quarta-feira, 21 de agosto de 2024

O enigma de Blinken



Ainda não tenho a certeza de saber para quem trabalha Antony Blinken: se para si próprio (ficar para a História como o pacificador do Médio-Oriente); se para o Partido Democrata (não o prejudicar nas próximas eleições); se para a Administração Biden (é funcionário do Governo); ou se para a Paz (nesta matéria, desiludamo-nos, Blinken não acerta uma). Passa por exercer “fortíssimas” pressões sobre Netanyahu, sem nunca se lhe ouvir a mínima referência a reduzir (suprimir totalmente seria sinal de “demência”) os fornecimentos de armas a Israel, quando o que está na ordem do dia é aumentar as autorizações para novas “exportações”, sempre numa lógica de que os israelitas têm todo o direito de se defenderem. 

Talvez a resposta seja um pouco mais prosaica. Mesmo que o queira (duvido seriamente), talvez Blinken não tenha poder suficiente para confrontar Netanyahu com essa “pressão”, o que poderá também acontecer a Biden, seu chefe directo. A vassalagem à indústria bélica norte-americana não está escrita em lei nenhuma, mas que la hay, la hay.


Público - 25.08.2024

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