Expresso - 12.04.2024


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